quarta-feira, janeiro 02, 2008

TANIZAKI, WARNIER, ASHA, MÁRCIO BARALDI, SANDRA WERNECK, RAIMUNDO FONTENELE, CAPITAL HUMANO, INTERNET & INCLUSÃO!



GESTÃO DO CAPITAL HUMANO – Um modelo de gestão tem provocado uma verdadeira revolução na sociedade e nas organizações, tendo em vista a assimilação do capital físico e financeiro cederem espaço ao capital intelectual, nos dias atuais, considerado como o principal ativo das empresas e organizações. Tal evidência se deu em virtude do processo de globalização em vigência, juntamente com as mudanças tecnológicas na profusão da oferta de informações e valorização do conhecimento, demandando a utilização de metodologias modernas de gestão, por constituírem instrumentos capazes de coletar, tratar, analisar e fazer uso das informações disponíveis no mundo sobre tendências, eventos, inovações, novos mercados etc., e propiciando às empresas e organizações a tomada de decisões estratégicas para o presente e o futuro. Vive-se a era do conhecimento e da informação, em que o mundo jamais teve um volume tão grande de informações transmitidas em tempo real, bem como, as necessidades das pessoas são alteradas a todo o momento fomentado pelo consumismo. Neste contexto, é importante entender como as organizações estão preparadas ou se preparando para suprir as expectativas desse mercado e como o capital humano nessas organizações está sendo desenvolvido e integrado a esse processo. A era do conhecimento vigente tem destacado a avaliação do poder lucrativo e de continuidade da empresa, sob a ótica de um verdadeiro capital humano, um intangível, que se já era de interesse dos estudiosos no passado, passou a ganhar um relevo especial nos dias atuais, tendo em vista ser o capital intelectual um valor de poder empresarial, imaterial, mas determinável. Por esta razão, a valorização do capital humano é a valorização dos produtos da organização e o principal cliente destes produtos devem ser os próprios funcionários. Desta forma, as organizações devem oferecer, se possível, benefícios aos funcionários e sua família e além disto, aplicar um tratamento adequado aos mesmos, de maneira que sejam vistos como pessoas e não como máquinas. A organização, por seu turno, indica os objetivos que pretende alcançar, focalizando crescimento profissional que fortaleçam e proporcionam às pessoas um ambiente acolhedor e agradável, com plena autonomia e liberdade para escolher a maneira de realizar seu trabalho. Tendo em vista que as pessoas são consideradas parceiros e colaboradores e não funcionários batedores de ponto. A relação organização e individuo deve ser uma relação de reciprocidade. As pessoas trabalham em uma organização porque esperam que sua participação satisfaça alguma necessidade pessoal. Por esta razão o presente trabalho tem por objetivo abordar a temática da Gestão do Capital Humano, considerando as mudanças que vêm ocorrendo e aquelas possíveis de se anteverem que representam um forte estímulo às organizações para repensarem suas estratégias. INFORMAÇÃO E CONHECIMENTO NA ORGANIZAÇÃO: O processo de transformação ocorridas nas últimas décadas por força do desenvolvimento tecnológico, notadamente no campo da informação, viu-se operacionalizar a aldeia global estreitando o espaço e, por conseqüência, as fronteiras entre países, organizações e pessoas. Com isso, os novos meios de comunicação oriundos da revolução da Era da Informação onde uma quantidade de informações circula pelos meios eletrônicos numa velocidade notável e proporcionando conhecimentos que estão disponíveis para aplicação no desenvolvimento profissional das organizações empresariais. Neste sentido, Stewart (1998, p. 41) observa que "(...) a Era da Informação influenciou o ambiente de trabalho em escritórios e como o Capital Intelectual se comportou”, interligando lojas, pessoas, fornecedores, consumidores, empresas, criando, segundo o autor mencionado, o sucesso da economia baseada no conhecimento, só dependendo de novas habilidades e novos tipos de organizações e gerenciamento. Para isso, alerta o autor supra mencionado que o conhecimento é a principal ferramenta de sucesso de uma organização. Isto porque, pela sua própria característica, o enfoque da Era da Informação são os ativos intangíveis que nunca desaparecerão, pelo contrário, serão sempre negociados, porém com mais exigências, competitividade