NESGA – O mundo, coração,
sentimentos esborram sonhos, canções não se calam, mesmo entre arranhões e
brigas, é a vida. Ruazinha ali da beira, passeio na praça, mesmo do amor há
esperança se viceja, mesmo quando tudo se estanca e consterna, entorna e muito
se incompreensões acontecem. Quando há brio o fato é muito, alavancas revolvem
túmulos, invólucros dessacralizados, dilemas, infrações, vilezas, quantas
injustiças e covardia, talhos e feridas. É fácil ver-se sucumbindo às convenções:
sombras, trevas, consternação, nunca é tarde para mudar. Pior é ver-se perdido.
O coração e o mundo, o indizível e o indivisível, a vida nasce, a luz e o amor,
é a vida. Quando vem o ermo, leva tempo angústias, quantas guerras e
dessemelhanças, alfinetes que lambem os olhos, canhões imensos em tantas bocas,
punhais nas almas, caminhos por arame farpado, uma guerra inteira em cada
peito. O que será da nova era, cordeiro pastando oito horas e depois orar para
sabe-se lá quem entre gemidos, desejos perdidos, nenhum lance de gol, zoada nas
faixas de rádio, sirenes e buzinas, discursos como algaravias que saem do
planalto central de forma alheia aos desacolhidos. Sonhar para reflorir é
possível, tudo pode ser feito, alguma coisa para fazer e quando menos se espera,
tudo pode acontecer. É a vida. © Luiz Alberto Machado. Direitos
reservados.
DITOS & DESDITOS – A
linguagem é como uma pele: com ela eu entro em contato com os outros. Toda a
recusa duma linguagem é uma morte. O fascismo não é impedir-nos de dizer, é
obrigar-nos a dizer. Toda a lei que oprime um discurso esta insuficientemente
fundamentada. Encontro pela vida milhões de corpos; desses milhões posso
desejar centenas; mas dessas centenas, amo apenas um. O outro pelo qual estou
apaixonado me designa a especialidade do meu desejo. A ciência é grosseira, a
vida é sutil, e é para corrigir essa distância que a literatura nos importa. A
literatura não permite caminhar, mas permite respirar. Pensamento do escritor,
sociólogo, filósofo, semiólogo e crítico literário francês, Roland Barthes
(1915-1980). Veja mais aqui, aqui & aqui.
ALGUÉM FALOU: Existe um mistério muito grande que, no
entanto, faz parte do dia-a-dia. Todos os seres humanos participam dele, embora
muito poucos reflitam sobre ele. A maioria simplesmente o aceita, sem mais
indagações. Esse mistério é o tempo. Existem calendários e relógios que o
medem, mas significam pouco, ou mesmo nada, porque todos nós sabemos que uma
hora às vezes parece uma eternidade e, outras vezes, passa como um relâmpago,
dependendo do que acontece nessa hora. Tempo é vida. E a vida mora no coração.
Pensamento do escritor e antropólogo alemão Michael Ende (1929-1995). Veja mais aqui.
ACONTEÇA O QUE ACONTECER – [...]
Pequeno perguntou:
– Mas, quando tivermos morrido
e partido, você continuará me amando, o
amor continua? Grande abraçou
Pequeno carinhosamente enquanto contemplavam a noite, a lua na escuridão e as estrelas
brilhantes. – Pequeno, olhe as
estrelas, como brilham: algumas já morreram faz tempo. Mas elas continuam brilhando no céu
noturno, para você ver, Pequeno, que o
amor, como a luz das estrelas, nunca morre...
[...]. Trecho extraído da obra
No matter what (Bloomsnury, 2005), da escritora e ilustradora escocesa Debi Gliori.
CELEBRAR
ESTE MUNDO - Celebrar
este mundo adivinhando / a incurável leveza, a inabalável / certeza do
esplendor interminável / da luz de Deus, aurora ruminando / para sempre a
quietude do imutável. / Somos reflexos dessa luz, um bando / de flamingos
ardendo, misturando- / se ao sol nascente, ao inimaginável / incêndio
indescritível, todo asas, / todo luz… Somos feitos como brasas / abrindo o voo,
somos como o voo / dos flamingos em brasa ao oriente… / E nunca há de apagar-se
aquele ardente / sol perfeito que neles se espelhou. Poema
do poeta Bruno Tolentino (1940-2007).
Veja mais aqui.
