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sábado, janeiro 24, 2015

ANNIE PROULX, LUCY CRISTINA CHAU, VICTOIRE BÉRA & AMY FISHER

 


SINA DE URUTAU - Era julho e a primeira paixão fagulhava na noite. Era senão o açoite de lá para cá espalhando o escuro, com o apuro de graça mais rara no susto sem direção apurava a visão no olhar resoluto e era amor sem luar. Foi! Foi! Foi Logo ali seu sorriso nas faces com cheiro de rosas. Era tão formosa como se orvalhasse em feitiço e por isso a vertigem pelas veias e desvãos, gadanho na carne então eu sangrava na teia. Foi! Foi! Foi! Sonhava com o toque de sua mão artesã e sua pele enrubescia o labirinto de amor. Pra onde vou, se nem ia e a paz já perdera com sua cunhã lindeza de nunca ou jamais. Foi! Foi! Foi! Porém, um só raio em riste à toa e se foi. Pra onde eu não sei, oh, revelou a fealdade... Deixou-me pássaro triste errante às lonjuras na maior desventura de alma penada. Foi! Foi! Foi! Nada sou pro agouro ou esconjuro ao léu. Sou-me inteiro vão obscuro pelo céu no vário voar. Apesar do fadário ermitão sem pena, sinistro ou assombro ecoando nos ombros esgoelado poema das tripas coração. Foi! Foi! Foi! © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui e aqui.

 


DITOS & DESDITOS - Nenhuma mulher não é uma coisa, um puro receptáculo. Ele amassa seu filho com seus sentimentos e idéias como com sua carne; escravo, só pode criar escravos. Se agirmos como nossos adversários, como o mundo escolherá entre eles e nós?... Pensamento da escritora e jornalista francesa Victoire Léodile Béra (1824-1900), também conhecida como André Léo e foi ativista entre o socialismo e o anarquista. Veja mais aqui.

 

ALGUÉM FALOU: Você certamente pode ser um artista em qualquer lugar... Mas é útil viver em uma comunidade que tem consciência das artes e desejo de estimulação visual... Pensamento da escritora estadunidense Amy Fisher, mais conhecida como "a Lolita de Long Island" pela mídia em 1992, quando, aos 17 anos, atirou e feriu gravemente Mary Jo Buttafuoco, esposa de seu suposto amante Joey Buttafuoco. Ela foi inicialmente acusada de tentativa de homicídio em primeiro grau, mas acabou se declarando culpada de agressão agravada em primeiro grau e cumpriu sete anos de prisão. Após sua liberdade condicional em 1999, Fisher tornou-se jornalista e escritora, antes de embarcar em uma carreira adotando o nome de Elizabeth Bellers, publicado o livro If I Knew Then...(2004).

 

O SEGREDO DE BROKEBACK - […] Havia um certo espaço entre o que ele sabia e o que ele tentava acreditar, mas nada podia ser feito a respeito, e se você não consegue consertar, tem que suportar. [...]. Trecho extraído da obra Brokeback Mountain (Intrínseca, 2006), da escritora e jornalista estadunidense Annie Proulx, que no seu livro The Shipping News (Scribner, 1994) expressa que: […] Nós enfrentamos coisas horríveis porque não podemos contorná-las, ou esquecê-las. Quanto mais cedo você disser "Sim, aconteceu, e não há nada que eu possa fazer sobre isso", mais cedo você poderá seguir com sua própria vida. Você tem filhos para criar. Então você tem que superar isso. O que temos que superar, de alguma forma nós superamos. Até as piores coisas. [...] Todos que foram embora sofreram com o coração partido. "Eu vou voltar algum dia", todos escreveram. Mas nunca voltaram. A vida antiga era pequena demais para caber mais [...] E pode ser que o amor às vezes ocorra sem dor ou miséria. [...]. Já no seu livro Close Range: Wyoming Stories (Scribner, 2000) ela expressa que: […] De qualquer forma, há algo errado com todo mundo e cabe a você saber com o que pode lidar. [...]. Sobre o ato de escrever ela defende: Você deve escrever porque ama a forma de histórias e frases e a criação de diferentes palavras em uma página. A escrita vem da leitura, e a leitura é a melhor professora de como escrever...