por parte do mercado. É esse fato, conforme Stewart (1998) que justifica investimentos em capital intelectual, pois esse recurso dará aos processos de fabricação, aos produtos e aos serviços a inovação necessária para atender o mercado e conseguir competitividade nos negócios. A partir disso, Crawford (1994), Antunes (2000) e Wernke (2003) chamam atenção para a transformação de uma economia globalizada em uma outra economia mundialmente competitiva e baseada na informação e no conhecimento, uma vez que a característica encontrada na Era da Informação está na geração de riquezas através do produto do conhecimento. Nisso, assinala Vicente (2002) que o poder econômico concentra-se nas mãos dos que possuem informação e sabem como tirar bom proveito delas, da mesma forma com que empreendedores modernos transformam as informações em conhecimento, que por sua vez, geram idéias úteis e as colocam em prática. É quando Sveiby (1998) chama atenção para o fato de que o combustível dessa nova era econômica é a própria informação que fornece subsídios para o enriquecimento do conhecimento. Razão esta com que Brandalize et al (2005) entende que na Era da Informação estão mais acessíveis as informações na formação do conhecimento, devido à constante evolução dos meios de comunicação e informática que desenvolveram nos últimos anos, por exemplo, o telefone-celular, a Internet e o DVD. Foi esse processo tecnológico que, segundo Drucker (1996) e Sveiby (1998), que redefiniu o tempo de trabalho e extinguiu vários postos como conseqüência da informatização, promovendo uma maior interação entre as economias, os mercados, as empresas e os consumidores. Em virtude disso, assinala Stewart (1998) que as organizações empresariais atualmente estão valorizando muito mais seu capital intelectual do que os demais recursos, porque perceberam que este capital é o recurso-chave para seu desenvolvimento, uma vez que, para ele, o dinheiro tem poder, mas não pensa; as máquinas operam, muitas vezes melhor do que qualquer ser humano, mas não inventam. Esta, portanto, segundo Stewart (1998), a razão da valorização que se está refletindo no aumento de investimento em capital intelectual em detrimento aos ativos tangíveis, porque, segundo o autor mencionado, o componente intelectual aumentou e o físico diminuiu, portanto, o produto ou serviço são reflexos, em sua maior parte da inteligência do que o processo que o fabricou. Importando, assim, destacar que, segundo Chiavenato (1999), a informação por si só, não reflete os sucessos empresariais, sociais, dentre outros, pois, mais sim, pelo seu conjunto, ou seja, a forma pela qual ela poderá favorecer. Chiavenato (1999) destaca também, que, para aproveitar efetivamente estas informações, deve-se primeiramente conhecê-las, saber suas fontes, analisá-las, para depois emitir opiniões, conclusões e decisões. Mediante isso, Drucker (1996), Sveiby (1998) e Stewart (1998) entendem que o processo da revolução tecnológica exigiu das organizações empresariais adequações que implicam na necessidade de avaliação, e atualizar a organização para acompanhar e aproveitar os progressos tecnológicos. As organizações excelentes, segundo os autores mencionados, não são as que detêm a tecnologia mais avançada e sofisticada, mas aquelas que sabem extrair o máximo proveito de suas tecnologias atuais. Para eles, o preparo e a capacitação das pessoas que aplicam e operam a tecnologia contribui com a eficiência potencial, mas são as pessoas que determinam à eficiência real e a eficácia do processo; elas são a mola mestra que movimenta as empresas. Isto porque, para autores mencionados, as organizações que souberem escolher e utilizar a tecnologia de forma apropriada para atingir seus objetivos serão mais bem sucedidas. Defendem então, Drucker (1996), Sveiby (1998) e Stewart (1998) que haverá necessidade de se efetuar melhorias no complexo organizacional, seja no ambiente interno, aumentando a eficácia organizacional agilizando estruturas, processos, burocracia e comunicação, adoção estratégica da tecnologia da informação, bem como a melhoria da administração de recursos informatizados. Neste sentido, vê-se o quão importante tornou-se a procura pelas organizações empresariais por meio da competência intelectual para o desenvolvimento dos seus produtos e conceitos empresariais. É conveniente mencionar