VAMOS
APRUMAR A CONVERSA – Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida,
impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-
lo para as presentes e futuras gerações (art. 225, CF/99). O livro A questão ambiental: diferentes abordagens
(Bertrand Brasil, 2007), organizado por Sandra Baptista da Cunha e Antonio José
Teixeira Guerra, trata de temas como a sociedade e natureza, política e gestão
ambiental, sustentabilidade e educação ambiental, perícia ambiental, turismo
sustentável: planejamento e gestão, encostas e questão ambiental, canais
fluviais e questão ambiental, entre outros assuntos. No prefácio os
organizadores assim se manifestam de forma indagadora: A ecologia virou moda, matéria de escola, programa de TV, bandeira
política e campo profissional. Como navegar nesses mares sem cair no
reducionismo do senso comum, no tecnicismo dos burocratas ou na demagogia dos
governantes de plantão? Como entender as causas econômicas e políticas das
agressões à natureza e ao mesmo tempo capacitar-se para enfrenta-las no campo
dos conceitos históricos e filosóficos, assim como nas trincheiras técnicas e
das políticas ambientais? [...] nas
faculdades, nas agências ambientais, nas ONGs sérias e na educação ambiental da
nossa sociedade, capacitando-a para trilhar o caminho do desenvolvimento
solidário, no combate à exclusão e às práticas predatórias, na defesa de todas
as formas de vida e de cultura. Vamos aprumar a conversa! Veja mais aqui,
aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.
Imagem: Mulher nua de costas, da pintora que retrata o imaginário popular pernambucano Tereza Costa Rego. Veja aqui e aqui.
Curtindo o álbum Kenny G Live no Concertos de Humphrey By The Bay, San Diego, Califórnia (Arista Records, 1989), do saxofonista estadunidense Kenny G.
RETORNO
DA DEUSA – O livro Retorno da deusa (Summus, 1991), do psicoterapeuta
da psicologia junguiana e homeopata MD Edward
C. Whitmont (1912-1998), trata sobre a feminilidade, a agressão e a moderna
busca da maturidade, abordando temas como o dilema e a teofania modernas,
desejo, violência e agressão, mito e funcionamento psicológico, consciência em
evolução, Dioniso e Apolo, os mitos patriarcais, o exilio humano, bode
expiatório, a morte de Deus, o feminino e sua repressão, novos modelos de
orientação, individuação e destino, ética e ritual, entre outros assuntos. Destaco
o trecho a seguir: [...] O homem começou
a arrastar-se na direção da mulher. Ela ficou paralisada em seu lugar. À medida
que ele ia chegando mais perto, ela começou a mexer o corpo numa dança sinuosa,
altamente convidativa. Quando ele estava suficientemente perto para alcançá-la,
ela parou de repente e deu-lhe as costas. Ao ver que ele tentava, muito
desajeitado, virá-la de frente para ele à força, ela voou para a garganta dele
como se quisesse estrangulá-lo. No mesmo instante, entraram num combate violento,
engalfinhando-se e rolando pelo chão. Depois disseram que aquela briga cheia de
raiva estava repleta de nítidas implicações eróticas. Diante da descoberta da
ambivalência, pararam e começaram a examinar o que tinha acontecido. Fora
visível aos espectadores, assim como aos participantes, que a motivação da
mulher era provocar a agressão do homem a qualquer custo. Ela se arriscava à
violência, e talvez até mesmo a desejasse, para poder ser notada como mulher.
Sentia-se negligenciada e inferior como mulher e precisava provar para si mesma
que conseguia atrair os homens, pelo menos fisicamente. No entanto, quando teve
sucesso nessas manobras, não estava mais disposta (na verdade, sentia-se
incapaz) a encarar as consequências de sua provocação. Queria que a notassem
como pessoa, e não apenas como corpo, e a aproximação física direta que ela
provocava constantemente (embora de modo inconsciente) só intensificava seus
sentimentos de inferioridade e a deixava cada vez mais irada [...] Então os papéis foram invertidos. Um
reencenou e copiou o papel do outro [...] Ao reconhecerem o que tinha acontecido em suas experiências e feedbacks
mútuos, ambos puderem ver os próprios problemas e começar a entender o outro, a
simpatizar com ele. Abriu-se para eles um caminho de comunicação e de ajuda
recíproca onde antes só tinha havido mútuos ressentimentos [...]. Veja mais
aqui.
