segunda-feira, janeiro 28, 2008

OSWALD DE ANDRADE, RUBEM BRAGA, OLGA MOLINA, SAVIANI, GINSBERG, CONSTITUIÇÃO 88, APRENDIZAGEM, EDUCAÇÃO ESPECIAL & INCLUSÃO



EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSÃO – Abordar a temática da educação especial e da inclusão num trabalho acadêmico, leva a considerar a partir da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabeleceu as Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), notadamente na observância do art. 59, correspondente à educação especial, como sendo a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais (PNE). Um trabalho dessa natureza traz a justificativa em razão do que preceitua o art. 205 da Constituição Federal e a LDB 9394/96, quando da definição pelo pleno desenvolvimento do educando destinado ao preparo para a vida e o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, num processo de atendimento educacional para todos indistintamente, destinando o foco para as discussões atinentes à educação especial e ao educando PNE, carecendo de uma integração para melhor desempenhar seu papel na sociedade e na vida. Assim, terá por objetivo analisar de que forma a Educação Especial possibilita a inclusão de PNE, levantando os pressupostos da Educação Especial, analisando de que forma é desenvolvida por meio da observação acerca da qualificação do professor na sala de aula da Educação Especial, considerando os recursos oferecidos pela escola para o desenvolvimento das atividades pedagógicas em salas com PNE e avaliando as perspectivas dos profissionais no processo de inclusão na Educação Especial. Abordará, portanto, o papel da educação, o processo de inclusão e o papel do professor nessa temática, utilizando-se uma metodologia que se desenvolverá em duas etapas: a primeira delas, bibliográfica, reunindo leituras e considerações a respeito das expressões conceituais dos mais importantes estudiosos do assunto e, na segunda etapa, desenvolver uma pesquisa de campo utilizando-se de instrumento questionário que envolva o universo de professores de um educandário, onde os respondentes possam consignar suas opiniões para identificação da realidade. O que se tem encontrado nesse tocante é a a necessidade requerida pelos respondentes de se efetuar maior capacitação dos profissionais e na exigência da escola dispor de melhores recursos para o processo em questão para o desenvolvimento da educação especial no alcance da perspectiva da educação inclusiva. Segue algumas bibliografias básicas para o desenvolvimento do estudo. Veja mais aqui e aqui.

REFERÊNCIAS
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ARROYO, Miguel. Educação no Brasil: para quem? Para onde? Brasília: Revista de Educação da CNTE, 3:III, dez/1996.
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GIROUX, Henry. Teoria crítica e resistência em educação. Petrópolis: Vozes, 1986.
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SANTOS, Monica Pereira. A família e o movimento pela inclusão. In: Educação especial: tendências atuais. Brasilia: MEC/SEED, 1999.
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YUS, Rafael. Temas transversais. Porto Alegre: Artmed, 1998.