também, com base em Staiger (1971), Chiavenato (1999) e Padoveze (2000), a importância na transição ocorrida entre a Era Industrial com o advento da Era do Conhecimento, proporcionando a evidência do reconhecimento e importância do capital intelectual como gerador de desenvolvimento. Na Era o Conhecimento, segundo Crawford (1994), Edvinsson e Malone (1998) e Davenport (2001), o conhecimento passou a ter uma importância fundamental em todas as atividades econômicas, como seu principal ingrediente, como um bem humano, pois, segundo os autores mencionados, é o conhecimento o recurso econômico mais valioso para competitividade das empresas e das nações. Assim, o conhecimento, segundo Fitz-Enz (2001), na sua adequada aplicação permite captar a informação disponível para todos e transformá-la rapidamente em oportunidades de novos produtos ou serviços, antes que os concorrentes consigam fazê-lo, e esse é o diferencial, muitas empresas têm acesso a informações e sem as pessoas capacitadas e com capital intelectual que possam transformar em oportunidades de nada adianta a informação. Por esta razão, Oliveira et al (2007), chama atenção para o fato de que é necessário valorizar esse capital humano para a competitividade empresarial, pois os recursos humanos são os principais responsáveis pelo desempenho das empresas e constituem vantagens competitivas no mercado cada vez mais exigente. Nesse contexto encontra-se o conhecimento individual que, segundo Edvinsson e Malone (1998), é aquele que se acha representado pela educação, experiência, habilidades e atitudes das pessoas que trabalham na empresa, havendo, pois, sempre a preocupação da empresa pelo aprimoramento cultural do empregado e na valorização do ativo intelectual. Com isso, Prado e Souza (2001) evidenciam que a capacidade intelectual do empregado, moldada a um sistema de trabalho específico e com método adequado, é importante para o êxito da organização, porque segundo os autores mencionados, a diferença se fará em razão deste ativo imaterial, em virtude do fato de que quanto maior o conhecimento maior a probalidade de eficácia. Por conseqüência, Edvinsson e Malone (1998), quanto maior for a eficácia melhor, portanto, o desempenho patrimonial volvido à prosperidade. Também há neste contexto o conhecimento coletivo que, segundo Herckert (2000), é formado pelo conjunto das parcelas de conhecimentos e de intelectualidades individuais enriquecido pela tecnologia para serem moldados dentro da filosofia empresarial. Isto porque, Edvinsson e Malone (1998), a preocupação com a dinamização e agilidade do complexo de atividades organizacionais precisam da participação de trabalhadores nos processos de decisões da empresa, considerando a experiência e o conhecimento individual, passando a empresa a investir na educação e formação dos seus colaboradores visando obter melhores resultados nas tarefas e atividades da organização. A busca pela gestão do conhecimento na organização empresarial, segundo Chiavenato (1999) se define dentro das áreas de conhecimento no papel da alta administração, voltada diretamente para a importância do crescimento pelo aprendizado e desenvolvimento individual de cada colaborador com conhecimento e criatividade para a competitividade. É também pelo conhecimento que se forma dentro da estrutura organizacional, segundo Padoveze (2000), Herckert (200) e Lima (2001), os capitais humanos e estruturais. Acerca do capital humano, Staiger (1971) e Rodrigues (1995) salientam que se trata da ferramenta contemporânea mais importante para a economia atual do complexo organizacional, uma vez que este é composto pela soma de diversas peculiaridades como, conhecimento, habilidades individuais, valores, cultura, filosofia da empresa, ou seja, a somatória de diversos ativos intangíveis. Por esta razão, conforme Prado e Souza (2001), é necessário a disponibilização de investimentos na formação dos profissionais, buscando sempre um aprimoramento constante de corpo funcional da entidade, agregando valor ao seu capital humano, conseqüentemente, agregando valor ao empreendimento, devendo, ao mesmo tempo, criar mecanismos que procurem preservar esse valioso patrimônio, pois em nenhum momento a entidade considera-se dona desse capital. Daí, para Crawford (1994), o capital humano por sua peculiaridade que é de ser formado por pessoas, está