 

TRÊS POEMAS - A CASA QUE EU ERA - A casa que fui \ não tem porta, deixou \ sair \ o morador. ICEBERGS - O desejo dança \ por todo o continente.\ Se você mergulhar, \ entenderá como \ o cume finge \ sua inocência, \ enquanto no fundo o desejo, até mesmo de morte, \ se arrasta. MUITO - Éramos tão unidos \ que suas feridas me machucaram.\ Estávamos tão de um jeito \ que não me reconheço no espelho.\ O seu riso e o meu combinavam tanto \ que na ausência do seu \ ninguém conseguiria nos entender.\ E eu, que gozei tanto na tua cama, \ já não encontro gozo no desejo \ Porque tanto, tanto e tanto e tanto e tanto \ não posso inventá-lo \ senão no teu corpo. Poemas da escritora, professora e pesquisadora panamenha Lucy Cristina Chau, autora dos livros IndiGentes (2007), Violencia de importación: seguridad ciudadana en los medios (2008), La Virgen de la Cueva (2006), La casa rota (2008), De la puerta hacia adentro (2010) e Mujeres o diosas (2013).

 

SACADOUTRAS

 

CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988
– Uma Constituição é a Carta Magna, ou seja, a Lei Fundamental, Básica, Suprema, a Lei Maior, a Lei das Leis, sendo, pois, o conjunto de normas do governo, enumerando e limitando os poderes e funções em um regramento que constituem a Nação e o Estado soberano, definindo a política fundamental, os princípios políticos e estabelecendo a estrutura, procedimentos, poderes e direitos de um povo. A Constituição Brasileira traz no seu art. 1º que “
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: I - a soberania; II - a cidadania III - a dignidade da pessoa humana; IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; V - o pluralismo político. Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”. No art. 5º estão indicados os direitos e garantias fundamentais individuais e coletivos, definindo que: “Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição [...]”. Do art. 6º ao 13º estão inscritos os direitos sociais: “Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição”. Do art. 14º ao 16º estão inseridos os direitos políticos. Tudo muito bonito, como diz o antropólogo Roberto DaMata: “Uma Constituição pros franceses!”. Exatamente: onde estão os franceses? Aqui é que não estão, né? Entendeu ou quer que eu desenhe um mapa mundi? Pois é, acho que é exatamente por isso que nem mesmo o Poder Público brasileiro cumpre e respeita a Constituição, avalie a elite que não precisa e o povo que não sabe nem o que porra que é uma Constituição. Pergunto: O que é legal no Brasil? O que é ilegal? O último que cumprir apague a luz ao sair. Tô na escuridão, meu!?! Veja mais aquiaqui

Imagem: foto da premiadíssima atriz estadunidense Sharon Tate (1943-1969) que foi brutalmente assassinada com oito meses de gravidez pelas mãos da notória família de Charles Manson.

Ouvindo: o álbum Yamandu ao vivo (2003), do violonista e compositor Yamandu Costa. Veja mais aqui.

Frontispício códice medieval terenciano conhecido como Térence des ducs.

