Algumas mulheres escolhem seguir os homens, e outras escolhem seguir
seus sonhos. Se você está se perguntando em qual direção seguir, lembre-se de
que sua carreira jamais acordará de manhã e dirá que não te ama mais. O maior
equívoco sobre mim é que eu sou um personagem ou uma persona. Que, quando as
luzes e câmeras desligarem, vou transformar-me em uma abóbora. E simplesmente
não é verdade. Eu faço música, arte e design durante todo o dia. Sim, eu lavo a
cara e vou dormir, mas quando eu acordo, sou sempre Lady Gaga.
A arte da
atriz, cantora, compositora e produtora musical estadunidense Lady Gaga (Stefani Joanne Angelina Germanotta). Veja mais abaixo e aqui.
UMA CANÇÃO PARA MIRIAM – Baseada na história de Miriam Lopes Verbena (1946-1972) – Era
oito de março de mil novecentos e setenta e dois e a professora tinha um
pressentimento. Os tempos estavam escuros, a noite imperava em pleno meio dia.
A mudança do Rio de Janeiro para Pernambuco, não aliviara as tensões. O que
fazer da vida, uma tarefa de preparar o povo para tomar conta do que sempre foi
seu. E isso em meio às escapulidas, identidade postiça, viver clandestino. Naquele
dia precisava viajar para resolver documentos do marido, ele junto. A situação
era insegura; a tragédia, iminente. Tinham de ir e foram. No trecho entre
Cachoeirinha e São Caetano, um acidente automobilístico, e ninguém sabe ao
certo o que se sucedeu: dúvidas e mistérios do seu paradeiro. Nem ela, nem o
companheiro. Ambos sumiram na rodovia. Os rastros levam a uma cova no cemitério
Dom Bosco, de Caruaru. Ninguém sabe, nome lá é outro. Desaparecida desde então,
ela estava grávida de oito meses e, a partir de então, entrava no rol das Filhas da Dor e outras Filhas. Veja mais aqui e aqui.
DITOS & DESDITOS - Seria ridículo falar de
ambientes masculinos e femininos, nascentes ou chuvas masculinas e femininas,
sol masculino e feminino... Quanto mais ridículo é em relação à mente, à alma,
ao pensamento, onde inegavelmente não existe tal coisa como sexo, falar de educação
masculina e feminina e de escolas masculinas e femininas. A única
característica distinta da nossa Associação é o direito à opinião individual de
cada membro. Nunca haverá outra temporada de silêncio até que as mulheres
tenham os mesmos direitos que os homens têm nesta terra verde. Não quero morrer
enquanto puder trabalhar; no minuto em que não posso, quero ir. Resistir à
tirania é obediência a Deus. Pensamento da escritora, professora, ativista feminista
estadunidense Susan Brownell Anthony
(1820-1906). Veja mais aqui.
ALGUEM FALOU – Atrevo-me a dizer que
parece tolice; talvez todas as nossas provações terrenas nos pareçam tolas após
algum tempo; talvez pareçam assim agora para os anjos. Mas nós somos nós
mesmos, você sabe, e isso é agora, não é hora de vir, muito, muito longe. E não
somos anjos, para sermos consolados por ver os fins para os quais tudo é
enviado. Não vou ouvir a razão... A razão sempre significa o que outra pessoa
tem a dizer. As pessoas podem se gabar tanto de pensar que seus defeitos estão
sempre presentes na mente dos outros, como se acreditassem que o mundo está
sempre contemplando seus encantos e virtudes individuais. Se todos os homens
fossem iguais esta noite, alguns começariam acordando uma hora mais cedo amanhã. Dito da escritora
britânica Elizabeth Gaskell
(1810-1865). Veja mais aqui.