sujeito às oscilações de mercado, às melhores condições e ofertas de trabalho, extremamente volúvel em sua concepção. Por isso, Brandalize et al (2005), chamam atenção para o fato de que é necessário que as entidades criem sistemas que contemplem remuneração por competência, em que se avalie o valor que o empregado agrega ao empreendimento, criando produtos e serviços de qualidade, fatores que fazem os clientes procurarem a entidade e não seus concorrentes. Com isso, segundo Padoveze (2000), há que se entender que a força de trabalho de uma entidade representa a agregação futura de novas potencialidades. No que concerne ao capital estrutural, Herckert (2000) assinala que, diferente do capital humano, cuja propriedade é volúvel, o capital estrutural de uma entidade é perfeitamente mensurável, portanto pode ser possuído e, conseqüentemente, negociado. Isto porque, segundo o autor mencionado, o capital estrutural inclui os conceitos organizacionais e de documentação, a qualidade de seus sistemas informatizados de informações, o relacionamento com os clientes e, a imagem da entidade perante o público, evidenciando, portanto, que gerenciar esse capital é algo novo e importante e organizá-lo é fundamental. Neste sentindo Evinsson e Malone (1998) consideram que o capital estrutural deve ser encarado como se fosse composto por três tipos de capital: organizacional, de inovações e de processos. O capital organizacional, segundo Davenport (2001) compreende os ativos sistêmicos possuídos pela organização empresarial produzindo valor de forma recorrente e contínua por ser este capital de natureza estrutural, da inteligência na garantia de evoluções e entregas e de arquitetura e fluxos. E juntamente com o capital de inovações e de processo, segundo Davenport (2001), formam o capital estrutural da organização. Veja mais aqui e aqui.
REFERÊNCIAS
ANTUNES, Maria T. P. Capital Intelectual. São Paulo: Atlas, 2000.
BRANDALIZE, A.; GOMES L. F.; FRASSON M. A.; AMBRÓSIO P. R.; LANZA R.; MARINE, R. M.. Capital Humano nas Organizações Modernas: a vantagem competitiva. Enanpad, 2005.
CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas: o novo papel dos Recursos Humanos nas Organizações. Rio de Janeiro: Campus, 1999
CRAWFORD, R. Na Era do Capital Humano. São Paulo: Atlas, 1994.
DAVENPORT, T. O. O que ele é por trás das pessoas que investem nele. São Paulo: Nobel, 2001.
DRUCKER, P. F. Sociedade pós-capitalista. São Paulo: Pioneira, 1996.
EDVINSSON, L. e MALONE, M. S. Capital Intelectual. São Paulo: Makron Books, 1998.
FITZ-ENZ, J. Retorno do investimento em capital humano. São Paulo: Makron, 2001.
HERCKERT, Werno. Ativo imaterial e força intelectual. IPAT Boletim, n. 17 UNA Editoria, Belo Horizonte, novembro de 2000.
LIMA, W. G. de. Capital Intelectual e a Contabilidade. Revista de Contabilidade do CRC SP, São Paulo: nº 16, p. 22-28, jun 2001.
OLIVEIRA, Luciel Henrique; ZANUTTO, Luiz Onofre; SILVEIRA, Marco Antonio. O Capital Humano nos Processos de Inovação: estudo exploratório com as empresas associadas ao Grupo de Recursos Humanos de Campinas – GRHUS. São Paulo: SEMEAD/FEA/USP, 2007.
PADOVEZE, C. L. Aspectos da gestão econômica do capital humano. Revista de Contabilidade do Conselho Regional de Contabilidade de São Paulo. São Paulo – SP: ano IV, p. 4-20, dez/2000.
PRADO, C; SOUZA, W. O capital humano na empresa. São Paulo: Vetor, 2001.
PROTEÇÃO. Capital humano. Novo Hamburgo, MPF Publicações, ano VII, n 46, p. 28-43, 1995.
REZENDE, J. F. Gestão do Capital Intelectual. Rio de Janeiro: Campus. 2003.
RODRIGUES, M. C. N. Capital humano. Proteção. Novo Hamburgo, n.46, ano VII, 28-50, out.1995.
STAIGER, Carlos. O Capital humano. Porto Alegre: Sulina, 1971.
STEWART, T. A. Capital Intelectual, a nova vantagem competitiva das empresas. Rio de Janeiro: Campus, 1998.
SVEIBY, K. E. A nova riqueza das organizações: gerenciando e avaliando patrimônios de conhecimento. Rio de Janeiro: Campus, 1998.
TOFFLER, A. A terceira onda. Rio de Janeiro: Record, 1980.
VICENTE, P. A contabilidade de recursos humanos e o capital intelectual das organizações. Curitiba: Conselho Regional de Contabilidade do Paraná, 2002
WERNKE, R. Avaliação do capital intelectual: considerações sobre os métodos mais recentes. Revista Brasileira de Contabilidade, Brasília: Conselho Federal de Contabilidade, nº 142, p. 73-85, julho – agosto, 2003.


