quinta-feira, agosto 20, 2015

CORALINA, PIGNATARI, ANTUNES FILHO, CARRACCI, LED ZEPPELIN, DIRETO &PSICANÁLISE, CAPSI & PROJETO DE EXTENSÃO!


VAMOS APRUMAR A CONVERSA? DIREITO E PSICANÁLISE - As relações entre o Direito e a Psicanálise tem se estreitado em virtude das manifestações de doutrinadores, magistrados e militantes da área jurídica a respeito do assunto. De um lado, o Direito tem atuado nas relações e ações humanas notadamente no que compreende a repercussão dessas relações e atos na sociedade. Assim, essa área atua na prática de legislar sobre as relações e anseios humanos, criando um arcabouço legal de regulação da conduta humana na proteção da sociedade. Nesse sentido, por meio da regulação jurídica há uma imposição da autoridade coatora na exigência do princípio de Justiça e na satisfação do interesse público em nome da coletividade. A Psicanálise, por sua vez, tem demonstrado a perspectiva que leva em consideração a estrutura do individuo por meio de análise de cada particularidade da história de vida do sujeito, além das limitações criteriosas dos diagnósticos, propiciando aprofundamento no estudo da subjetividade da pessoa e na identificação da sua personalidade. Trata-se de uma teoria que envolve a observação fisiológica, biológica e psíquica que envolve questões afetivas, da personalidade, do comportamento, do desenvolvimento e da motivação consciente e inconsciente. Nesse contexto, essa área do conhecimento atua na busca por desvendar os impulsos que se encontram antecedentes aos atos humanos, procurando identificar a motivação e causa das origens desses mesmos atos. Por essa razão, a introdução da Psicanálise na área jurídica possibilita uma ampla e nova maneira de se pensar e criar diplomas legais, considerando o estudo humano por meio da expressão do seu caráter. Nessa relação observa-se que ambas as áreas do conhecimento se encontram com um diálogo que envolve os mais diversos contextos da vida humana. Na esfera penal possibilita a Psicanálise a demonstração com clareza do estilo de vida daquele que comete um ato delituoso, identificando suas fraquezas, impulsos, frustrações e comportamentos, bem como a forma adequada de aplicar tratamentos que tenham por fim a ressocialização e, consequentemente, reinserção do individuo ao exercício da cidadania. Na área da infância, juventude, idosos, obrigações e responsabilidades, introduz a Psicanálise uma ressignificação do outro em todos os níveis de relação, promovendo, por sua vez, uma interação por meio do diálogo de perspectivas para um melhor entendimento da sociedade contemporânea. Por consequência, na esfera familiar a Psicanálise contribui para entendimento das relações afetivas permeadas por toda sorte de ventura e vicissitudes, observando as disfunções biológicas, fisiológicas e psíquicas produtoras de condições patológicas que conformarão as condutas no seio da sociedade. Tal condução advém do entendimento de que tanto na questão familiar, como em todas as demais áreas jurídicas estão envolvidos os mais diversos interesses, conflitos, comportamentos, dissimulações e afetos que vão muito além da positivação dos ordenamentos jurídicos, uma vez que envolve questões tanto biológicas, como psíquicas, culturais, fisiológicas, ambientais, sociais, individuais e religiosas. Tais conduções se tornam possíveis porque os propósitos psicanalíticos produzem uma análise da formação dos indivíduos desde a sua infância para formação de um histórico individual que permite a identificação de distúrbios emocionais de natureza grave e na perspectiva de uma predisposição para prática de atos delituosos ou na geração dos litígios e conflitos. Torna-se, portanto, indubitável o fato de que contribui a Psicanálise no processo de decisão do magistrado ao levá-lo a ponderar a respeito das causas, motivações, expressões, omissões e toda tramitação que envolve todos os litigantes nas lides processuais em todas as esferas jurídicas, favorecendo-o como importante instrumento na administração da Justiça. Diante do exposto, fica detectada a notória e inestimável contribuição que o estudo das teorias psicanalíticas possibilitarão ao Direito a edificação de um corpo normativo adequado à conduta humana na percepção do sujeito com suas possibilidades, angústias, impasses, paradoxalidades, conflitos, complexidades, transformações e ambiguidades, diante do que é justo/injusto, direito, poder, coação, coletividade, subjetividade e interesse público. Assim, a Psicanálise é uma entre tantas disciplinas que contribuem para auxiliar o pleno exercício da atividade jurídica. E essa interlocução entre Direito e Psicanálise promove a revisão conceitual e paradigmática das bases jurídicas, possibilitando um melhor desdobramento nas demandas judiciais. E vamos aprumar a conversa aqui, aqui, aqui e aqui.