HOMO SUM HUMANI NIHIL A ME ALIENUM PUTO - Embasado nessa máxima do poeta e dramaturgo romano Públio Terêncio Afro, expressamos que: Nossos compromissos não podem nem devem ser meras palavras, porque o futuro avaliará nossas ações e seremos amanhã o que fizermos agora. Veja mais aquiaqui


O BARBEIRO DE SEVILHA NAS BODAS DE FÍGARO – O escritor e dramaturgo francês Pierre-Augustin Caron de Beaumarchais (1732-1799) é autor de diversas comédias, entre elas O Barbeiro de Sevilha (1883) e as Bodas de Fígaro (1846), com diálogos vivos e cenas engraçadas, tendo em comum com as máscaras da Commedia dell´Arte. Em suas obras ele ataca o absolutismo e a nobreza numa ousada antecipação das ideias revolucionárias, oscilando entre a farsa e o drama, e mostrando de um lado uma juventude que luta pela vida e pelo amor, de outro uma nobreza decrépita em fase de inevitável esfacelamento. O autor foi um grande satírico e mestre do riso, filiando-se à tradição da farsa maldizente de reivindicação social, transformando-a em instrumento social. Veja mais aquiaqui

JULIE DREYFUS – E como todo dia é dia da mulher, hoje é dia de homenagear a lindíssima atriz francesa Julie Dreyfus. Veja mais aqui.


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sexta-feira, dezembro 27, 2013

ALBA DE CÉSPEDES, NARCISA AMÁLIA, TANAKA, ANN DUNHAM, EVELYN NESBIT & SAÚDE

 


OH, EVELYN: A VÍTIMA É SEMPRE CULPADA - Tributo à atriz, corista e modelo estadunidense Evelyn Nesbit, Florence Evelyn Nesbit (1884-1967). – Aquela graciosa ruiva era órfã e nascera capricorniana numa noite de natal. Vinha duma modesta e enlutada familia da Pensilvânia, logo encantou as ruas da Filadelfia ao posar para os artistas, angariando ajuda pra família, até posar nua para as telas de Church e Beckwith, ainda adolescente em New York. Logo se tornou uma Girls do Charles Dana Gibson, entre as corajosas independentes e poderosas da Belle Époque: Quando eu percebi que podia ganhar mais dinheiro posando para artistas do que atrás de um balcão da Wanamaker's, deixei de entregar o dinheiro à minha mãe até que ela me permitisse trabalhar para eles. Era ela na escultura Inocência, de George Grey Barnard e no quadro Mulheres: A Eterna Questão, de Gibson, afora fotos para Sarony e Eickemeyer. Era a sua ascensão meteórica: uma corista de muitos admiradores, verdadeiros sátiros predatórios com seus presentes e flertes: colares de pérolas, anéis de diamante e peles de raposa branca. Pose de modelo de produtos diversos: souvenirs, cartões postais, rótulos de cerveja, espelhos de bolso, caixas de charutos, calendários e cromolitografias. Tornou-se popular nas capas das revistas badaladas Vanity Fair e Harper’s Bazaar. Era uma deusa grega, ou uma ninfa, gueixa ou cigana, sensual como uma pin-up para estrear Florodora na Broadway. Depois foi a vez de The Wild Rose, a um passo de se transformar num ícone da beleza: a Garota do Sonho Estadunidense na Era Dourada. A sua mãe sonhava casá-la com um milionário. Assim foi: do palco para luxuosos apartamentos, nos quais o déjà-vu de sua diversão juvenil nos quartos cobertos de veludo e balanço pendurado no teto, amparada por sua mãe supreprotetora. Bastou uma escapulida materna e a champanhe premiada fez efeito na sua virgindade. Um triângulo amoroso e outros fanáticos não perdiam uma só de suas apresentações noturnas, com flores, cartas e mimos, luxuosos transatlânticos e viagens internacionais de férias. E se digladiavam e se matavam por sua atenção. Um dos casos ficou rumoroso pelo sensacionalismo da imprensa atraindo o público. Com o julgamento a difamação: a garota do balanço de veludo vermelho, agora vítima de seu próprio sucesso. Refez sua vida. Ah, a cigana Vashti, seus potentes encantos físicos e presença de palco. Os fios do destino levaram a Um salto de sorte, foi a Redenção. O que era tido como Seu erro, como A mulher que deu, dava numa estrela na cena: Eu quero esquecer! Mulher, mulher! Não farás! Sua imprudência levou-a a Um ídolo caído. Depois, Minha irmã mais nova – a que nunca existiu, saudades do seu irmão. A mulher oculta findou no Broadway Gossip. Na sua biografia, Florence Mary, não havia certidão de nascimento queimada pelo incêndio da infância, apenas a ascendência escocesa e irlandesa. As lembranças do seu pai advogado são distantes e trazem o desamparo por sua morte súbita; sua mãe lá estava, nas lides domésticas, memórias vivas com a falência da pensão: a mãe não possuía a mínima habilidade para negócios, muito menos de guardiã da filha. Disse-me ela confidencialmente: A tragédia foi eu ter sobrevivido a tudo! E pagou todos os patos: a vítima é sempre culpada, como Frineia, com seu carisma, seu instinto infalivel, sua resistência de aço, seu sex appeal sobrenatural de supermodelo, a reencarnação de Frineia. Veja mais aqui e aqui.