BAÚ
DE OSSOS – O livro Baú de Ossos (Companhia das Letras,
2012), do escritor e médico brasileiro Pedro
Nava (1903-1984), reconstitui a genealogia dos antepassados e os primeiros
anos da infância do autor, uma testemunha privilegiada da história do Brasil no
século XX, iniciado em 1968. Na obra o autor apresenta com maestria e precisão na
reconstituição dos detalhes do passado mais remoto, realizando um vasto
panorama da sociedade e da cultura brasileiras no século XIX e no início do
século XX. Da obra destaco o trecho inicial: Eu sou um pobre
homem do Caminho Novo das Minas dos Matos Gerais. Se não
exatamente da picada de Garcia Rodrigues, ao menos da variante aberta pelo
velho Halfeld e que, na sua travessia pelo arraial do Paraibuna, tomou o nome
de rua Principal e ficou sendo depois a rua Direita da Cidade do Juiz de Fora.
Nasci nessa rua, no número 179, em frente à mecânica, no sobrado onde reinava minha
avó materna. E nas duas direções apontadas por essa que é hoje a avenida Rio
Branco hesitou a minha vida. A direção de Milheiros e Mariano Procópio. A da
rua Espírito Santo e do Alto dos Passos. A primeira é o rumo do mato dentro, da
subida da Mantiqueira, da garganta de João Aires, dos profetas carbonizados nos
céus em fogo, das cidades decrépitas, das toponímias de angústia, ameaça e
dúvida — Além Paraíba, Abre Campo, Brumado, Turvo, Inficionado, Encruzilhada, Caracol,
Tremedal, Ribeirão do Carmo, Rio das Mortes, Sumidouro. Do Belo Horizonte (não
esse, mas o outro, que só vive na dimensão do tempo). E do bojo de Minas. De
Minas toda de ferro pesando na cabeça, vergando os ombros e dobrando os joelhos
dos seus filhos. A segunda é a direção do oceano afora, serra do Mar abaixo,
das saídas e das fugas por rias e restingas, angras, barras, bancos, recifes,
ilhas — singraduras de vento e sal, pelágicas e genealógicas — que vão ao
Ceará, ao Maranhão, aos Açores, a Portugal e ao encontro das derrotas latinas do
mar Mediterrâneo. Além de dar assim leste e oeste para a escolha do destino, a
rua Direita é a reta onde cabem todas as ruas de Juiz de Fora. Entre o largo do
Riachuelo e o alto dos Passos, nela podemos marcar o local psicológico da rua
do Sapo, da rua do Comércio, da rua do Progresso, da rua do Botanágua, com a
mesma precisão com que, nos mapas do seu underground, os logradouros de Londres são colocados fora de
seu ponto exato, mas rigorosamente dentro de sua posição relativa. É assim que
podemos dividir Juiz de Fora não apenas nas duas direções da rua Direita, mas
ainda nos dois mundos da rua Direita. Sua separação é dada pela rua Halfeld.
[...]. Veja mais aqui.
