quinta-feira, janeiro 24, 2008

PAINEL DAS FÊMEAS, HEINE, FLANAGAN, NYOLO, TAO TE CHING, KARFIG, MUSETTA, TERESA, DIREITO & MUITO MAIS!!!


PAINEL DAS FÊMEAS (Imagem: Edição nº 11, ano I, mar/abr, 1998, do tablóide Nascente) – A mulher jaz do meu lado. E de mãos dadas somos finalmente felizes, felizes além da vida, a vida pelo amor. A nossa consanguinidade sob a auréola da paixão, a pérola dela que mastiga meus pensamentos e me atrevo chegar ao seu trono, súdito sem cetro do seu querer, inculto fiel da imagem dela. A quem seria dado à permissão de lhe desposar, que plebeu afortunado alcançaria sua majestade. E renunciando um reinado, seria apenas seu amante, um rei destronado, entronizado apenas pelo amor. A mulher jaz do meu lado. É quase de manhã e a nossa distância cislunar, no que pese ser feliz... ainda sinto seu cheiro quente, seu repouso incólume depois da entrega dos corpos, sem condenação inquisitorial, sem gravidez rejeitada, sem a perseguição de sicários, dorme sem saber Heloísa, sem a despedida de Tzvetaeva pelos vitrais dos sonhos, no prisma de turmalina. A deusa mulher que jaz do meu lado, seu corpo modelado, sua ferida santa e viva, seu jeito grácil: o milagre da prodigalidade. Seu rosto belo, feliz semblante de Thereza, a viúva bela, mais bela sem par. Seu nome endereçado, o seu condão, o seu sexo desejado, sua graça e seu feitio. A mulher jaz do meu lado e insulto primeiro afeto, o seio embaixo da blusa, as mãos ungidas pelo prazer, a boca dos desejos que não se dizem, o corpo de tão puro recheio - os maus pensamentos de Moliére repousam na minha cabeça. Minhas mãos resvalam e apalpo e enlevo pelo evasé de sua saia bandô: as coxas grossas, roliças, a anca macia, a vulva, fulvas redondas, remexe o quadril a minha intemperança, a minha concupiscência. Hei de vê-la ferver no molde exato, a dar o que me falta, coisa feita de coisas que não se dizem. Seu olhar lânguido na avareza do querer, endemoninhando minha sede. Bebo na sua boca a água que me sacia e me incendeia. Testemunho, portanto, seu poder de seduzir minha alma, Deusa Maceió, invado sua maldita reclusa, reclusa que detona o viço, e me engalfinho em seu esconderijo, por suas peças íntimas e intumescido e cheio me afogo, bebo o seu rio, mordo a sua carne - sou seu canibal!!! Índia pura, seu corpo baila no meu Albertville. Achega-me, sua chama me domina. A mira, o alvo, tonta e dança, mais dança o meu coração, a dança do ventre de Sheyla Matos, quando pudesse estimar o meu extermínio. E ela vem tão indomável quanto santa, a se despir - um pênalti na pequena área do meu coração. E ela vem bulindo, dinamitando meus sonhos, a se dissolver em mim, com meu dedo na boca e despejo a minha vida e engole o meu sêmen no centro do feitiço. Viúva alada, dorso febril e a febre e a cintura, roço-lhe o esfíncter até Grafemberg na sua nudez Carolina Ferraz do Pantanal, na penumbra ardente do seu ser, do seu gemido que me extasia no movimento sensual de Margret, de Durga, de Rachel, das três uma de cabelos lisos em seu tamanho menor, da geografia colada no vestido curto no Delicate Sounds of Thunder. Faz valer a minha fantasia e desmaia, oh! coreografia do prazer, bundinha vai-e-vem.. Viúva bela, minha tenda de Maria Brown, me enlaça e diz que sou a camisa dez do seu coração!!! Me espera que eu contarei das aventuras ao me reabilitarem entre os vivos e reinarei sobre sua volúpia e derramarei meu esperma e saltarei fundo na paixão. Vou dormir nos seus olhos com toda a minha agonia de ilha encantada e cantarei a linda canção de amor de J. Alfred Pruckfork e será lindo acordar com você do lado. A mulher jaz ao meu lado, depois de um xeque mate no xadrez de Midleton, sua meiguice sem pudor, no dever de sermos o protótipo dos deuses. E me acuda! São juras sinceras de um poeta vário e um verso lascivo. Amar não faz mal a ninguém. E ensaio versos pros seus olhos, faço cantigas pro seu jeito, rainha minha, rainha nua. Sequer suspeita que eu já morria, enrubescido e despudorado, com a cara e a coragem peculiares aos enamorados. Cadê você? Pedi tanto pra São Lunguinho lhe encontrar, logo jamais deixarei partir, amando com voragem até saber o feitiço do cogumelo de Alice, que me rasga e me cura e com todo ímpeto eu espero sem medo, viúva, espero ver-lhe o talhe a alma o ser, anestesiado na moita, repousado às suas coxas, na noite roxa e olhos revirando, no gemido de estar gozando o prazer extremo o átimo o ápice da minha jugular aberta, minha aorta infecta de ser feliz deste lado e do seu lado, viúva, pra mulher que jaz agora aqui comigo. (Painel das Fêmeas, Luiz Alberto Machado. O trâmite da solidão. Nascente, 1992-2015). Veja mais aqui, aqui, aqui e aqui.