EDUCAÇÃO SEXUAL & GRAVIDEZ NA
ADOLESCÊNCIA – Nos dias atuais, quando os jovens iniciam a sexualidade tão
precocemente, desavisados dos altos riscos que poderão advir, nada mais sensato
do que se lhes prestar toda a gama de informações a respeito. Isto porque o
aumento progressivo de gravidez de adolescentes e o grande avanço das doenças
sexualmente transmissíveis estão a exigir urgentes providências, para que os
alunos estejam perfeitamente informados. Mediante tais fatos, é importante que
a escola esteja pronta para ministrar, instruir e, consequentemente, formar jovens,
principalmente aos alunos do Ensino Fundamental, cuja idade varia de sete aos
quatorze anos, quando seus interesses começam a voltar-se para a sexualidade.
Principalmente depois da edição da Lei 9.394/96, estabelecendo as diretrizes e
bases da educação nacional, onde a educação passa a abranger os processos
formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no
trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e
organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais. A partir da
citada lei, vieram os parâmetros curriculares nacionais e, com ele, a adoção da
orientação sexual como tema transversal, perpassando toda as disciplinas do
ensino fundamental, visando uma globalização curricular. Com isso que se
evidencia o presente estudo de pesquisa pautado na temática "Educação sexual & gravidez na
adolescência no contexto do ensino fundamental", no sentido observar
os princípios da LDB, a normatização estabelecida nos PCN´s, a
transversalização da orientação sexual, a aprendizagem e a formação do aluno do
ensino fundamental mediante tal temática.
A ADOLESCÊNCIA - A adolescência é um
período de mudanças orgânicas e psicológicas e, ao mesmo tempo, um momento de
descobertas, dentro e fora de si próprio. E pelo fato de que o adolescente vive em busca de conhecimentos,
principalmente em relação à sexualidade com questionamentos que com certeza
geraria uma lista imensa. Tendo em vista as inquietações que assolam o
adolescente, é necessário que se enfoque os mais diversos temas que envolvem a
sexualidade, no sentido de proporcionar uma verdadeira e eficiente orientação
sexual. Por outro lado, a gravidez precoce é uma das ocorrências mais
preocupantes relacionadas à sexualidade da adolescência, com sérias
conseqüências para a vida dos adolescentes envolvidos, de seus filhos que
nascerão e de suas famílias. Por esta
razão, que o presente se justifica, pelo o entendimento de que a sexualidade
surge em todas as idades, pela necessidade de se responder às dúvidas
diretamente sobre o assunto, incluindo temas sobre educação sexual e cabendo ao
educador desenvolver uma ação crítica e reflexiva sobre o assunto. Justifica-se
mais porque a orientação sexual no tocante à gravidez na adolescência deve
contribuir para que os alunos exerçam sua sexualidade com prazer e
responsabilidade, exercitando a cidadania, respeitando a si e aos outros,
garantindo direitos básicos como a saúde, informação e conhecimento.
EDUCAÇÃO E GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA
- Tem sido tarefa difícil explicar a causa de existir tantas adolescentes
grávidas, e seu crescente número a cada ano. De um lado, alguns profissionais
apontam para a falta de informação, de outro, a questão centra-se numa busca
pela identidade por parte dos adolescentes. Cabe o estudo e a reflexão acerca
das várias possibilidades que levam à gravidez na adolescência. A partir disso,
observa-se que Kalina (1999) define que na adolescência, ocorre uma profunda
desestruturação da personalidade e que com o passar dos anos vai acontecendo um
processo de reestruturação, onde a questão familiar e social funciona como
co-determinante no que resulta enquanto crise, especialmente, à conquista de
uma nova identidade. O amadurecimento sexual do adolescente, de acordo com Tiba
(1996), acontece de forma rápida, simultaneamente ao amadurecimento emocional e
intelectivo, iniciando então, o processar na formação dos valores de
independência, que acaba por gerar pensamentos e atitudes contraditórios,
especialmente quanto a parceiros e profissões. Já Aberastury (1983) diz se
tratar de uma luta difícil para o adolescente encontrar uma identidade, que
ocorre num processo de longa duração, além de lento, neste período, em que os
jovens vão construindo a base final da personalidade, de seu perfil adulto.