 


DITOS & DESDITOS - Para mim, o período da guerra foi como se tivéssemos caído num buraco. E para sair desse buraco, convenci-me de que seria necessário que as mulheres tomassem o comando, a começar pelo comando do cinema... Pensamento da cineasta e atriz japonesa Kinuyo Tanaka (1909-1977)

 

ALGUÉM FALOU: Uma dose saudável de culpa nunca machuca ninguém. É o que a civilização foi construída, culpa. Uma emoção altamente subestimada... Pensamento da antropóloga estadunidense Ann Dunham (1942-1995).

 

CADERNO PROIBIDO - […] tudo aquilo que fizemos não nos é mais suficiente; serviu apenas para nos tornar aqueles que somos. E do modo como somos, agora que somos verdadeiramente nós, aqueles que quisemos ou conseguimos ser, gostaríamos de começar a viver de novo, conscientemente, segundo nossos gostos de hoje. E no entanto devemos continuar vivendo a vida que escolhemos quando éramos outros. Trabalhei a vida inteira, foram trinta anos para me tornar quem eu sou. E agora? [...] Mas talvez seja difícil continuar amigo para o resto da vida. Na realidade, num determinado momento, cada um de nós muda, torna-se diferente, uns avançam, outros ficam parados, e enfim partimos em direcções opostas, de modo que já não há encontro, já não há nada em comum [...] Com o passar dos anos, percebo que minha mãe, quando falava da vida da mulher e dizia coisas que me irritavam, no fundo tinha sempre razão. Dizia que uma mulher não deve nunca ter tempo, não deve jamais ficar ociosa, porque do contrário logo começa a pensar no amor. [...] Estamos sempre inclinados a esquecer o que dissemos ou fizemos no passado, também para evitar ter a terrível obrigação de permanecer fiel a você. Parece-me que, caso contrário, teríamos de nos encontrar todos cheios de erros e, sobretudo, de contradições, entre o que nos propusemos a fazer e o que fizemos, entre o que gostaríamos de ser e o que nos contentamos realmente ser [...] Talvez existam pessoas que, ao se conhecerem, consigam melhorar; Eu, por outro lado, quanto mais me conheço, mais me perco. Afinal, não sei que sentimentos poderiam resistir a uma análise implacável e contínua; nem qual pessoa, refletida em cada ação sua, poderia estar satisfeita consigo mesma. Parece-me que na vida é necessário escolher a nossa própria linha de conduta, afirmá-la perante nós próprios e os outros, e depois esquecer aqueles gestos, aquelas ações, que lhe contrastam. Devemos esquecê-los. Minha mãe sempre diz que quem tem memória fraca tem sorte. [...]. Trechos extraídos da obra Quaderno proibito (Mondadori, 1996), da escritora e dramaturga italiana Alba de Céspedes y Bertini (1911-1997).