APRENDIZAGEM – A aprendizagem é o processo por meio do qual a experiência e a prática geram uma alteração relativamente permanente no comportamento efetivo ou potencial. Do ponto de vista do desenvolvimento, o conhecimento humano reúne as habilidades que se acumulam durante toda vida. Em vista disso, a aprendizagem é interativa porque ocorre por meio da interação ativa com o ambiente, sendo, portanto, a maneira pela qual se dá a capacidade de uso de aprendizagens anteriores que dependem de circunstancias atuantes no momento presente. CONDICIONAMENTO REFLEXO, CLÁSSICO OU RESPONDENTE – Também denominado de reflexo aprendido, foi criado pelo fisiologista russo Ivan Pavlov, é um tipo de aprendizagem associativa e é seletivo deixando evidenciado que para que ele ocorra são necessários repetidos emparelhamentos. O condicionamento clássico é usado para modificar uma reação indesejada. Os intervalos são importantes para estabelecer uma resposta condicionada. O emparelhamento intermitente se dá quando ocorre um estímulo condicionado (EC) e um estímulo não condicionado (ENC), reduzindo tanto a velocidade de aprendizagem como a intensidade final da resposta. John Watson utilizou-se desse tipo de condicionamento para tratar do pequeno Albert. Mary Cover Jones demonstrou uma maneira de perder os medos pelo método utilizado por Watson. Ela foi pioneira nesse procedimento ao emparelhar a temida imagem de um rato com o agradável ato de comer doces. Joseph Wolpe adaptou o método de Jones para tratamento de certos tipos de ansiedade, deduzindo que os medos irracionais são aprendidos ou condicionados, também podem ser desaprendidos por meio do condicionamento. Esse procedimento gerou a terapia da dessensibilização. Essa teoria compreende o sistema de profundo relaxamento muscular, elaborando uma lista de situações que instigam diversos graus de medo ou ansiedade, que vão desde as intensamente produzidas até as que são pouco assustadoras. Martin Seligman concebeu o conceito de predisposição, segundo o qual algumas coisas imediatamente se tornam estímulos condicionados a reações de medo porque possui predisposição biológica para aprender essas associações. Por meio desse conceito ele explica o fato de certas respostas condicionadas serem adquiridas tão facilmente. A facilidade com a qual se desenvolve a aversão condicionada ao sabor, ilustra a ocorrência da predisposição. Assim, a aversão ao sabor é a sensação de náusea ou repulsão que são adquiridas de forma muito rápida. Também denominado de Efeito de Sauce Bearnaise por Martin Seligman, basta um emparelhamento de um sabor com o mal estar para que ele seja evidenciado. CONDICIONAMENTO OPERANTE OU INSTRUMENTAL – Esse tipo de condicionamento consiste em aprender a emitir ou a inibir uma certa resposta em razão das consequências que ela pode ter. os comportamentos operantes são diferentes das respostas envolvidas no condicionamento clássico porque são emitidos voluntariamente, ao passo que estas são produzidas por estímulo. Edward Lee Thorndike concebeu a abordagem experimental denominada de Conexionismo, evidenciando conexões entre estímulos e resposta (E – R), alegando que a aprendizagem envolve uma reflexão inconsciente, utilizando-se de uma caixa-problema para demonstração de sua teoria. A sua conclusão levou ao entendimento de que tendências de respostas mal sucedidas tornam-se menos frequentes, enquanto as de êxito eram incorporadas. LEI DO EFEITO – Para Thorndike, essa lei compreende que todo ato que atua numa dada situação produz satisfação, ficando associada a essa situação, de maneira que quando a situação se repetir, o ato terá maior probabilidade de novamente ocorrer. As conexões E – R são fortalecidas se forem seguidas de recompensas e enfraquecidas se acompanhadas de punição. Inversamente, se causa desconforto terá maior probabilidade de não se repetir. LEI DO EXERCICIO OU DE USO E DESUSO – Segundo essa lei, toda resposta dada numa situação particular fica associada a essa situação. Quanto mais usada, mais fortemente a resposta associada. Inversamente, o desuso prolongado da resposta, enfraquece a associação. A melhoria só ocorre se for seguida de uma informação retroativa positiva ou recompensa. A pratica sem conhecimento das consequências do ato não possui efeito sobre a aprendizagem. INSIGHT E MÉTODO TOP-DOWN - Wolfgang Kohler estudou macacos antropoides sobre a capacidade de resolução de problemas dos chipanzés. As soluções exigiam o método indireto, o experimento denominado de insight dos chipanzés. O insight é a habilidade para conceituar um problema de um modo único que permita a resolução. A solução do problema era empilhar caixotes colocando um sobre o outro até alcançar o cacho de banana. O método top-down enfatiza a natureza estruturada, planejada e conceitual em vez da tentativa e erro. A aprendizagem anterior pode ser frequentemente utilizada para ajudar a solução de problemas por insight, tendo sido demonstrado por Harry Harlow que concluiu a atividade de aprender a aprender, estabelecendo um contexto de aprendizagem relacionada ao problemas. A aprendizagem por insight é particularmente importante para os seres humanos que precisam aprender não apenas coisas corriqueiras, mas também das ideias éticas e culturais tão complexas quanto o valor do trabalho árduo, a ajuda ao próximo, entre outros. Outros importantes nomes do condicionamento instrumental foram Hull, Tolman, Spence e Skinner. Foi Edward Chace Tolman um dos pioneiros da aprendizagem cognitiva, argumentando que não é necessário exibir a aprendizagem para que ela tenha ocorrido. Ele batizou de aprendizagem latente a aprendizagem que não é aparente porque ainda não foi demonstrada. Essa aprendizagem encontra-se armazenada internamente a ainda não reflete no comportamento. Os psicólogos propuseram que esse tipo de aprendizagem fica armazenado sob a forma de uma imagem mental, ou mapa cognitivo. Quando chega o momento adequado, o sujeito é capaz de se lembrar da imagem armazenada e colocá-la em uso. REFORÇO – É um tipo de consequência do comportamento que aumenta a probabilidade de determinado comportamento se repetir. Relação entre o organismo e o ambiente na qual o organismo emite uma resposta por meio do comportamento e produz alterações no ambiente. O reforço são estímulos cuja apresentação aumenta a