quarta-feira, junho 13, 2018

FERNANDO PESSOA, ROA BASTOS, HELENA VIEIRA, SCHELLER, FRINGS. VILMAR CARVALHO, RAFAEL PANSICA & KATERINA POLEMI


MAIS UMA & OUTRAS TANTAS COISAS – Imagem: arte da pintora portuguesa Maria Helena Vieira da Silva (1908-1992). - Meus sonhos são muitos e graças, nós na garganta de emoção, por serem reais demais no que sou de factível, se aquilo que quero e teimo noitedia até sempre, além dos limites de toda extensão de ir e vir no tempo e lugares. Mais seria não fossem desafios aos montes que me realizam ao superá-los, a cada momento em que inscrevo a ousadia de viver de segundo em minuto, para que eu seja mais do que pleno entre as escolhas de errar e acertar. Aprendo e reaprendo, sou inteiro porque meus dedos clamam o toque ao desvelo supremo dos instantes fecundos, em que sou mais que a mim próprio na troca de afetos arrancando estribilhos e refrões da mais singela comunhão por canções de amar. Porque meus braços esperam a chegada com entregas maiúsculas adornando as alteadas celebrações comburidas às paixões dos devaneios que mais nos exaltam a vida a nos fazer maiores do que somos. Porque meus ouvidos escutam as suaves palavras do encanto de todos os sorrisos pacíficos e acolhedores na claridade estonteante das sensações mais extravasadas, para me envolver além da música das esferas no sentimento do universo. Porque meus lábios sussurram bandeiras trêmulas reluzentes saudando a vida sagrada inteira ao dispor na sonata cósmica, a nos dizer de luz e paz pra sermos o amor mais que a existência. Porque meu peito berra aceso viço lauto de amar ardente e simplesmente todos os seres do visinvisível daqui, dali e dacolá como se nada mais fosse a mais verdadeira forma de amor, do que as mãos dadas e braços dados pelo ideal de viver por toda a expressão da Natureza. Porque minha voz exala a ternura do ventre implorando o gozo no desprendimento da alma que sou por todo canto e lugar do Sol reluzindo no horizonte por manhãs e tardes infindas de harmonia. Porque meus olhos enxergam além do que vejo e ao se fecharem me dão o porto de esperança lá longe e tão perto do que ter para ser-me assim mais que chegado a hora certa e exata. Assim meus sonhos são em mim mesmo o que sou, desperto de satisfações para levar a todos e todas, a minha mais simples alegria de viver graças aos céus e a Terra e a tudo que existe expresso ou oculto. Por isso sou mais que grato todo dia e o dia todo, amém e amem. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui.

RÁDIO TATARITARITATÁ:
Hoje na Rádio Tataritaritatá especial com a música do violonista, arranjador e compositor Rafael Pansica: Engasgado, Bebê & Montreux de Hermeto Pascoal; da cantora, compositora e multi-instrumentista Katerina Polemi: A Crossroad of Jazz, Bossa Nova and Greek Music, Auntumn Leaves & Live; & muito mais nos mais de 2 milhões de acessos ao blog & nos 35 Anos de Arte Cidadã. Para conferir é só ligar o som e curtir. Veja mais aqui.

PENSAMENTO DO DIA – [...] Valores irrealizáveis são emocionalmente prejudicados e diminuídos, enquanto valores negativos situados em impotências incuráveis de natureza física, psicológica, mental ou social, são subconscientemente elevados a posições mais elevadas da hierarquia dos valores às quais tais valores não pertencem. Mais precisamente, eles são ilusoriamente sentidos no lugar do valor positivo irrealizável [...]. Trecho extraído da obra The first comprehensive guide based on the complete works (Marquette University Press, 2012), do filósofo e professor estadunidense Manfred Frings (1925-2008).

PRECONCEITO & FILOSOFIA - [...] Assim como os nomes das cores não se referem a meras propriedades de coisas corpóreas – não obstante o fato de que a presença das cores na nossa experiência cotidiana natural de observar o mundo nos aparece apenas enquanto elas funcionam como meio para distinguir diferentes entidades corpóreas – os nomes dos valores tampouco se referem a meras propriedades das coisas que nós chamamos de bens […] É apenas a partir da abolição total do antigo preconceito segundo o qual o espírito é exaurido na oposição entre “razão” e “sensibilidade”, ou de que qualquer coisa deve estar subordinada a uma ou a outra que se torna possível uma ética material a priori. Esse dualismo infundamentado, cujas implicações levaram a negligenciar e a interpretar erroneamente as propriedades peculiares de uma classe inteira de atos, deve ser completamente banido da filosofia. [...]. Trechos extraídos da obra Der formalismus in der ethik und die materiale wertethik: neuer versuch der grundlegung eines ethischen personalismus (Obras completas - A. Francke Verlag, 1980), do filósofo alemão Max Ferdinand Scheller (1874-1928).