 Imagem: Sleeping Venus, do pintor italiano Agostino Carracci (1557-1602).


Curtindo o álbum Houses of the Holy (Atlantic Records, 1973), da banda britânica de rock Led Zeppelin.

INFÂNCIA, IMAGEM & LITERATURA – Aconteceu nesta quinta, 30 de abril, no auditório João Sampaio, no Centro Universitário Cesmac, a 7ª Reunião da Extensão Comunitária com apresentação do resultado parcial dos projetos de extensão, vigência 2015. Na ocasião foi apresentado o relatório do Projeto de Extensão Infância, Imagem e Literatura: uma experiência psicossocial na comunidade do Jacaré – AL, realizado pelos graduandos dos cursos de Psicologia & Comunicação Social do Centro Universitário Cesmac, sob a coordenação do Professor Ms Cláudio Jorge Gomes de Morais. Veja mais detalhes do projeto aqui.

TEORIA DA POESIA CONCRETA – O escritor, advogado, sociólogo, professor, tradutor e teórico da comunicação Décio Pignatari (1927-2012), foi um dos fundadores do movimento estético denominado Concretismo, ao lado dos irmãos Augusto e Haroldo de Campos. O grupo editou as revistas Noigandres e Invenção e, posteriormente, A Teoria da Poesia Concreta (1965). O grupo ainda lança em 1956, o plano-piloto Poesia Concreta, síntese teórica do trabalho poético com traduções em diversas línguas. Ele é autor de obras como Informação, Linguagem e Comunica (1968) e reuniu sua produção poética no livro Poesia Pois é Poesia (1977), do qual destaco o poema Janeiro/Fevereiro – Calendário Philips, 1980: Nem só a cav / idade da boca / Nem só a língua / Nem só os dentes / e os lábios / fazem a língua / Ouça / as mãos / tecendo a língua / e sua linguagem / É a língua / têxtil / O texto / que sai das / mãos / sem palavras. Também o seu Torre de Babel (1960): TORRE DE BABEL / TORRE DE BELÉM / TURRIS EBURNEA / TOUR EIFFEL / TOUR DE FORCE / TOWER OF LONDON / TOUR DE NESLE / TORRE DI PISA / TORRE A ESMO / ENEREATLRIE / TBOIOCRDEFO / EARREEDBTSF / RRUSIOSOEEO / OTEBEDTTALO / ULORBTEOAOF / ROOSLNRRETE / MNPDERFRRLM / ETDEUWEREIN / URUD. O seu primeiro livro de poesia Carrossel foi publicado em 1950, além de publicar o volume de contos Rosto da Memória (1988), o romance Panteros (1992) e a peça teatral Céu de Lona. Além disso, ele realizou pesquisas na área de Semiótica, fundando em 1969 a Association Internationale de Sémiotique (AIS), na França, e, em 1975, participa do lançamento da Associação Brasileira de Semiótica (ABS). Em 2008, foi publicado o seu livro Bili com limão verde na mão (Cosac Naif), ilustrado por Daniel Bueno. Veja mais aqui e aqui.

CÂNTICO DA TERRA & MEU DESTINO - Sou um daqueles entre aqueles fascinados pela arte da poeta Cora Coralina (1889-1985), uma mulher simples que foi doceira por profissão e que escreveu umas das mais belas páginas poéticas da literatura brasileira. Entre elas, destaco O cântico da Terra: Eu sou a terra, eu sou a vida. / Do meu barro primeiro veio o homem. / De mim veio a mulher e veio o amor. / Veio a árvore, veio a fonte. / Vem o fruto e vem a flor. / Eu sou a fonte original de toda vida. / Sou o chão que se prende à tua casa. / Sou a telha da coberta de teu lar. / A mina constante de teu poço. / Sou a espiga generosa de teu gado / e certeza tranquila ao teu esforço. / Sou a razão de tua vida. / De mim vieste pela mão do Criador, / e a mim tu voltarás no fim da lida. / Só em mim acharás descanso e Paz. / Eu sou a grande Mãe Universal. / Tua filha, tua noiva e desposada. / A mulher e o ventre que fecundas. / Sou a gleba, a gestação, eu sou o amor. / A ti, ó lavrador, tudo quanto é meu. / Teu arado, tua foice, teu machado. / O berço pequenino de teu filho. / O algodão de tua veste / e o pão de tua casa. / E um dia bem distante / a mim tu voltarás. / E no canteiro materno de meu seio / tranquilo dormirás. / Plantemos a roça. / Lavremos a gleba. / Cuidemos do ninho, / do gado e da tulha. / Fartura teremos / e donos de sítio / felizes seremos. Também o seu belíssimo poema Meu Destino: Nas palmas de tuas mãos / leio as linhas da minha vida. / Linhas cruzadas, sinuosas, / interferindo no teu destino. / Não te procurei, não me procurastes – / íamos sozinhos por estradas diferentes. / Indiferentes, cruzamos / Passavas com o fardo da vida... / Corri ao teu encontro. / Sorri. Falamos. / Esse dia foi marcado / com a pedra branca / da cabeça de um peixe. / E, desde então, caminhamos / juntos pela vida... Veja mais aqui e aqui.