Imagem: Female nude, do ilustrado e desenhista estadunidense Howard Rogers.


Curtindo o álbum Memoire du Monde (Pias/Cantos, 2007) da cantora camaronesa Sally Nyolo. Veja mais aqui.

EPÍGRAFEA bondade sublime é como a água. A água, na sua bondade, beneficia os dez mil seres sem preferencia. Permanece nos lugares desprezados pelos outros. Por isso assemelha-se ao caminho, extraído do Tao Te Ching - O Livro do Caminho e da Virtude, do mítico filosofo e alquimista chinês Lao Zi. Veja mais aqui.

AÇÃO CIVIL PÚBLICA E INQUÉRITO CIVIL – O livro Ação civil pública e inquérito civil (Saraiva, 2008), de Motauri Ciocchetti de Souza, trata sobre os interesses individuais, metaindividuais, difusos e coletivos; interesses individuais homogêneos, o Código de Processo Civil, a ação civil pública, o inquérito civil público, as previsões legais, conceitos e finalidades; procedimentos e ritos, recursos, instruções, objetivos, competência, legitimação, litisconsórcio, desistência, transação, coisa julgada e seus efeitos, antecipações, entre outros assuntos. Para o autor, a ação civil pública é o instrumento processual, previsto na Constituição Federal e em leis infraconstitucionais, de que podem se valer o Ministério Público e outras entidades legitimadas para a defesa de interesses difusos, coletivos e individuais homogêneros, não podendo ser utilizada para a defesa de direitos e interesses puramente privados e disponíveis. O instituto, embora não possa ser chamado de ação constitucional, tem, segundo a doutrina, um "status constitucional", já que a Constituição coloca a sua propositura como função institucional do Ministério Público (art. 129, II e III da Constituição Federal), mas sem dar-lhe exclusividade (art. 129, § 1º, da Constituição Federal), pois sua legitimidade é concorrente e disjuntiva com a de outros colegitimados (Lei n. 7.347/85, art. 5º). Ela é disciplinada pela Lei n. 7.347, de 24 de julho de 1985, a Ação Civil Pública tem por objetivo reprimir ou mesmo prevenir danos ao meio ambiente, ao consumidor, ao patrimônio público, aos bens e direitos de valor artístico, estético, histórico e turístico, por infração da ordem econômica e da economia popular, ou à ordem urbanística, podendo ter por objeto a condenação em dinheiro ou o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer. Já o inquérito civil está para a ação civil pública da mesma forma que o inquérito policial está para a ação penal pública. Dessa forma, os princípios contidos nos artigos 4º e seguintes do Código de Processo Penal aplicam-se a ele subsidiariamente. A finalidade do inquérito é a de propiciar a coleta de provas para que o Ministério Público possa reunir elementos necessários à correta avaliação e um suposto dano a interesse difuso ou coletivo que esteja apurando. Com isso, o inquérito civil é prescindível e possui natureza inquisitiva, irregularidades ou nulidades existentes em seu trâmite jamais poderão ensejar a nulidade do processo que vier a ser proposto. Veja mais aqui, aqui e aqui.