A DOR PARAGUAIA - [...] Não há olhar sobre o Paraguai, em efeito, que não ofereça essa estranha sensação de irrealidade. Entre nossas coletividades americanas submetidas à dominação, apesar de sua propagada condição de república, nenhuma se depara em suas vicissitudes e traços de uma fábula desgraçada, cujas imagens mais incríveis são, precisamente, os fatos de sua própria realidade que delira como um moribundo e nos lança ao rosto rajadas de sua grande história. [...] Plenamente, intransigentemente, até suas últimas consequências, o mandato de sua paixão moral. Soube que devia ensinar com palavra, com o exemplo. Não somente com teoria de uma utópica liberação, mas com a estratégia do desmascaramento ideológico em todos os planos, mediante o ato da palavra e a palavra como ato; através de uma irrenunciável práxis denunciadora e libertadora. [...]. Trecho do prefácio de El dolor paraguayo (Servilibro, 2010), do escritor paraguaio Augusto Roa Bastos (1917-2005) que em seu El texto ausente (Université de Potiers, 1999), expressa que: [...] a palavra não se limita a nomear, se não a ser o que nomeia, sujeito e objeto de uma experiência de criadora comunicação através das infinitas relações entre a divindade e a palavra cheia de amor criador, entre as coisas e os seres humanos [...].

PRESSÁGIO - O amor, quando se revela, / Não se sabe revelar. / Sabe bem olhar pra ela, / Mas não lhe sabe falar. / Quem quer dizer o que sente / Não sabe o que há de dizer. / Fala: parece que mente… / Cala: parece esquecer… / Ah, mas se ela adivinhasse, / Se pudesse ouvir o olhar, / E se um olhar lhe bastasse / Pra saber que a estão a amar! / Mas quem sente muito, cala; / Quem quer dizer quanto sente / Fica sem alma nem fala, / Fica só, inteiramente! / Mas se isto puder contar-lhe / O que não lhe ouso contar, / Já não terei que falar-lhe / Porque lhe estou a falar… Poema do poeta e filósofo português Fernando Pessoa (1888-1935). Veja mais aqui e aqui.

CANÇÃO DE TERRA: DECODIFICANDO O COTIDIANO NOSSO, A POESIA DE LUIZ ALBERTO MACHADO
A poesia não tem código, mesmo nos Estatutos dos Homens de Thiago de Méllo, o que menos pesa são os artigos. O código, portanto, pela poesia é (sub)vertido; porém, a poesia decodifica a vida e o cotidiano, aproximando os extremos ou separando o que se apresenta compacto. Na poesia, o Ser solta sua capacidade de existir: tempo, espaço. Tempo e espaço na “Canção” em que o poeta assimila a “Terra” e decodifica nosso cotidiano. Cotidiano nosso, maior que o hoje. Juntam-se na cor da terra, letras, palavras, versos de ontens e agoras, longes e pertos; de dentro de nós para fora e ao contrário na poesia de Luiz Alberto Machado, no Canção de Terra: doer-se e traduzir-se com o gosto do canavial nos dentes, que o coração inventa para exatamente mastigar o cotidiano. O poeta Nito abre as porteiras e não confunde os bois; investiga os batismos, mas a água é (im)pura; investiga os cemitérios porque os mortos são história daqui. Deduz luz de todo o escuro e aplica no senso-comum, interrogações do hábito de muitos provincianos: na terra dos poetas quem exatamente tem olho é que é rei. Na poesia é preciso ver e para isso Nito é feito de muitos olhos.
Depoimento após releitura de Canção de Terra (Bagaço, 1986), do poetamigo e historiador Vilmar Antônio Carvalho, Palmares, 10/09/1990. Veja mais aqui e aqui.

O Encontro Pernambucano de Pesquisa em Educação (Epepe) entre os dias 26 a 28 de setembro de 2018, na UFRPE - Recife – PE & muito mais na Agenda aqui.
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A arte da pintora portuguesa Maria Helena Vieira da Silva (1908-1992).
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É só uma questão de tempo entre o ontem e o amanhã, a literatura de Julio Cortázar, a filosofia do direito de Hegel, a arte de Jenny Saville & Nick Gentry aqui.

APOIO CULTURAL: SEMAFIL
Semafil Comércio de Livros Ltda nas faculdades Estácio de Carapicuíba e Anhanguera de São Paulo. Organização do Silvinha Historiador, em São Paulo.
 

PATRICIA CHURCHLAND, VÉRONIQUE OVALDÉ, WIDAD BENMOUSSA & PERIFERIAS INDÍGENAS DE GIVA SILVA

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