
DITOS & DESDITOS:
[...] Com o animal, as
relações são, sobretudo, transversais, ou seja, o animal é considerado o oposto
do homem mas ao mesmo tempo uma espécie de simbolização do próprio homem. Na
acepção comum, simboliza o que o homem teria de mais baixo, de mais instintivo,
de mais rústico ou rude na sua existência. Por isso mesmo o animal para nós é o
grande outro da nossa cultura, e essa relação é muito interessante como tópico
de reflexão. [...] dos mais nobres esforços
da ala heterodoxa da filosofia moderna, de Schopenhauer até hoje, secundada
pela poesia lato sensu, é aquela que tende a reconquistar a proximidade perdida
desde a Antiguidade entre homem e animal. Ambos sofrem, ambos estão sujeitos à
dor — este é o ponto principal. E embora um filósofo como Heidegger nos diga
que o animal, ao contrário do homem, é pobre de mundo (Weltarm) por mais que
seja rico de ambiente, continuamos ouvindo a réplica que lhe dá o grande
pensamento poético de Rainer Maria Rilke. O animal vive no seio da natureza — como
diz na sua “Oitava elegia”, em Elegias de Duíno — “enquanto nós os trepidantes
sofremos do mundo que nos punge e empobrece”. Quer dizer, colhido no ventre da
mãe natura, o animal vê os homens com aquele olhar não-humano que a ficção de
uma das melhores autoras da nossa literatura, Clarice Lispector, insuperavelmente
descreveu no conto “O touro”, de Laços de família: aí o olhar animal é um olhar
que tem conexão com os sentimentos mais violentos do homem. O animal continua
sendo o grande Outro, o maior alienado da nossa cultura, “exceto que essa
cultura, aumentando o nosso conhecimento, talvez possa algum dia restabelecer
os estreitos laços que a ele nos unia nos tempos mitológicos, mas quando isso
acontecer — comenta Elias Canetti — já quase não mais haverá animais entre
nós”. [...] Já promovemos uma
guerra contra os animais, que chamamos de caça, embora, na verdade, guerra e
caça sejam a mesma coisa [...] Em
geral não se matam os prisioneiros de guerra, que são feitos escravos. Nossos
rebanhos são populações escravas. O trabalho deles é se reproduzirem para nós.
Até seu sexo transforma-se em uma forma de trabalho. [...] Melhor seria, então, admitir dois modos de
ciência: aquele que está mais próximo do real, por intermédio da imaginação; e
outro que está um pouco mais distante do real, pelo raciocínio, pelos conceitos
abstratos. Os dois modos de ciência se complementam e não podemos deixar de
admiti-los, um mais próximo da realidade imediata apreendida pelos sentidos e
outro mais distante, conduzido pelo pensamento e pelos conceitos. [...].
Trechos do ensaio O animal e o primitivo: os Outros de nossa cultura
(História, Ciência, Saúde – Manguinhos, dez-2007),
do filósofo, professor, escritor e crítico literário Benedito Nunes (1929-2011).
A ARTE DA ESTAÇÃO DO BEM – CATENDE - PE
Eu fui danado pra Catende... e quase não quis
voltar
Estação do Bem na Secretaria de Cultura de
Catende.
Biblioteca Municipal de Catende – PE – Sandra
Lobo, Rejane Maria & Jovelina Maria.
A arte do artista Aprisco (Rogério Bosco da
Silva).
A arte do artista e graduando em Gestão da
Informação na UFPE, Henrique Teixeira, integrante da Flor Rasteira e Seres da
Mata.
DJ Passarinho (Alex) & Henrique Bem.
A arte do gravurista, artesão e artista Zé
Galdino, de Caruaru – PE.
Instituto Vale do Una, o poeta e artista Paulo
Profeta, o artista e poeta José Durán y Duran, a artista e escritora Cyane
Pacheco & Nalva Pedrosa.
A arte do artesão, pirogravurista, designer e
artista Cicinho (Advaldo Cerqueira).
O artesão e instrumentista Epifânio Bezerra.
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