OS LOUREIROS ESTÃO CORTADOS – [...] Um
na multidão ilimitada de existências, assim eu prossigo doravante meu caminho,
definitivamente um entre os outros; assim foram em mim criados o hoje, o aqui,
o agora, a vida; uma alma que flutua num sonho de afeto, é isso; é um sonho
feminino, o hoje; é um corpo feminino tocando o meu aqui; meu agora é uma
mulher de quem eu me aproximo; e eis aonde vai minha vida, esta moça nesta
noite… E zunem as ruas, os solavancos, as rodas sobre o calçamento, a noite
clara, nós sentados no carro, o ruído e os solavancos do carro que roda, as
coisas que desfilam, a noite deliciosa [...]. Trecho
extraído da obra Os
Loureiros Estão Cortados (Brejo, 2005), do escritor
francês Édouard Dujardin
(1861-1949). Veja mais aqui.
SOU DESTERRADO - América,
/ a mim também você deve ouvir. / Eu sou o estudante / que tem um só traje e
muitas condenações. / Eu sou o desterrado / que não encontra a porta nas
pensões. / Te digo que nas ruas / e nos terraços e nas cozinhas, / e ao fim de
cada dia em meu peito / algo está morrendo. / Escuta-me: / Eu sou o desterrado,
/ eu vaguei pelas ruas / até que os cães / lamberam meu amor desesperados. / Lembre
de mim! / Há dias que não tenho vontade / de me olhar, / dias em que até os
pássaros / apodrecem à metade do voo. / Amor, amor! / Tu dormiste / em quartos
imundos; / Tu não sabes o que é viver / com uma mulher que costura sua roupa
chorando! / Ai, durante séculos os poetas calaram / e o silêncio só se
escutava. / Um sussurro de abelhas que soavam, / até que já não pudemos mais, /
e a dor começou a manchar tudo: / a manhã, / o amor, / o papel onde cantávamos.
/ Um dia a dor / começou a gotejar desde baixo, / davam os muros gritos
pungentes, / uma mão amarguíssima inverteu meu peito. / Agora venho a ti
gemendo, / aqui está minha voz encarceirada debaixo desta fronte, demolido.
Poema extraído do livro Las imprecaciones (1955), do escritor peruano Manuel Scorza (1928-1983), Veja mais
aqui e aqui.
CONTEÚDO,
DIDÁTICA & EDUCAÇÃO - Buscando
conceituar "Conteúdo", inicialmente encontramos uma série de
assertivas que definem tal termo. Ele é comumente confundido com assunto ou
mensagem de uma obra. A Lingüística, por exemplo, opõe conteúdo a expressão, e
equivale a significado. Mas para muitos estudiosos, não se separam conteúdo e
forma. Eles têm uma categoria dual, são "um par de seres". Assim, um
romance, um conto, um poema, não têm conteúdo e forma separadamente, mas
possuem uma forma conteúdo. Ou melhor: um romance tem uma forma; aqui está
encerrada a idéia de conteúdo (Brasil, 1979:44). Para Hjelmslev (1978:197), a
divisão da linguagem possui dois planos: o plano do conteúdo e o plano da
expressão. Ao primeiro correspondente a matéria do conteúdo (pertencente à
física ou à psicologia) e ao segundo corresponde a matéria da expressão (sons).