probabilidade de um comportamento. Quando uma consequência aumenta a probabilidade de ocorrência de um comportamento operante, é chamada de reforçadora. Quando diminui essa probabilidade é chamada de punidora. Essas relações constituem a base da lei do efeito ou princípio do reforçamento, considerando que comportamentos sempre recompensados têm grande probabilidade de se repetir, ao passo que comportamento sempre punidos tendem a ser eliminados. Os reforçadores positivos aumentam a probabilidade de ocorrência de um comportamento por adicionar algo recompensador à situação. Os reforçadores negativos provocam o mesmo efeito ao subtrair da situação algo desagradável. Quando uma ação é imediatamente seguida de um reforçador, tendemos a repeti-la, mesmo que ela não tenha, na verdade, produzido esse reforço. Tal comportamento é chamado de supersticioso. A punição é caracterizada por qualquer evento que diminua a probabilidade de nova ocorrência do comportamento que o precede. Às vezes, depois que a punição é aplicada algumas vezes, não é necessário continuá-la porque a simples ameaça de que ela venha o ocorrer é suficiente. Esse processo é chamado de treinamento de esquiva. A contingencia é a possibilidade de que algo se realize ou não, sendo, portanto, uma eventualidade, acaso, casualidade, possibilidade. No condicionamento operante, as contingências ocorrem entre as respostas e as consequências. As contingências entre repostas e crecompensas são chamadas de esqueças de reforçamento. A contingência de reforço ocorre quando as alterações no ambiente aumentam a probabilidade do comportamento que as produzem voltar a ocorrer na relação do organismo e o meio. A contingência de três termos é a unidade básica do controle do comportamento operante. Fórmula: estímulo discriminativo – resposta – consequência. Na contingência tríplice todos os comportamentos operantes, do mais simples, ao mais complexo, são analisados de acordo com a contingencia tríplice: uma ocasião, uma resposta e uma consequência. Fórmula: O – R – C. Os tipos de estímulos são neutro, condicionado e incondicionado. Possuem relação com o comportamento e as características físicas ou a natureza de um estimulo não podem qualifica-lo como reforçador. Para determinar um reforço ou reforçador deve-se considerar a relação entre o comportamento e a consequência, bem como se ela afeta um determinado comportamento no aumento de sua possibilidade de ocorrência. Os tipos de reforço são naturais e artificiais. Os naturais são aqueles em que a consequência reforçada é um produto direto do próprio comportamento. Os artificiais ou arbitrários são aqueles em que a consequência reforçada é um produto indireto do comportamento. Os efeitos do reforço são aumentar a frequência de um comportamento reforçado, diminuição da frequência de outros comportamentos e diminuição da variabilidade na topografia (forma) da resposta do comportamento reforçado. No processo de modelagem o reforço ocorre por meio de aproximações sucessivas em relação à resposta desejada. O determinante do comportamento operante é a sua consequência que não ocorre no vácuo, os eventos antecedentes também influenciam a probabilidade ocorrência de um comportamento operante. Estímulos associados ao reforço aumentam a probabilidade do comportamento ocorrer quando apresentado e os estímulos que sinalizam a extinção ou punição diminuem sua ocorrência. Assim o comportamento operante é aquele que produz mudanças no ambiente e que é afetado por eles. O comportamento operante discriminado é aquele que se emitidos em um determinado contexto, produzirão consequências reforçadoras. A discriminação operante é o processo comportamental básico no qual as respostas específicas ocorrem apenas na presença de estímulos específicos. No condicionamento discriminado o estimulo fornece contexto, dando chances para que a resposta ocorra. CONTROLE DE ESTÍMULOS – O ambiente apenas altera a probabilidade de ocorrência do comportamento. Assim, o controle de estímulos refere-se à influencia dos estímulos antecedentes sobre o comportamento, considerando-se o efeito que o contexto tem sobre o comportamento. Os estímulos discriminativos são os estímulos que são apresentados antes do comportamento e controlam sua ocorrência. Sinalizam que uma dada resposta será reforçada. Os estímulos delta sinalizam que uma resposta não será reforçada, sinalizando indisponibilidade do reforço ou extinção. O treino discriminativo consiste em reforçar um comportamento de um estímulo discriminativo e extinguir a presença de um estímulo delta, chamando-se reforçamento diferencial. Um controle discriminativo de estímulos é estabelecido quando determinado comportamento tem alta probabilidade de ocorrer na presença de um estímulo discriminativo e baixa probabilidade na presença de estímulos delta; APRENDIZAGEM COGNITIVA – Essa aprendizagem se refere aos processos mentais que acontecem no interior do ser humano quando aprende algo. A aprendizagem latente é qualquer conhecimento adquirido que ainda não foi demonstrado no comportamento. Um dos tipos de aprendizagem latente é o conhecimento da disposição espacial e das relações, que geralmente fica armazenado sob a forma de um mapa cognitivo. Um contexto de aprendizagem é um conceito ou procedimento que fornece a chave para a resolução de um problema, mesmo quando as exigências do problema sejam ligeiramente diferentes das exigências daqueles que já foi resolvido no passado. Os teóricos da aprendizagem social argumento que se aprende muito por meio da observação de outras pessoas que servem de modelos de comportamento ou simplesmente escutando algo. Esse processo é chamado de aprendizagem por observação ou vicária. O principal propositor da teoria da aprendizagem social é Albert Bandura que se refere como teoria cognitiva social. Essa teoria dá ênfase às expectativas, aos insights e às informação ampliando a compreensão sobre como as pessoas aprendem. De acordo com ela, os seres humanos empregam sua capacidade de observação e pensamento para interpretar suas próprias experiências, bem como as de outras pessoas, ao decidir seu modo de agir. Essa importante perspectiva pode ser aplicada à aprendizagem de muitas coisas diferentes, desde habilidades e tendências comportamentais até atitudes, valores e ideias. Veja mais aqui, aqui e aqui.