MACUNAÍMA NO TEATRO – A montagem teatral empreendida pelo diretor teatral Antunes Filho para o romance de Mário de Andrade, Macunaíma (1982), foi resultado do grupo criado pelo diretor no Centro de Pesquisa Teatral (CPT), no Sesc SP, criando novas estéticas e formando atores, técnicos e criadores cênicos, desenvolvendo novos conceitos e exercícios na busca pelo refinamento de um método próprio de interpretação para o ator. Ele pertenceu à primeira encenação de encenadores brasileiros oriundo do Teatro Brasileiro de Comédia (TBC), no qual ingresso em 1952, participando ativamente do movimento de renovação cênica ocorrido entre os anos de 1960 e 1970. Possui uma trajetória que foi iniciada em 1953, quando encenou Week-end, de Noel Coward, que transcorre até as suas montagens para Toda Nudez Será Castigada (2012) e Nossa Cidade (2013). A montagem de Macunaíma, conforme expresso por seu diretor em diversos veículos de comunicação foi o resultado de muita pesquisa. Seu trabalho teatral está reunido num conjunto de seis vídeos denominados Mostra Antunes de Vídeo, selecionados por Júlio Cesar de Miranda, reunindo além de Macunaíma, as montagens de Vereda da Salvação (1993) e Foi Carmem Miranda (2008), entre outras. Veja mais aqui e aqui.

CORPO E ALMA DE MULHER – Como sempre fui fascinado por cinema, coisa que aprendi a apreciar desde menino quando ia pras sessões matinais tanto do Teatro Cinema Apolo, como do Cine São Luiz, um certo eu consegui burlar os porteiros com meu bigodinho ralo embaixo da venta, nos meus áureos tempos de pré-adolescência e consegui assistir ao filme Corpo e Alma de Mulher (1983), conta a história de um fazendeiro e advogado bem sucedido nos rincões do Brasil, e sua esposa paraplégica que contratam uma enfermeira para cuidar dela. No decorrer da trama, o marido acaba se tornando disputa da prima da esposa enquanto se envolve com a enfermeira. Tomando conhecimento do caso, a esposa pede à enfermeira que aplique uma injeção letal para que seja poupada dos acontecimentos. O destaque do filme é para a sempre musa e atriz Vera Fisher que foi Miss Brasil em 1969, que retornou aos palcos com a peça Relações Aparentes, do britânico Alan Ayckbourn. Veja mais aqui.

IMAGEM DO DIA
Reunião aberta do Centro Acadêmico Martin-Baró, reunindo graduandos do curso de Psicologia do Centro Universitário Cesmac, debatendo a temática Gênero & Sexualidade, realizada nesta quarta, dia 19, com debates e execuções musicais. Confira detalhes aqui.

 Veja mais no MCLAM: Hoje é dia do programa SuperNova, a partir das 21hs, no blog do Projeto MCLAM, com a apresentação sempre especial e apaixonante de Meimei Corrêa. Para conferir online acesse aqui.

VAMOS APRUMAR A CONVERSA?
Desenho de Mariana Nogueira.
Aprume aqui.


CHRISTINA VASSILEVA, KATHERINE JOHNSON, MARTÍN-BARÓ, JOÃO CABRAL & MATA SUL INDÍGENA

    Imagem: Acervo ArtLAM . Ao som dos álbuns Mistérios do Rio Lento (The Voice of Lyrics, 1998), Santiago de Murcia: a portrait (Frame,...