O LIVRO DOS PEIXES DE WILLIAM GOULD – A obra O livro dos peixes de William Gould (Companhia das Letras, 2003), do escritor australiano Richard Flanagan, conta uma história passada no século dezenove, quando o ladrão e falsário William Gould começa a cumprir pena na Tasmânia e é coagido pelo médico inglês da prisão a fazer uma serie de pinturas retratando os peixes da região. Da obra destaco o trecho: [...] Eu teria apenas dois peixas: cada um deles sozinho, temenroso, os dois unidos apenas pelo pavor da morte que vejo em seus olhos. Audubon pintava os sonhos de um país novo, algo para o qual sempre se achada comprador; já meus peixes são o pesadelo do passado, para o qual não existe mercado algum [...] trata-se de uma história natural dos mortos [...]. Veja mais aqui.

COMO RASTEJAR DEVAGAR – O poeta do Romantismo alemão Heinrich Heine (1797-1856), autor de poesias de uma melancolia dolorosa e de impressões de viagens, cintilantes de espirito, mas de um grande ceticismo, viveu por mais de vinte e cinco anos escravizado aos caprichos de uma mulher vulgar, a qual dizia que lhe dava menos afeto que a alguns de seus animais domésticos. Entre os seus poemas destaco Como rasteja devagar: Como rasteja devagar / O tempo, caracol horrendo! /E eu, sem poder mover os membros, / Não saio mais deste lugar. / Na minha cela sempre escura / Não entra sol nem a esperança; / Daqui, em derradeira instância, / Só me liberta a sepultura. / Quem sabe já virei defunto / E esses semblantes em cortejo, / Que à noite desfilando eu vejo, / Não são visitas do outro mundo. / Fantasmas a vagar sem corpo / Ou deuses do templo pagão, / Que adoram fazer confusão / No crânio de um poeta morto. – / A doce festa dos espíritos, / Orgia saturnal e tétrica, / Busca a mão óssea do poeta / Deitar às vezes por escrito.Veja mais aqui.

CONTOS ERÓTICOS DA SRTA. K. – Tive a oportunidade em 2006, de assistir no Teatro Fábrica São Paulo, à montagem da peça teatral, Contos Eróticos de Senhorita K: Sentimentos e sexo discutidos sem pudor, da atriz e cantora Fabiana Karfig, com direção de André Dias e com elenco formado por Com Cristiane Madeira, Dora Bueno, Fabiana Karfig, Kamunjin Tanguelê e Roberto Aguiar, ou seja, com cinco atores que encenam monólogos que falam de modo aberto de várias facetas da vida sexual da personagem Senhorita K e que cada um desses monólogos tem sua própria trilha sonora. Veja mais aqui.

LOVE – O filme Love (2015), dirigido por Gaspar Noé, conta a história de um rapaz que está frustrado com a vida que leva, ao lado da mulher e do filho, e que um dia, ele recebe um telefonema da mãe de sua ex-namorada, perguntando se ele sabe onde ela está, já que está desaparecida há meses. Mesmo sem a encontrar há anos, a ligação desencadeia uma forte onda saudosista nele começa a relembrar fatos marcantes do relacionamento que tiveram. Veja mais aqui.

IMAGEM DO DIA
Todo dia é dia da lindíssima atriz sul-africana Musetta Vander.




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CRÔNICA DE AMOR POR ELA
Manifestação de leitora parabenizando o Tataritaritatá.
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