REFERÊNCIAS
ATKINSON, Richard; HILGARD, Ernest; ATKINSON, Rita; BEM, Daryl; HOEKSENA, Susan. Introdução à Psicologia. São Paulo: Cengage, 2011.
DAVIDOFF, Linda. Introdução à Psicologia. São Paulo: Pearson Makron Books, 2001.
FADIMAN, James; FRAGER, Robert. Teorias da personalidade. São Paulo: Harbra, 2002.
GAZZANIGA, Michael; HEATHERTON, Todd. Ciência psicológica: mente, cérebro e comportamento. Porto Alegre: Artmed, 2005.
MORERIA, Marcio; MEDEIROS, Carlos. Princípios básicos de análise do comportamento. Porto Alegre: Artmed, 2007.
MORRIS, Charles; MAISTO, Alberto. Introdução à psicologia. São Paulo: Pretence Hall, 2004.
MYERS, David. Psicologia. Rio de Janeiro: LTC, 2006.
SCHULTZ, Duane; SCHULTZ, Sydney. Historia da psicologia moderna.São Paulo: Cengage Learning, 2012.


PENSAMENTO DO DIA - [...] o pecado capital da escola pública maldirecionada: assume o compromisso de ensinar toda a população a ler, mas cumpre o compromisso pela metade. Os alunos chegam a ler, mas apenas decodificando os textos, sem alcançar a compreensão verdadeira nem, muito menos, a capaciade de crítica. Iludem-se com o que lêem, porque está impresso, aceitam tudo que vêem escrito, não são autônomos diante do texto. [...] Trecho extraído de Ler para aprender: desenvolvimento de habilidades de estudo (EPU, 1992), da professora Olga Molina.

PROJETO ESCOLA – [...] ser democrático, no sentido de considewrar que os integrantes da ação educativa são capazes de assumir o processo de transformação da educação escolar, sob a ótica dos interesses das camadas majoritárias da população; ser abrangente, significando que todos os integrantes e os diversos componentes da organização escolar sejam avaliados; a atuação do professor e de outros profissionais da escola; os conteúdos e processos de ensino; as condições, dinâmicas e relações de trabalho; os recursos físicos e materiais disponíveis; a articulação da escola com a comunidade; ser participativo, prevendo a cooperação de todos, desde a definição de como a avaliação deve ser conduzida até a análise dos resultados e escolha dos rumos de ação a serem seguidos; ser contínuo, constituindo-se efetivamente em uma prática dinâmica de investigação que integra o planejamento escolar em uma dimensão educativa. Trecho extraído da tese de doutoramento sobre a temática Avaliação da apredizagem: natureza e contribuições da pesquisa no Brasil, no período de 1980 a 1990, apresentada à USP, em 1994, por Sandra Zákia Lian Sousa.

