VAMOS APRUMAR A CONVERSA? A
INTROMISSÃO DO VERBO – O
ano de 1983 corria com a minha empolgação de vento em popa. Não era pra menos. Depois da publicação do meu primeiro conto na
revista Ponto de Encontro
(Curitiba-PR), da leitura dramática da minha peça teatral A viagem noturna do sol pela TTTres
Produções Artísticas e da realização do show musical CantarOlinda, chegou a hora do lançamento do meu livro de poesias A Intromissão do Verbo, pelas Edições
Pirata, com apresentação do escritor Jaci Bezerra e de Selma Villar, com ilustrações
de Gilson Braga. Espremendo o livro hoje, sobram apenas 4 ou 5 poemas,a
apresentação do Jaci tributando Ascenso e Hermilo, os desenhos de Gilson Braga
e as generosíssimas palavras de Sema Villar: Inegavelmente Luiz Alberto Machado tem talento. E mais do que isto, tem
a coragem de fazer poesia com a seriedade de propósitos que se exige para se
fazer versos. Num mundo tão cheio de poetas de má poesia, muitos dos quais
escrevem apenas para ver sua face refletida no poço das palavras, este
palmarense de 22 anos, dá mostras de que encara o fazer poético com a mais
série das intenções. O jogo de palavras com que versa os variados assuntos de
sua inspiração, mostra a força do poeta nato disposto a dizer o que pensa em
linguagem variada da poesia moderna. Ele já tem um livro – Para viver o
personagem do homem – publicado com o esforço próprio de quem anseia por
atingir, com desvelo, uma maturidade poético-existencial. Agora, lança A
intromissão do Verbo. E confessa ter um outro – Um canto, Palmares – ainda inédito.
É nos poemas feitos com simplicidade, sem o palavrismo que pode torna-los ocos,
que Luiz Alberto consegue seus melhores poemas. “Em mim” é bem um exemplo desta
expressividade. Nele, o poeta transcende seu próprio ser, através de jogos
imagéticos marcantes e sonoros, para se deixar invadir pelo “sentimento do
mundo” drummondiano. E bote generosidade nessas palavras. E vamos aprumar a
conversa aqui, aqui e aqui.
Imagem: Favela, do artista plástico Lourival
Viegas.
Curtindo o álbum encartado no livro Antonio
Meneses - Arquitetura da Emoção (2011),
do violoncelista brasileiro radicado na Suíça, Antonio Meneses.
BRINCARTE DO NITOLINO – Hoje é dia do programa Brincarte do
Nitolino pras crianças de todas as idades, a partir das 10hs, no blog do
Projeto MCLAM, com a maravilhosa apresentação de Ísis Corrêa Naves. Na
programação: Grandes Pequeninos, Marcela Taís, Jeito Diferente, Bangarang, Panda
e Os caricas, Meimei Corrêa, Nita, Falamansa & muito mais poesia,
brincadeira, histórias e entretenimento pra garotada. No blog, muitas dicas de
Psicologia, Educação, Direito das Crianças e dos Adolescentes, além de
Literatura, Teatro e Música infantis, entre outras dicas e informações. Para
conferir o programa ao vivo e online clique aqui ou aqui.
O PENSAMENTO PÓS-MODERNO E
AS TENDÊNCIAS EPISTEMOLÓGICAS
– O livro O agente social que transforma:
o sociodrama na organização de grupos (Ágora, 2004), da psicóloga,
psicodramatista e supervisora psicoterapêutica e socioeducacional Marlene Magnabosco Marra, trata de
temas como a socionomia e teoria para a organização dos grupos, a trajetório e
o universo da pesquisa, a teoria socionomica, sociodrama & perspectiva
teórica e metodológica, pesquisa-ação, o sociodrama como práxis da formação de
agentes sociais e multiplicadores, o trabalhador social,
investigador-participante, de bombeiro a multiplicador, metodologia de
abordagem às famílias, ações socionomicas no resgate de direitos humanos,
inclusão social e cidadania, espaços públicos para a defesa e a proteção da criança
e do adolescente, da cegueira à visão reconstruindo vínculos e construindo
redes sociais, entre outros assuntos. Do livro destaco o trecho: A construção de novos significados, a
emergencia da qualificação do conhecimento real, o compromisso ético de
participação, a teoria e a pratica do socius na compreensão relacional do
sujeito, bem como todas as demais teorias que falam da importância da
construção de uma realidade de interação, são pressupostos da pós-modernidade.