A matéria é amorfa. O que a individualiza é a forma do conteúdo, tornando-a
substância do conteúdo, como a forma da expressão constitui a matéria da
expressão, tornando-a substância. Uma característica da linguagem humana é ser
composta de um sistema de figuras (figura para Hjelmslev corresponde ao fonema,
unidade mínima desprovida de significado), que, por sua vez, formam os signos
(união de expressão e conteúdo e que compreende desde os morfemas até
enunciados). Para ele, os termos expressão e conteúdo são adotados para
designar os funtivos que contraem a função semiótica; esta é uma concepção
puramente operacional e formal e, nesta ordem de idéias, nenhum outro
significado é atribuído aos termos expressão e conteúdo. Uma expressão só é
expressão porque é expressão de um conteúdo, e um conteúdo só é um conteúdo
porque é conteúdo de uma expressão. Do mesmo modo, é impossível existir (a
menos que sejam isolados artificialmente) um conteúdo sem expressão e uma
expressão sem conteúdo.(...) Evidentemente, não se deve confundir ausência de
conteúdo com ausência de sentido: o conteúdo de uma expressão pode
perfeitamente ser caracterizado como desprovido de sentido de um ponto de vista
qualquer ( por exemplo, o da lógica normativa ou do fisicalismo) sem com isso
deixar de ser conteúdo. (Hjelmslev, 1978:198) Portanto, constata ele no
conteúdo lingüístico, em seu processo, uma forma específica, a forma do
conteúdo, que é independente do sentido com o qual ela se mantém numa relação
arbitrária e que ela transforma em substância do conteúdo. Com o objetivo de
precisar a natureza da função semiótica, Saussure (1978) aventurou-se a considerar
a expressão e o conteúdo, tomados separadamente, sem se ocupar da função
semiótica. Isto levou o lingüista francês B. Portier a intervir na noção da
função de caracterização do signo lingüístico, que é formado pela oposição
entre três elementos: a forma do conteúdo e a substância do conteúdo integrando
o significado, e os meios de expressão formando o significante da teoria
saussureana. A forma do conteúdo constitui assim a estruturação sintática de
uma língua, a substância do conteúdo sua estruturação semântica e os meios de
expressão sua estruturação fonética e fonológica. Freire (1985:98), por outro
lado, já investigando a questão da razão didática, levanta que para a concepção
como prática de liberdade no ensino, a sua dialogicidade comece, não quando o
educador-educando se encontra com os educandos-educadores em uma situação
pedagógica, mas antes, quando aquele se pergunta em torno do que vai dialogar
com estes na inquietação em torno do conteúdo do diálogo que é a inquietação em
torno do conteúdo programático da educação. Prossegue ele distinguindo que: Para
o "educador-bancário", na sua antidialogicidade, a pergunta,
obviamente não é a propósito do conteúdo do diálogo, que para ele não existe,
mas a respeito do programa sobre o qual dissertará a seus alunos. (...) Para o
educador-educando, dialógico, problematizador, o conteúdo programático da
educação não é uma doação ou uma imposição - um conjunto de informes a ser
depositado nos educandos, mas a devolução organizada, sistematizada e acrescentada
ao povo, daqueles elementos que este lhe entregou de forma inestruturada. (...)
É na realidade mediatizadora, na consciência que dela tenhamos educadores e
povo, que iremos buscar o conteúdo programático da educação (Freire:1987:102). Isto quer dizer que,
enquanto na prática "bancária" da educação, antidialógica por
essência, o educador deposita no educando o conteúdo programático da educação,
que ele mesmo elabora ou elaboram para ele; na prática problematizadora,
dialógica por excelência, este conteúdo, que jamais é "depositado",
se organiza e se constitui na visão do mundo dos educandos, em que se encontram
seus "temas geradores". Numa visão libertadora, não mais
"bancária" da educação, o seu conteúdo programático já não involucra
finalidades a serem impostas ao povo, mas, pelo contrário, porque parte e nasce
dele, em diálogo com os educadores, refletindo seus anseios e esperanças. (Freire, 1987:120). Usando Piletti (1994:90),
dentro especificamente da didática, o conteúdo do ensino na escola tradicional,
era objeto de programas minuciosos: o planejamento de ensino consistia em
adequar todo o conteúdo ao tempo disponível para seu desenvolvimento. O
conteúdo, então, era, praticamente, um fim em si mesmo. As novas conquistas no
campo da educação vieram, no entanto, mostrar que o mais importante não é dar
ao aluno um grande volume de informações. Muito mais importante que isso é a
escola promover o desenvolvimento integral e harmonioso do aluno, envolvendo as
áreas cognitivas, afetiva e psicomotora. Isso não quer dizer que o conteúdo não
seja importante. Ele continua sendo importante, pois a aprendizagem só se dá em
cima de um determinado conteúdo. Quem aprende, aprende alguma coisa. Além
disso, o conteúdo é importante porque a informação é fundamental para se viver
no mundo contemporâneo. Outro aspecto que deve ser considerado é o tipo de
conteúdo, ou seja, o que é mais importante que o aluno conheça. Portanto, os
objetivos devem dar uma direção aos conteúdos, deixando estes de ser fins em si
mesmos para tornarem-se meios de como alcançar a concretização dos fins visados
pelo processo de aprendizagem. O conteúdo, em si, não abrange apenas a
organização do conhecimento, mas também as experiências educativas no campo
desse conhecimento, devidamente selecionadas e organizadas pela escola. Assim,
tanto a organização do conhecimento como as experiências educativas são
importantes. Um refere-se mais às informações, aos dados, aos fatos, aos
conceitos, aos princípios e às generalizações acumuladas pela experiência do
homem e que serão transmitidas ao aluno. O outro aspecto refere-se mais às
experiência que o próprio aluno poderá vivenciar em torno desses conhecimentos.
