Arte da ilustradora e artista coreana Zipey Yang Se Eun.
LITERÓTICA: APRONTAÇÃO
– Toda sexta-feira, meio dia em ponto, ela vem com assombro
pro meu bem-me-quer. E me faz de chofer toda gostosinha tirando a calcinha pra
me provocar. E: - qualé, que é que há? -, grita intrigada com manha cismada,
querendo aprontar. Eu fico de cá, só no encalço, apertando seu laço, seu sal se
pisando. Continua bancando maior enredeira, toda presepeira no flerte enrolado.
Jeito caçoado se achega mansinha, fingindo que é minha e que também não. Eu que
sou enrolão sei desse expediente, de fingir que se sente e que sente demais.
Deu passo pra trás, se faz desleixada com a cheba minada, apertando entre as
pernas. É trapaça eterna que faz toda pilha, ela emborca a vasilha toda
mandona. E com cara pidona, prometo a munheca e o ferro na boneca no maior
caqueado. Chamo no cabo, arreia a catimba, chupa minha bimba na maior diversão.
Que degustação! E não tem apelo, eu seguro os cabelos e tome pencó. Bateu no
gogó, ela me devorando toda se babando, esborra o chamegado. Aprumo ajeitado,
ela quer que eu suste, eu boto sem cuspe até o talo. Engole o gargalo e mais se
atrepa, em mim se estrepa e voa aprumado. E com avoado vem toda esbelta feito
asa delta cavalgar de montão. Me faz corrimão, sua mala e bocado, mastro
desfraldado, consolo e redenção. Me faz seu pirão, o seu de-comer, a razão de
viver e doce predileto. Juro que eu não presto, sou profanação, seu bicho de
estimação, sua terrina e rito de passagem. Sou sua pilhagem, sua refeição, sua
extrema-unção, seu viveiro, seu claustro. Sou seu repasto, medonha agonia, até a
luz do dia me fez coroado. Sou deus destronado, sua gota e quebranto, sou até o
seu santo caído e safado. Sou enfim seu reinado, espinho na roseira, alma
maloqueira que lhe faz só mulher. E nesse trupé, ela goza devassa, em estado de
graça e seja o que deus quiser. © Luiz Alberto Machado. Direitos
reservados. Veja mais aqui.
DITOS & DESDITOS - A primeira faculdade com a
qual o homem opõe-se às coisas, tanto quanto ser independente, é a faculdade de
desejar. Ao desejar, o homem não aceita simplesmente a redalidade das coisas,
porém, istyo sim, as constrói para si mesmo. No desejo move-0se a primeira
consciência primityiva: a capacidade para configurar o ser. Pensamento do do filósofo alemão Ernst Cassirer
(1874-1945). Veja mais aqui e aqui.
ARTE CONTEMPORÂNEA - [...] Em tal sociedade,
o imperativo de ter de ser criativo, de ter de produzir arte, abate-se sobre os
decisores: políticos eleitos, administradores encarregado de resolver os
problemas urbanos, sociais, de integração das diferenças étnicas dentro de um
vasto lugar comum. [...] A arte é o
local de reunião simbólica, unificador das diferenças, que deve exercer a
função de ligação e servir de substituto a uma coesão difícil de ser
conseguida; em suma, deve tomar o lugar do consenso político. Essa operação de
reunificação não data de hoje: a atividade artística sempre foi requisitada
pelo poder para dar visibilidade aos conceitos que lhe servem de princípios.
[...] Assim como falta a ligação entre uma orientação política e sua
visibilidade pública, da mesma maneira os estereótipos intervêm agora em seu
lugar: um parque público, a instalação de um ecomuseu, o lançamento de uma
empreitada artística de grande porte quem
não tem seu festival de verão ou de outono? Pouco importa o conteúdo da
empreitada, contanto que ela exista e que o evento seja elogiado. [...] As
obras de arte vêem-se, então, não somente confrontadas com a estrutura da
comunicação do mercado – no qual os artistas, a despeito de não controlarem as
regras, podem, no entanto, gerir o uso e nutrir seu trabalho, como vimos – como
também com essa extensão totalizante de uma atividade no domínio da arte,
extensão para cima e para baixo [...]. Trecho extraído da obra A arte contemporânea: uma introdução
(Martins Fontes, 2005), da filósofa, romancista, ensaísta e artista francesa Anne Cauquelin. Veja mais aqui e aqui.
SONHOS TROPICAIS - [...] o que me espera, neste país? E então o telefone soará. Mas não serei
eu, Oswaldo. Tu sabes que não serei eu. Quem será então? Ligação internacional:
a mulher dele. Melhor: quase ex-mulher. Processo de divorcio em andamento.