Transformam padrões e atitudes e promovem novas possibilidades de intervenções
interativas e abordagens, gerando mudanças epistemológicas e paradigmáticas.
Essas construções teóricas em Psicologia permite-nos integrar dimensões do
humano como sujeito e distingui-lo da marcante influencia empirista, tranzendo
uma nova construção do objeto de estudo em questão – a relação entre
conhecimento e realidade. Vusto dessa forma, o pensamento pós-moderno qualifica
o conhecimento segundo os processos de construção que estão incrustrados nas
relações sociais. A imbricação sujeito-realidade é fruto do atual paradigma da
complexidade [...]. Veja mais aqui.
NARRATIVAS DE YAMATO – Nas Narrativas
de Yamato (Cultrix, 1962), do tradicional conto japonês, encontro O túmulo
da jovem de Unaí, de autoria incerta, da qual destaco o trecho traduzido por
Albertino Pinheiro Junior: Era uma vez,
há muito tempo, uma hovem que morava no país de Tsu. Essa jovem era requestada
por dois pretendentes. Um deles, que habitava no mesmo país, chama-se Mubara; o
outro, habitante do país de Izumi, chamava-se Tchinu. Os dois homens eram
parecidos na idade, nas feições, no exterior e nas maneiras. Ela decidira
aceitar aquele que mostrasse ter mais amor, mas mesmo o amor de ambos era
equivalente. Quando caía a noite, vinham ambos. Quando lhe davam presentes, os
presentes eram da mesma espécie. Não se poderia dizer que um deles superasse o
outro. E a jovem tinha o coração numa grande atribulação. [...] Então disse a jovem, desalentada: Fatigada
da vida, vou lançar meu corpo! Do áis de Tsu o Rio Ikuta é um nome apenas! E,
com tais palavras, da plataforma que se projetava sobre o rio, ela se
precipitou, chibum! Dentro dele. Enquanto os pais da jovem, aterrorizados,
soltavam gritos, os dois apaixonados mergulharam no mesmo lugar; um agarrou
pelo pé e o outro pela mão. E os dois morreram com ela. Os pais se lamentaram
ruidosamente. Recolheram o corpo da filha e o sepultaram com lágrimas. Os pais
dos jovens vieram também. mas quando quiseram-nos enterrar ao lado da sepultura
da jovem, os pais do jovem do país de Tsu disseram: - É natural que um homem
deste pais seja aqui enterrado. Mas o filho de um país estrangeiro não deveria
repousar nesta terra. Então os pais do jobem do país de Izumi trouxeram, num
barco, terra de lá, e puderam, por fim, sepultar o corpo do filho. E assim é
que existem ainda os túmulos desses dois jovens, à direita e à esquerda do
túmulo da jovem. Veja mais aqui.
A BAILARINA APUNHALADA
& CÂNTICOS À DOR – A
poeta iraquiana Nazik Al-Malaika
(1923-2007), foi a primeira a escrever versos livres em árabe e na sua reunião
de poemas de 1947, destaco inicialmente A bailarina apunhalada: Danças, com o coração esfaqueado, canta / E ele ri porque
a ferida é dançar e sorrir, / Os pedidos imolado vítimas para dormir / E você
dançar e cantar tranquila. / É inútil lamentar. Conter as lágrimas quentes / E
o grito da ferida desenha um sorriso. / É inútil para explodir. A ferida dormir
tranquilamente. / Deixá-la e reverenciá suas correntes humilhantes. / É inútil
se rebelar. Nada contra o chicote de cólera. / Que bom são as convulsões de as
vítimas? / A dor e a tristeza esquecer / E uma ou duas mortes e lesões. / Ligue
o fogo de sua melodia ferida / Desejando que ressoa com os lábios / Que é um
remanescente da vida / Para uma canção que a miséria não silenciosa ou
tristeza. / É inútil gritar. Repulsa e loucura. / Deixe o morto insepulto. /
Quaisquer morre ... não há gritos de tristeza. / Que bom são as revoltas de
prisioneiros? / É inútil se rebelar. Nos seres humanos, os restos mortais / Vens
não deixar o sangue circular. / É inútil rebelde enquanto alguns inocente /
Eles estão à espera de ser sacrificado. / Seu ferimento não é diferente dos