Este processo acontece por meio de tentativa e erro, em sua maior parte,
buscando o verdadeiro eu, e acaba por sofrer agonias e dúvidas, querendo ser
diferente do que fora em sua infância, num buscar uma identificação própria e
diferente. Vê-se, com isso, a enorme
responsabilidade educacional durante o processo de adolescência, e Sayão (1995)
confirma tal postura com relação aos filhos, que crescem e aos pais cabe a
preparação sobre as mudanças no corpo e o aprendizado de como lidar com as
questões sexuais, usando de honestidade e se preocupando em transmitir valores,
além das regras. Ao se tratar sobre prevenção da gravidez, pode-se encontrar
inúmeras pesquisas realizadas através de universidades ou do ministério da
saúde brasileiro, onde revelam constantemente que grande parte da população tem
tido a informação básica necessária sobre o uso de anticoncepcionais, e que
apesar dos adolescentes possuírem este conhecimento, acabam mantendo um
relacionamento sexual sem tomar os cuidados necessários e assim, engravidam
inesperadamente. Conforme Duarte (1997), pode-se compreender que a gravidez na
adolescência não é um episódio, mas um processo de busca, onde a adolescente
pode encontrar dificuldade e acaba por assumir atitudes de rebeldia. Assim,
aumentar a freqüência de informações dentro das escolas, através das aulas é
uma boa forma colaboradora, até que este assunto se incorpore definitivamente
na cultura do adolescente, isso porque a televisão em seus diversos horários,
inclusive os de grande audiência, transmite cenas de erotismo e sensualidade,
podendo, também, apresentar cenas de prevenção e cuidados a este respeito, em
boa dose e intensidade, não apenas em alguns momentos especiais, aumentando
conseqüentemente, o estímulo a esta prática fundamental de prevenção, que se dá
muito por meio da vontade. Partindo então do princípio de que a Orientação
Sexual se propõe a fornecer informações sobre sexualidade e a organizar um
espaço de reflexões e questionamento sobre postura, tabus, crenças e valores a
respeito de relacionamentos e comportamento sexuais, passa, então, a abranger o
desenvolvimento sexual compreendido como: saúde reprodutiva, relações
interpessoais, afetividade, imagem corporal, auto-estima e relações de gênero;
e enfocando as dimensões fisiológicas, psicológicas e socioculturais da
sexualidade através do desenvolvimento das áreas cognitiva, afetiva e
comportamental, incluindo as habilidades para a comunicação eficaz e a tomada
responsável de decisões. Desta forma, o trabalho de Orientação Sexual procura
ajudar crianças e adolescentes a terem uma visão positiva da sexualidade, a
desenvolverem uma comunicação clara nas relações interpessoais, a elaborarem
seus próprios valores a partir de um pensamento crítico, a compreenderem o seu
comportamento e o do outro e a tomarem decisões responsáveis a respeito da vida
sexual, agora e no futuro. Por esta razão, a escola e o professor assumem
papéis fundamentais na abordagem da sexualidade, notadamente a gravidez na
adolescência, no sentido de, assim, prevenir através das observações a respeito
das causas e seus danosos efeitos na vida do adolescente. E é neste sentido que
se faz necessário articular a educação, buscando a partir da LDB, dos PCN´s ,
da transversalização do tema orientação sexual, das diversas teorias
disponíveis a respeito dos estudos efetuados por autoridades no assunto, da
própria observação do comportamento e entendimento do aluno na sala de aula a
respeito do tema proposto, além da investigação de que forma pode se efetivar
uma prática pedagógica eficiente para prevenir a gravidez na adolescência entre
os alunos do ensino fundamental.
REFERÊNCIAS:
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escola. Alternativas teóricas e práticas. São Paulo: Summus, 1997.
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Nacionais: pluralidade cultural, Orientação sexual. Secretaria de Educação
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um novo olhar sobre a gravidez na adolescência. Rio de Janeiro: Rocco, 2000.
DE LAMARE, Rinaldo. A vida de nossos
filhos: 2 a 16 anos. Rio de Janeiro. Bloch., 1992.
DUARTE, Albertina. Gravidez na
adolescência: ai como eu sofri por te amar. Rio de Janeiro: Arte e Contos,
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escola: mito e realidade. São Paulo: Mercado de Letras, 1995.
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impedida: adolescência e sexualidade no espaço escolar. In: Sexualidade na
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RIBEIRO, M. Educação sexual: novas
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RIBEIRO, P. R. M. Educação sexual
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escola: os territórios possíveis e necessários. In: Sexualidade na escola:
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SAYÃO, R. Saber o sexo? Os problemas
da informação sexual e o papel da escola. In: Sexualidade na escola:
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SOUZA, P. N. P, de.; SILVA, E. B.
da. Como entender e explicar a nova LDB. São Paulo, Pioneira, 1997.
SUPLICY, M. et al. Sexo se aprende
na escola. São Paulo: Olho d'Água, 1998.
__________. Educação e orientação
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__________.Conversando sobre sexo.
Rio de Janeiro: Vozes, 1994.
TIBA, Içami. Sexo na adolescência.
São Paulo: Ática, 1996.
VITIELLO, N. Sexualidade: quem educa
o educador. Um manual para jovens, pais e educadores. São Paulo: Iglu, 1997. Veja mais aqui, aqui e aqui.
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