
DITOS & DESDITOS - De fato,
a contemporaneidade se escreve no presente assinalando-o antes de tudo como
arcaico, e somente quem percebe no mais moderno e recente os índices e as
assinaturas do arcaico pode dele ser contemporâneo. Arcaico significa: próximo
da arké, isto é, da origem. Mas a origem não está situada apenas num passado
cronológico: ela é contemporânea ao devir histórico e não cessa de operar
neste, como o embrião continua a agir nos tecidos do organismo maduro e a
criança na vida psíquica do adulto. A distância – e, ao mesmo tempo, a
proximidade – que define a contemporaneidade tem o seu fundamento nessa
proximidade com a origem, que em nenhum ponto pulsa com mais força do que no
presente. Pensamento do filósofo italiano Giorgio
Agamben. Veja mais aqui.
LÓGICA DO SENTIDO – [...] signos
significantes, sempre existem em demasia. É que o significante primordial é da
ordem da linguagem; ora, seja qual for a maneira segundo a qual é adquirida a
linguagem, os elementos da linguagem são dados todos em conjunto, de uma só
vez, já que não existem independentemente de suas relações diferenciais
possíveis. O significado em geral, porém, é da ordem do conhecido; ora, o
conheceido acha-se submetido à lei de um movimento progressivo que vai por
parte, partes extrapartes. [...] Trecho da obra Lógica do sentido (Perspectiva/EdUSP, 1974), do filósofo francês Gilles Deleuze
(1925-1995). Veja mais aqui.
A DAMA DO CACHORRINHO – [...] Seguiu-se
um silêncio. – O tempo passa depressa e, no entanto, a gente se aborrece tanto
aqui! – disse ela, sem olhar o interlocutor. – É apenas uma convenção dizer que
aqui é aborrecido. Um habitante de Biélev ou de Jizdra vive em sua terra e não se
aborrece, mas, chegando aqui, repete: “Ah, que cacete! Ah, que poeira!”.
Pode-se pensar que chegou de Granada. Ela riu. Continuaram a comer em silêncio,
como desconhecidos. Depois do jantar, porém, caminharam lado a lado e
iniciou-se entre eles uma conversa ligeira, brincalhona, de gente livre,
satisfeita consigo, e à qual fosse indiferente aonde ir e do que falar. Ficaram
passeando e conversaram sobre o modo estranho pelo qual estava iluminado o mar:
a água tinha uma cor lilás, macia e tépida, e sobre ela o luar deitava uma
faixa dourada. Falavam em como o ar ficava sufocante após um dia de calor.
Gurov contou que era moscovita, formado em Filologia, mas que trabalhava num
banco; noutros tempos, preparara-se para cantar num teatro particular de ópera,
mas desistira [...] Voltando para o quarto, pensou nela e em que, no dia seguinte,
certamente haveria de encontrá-la. Deitando-se para dormir, lembrou-se de que,
ainda há tão pouco tempo, ela estivera no colégio, estudara como agora a filha
dele; lembrou-se também de quanta irresolução e falta de jeito havia ainda em
seu riso, em seu modo de falar com um desconhecido; provavelmente, era a
primeira vez que se encontrava sozinha em tais circunstâncias, seguida e
contemplada, e que alguém lhe dirigia a palavra, com um objetivo secreto que
ela não podia deixar de adivinhar. Lembrou-se também de seu pescoço esguio,
frágil, de seus bonitos olhos cinzentos. “Apesar de tudo, há nela qualquer
coisa que inspira pena”, pensou, adormecendo. [...] Trechos da obra A dama do cachorrinho e outros contos (Max
Limonad, 1986), do dramaturgo e escritor russo Anton Tchékov
(1860-1904). Veja mais aqui.
TUA MERETRIZ - Deixa-me
ser tua meretriz / Tua escrava, sem pudor / Encostar meu corpo nu em ti / Deixar
banhar-me com o teu calor / Domina-me com prazer / Ordena-me! / Provoca-me! / Coloca-me
em tua frente / Ajoelhada a te olhar / Segura em meu cabelo com força / Puxa-me,
para que com minha boca, eu te sugue / Aperta com força tua dama de encontro à
ti / Sinta o calor de meus lábios a envolver-te / Com minha língua passeando
por teus recantos / Forte...quente...sedutor / Ao mesmo tempo em que te olho / E
me faço serva, sem pudor / Tens o gosto do melhor vinho apreciado / Bebo de ti,
até o fim / Sorvo teu néctar sagrado / Absorvo de teu prazer, enfim / Com
minhas mãos toco-me insana / Na busca do prazer gritante / Num instante chego
ao clímax / Explodindo meu gozo, pulsante... Poema da poeta Leticia
Cesário. Veja mais aqui
e aqui.
NO MUNDO DA MÚSICA
CHIQUINHA
GONZAGA
A arte do desenhista e ilustrador italiano Hugo Pratt (1927-1995). Veja mais aqui.
Atenção!
Então sob critérios bastantemente definidos e exemplarmente regrados, chegou a hora de eleger a MUSA TATARITARITATÁ
Eis todas homenageadas:


Imagem: Wolinski.
Veja
mais sobre:
E mais:
Pra
saber viver não basta morrer, Leonardo
Boff, Luchino Visconti, Emerson &
Lake & Palmer, Núbia Marques, Felicitas, Pedro Cabral, Psicodrama
& Teatro Espontâneo aqui.
Literatura
de Cordel: História da princesa da Pedra Fina, de João Martins de Athayde aqui.
Robimagaiver:
pipoco da porra aqui.
Dhammapada,
Maslow, Educação & Responsabilidade civil da propriedade aqui.
O
romance e o Romantismo aqui.
Literatura
de Cordel: Brasi caboco, de Zé da Luz aqui.
Querência
& a arte de Mazinho, Fiódor Dostoiévski, Igor
Stravinsky, Saulo Laranjeira, René Clair, Joseph
Tomanek, Veronica Lake, Erich Sokol & Bioética:
meio ambiente, saúde e pesquisa aqui.
Danos
Morais & o Direito do Consumidor aqui.
Interpretação
e aplicação do Direito aqui.
Direito
como fato social aqui.
Concurso de Beleza, Vinicius de Morais,
Carlos Zéfiro & Nik aqui.
Sindicato
das Mulheres Feias, Saúde & Sexo, Humor, Papo vai & papo vem aqui.
CRÔNICA
DE AMOR POR ELA
CANTARAU:
VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Recital Musical Tataritaritatá
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