Para selecionar os conteúdos se faz necessário em função dos objetivos
propostos, considerar aqueles que são mais importantes e significativos para
uma determinada realidade ou época. Os critérios que podem perseguir a seleção
dos conteúdos deve conter a validade,
que requer que os conteúdos selecionados sejam dignos de confiança,
representativos e atualizados; a
significação, que esteja relacionada às experiências do aluno; a utilidade,
referindo-se ao uso dos conhecimentos em situações novas; a possibilidade de elaboração pessoal, referindo-se à recepção,
assimilação e transformação da informação pelo próprio aluno; a viabilidade, selecionando conteúdos
que possam ser aprendidos dentro das limitações de tempo e recursos
disponíveis; e a flexibilidade, sujeitos
a modificações, adaptações, renovações e enriquecimentos. A organização do
conteúdo deve obedecer a estrutura da própria matéria de ensino, através da
compreensão dos princípios básicos que dão estrutura à própria matéria. Este é
o critério lógico, enquanto que a organização lógica é função do especialista,
representando o último estágio de aperfeiçoamento. Enquanto que o critério
psicológico de organização do conteúdo deve obedecer atividades, áreas de
estudo e disciplinas. Conhecer os conteúdos a serem ensinados é a menor das
coisas, quando se pretende instruir alguém. Porém, a verdadeira competência
pedagógica não está aí, ela consiste, de um lado, em relacionar os conteúdos a
objetivos e, de outro, a situações de aprendizagem. O ensino certamente
persegue objetivos que intervêm em três estágios: do planejamento didático, não para ditar situações de aprendizagem
próprias a cada objetivo, mas para identificar os objetivos trabalhados nas
situações em questão, de modo a escolhê-los e dirigi-los com conhecimento de
causa; da análise a posteriori das
situações e das atividades, quando se trata de delimitar o que se
desenvolveu realmente e de modificar a seqüência das atividades propostas; da avaliação, quando se trata de
controlar os conhecimentos adquiridos pelos alunos. Veja mais aqui.
REFERÊNCIAS
BRASIL,
Assis. Vocabulário técnico de Literatura. Rio de Janeiro: Ediuoro, 1979.
FREIRE,
Paulo. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1985
HJELMSLEV,
Louis Trolle. Prolegômenos a uma teoria da linguagem. São Paulo: Abril
Cultural, 1978.
PERRENOUD,
Philippe. Novas competências para ensinar. Porto Alegre:Artmed, 2000
PILETTI,
Claudino. Didática geral. São Paulo: Ática, 1994.
SAUSSURE,
Ferdinand de. As palavras sob as palavras: os anagramas de Ferdinand Saussure.
São Paulo: Abril Cultural, 1978.
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Quando
tolinho deu uma de bundão e quase bate as botas, Anita
Malfatti, Toninho Horta, Anaxágoras de Clazómenas, Carlos Pena Filho, André Helbo, Francis Ford Coppola,
Selmo Vasconcellos, Ginaldo Dionisio, Literatura de Cordel & A Mãe da Lua aqui.
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