PEQUENO
POEMA INFINITO – O texto
Pequeno Poema Infinito (Aplauso,
2004), do poeta e dramaturgo espanhol Federico
García Lorca (1898-1936), é um espetáculo idealizado a partir de uma
conferência do autor Como canta uma
cidade de novembro a novembro (1933), em que ele fala de suas relações com
sua terra natal, Granada, descrevendo o movimento contínuo das estações do ano,
o folclore musical, as tradições populares e paisagens, revelando suas
experiências de artista e cidadão. Destaco o Prólogo: Senhoras e senhores: Desde o ano de
1918, quando ingressei na Residência dos Estudantes de Madri, até 1928 ano em
que a abandonei, terminados meus estudos de Filosofia e Letras, ouvi naquele
refinado salão onde a velha aristocracia espanhola ia para corrigir sua
frivolidade de praia francesa , cerca de mil conferências. Com desejo de ar e
de sol, eu me entediei tanto que ao sair me senti coberto por uma leve cinza
quase a ponto de converter-se em pimenta de tanta irritação. Não. Não quero que
entre nesta sala a terrível mosca do tédio que une todas as cabeças por um
tênue fio de sono e põe nos olhos dos ouvintes uns grupos diminutos de pontas
de alfinete. De modo simples, com o registro que em minha voz poética não tem
luzes de madeiras nem ângulos de cicuta, nem ovelhas que subitamente são facas
de ironias, vou ver se posso lhes dar uma simples lição sobre o espírito oculto
da dolorida Espanha. [...] Como uma criança que mostra cheia de assombro a sua
mãe vestida de cor viva para uma festa, assim quero lhes mostrar hoje a minha
cidade natal. A cidade de Granada. Para isso tenho que usar exemplos de música
e os tenho que cantar. Isso é difícil porque eu não canto como cantor mas como
poeta, ou melhor, como um moço simples que vai guiando os seus bois. Tenho
pouca voz e a garganta delicada. Assim, não há nada de estranho se me acontecer
de desafinar como um galo. Mas se isso acontecer tenho certeza de que não será
o galo corrosivo dos cantores, que lhes pica os olhos e destrói sua glória, mas
eu o transformarei em um pequeno galinho de prata que porei amorosamente sobre
o doce colo da garota [...] mais melancólica que exista neste salão. Um granadino cego de
nascimento e ausente muitos anos da cidade saberia a estação do ano pelo que
ouve cantar nas ruas. Veja mais aqui, aqui, aqui e aqui.
ZUZU
ANGEL – O drama
biográfico Zuzu Angel (2006), do
diretor Sérgio Rezende, contando a vida e a luta da estilista brasileira
Zuleika Angel Jones (1921-1976), mãe do estudante de economia e militante
político Stuart Angel Jones, torturado e assassinado pela ditadura militar, por
integrar organizações clandestinas que combatiam a ditadura militar. Narra a
busca dessa mulher por explicações e aparecimento do corpo do seu filho que só
termina com a sua morte num acidente de carro na Estrada da Gávea, Rio de
Janeiro, ocorrida na madrugada de 14 de abril de 1976. Uma semana antes de sua
morte, ela deixara um documento na casa de Chico Buarque em que se encontrava
inscrito que: "Se eu aparecer morta, por acidente ou outro meio, terá sido
obra dos assassinos do meu amado filho". Veja mais aqui.
IMAGEM DO DIA
Todo dia é dia de homenagear a linda e
uma das maiores virtuoses pianista argentina Martha Argerich.
Veja mais sobre:
Lugome, sua familia, seu infortúnio, Poesia erótica de José Paulo Paes,
Fundamentos de história do direito, O combate à corrupção nas prefeituras do
Brasil, Aracaju, a música de Gina Biver, a pintura de Sofan Chan, a arte de Eiko
Ojala & Rudson Costa aqui.
E mais:
Brincarte do Nitolino, A condição humana de Norbert Elias, O
homem de outrora de Alexander Pushkin, O lugar do outro de Jean-Luc Lagarce, a
música de Eduardo Camenietzki, a pintura de Paul Gauguin, o desenho de Luis
Fernando Veríssimo & a arte de Flávia Alessandra aqui.