outros. / Dança, embriagado com tristeza mortal. / Insones e perplexo estão
condenados ao silêncio. / É inútil protestar. Descanse em paz. / Ele sorri
punhal vermelho com amor / E ele cai no chão sem agitação. / É um presente que
você gargantas cortadas como uma ovelha, / É um presente que você apunhalar o
coração e a alma. / É uma loucura, vítima, você vai se rebelar. / A raiva é
loucura escravo cativo. / Dance Dance forte, feliz / E sorrindo felicidade
escravo do salário. / Conter a dor da ferida é pecado gemido, / E sorriso
satisfeito o assassino culpado. / Dê-lhe o seu coração humilde / E deixá-lo
cortar e apunhalar com prazer. / Dança com seu coração esfaqueado, canta / E
ri ferida é dançar e sorrir. / Diga às vítimas abatidos para dormir /E você
dançar e cantar tranquila. Destaco também o seu belíssimo Cântico à dor: Súplicas, salmos, ex-votos brindámos
nessa hora / Pão, vinho e tâmaras da Babel embriagante / E de rosa o encanto / Logo
aos teus olhos orando, oferenda imolámos / Da lágrima ardente em dilúvio as
gotas juntámos – / Um rosário de pranto. Veja mais aqui.
VALSA Nº 6 – O monólogo Valsa nº 6 (1951), do escritor, jornalista e dramaturgo Nelson Rodrigues (1912-1980), é uma
peça teatral que se desenrola com a personagem solitária Sonia, uma menina
assassinada aos quinze anos de idade, luta para, entre um delírio e outro
conseguir montar o quebra-cabeça de suas memórias. Da obra destaco o trecho
inicial: Mocinha (Aumentando
progressivamente a voz, até ao grito) Sônia! Sônia! Sônia... (para si mesma)
quem é Sônia?... e onde está Sônia? (rápida e medrosa). Sonia está aqui, ali,
em toda parte! (Recua). Sonia, sempre Sônia... (Baixo). Um rosto me
acompanha... e um vestido... e a roupa de baixo... (olha para todos os lados; e
para a plateia, em meio riso). Roupa de baixo, sim. (com sofrimento). Diáfana,
inconsútil... (com medo, agachada numa das extremidades do palco). O vestido
que me persegue... de quem será, meu deus? (corre, ágil, para a boca de cena.
Atitude polêmica). Mas eu não estou louca! (já cordial). Evidente, natural...
até, pelo contrário, sempre tive medo de gente doida! (amável e informativa,
para a plateia). Na minha família – e graças a deus – nunca houve um caso de
loucura. (grita, exaltante). Parente doido, não tenho! (sem exaltação, humilde,
ingênua). Só não sei o que estou fazendo aqui... (olhando em torno). Nem sei
que lugar é este... [...] Veja mais aqui, aqui e aqui.
STOKER – O filme de terror psicológico Stoker (Segredos de Sangue, 2013), do cineasta sul-coreano Chan-Wook Park,
conta a história de uma jovem no dia do seu aniversário em que sua vida dá uma
guinada depois que seu pai morre em um acidente de carro. No funeral, ela e a
mãe conhecem um homem charmoso e carismático que se presta a apoiá-las o que
causa alegria indefinida à mãe e coléra à filha, até que uma tia entra em cena
e começa a temer pelo homem desconhecido que já se encontra íntimo da mãe e
convidando-a para viajar pelo mundo. Acidentalmente a fiha descobre um corpo
num congelador e presume ser crime do homem que ela rejeita e que se encontra
cada vez mais próximo da sua mãe. A história vai se desenrolando com fatos
violentos e com muito suspense, valorizando o destaque que na verdade fica por conta da sempre linda e extremamente talentosa
atriz australiana Nicole Kidman, sempre bela, magistral e exuberante nas suas interpretações cinematográficas. Veja mais aqui e aqui.
IMAGEM DO DIA
Veja mais no MCLAM: Hoje é dia do
programa Domingo Romântico com a reprise de toda programação da semana a partir
do meio dia, no blog do Projeto MCLAM, com a apresentação sempre especial e
apaixonante de Meimei Corrêa. Para
conferir online acesse aqui.
VAMOS APRUMAR A CONVERSA?
Aprume aqui.