 

DOIS POEMAS - POR QUE SOU FORTE - Dirás que é falso. Não. É certo. Desço\ Ao fundo d’alma toda vez que hesito...\ Cada vez que uma lágrima ou que um grito\ \Trai-me a angústia - ao sentir que desfaleço...\ E toda assombro, toda amor, confesso,\ O limiar desse país bendito\ Cruzo: - aguardam-me as festas do infinito!\ O horror da vida, deslumbrada, esqueço!\ É que há dentro vales, céus, alturas,\ Que o olhar do mundo não macula, a terna\ Lua, flores, queridas criaturas,\ E soa em cada moita, em cada gruta,\ A sinfonia da paixão eterna!...\ - E eis-me de novo forte para a luta. PERFIL DE ESCRAVA - Quando os olhos entreabro à luz que avança,\ Batendo a sombra e pérfida indolência,\ Vejo além da discreta transparência\ Do alvo cortinando uma criança.\ Pupila de gazela - viva e mansa,\ Com sereno temor colhendo a ardência\ Fronte imersa em palor...Rir de inocência,\ Rir que trai ora angústia, ora esperança...\ Eis o esboço fugaz da estátua viva,\ Que - de braços em cruz - na sombra avulta\ Silenciosa, atenta, pensativa!\ Estátua? Não, que essa cadeia estulta\ Há de quebrar-se, mísera, cativa,\ Este afeto de mãe, que a dona oculta! Poema da escritora, jornalista e tradutora Narcisa Amália de Campos (1852-1924).

 


Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação (Saúde na Constituição Federal vigente).

Toda vez que desembarco no aeroporto e pego um táxi para ir pra casa, no trajeto eu vejo uma fila enorme. Não que fila seja nenhuma novidade ou que me chame atenção, nada disso. Afinal o Brasil é uma bronca arrodeada de filas por todos os lados. 


O curioso dessa fila é que ela sempre está ali de madrugada, exatamente quando chego das minhas viagens. De madrugada? Isso mesmo, por volta da 1 ou 2 da madrugada, sempre que retorno das minhas viagens por esse Brasilzão véio, arrevirado e de porteira escancarada.

Pior ainda é que eu, na minha santa ingenuidade, não sabia que havia uma fila dessas nessa hora (saber, na vera, sabia; todo mundo sabe, só que ninguém tá nem aí pra quem pintou a zebra!), mas que eu já tinha visto um montão de vezes nos meus retornos por lá, eu vi, só que não havia me dado conta nem me chamara atenção e a curiosidade como agora. 


Dessa vez indaguei do motorista do taxi:

- Que fila é essa, hem?

- É do posto de saúde!

Sabia lá que aquilo era posto de saúde! Parecia tudo, menos isso. Não tinha placa, luminoso ou indicação alguma. Aliás, tudo escuro, só uns dois ou três postes acesos na rua. Eu morria e não sabia que aquilo era um posto saúde. Dava para se imaginar de tudo: puteiro, casa de jogo, reunião de religiosos, ou coisa que valha. Mas posto de saúde, nunca!

- Mas toda vez que retorno da viagem que chego de madrugada essa fila está aí?

- Hômi, seu minino, essa fila num acaba nunca! É todo dia assim, de segunda a sexta. Só não tem sábado e domingo porque não tem ninguém pra atender.

- Ôxi! E por que o povo tá uma hora dessa se o expediente só começa lá pelas 8hs?

- Ah! É pra pegá a ficha. Se não chegar essa hora não pega ficha. Tem gente que virá a noite aí pra pegar ficha de atendimento. 


- Ah, então é a ficha do atendimento...


- É, de atendimento. Se precisar de coisa mais séria, esse atendimento marca só pra daqui uns 3 ou 4 meses. Tem que segurá a vida até lá, se morrer, babau, perde a vez, só na outra.

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NOÉMIA DE SOUSA, PAMELA DES BARRES, URSULA KARVEN, SETÍGONO & MARCONDES BATISTA

  Imagem: Acervo ArtLAM . Ao som dos álbuns Sempre Libera (Deutsche Grammophon , 2004), Violetta - Arias and Duets from Verdi's La Tra...