Espera, Iniciação filosófica de Karl Jaspers, A
crise das ciências humanas de Hilton Japiassu, Memórias de um rato hotel de
João do Rio, Manipulação da crise da arte de Dario Fo, Os contos proibidos de Marquês de Sade, a música de Regina Schlochauer, a
escultura de Diogo de Macedo, a pintura de Ghada Amer, a arte de Anthea Rocker
& Aaron Czerny, Kate Winslet, Jazz & Cia
Grupo de Dança, a entrevista de Braulio Tavares, a fotografia de Herbert
Matter, Dicionário Tataritaritatá, O que sou de praça na graça que é dela &
O brasileiro é só um CPF Fabo arrodeado de golpes por todos os lados aqui.
De golpe em golpe a gente vai aprendendo, O coração humano de Goethe, Iniciações
tibetanas de Alexandra David-Néel, Adeus ao proletariado de André Gorz,
Sistematização da prática e da teoria de José Paulo Netto, a música de Franz Schubert & Mitsuko Uchida, a pintura de Lygia
Clark & John Currin, a escultura de Horatio Greenough, a arte de Marina Abramović & Simone
Spoladore, a fotografia de Carl Warner, a coreografia de Anna Halprin,
entrevista de Tchello d’Barros, Oficina de Cordel, Laura
Barbosa, O vexame da maior presepada & Do jeito que esse mundão vai
só Deus na causa aqui.
Tantas fazem & a gente é quem paga o
pato, Nietzsche
& a psicologia, A condição pós-moderna de Jean-François Lyotard, Nova
história de Georges Duby, a literatura de George Orwell & Alfredo Flores, a
pintura de Balthus, a fotografia de Marta Maria Pérez Bravo
& Richard Murrian, A dona história de João Falcão, a escultura de Marco Cochrane, a música de PJ Harvey, a entrevista de
Virna Teixeira, O infortúnio da prima da Vera & Quando a bronca dá na
canela, o melhor é respirar fundo à flor d’água pra não morrer afogado aqui.
Pra tudo tem jeito, menos pro que não
pode ou não quer,
Neuroeducação no processo de ensino-aprendizagem, a consciência fragmentada de
Renato Ortiz, Procedimento histórico de Adalberto Marson, O caldeirão do diabo
de Baldomero Lillo, a coreografia de Eugenio Scigliano, O narrador de Rubens
Rewald, o cinema de Wayne Wang & Gong Li, Baghavad Gita, a escultura de
Émile Antoine Bourdelle, a pintura de Katia Almeida & Lisa Yuskavage, a
música de Paula Morelembaum, a fotoforma de Geraldo de Barros, a entrevista de
Ulisses Tavares, a arte de Wanda Pepi, Zé Corninho
& Quem sabe, sabe; quem não sabe tapia na gambiarra ou leva na marra pra
engalobar os bestas aqui.
Tudo tem seu lado bom & ruim &
vice-versa, A
criança, Vygotsky e o Teatro, Brincar para Aprender, a filosofia de Hermes
Trismegistos de Jean D’Espagnet, Linguuagem & vida de Ludwig Wittgenstein,
O homem criador e sensato de Alan Watts, a música de Mozart & Alicia De Larrocha,
Treva alvorada de Mariana Ianelli, a coreografia de Merce Cunningham, a
escultura de Aristide Maillol, a pintura de Johfra Bosschart & Sharon
Sieben, a fotografia de Luiz Cunha, a arte de Ana Starling & Rodrigo
Branco, o teatro de Maria Adelaide Amaral & Marília Pêra, o cinema de Don Ross & Christina Ricci, a entrevista de Valquiria
Lins, O evangelho segundo Padre Bidião & Jesus voltou aqui.
Fecamepa –
quando o Brasil dá uma demonstração de que deve mesmo ser levado a sério aqui.
Cordel
Tataritaritatá &
livros infantis aqui.
História da mulher: da antiguidade ao
século XXI aqui.
Palestras: Psicologia, Direito &
Educação aqui.
A croniqueta de antemão aqui.
Livros Infantis do Nitolino aqui.
&
Agenda de Eventos aqui.
CRÔNICA DE AMOR POR ELA
Art by Ísis
Nefelibata
CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Paz na
Terra:
Recital
Musical Tataritaritatá - Fanpage.