EDUCAÇÃO COMPENSATÓRIA – [...] programas acabam colocando sob a responsabilidade da educação uma série de problemas que não são especificamente educacionais, o que significa, na verdade, a persistência da crença ingênua no poder redentor da educação em relação à sociedade. Assim, se a educação se revelou incapaz de redimir a humanidade através da ação pedagógica, não se trata de reconhecer seus limites, mas de alargá-los: atribui-se então à educação um conjunto de papés que, no limite, abarcam as diferentes modalidades de política social. A conseqüência é a pulverização de esforços e de recursos com resultados paraticamente nulos do ponto de vis propriamente educacional. Trechos extraídos da obra Escola e democracia (Autores Associados,2008), do filósofo e pedagogo Dermeval Saviani. Veja mais aqui e aqui.


O SENHORCarta a uma jovem que, estando em uma roda em que dava aos presentes o tratamento de “você”, se dirigiu ao autor chamando-o de “o senhor”: - Senhora – Aquele a quem chamastes senhor aqui está, de peito magoado e cara triste, para vos dizer que senhor ele não é, de nada nem ninguém. Bem o sabeis, por certo, que a única nobreza do plebeu está em não querer esconder sua condição e esta nobreza tenho eu. Assim, se entre tantos senhores ricos e nobres a quem chamáveis “você” escolhestes a mim para tratar de “senhor”, é bem de ver que só poderíeis ter encontrado essa senhoria nas rugas de minha testa e na prata de meus cabelos. Senhor de muitos anos, eis aí, o território onde eu mando é no país do tempo que foi. Essa palavra “senhor”, no meio de uma frase, ergueu entre nós dois um muro frio e triste. Vi o muro e calei. Não é de muito, eu juro, que me acontece essa tristeza; mas também não era a vez primeira. De começo eram apenas os “brotos” ainda mal núbeis que me davam senhoria; depois assim começaram a me tratar as moças de dezoito a vinte, com essa mistura de respeito, confiança, distância e desprezo que é o sabor dessa palavra melancólica. Sim, eu vi o muro; e, astuto ou desanimado, calei. Mas havia na roda um rapaz de ouvido fino e coração cruel; ele instou para que repetísseis a palavra; fingistes não entender o que ele pedia e voltastes a dizer a frase sem usar nem “senhor”, nem “você”. Mas o danado insistiu e denunciou o que ouvira e que, no embaraço de vossa delicadeza, evitáveis repetir. Todos riram, inclusive nós dois. A roda era íntima e o caso era de riso. O que não quer dizer que fosse alegre; é das tristezas que rimos de coração mais leve. Vim para casa e como sou um homem forte, olhei-me ao espelho; e como tenho minhas fraquezas, fiz um soneto. Para vos dar o tom, direi que no fim do segundo quarteto eu confesso que às vezes já me falece valor “para enfrentar o tédio dos espelhos”; e no último terceto digo a mim mesmo: “Volta, portanto, a cara e vê de perto – a cara, a tua cara verdadeira – ó Braga envelhecido, envelhecido.” Sim, a velhice é coisa vil; Bilac o disse em prosa, numa crônica, ainda que nos sonetos ele almejasse envelhecer sorrindo. Não sou Bilac; e nem me dá consolo, mas, tristeza pensar que as musas desse poeta andam por aí encanecidas e murchas, se é que ainda andam e já não desceram todas à escuridão do túmulo. Vivem apenas, eternamente moças e lindas, na música de seus versos, cheios de sol e outras estrelas. Mas a verdade (ouvi, senhora, esta confissão de um senhor ido e vivido, ainda que mal e tristemente), a verdade não é o tempo que passa, a verdade é o instante. E vosso instante é desgraça, juventude e extraordinária beleza. Tendes todos os direitos; sois um belo momento da aventura do gênero humano sobre a terra. Detrás do meu muro frio eu vos saúdo e canto. Mas ser senhor é triste; eu sou, senhora, e humildemente, o vosso servo. Extraído da obra 200 crônicas escolhidas (Record, 1986), do escritor Rubem Braga (1913-1990). Veja mais aqui e aqui.