Imagem Nu – óleo sobre tela, do artista plástico Vilmar Lopes. Veja mais aqui.


Curtindo o álbum You've Stolen My Heart (Nonesuch Records, 2005), da cantora indiana Asha Bhosle – a rainha do Bollywood & Kronos Quartet. Veja mais aqui.

PENSAMENTO DO DIA – Se a coisa enfeiou de vez pras bandas do paradoxo, proteja o procto do paroxismo, mô fio, que a coisa quando enverga fica que nem encosto fungando no cangote! Tome tento! (LAM). Veja mais aqui.

MUNDIALIZAÇÃO DA CULTURA – No livro A mundialização da cultura (Editorial Notícias, 2002), do advodado e jurista britânico Jean-Pierre Warnier (1924-2005), abordando a temática que envolve questões políticas econômicas, monetárias e salariais dos países industrializados durante os anos 50-90 inspirados na principiologia keynesiana, quando o mundo possuía uma economia planificada, uma economia de mercado e era fragmentado por dois blocos ideológicos, um norte-americano; o outro, soviético. .Foi a partir desse período que surgiram os choques petrolíferos, a explosão dos media e a abertura de paises asiáticos possibilitando o fluxo de capitais, mercadorias e turistas promoveram a mundialização, quando os economistas perceberam o colapso dos fluxos tendo que regressar ao modelo clássico da economia em virtude desse processo que exigia um sistema de concorrência planetário, espacialização das vantagens comparadas, liberalização das trocas e afastamento dos Estados, tudo inspirado na lei do lucro.Com a abertura do bloco Leste e da China, a mundialização procede a uma globalização dos mercados implicando uma escala mundial concorrencial em diversos setores, entre eles o de alimentos, cultura, turismo e entretenimento, levando o autor ao questionamento se a mundialização não é uma americanização do planeta e de que forma as culturas tradicionais das regiões e dos países suportarão ou se comportarão diante desse processo globalizador. Veja mais aqui.

INTERNET: INCLUSÃO PELO SABER OU DESASTRE PELA MENTIRA - A emergência das novas tecnologias culminou com um período de transição consolidada no processo de mundialização das informações e planetarização das comunicações. O advento da computação e da internet, ampliaram o leque de informação e comunicação entre as pessoas, nos mais diversos continentes do planeta. Tal fato levou a uma festiva celebração da democratização dessa informação pela inclusão da comunicação a todos os segmentos sociais, incluindo a todos aqueles que tivessem um acesso à rede. Isto gerou negócios e uma corrida enorme ao uso de computadores e todo um reposicionamento de diálogo a distancia na busca por novos e maiores saberes. Após este momento festivo, houve então o inicio de uma corrente pessimista quanto a promissora rede, revolucionando sem precedentes, o rumo da humanidade. Não, deveras a onda pessimista foi se ampliando. No meio dela, Dominique Wolton engrossa a onda da falência do setor das novas tecnologias, chamando a internet de supermercado de informação. Quer dizer, estão expostas como numa gôndola um número infinito de informações sem o menor critério, confundindo luxo e lixo para todos os gostos. Nasce então o paradoxo que Wolton reclamou de se ter acesso a cada vez mais informações, mas não conseguindo com essa técnica saber mais para ser capaz de melhorar a vida ou abafar a guerra, a barbárie e a desigualdade. Nessa condução, Marc Guillaume, por sua vez, alerta que podemos ser idiotas com a internet, reiterando de forma enfática que podemos ser uns sábios idiotas diante de tanta informação, trabalhando para uma espécie de industrialização da formação. Ou seja, de nada servirá tanta informação se não sabemos como lidar com ela ou não sabemos para que ela serve. É o que traz como polêmica o artigo de José Pacheco Pereira sobre “O culto do amador” onde a internet mata a cultura, quando ele comenta o pessimismo trágico sobre as novas tecnologias, principalmente a internet, onde transita uma série de informações incapazes de discernir entre a ciência e a charlatanice, um verdadeiro Oeste selvagem sem lei e sem ordem. Indubitavelmente que os debates suscitam para uma realidade contraditória e bastante paradoxal na rede, onde há um fluxo enorme de informações em nome da comunicação humana, mas que, segundo o que Wolton defende, é preciso reduzir o espaço da comunicação técnica e relançar uma reflexão sobre a comunicação humana e política. Ou seja, voltar-se para o diálogo humano. Principalmente em respeito ao direito do autor, a definição e proteção da vida privada, a defesa das liberdades públicas. Para ele, a internet deve servir às utopias democráticas e não a um novo sistema de comunicação mercantil. E é isso que se espera da grande rede. REFERÊNCIAS: GUILLAUME, Marc. Podemos ser idiotas com a Internet, uns sábios idiotas. Diário de Noticias. Lisboa (1 de Abr. 2001), p. 45-48. Entrevista a Isabel Coutinho. PEREIRA, José Pacheco. Está a internet a matar a nossa cultura? Público. Lisboa (8 de Set. 2007), p. 37. WOLTON, Domininique. Internet, mas.... Jornal de Letras. Lisboa (14 de nov. 2001), p. 8-9. Entrevista a Carlos Vaz Marques. Veja mais aqui.