Incompatibilidade de gênios. “Ele s[o pensa na carreira, na tese. Não passo de
um objeto. E já teve caso com duas alunas...” (Caso com duas alunas: picante,
hein, Oswaldo?) Mas a mulher, ou quase ex-mulher, telefonará assim mesmo. O
pretexto será um problema qualquer com a filha de ambos, uma garota d quinze
anos muito problemática (drogas? Drogas). Na verdade, ela quererá se queixar:
você viajou, não avisou nada, se o seu pai não tivesse me dado o telefone desse
apart-hotel eu nem saberia onde você está, você fugiu para o Brasil, o pretexto
é a tese, mas eu sei que você quer mesmo o Carnaval, as mulheres fáceis. Ele
ouvirá em silencio. Finalmente ela se interromperá, ofegante/ ele então tentará
ponderar algo – você está errada, eu vim a trabalho – mas então ela começará a
chorar. Começará a chorar, e graças à comunicação via satélite, seus soluções
atravessarão o espaço em velocidade fantástica; [...]. Trechos da obra Sonhos tropicais (Companhia das Letras,
1992), do escritor e médico gaúcho Moacyr Scliar
(1927-2011). Veja mais aqui e aqui.
POEMAS - MULHER ANDANDO NUA
PELA CASA – Mulher andando nua pela casa / envolve a gete de tamanha paz. / Não
é nudez datada, provocante. / É um andar vestida de nudez, / inocência de irmã
e copo d’água. / O corpo nem sequer é percebido / pelo ritmo que o leva. /
Transitam curvas em estado de pureza, / dando este nome à vida: castidade. /
Pelos que fascinavam não perturbam. / Seios nádegas (tácito armistício) / repousam
de guerra. Também eu repouso. NOCORPO FEMINO, ESSE RETIRO – No corpo feminino,
esse retiro / - a doce bunda – é ainda o que prefiro. / A ela, meu mais íntimo
suispiro, / pois tanto mais a apalpo quanto a miro. / Que tanto mais a quero,
se me firo / em unhas protestantes, e respiro / a brisa dos planetas, no seu
giro / lento, violento... então, se ponho e tiro. / a mão em concha – a mão,
sábio papiro, / iluminando o gozo, qual lampiro, / ou se, dessedentado, já me
estiro, / me penso, me restauro, me confiro, / o sentimento da morte eis que
adquiro: / de rola, a bunda torna-se vampiro. NO MÁRMORE DE TUA BUNDA – No
mármore de tua bunda gravei o meu epitáfio. / Agora que nos separamos, minha
morte já não me pertence. / Tu a levaste contigo. Poemas extraídos da obra O amor natural (Record,1996), do poeta, contista e cronista Carlos Drummond de
Andrade (1902-1987). Veja mais aqui.
Arte da ilustradora e artista coreana Zipey Yang Se Eun.
CIDINHA MADEIRO – A homenageada da vez, tanto é
uma aplaudida Musa Tataritaritatá, como também uma festejadíssima personalidade
da campanha Todo dia é dia da mulher. Trata-se, simplesmente, da alagoana
Cidinha Madeiro.
Além de tudo isso, é um ser humano fascinante.
Tudo isso e muito mais: ela é Cidinha Madeiro.
Aqui a nossa homenagem.
Veja mais Musa Tataritaritatá e homenageadas na
Campanha Todo dia é dia da Mulher.
Veja mais
sobre:
Infância, imagem e
literatura, Hermilo
Borba Filho, Ixchel, Diego Rivera, Jean Sibelius, Epicuro de Samos,
Horácio, Anne-Sophie Mutter, Irene Ravache, Ziraldo
& Maria Luísa Mendonça aqui.
E mais:
Dia
Branco aqui.
A mulher
da Renascença ao Marxismo aqui.
A
mulher, o Movimento Sufragista, o Feminismo & Vida de Artista aqui.
A
trajetória da mulher por seus direitos no sec. XX aqui.
Precisando
de secretária, uma homenagem aqui.
A mulher
no Brasil Colônia aqui.
A mulher
no Brasil Império aqui.
Josiele
Castro, a musa Tataritaritatá aqui.
A mulher
na República e na campanha sufragista do Brasil aqui.
Fecamepa:
corrupção x cláusula da reserva do possível aqui.
Feminismo
no Brasil, Vera Indignada & Nitolino aqui.
O
pisoteio noturno & Anátema aqui.
Combate
à violência contra a mulher aqui.
Paroxismo
do desejo aqui.
A arte
de Mariana
Mascheroni aqui.
A mulher
Lutas & Conquistas & Festa Brincarte do Nitolino aqui.
&
CRÔNICA DE AMOR POR ELA
Leitora Tataritaritatá!!!
CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Paz na
Terra:
Recital
Musical Tataritaritatá - Fanpage.