VERBO CRACKAR - Eu empobreço de repente / Tu enriqueces por minha causa / Ele azula para o sertão / Nós entramos em concordata / Vós protestais por preferência / Eles escafedem a massa. / Sê pirata / Sede trouxas / Abrindo o pala / Pessoal sarado / Oxalá eu tivesse sabido / Que esse verbo era irregular. Extraído de Memórias sentimentais de João Miramar (Civilização Brasileira, 1978), do escritor Oswald de Andrade (1890-1954). Veja mais aqui.


LIBELO/A PRIMAVERA DE GINSBERG/ANÁTEMA
Letra & Música de Luiz Alberto Machado

LIBELO

O que é legal?
O que é legal?
O que é legal?
O que é legal, porra?!!!!?

Está inscrito no artigo primeiro dos princípios fundamentais da Constituição da República Federativa do Brasil que:
A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: I - a soberania; II - a cidadania; III - a dignidade da pessoa humana; IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; V - o pluralismo político. Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.


O que é legal?
O que é legal?
O que é legal?
O que é legal, porra?!!!!?

Está inscrito no artigo quinto todos os direitos e deveres individuais!


E o que é legal?
O que é ilegal?
O que é ilegal?
O que é ilegal, porra?!!!!?

Ilegal é a saúde pública em petição de miséria!
A educação pública falida!
A Administração Pública corrupta!
A segurança pela hora da morte!
A justiça ineficiente!

Isso é ilegal!
Isso é ilegal!

Onde a dignidade humana?
Onde o exercício de cidadania?

O que é ilegal?
O que é ilegal, porra!!!!


A PRIMAVERA DE GINSBERG
(fragmento)

(...)
Nunca consultando a Constituição pelos atos de exceção ou disposições transitórias que mais confundem já dos tantos artigos e parágrafos dúbios de códigos civis ou penais ou sei lá mais, qual gramática complicada – para que tanta lei, me Deus, se apesar da compulsoriedade jamais será cumprida!!

Ou que por eloquência nossa, mais fácil falar a língua do inimigo como se nada tivesse acontecido;

Ou que por superioridade nossa no meio dessa misturada doida, prescindiríamos de leis e governos;

Ou que por universalidade nossa, adaptaríamos nossa vida à todas do planeta numa carnavalizante existência;

Ou que por sapiência nossa, misturaríamos de tudo para traduzir o sumo do bom e do melhor nos esquecendo da excrescência noturna com que alicerçamos nosso ontem, enlameamos nosso hoje e fabricamos um infecto amanhã;

Qual nada

Se todos os ardis nos iludem na página rotineira de uma novela televisiva;

Se todos os escroques nos remetem aos apuros com malabarismos sentimentais;

Se a todo momento expomos a mão à palmatória num vexame bisonho;

E isso nada tem haver com nosso bocejo perene, oh! plebe ignara!

Chamo de gato ao gato
E ao governante de patife!

Cada qual cuide de si

Pois todos os banquetes do palácio estão regados com nosso sangue de vítimas desmioladas, presas fáceis dos falastrões incorrigíveis, de gestos fesceninos, adeptos de gestapos e fiéis de Gog e Magog;

Qual nada

Cultivemos então nosso orgulho majestoso do jeitinho para tudo, jogando uma bola fenomenal e flertando a bundinha daquelas que seguem para a praia a procura de uma noite por maior prazer, beldades de uma geografia anatômica capazes de esbugalhar os olhos dos mais insensíveis;

Cultivemos nosso orgulho pelos bens adquiridos através do processo de Felipe da Macedônia, felizes por dar uma marretada no otário que sai todo dia de casa com um chapéu que é a porrada da ocasião, da tapeação e ainda sorrir por haver lesado um imbecil;

Pelos presentes de Artarxerxes aos nossos desafetos, fofoqueiros que se metem em tudo como um azarão a nos perseguir;

Pelos que fazem política como pó de Pirlimpimpim e nos conduzem numa nau à deriva, sabe lá, Deus, para onde!!!!

Pelos tolos que cumprem as leis violadas pelos sabidos;

Pelas leis que fazem vista grossa nas dilapidações e nos dão essa segurança de impunidade na rua;

Pelas leis que vão até onde o rei falso quiser – toda lei na mão do feitor!