AMOR INSENSATO – O livro Amor insensato (Companhia das Letras, 2004), do escritor japonês Junichiro Tanizaki (1886-1965), trata da história de uma rapaz ajuizado que adota uma menina de quinze anos, com o intuito de casar coom ela. Com os anos,a inocência dará lugar às humilhações impostas por uma mulher perversa. Da obra destaco o trecho: [...] Naomi, Naomi, minha Mary Pickford! Que corpo de maravilhosas proporções você possui. E o que dizer então de seus graciosos braços? E essas pernas retas, de contornos nítidos, e dotadas de virilidade, meu coração bradou inconsciente. Não podia deixar de me lembras das atividas bathing girls dos filmes de Mac Sennett, meus favoritos. [...]. Veja mais aqui.

UM CARA QUE BEBIA VENENOS – No livro Venenos (Alcance, 1994), do poeta gaúcho Raimundo Fontenele, destaco o poema Um cara que bebia venenos: Nastassja Kinski me dava choque nos dentes / bebida me deprimia / ingeria venenos sutis / fazia poesia nos bares / era isso: tomava choque nos dentes / sonhando com todas as Nastassjas / agora o mundo é todo pós-tudo / todo moderno / tudo moda / camisas de força são perigosas / em tempos como o nosso / mas soos arvoredos temos galhos / a gente pode ir e vai / em qualquer direção / o céu está coalhado de canalhas / é preciso fugir / voar num sonho / e caminhar vagando / só vagando. Veja mais aqui.

NADA MAIS FOI DITO NEM PERGUNTADO – Em 2004 tive oportunidade de assistir ao espetáculo Nada mais foi dito nem perguntado, de Luis Francisco Carvalho Filho, com direção supervisionada por Marco Antonio Rodrigies, contando histórias de juízes, advogados, réus e promotores no cotidiano da justiça brasileira, numa adaptação de treze histórias do autor da peça teatral. O destaque do espetáculo ficou por conta da atuação da atriz Heloisa Maria. Veja mais aqui.

MENINAS – O documentário Meninas (2005), dirigido por Sandra Werneck com roteiro de Bebeto Abrantes, conta o acompanhamento da cineasta no cotidiano de quatro adolescentes grávidas, entre treze e quinze anos de idade, e a relação delas com os pais e os namorados. Sem condescendência mas com delicadeza, mostra de que modo as meninas encaram a perspectiva de se tornarem mães. Veja mais aqui.


Marcio Baraldi é um dos mais representativos artistas premiados dos quadrinhos brasileiros. Paulista de Santo André, ele figura entre os melhores e mais produtivos cartunistas do país. Nascido em Santo André, em 1966, foi criado no tenso e intenso clima político-sindical que foi marca registrada do ABC paulista nos anos 70 e 80, o que acabou marcando profundamente seu trabalho e personalidade. Seus personagens Roko-Loko e Adrina-Lina, Tatoo Zinho e Humor-Tífer são sucessos de publicações. Ele concedeu uma entrevista que trago para vocês. Veja a entrevista de Marcio Baraldi e mais dele no Tataritaritatá!


 IMAGEM DO DIA
Imagem: a arte do fotógrafo Louis Jean Baptiste Igout (1837-1880).



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