Pelos que fazem a guerra e ainda se arvoram na petulância de anunciar que o fazem por amor à humanidade, filhos da puta!

Pelos que vivem de julgar a todos segundo seu próprio juízo e vomitam razões esquálidas na mais sectária das visões;

Pelos ambidestros sobre as farândolas dos falidos que cultuam o carnaval para se esbaldar da nossa desgraça e mangar da nossa besteira por santificá-los como bem sucedidos, quando não passam de um vesano sobre os nossos detritos e suas diatribes;

Pelos rabagás, os tais déspotas, cultores de tudo na base do balão de ensaio, postulantes às tendas de meninas fiéis católicas, que mal geram filhos e negam os peitinhos empinados para que não lhe caiam até a barriga desagradando seu patrão;

Por esta multidão andrajosa a exibir suas deformidades, dormindo no ponto, sequer desconfiando da sede do abismo com um riso banguela na hora mágica do gol;

Por essa gente que gosta de tanger gente na maior sem cerimônia;

Por essa gente que leva a riqueza dos outros na pontinha do dedo sem o menor rubor;

Pela história mentirosa que se ensina e a vergonhosa que segreda, quando aqui fenícios deixaram indícios suméricos mais valiosos na pré-cabrália e ninguém se deu conta do que seria, por isso deu no que deu!

• Será, então, um deus moreno, com um olhar tropical, indevidamente preterido, esperando, esperando, esperando por um novo milagre? ah! Para tanto há milagre de abril, cor anil, tão sutil, para ser hostil, com mentiras mil, ah!!!

• Ah! Se um Frínico tivesse aqui o poema da comoção popular!!!

A terra é redonda
E ainda, assim, cagam pelos quatro cantos de mundo!!

(...)
Mas podemos ainda felizes sambar nas praias do nosso lindo litoral nem nos dando conta de tais leviatãs

E ainda podemos sorver uma cerveja gelada no boteco da esquina sem nos incomodar com as cambadas e confrarias de nada no conluio dos interesses;

E ainda gritar de emoção num lance de gol desconhecendo enxames, matilhas ou pragas ou quadrilhas ou súcias ou varas ou glutões ou vilões dos nossos congressos, legiões de algozes duma ação de verdugos com bocarras exuberantes e seus guinchos de sanha aracnídeas, inimicíssimos de nós meridionais;

E ainda podemos remexer o esqueleto na Marquês de Sapucaí, pisando nossos remorsos, aplaudindo lúculus e gangsters e facínoras que financiam as atrofias das nossas vontades!!!!!

E ainda podemos melar os pés no pantanal mato-grossense, desconsiderando homicidas sobre os incipientes lerdos inofensivos que não tem nem deus nem nada para se amparar!!!!

E ainda podemos singrar as águas do São Francisco sem sabermos que somos verdadeiros suicidas na absolvição dos infratores no centro de uma hemorragia de idólatras no urinol!!!!

E ainda podemos passear pelas ruas de Olinda sem prevermos da gatunagem dos que se dizem dermatóglifos de nossa missão, quiromantes do nosso destino, redentores do nosso sofrimento, puta-que-o-pariu!!!!

Quem somos além de usuários de um reino diáspora com falcões nos plenários a nos mostrar o homem e o seu lobo, o predador e a sua presa, o desigual do forte sobre o fraco, deus meu?

Só a poesia tornará a vida suportável!!!!!!!!


ANÁTEMA


Pelo meio do mundo afora
pelo jeito que for e será
pelos ermos caminhos embora
e nos abismos me extasiar
ver o dia vir nascer das mãos
ver o sol se deitar nos olhos
é o meu destino de qualquer pagão
no sereno da noite me molho
e enxugo a pele
não me dera a vida uma escolha
e por sentir amada
na paixão minada, viver
pelo equívoco de quem desama
repudiando deus e todo mundo
vociferando o verso que a veia inflama
num anátema jamais profundo
pelo de dentro e o que vem de fora
pelo embuste que segreda a farsa
procuro pelo que evadiu agora
e no frigir já não vale mais nada
e a pancada insólita
se alastra na culatra
e não foi feita só de mera viva cortesia,
viver
não me resta aqui dizer mais nada
isso é página virada
precisa só viver

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