A arte da artista alemã Eka
Peradze
LITERÓTICA: AMBIÇÃO - O
relógio. O beijo e seu contágio: o desejo. Revejo ontens, prevejo manhãs, dias.
Toda orgia, teréns, Teerãs. Corpos expostos. Somos nós sem rostos, sem pudor.
Valendo o amor dos inominados, endemoninhados nos ventres alados, insaciáveis.
E que se entregam amáveis, felizes com seus atos condenáveis feito meretrizes
com seus machos, no meio de trizes e esculachos mútuos, sem tudo a ver,
revolutos, provocando circuitos por puro prazer de transgredir os limites, como
reais pedintes em ação, com toda transgressão sexual, toda felação no plural,
toda danação, toda ambição canibal tecendo o querer pra ser muito mais que
barato de estupefato animal de estimação com um pássaro na mão e ela voando à
vela, eu viajando nela qual furacão que devasta sua compleição para nos
satisfazer na paixão. CONSOLO
– Quando ela me encara, linda, bela, deusa seminua, quando
sussurra mansinho: sou tua! Tudo é festa no meu coração. É pra lá de bão. É
quando ela me faz seu consolo, seu predileto bolo, seu saboroso pirão. Aí eu
solto rojão pra que ela se molhe linda Lara Flynn Boyle só sedução. Maior
perdição, sou só bola ao cesto com todos os poderes de Grayscow da minha
possessão. Ela é minha salvação, a pedra de Esmeralda na verdadeira estrada da
comunhão. Ela é minha oração, a pedra filosofal. A virgem vestal da minha
celebração. E é meu verão, minhas poesias, meus versos, ela Marie Curie, eu Paracelsus,
no fervor da paixão. Minha maior oração na nossa fantasia além da alquimia,
além de Plutão, além do que tudo então o nosso convênio na paz dos essênios, no
amor eterno temporão. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja
mais aqui.
DITOS & DESDITOS – [...] Não só a faculdade de
reflexão funda a teoria. Pensar, sentir e contemplar constituem uma coisa só.
[...]. Trecho extraído da obra Gérmenes e
fragmentos (Renascimento, 2006), do poeta alemão Novalis (Georg
Philipp Friedrich von Hardenberg – 1772-1801). Veja mais aqui.
RACISMO & PRECONCEITO – [...] Reconhecer
que esse racismo resultar decorrente de práticas ou da omissão de instituições
ainda não faz parte do conceito das agências do sistema de justiça, por exemplo. [...] O racismo institucional é revelado através
de mecanismos e estratégias presentes nas instituições públicas, explícitos ou
não, que dificultam a presença dos negros nesses espaços. O acesso é
dificultado, não por normas e regras escritas e visíveis, mas por obstáculos
formais presentes nas relações sociais que se reproduzem nos espaços
institucionais e públicos. A ação é sempre violenta, na medida em que atinge a
dignidade humana. O conceito foi incorporado pelos movimentos negros na América
Latina, em especial no Brasil, o que ajuda a explicar a permanência dos negros em
uma situação de inferioridade por mecanismos não percebidos socialmente.
[...] Há racismo institucional quando um
órgão, entidade, organização ou estrutura social cria um fato social
hierárquico – estigma visível, espaços sociais reservados -, mas não reconhece
as implicações raciais do processo. [...] A discriminação pode ser sistêmica em vez de pessoal e, por
conseguinte, mais difícil de identificar e de compreender, quando está
internalizada e naturalizada por discursos de que se vive em um país
miscigenado. Algumas vítimas negam que estejam oprimidas ou então aceitam sua
condição, como se fosse um destino que a vida lhes proporcionou. Outras reagem
oprimindo aqueles que estão “abaixo” delas. [...] O racismo institucional gera hierarquias através de práticas
profissionais rotineiras, ditas “neutras” e universalistas, dentro de
instituições públicas ou privadas que controlam espaços públicos, serviços ou
imagens (lojas, bancos, supermercados, shoppings, empresas de segurança
privada). [...] A terminologia
utilizada nos crimes raciais para designar o conjunto de comportamentos criminosos,
descritos na Lei n°7.716, de 1989, e o rigor técnico recomendariam a expressão
“crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião
ou procedência nacional”. Recorrendo à Constituição Federal de 1988, poderia
ser utilizada a expressão crimes raciais, uma vez que o artigo 5°, inciso XLII,
preceitua que a prática do racismo constitui crime. [...] Entretanto, o racismo recebe diversas
interpretações e as dificuldades de mostrar como ele se manifesta persistiram,
uma vez que o racismo não é simplesmente um incidente. Em cada momento da
infração os atores têm consciência dos direitos de cada um, o que torna um
eufemismo chamar a discriminação racial de disfarçada ou cordial, em um país em
que hierarquia social é tão forte que acaba precedendo os direitos, e onde as
ideias racistas convivem com essa hierarquia e a alimentam quotidianamente.
[...] Trechos extraídos da obra Direitos
Humanos e as práticas de racismo (Câmara, 2013), de Ivair Augusto Alves dos Santos. Veja mais aqui.
SILÊNCIO, LINGUAGEM & AÇÃO – [...] Muitas vezes penso que preciso dizer as
coisas que me parecem mais importantes, verbalizá-las, compartilhá-las, mesmo
correndo o risco de que sejam rejeitadas ou mal-entendidas. Mais além do que
qualquer outro efeito, o fato de dizê-las me faz bem. [...] Ao tomar
forçadamente consciência de minha própria mortalidade, do que desejava e queria
de minha vida, durasse o que durasse, as prioridades e as omissões brilharam
sob uma luz impiedosa, e do que mais me arrependi foi de meus silêncios. O que
me dava tanto medo? Questionar e dizer o que pensava podia provocar dor, ou a
morte. Mas, todas sofremos de tantas maneiras todo o tempo, sem que por isso a
dor diminua ou desapareça. A morte não é mais do que o silêncio final. [...]
Só havia traído a mim mesma nesses
pequenos silêncios, pensando que algum dia ia falar, ou esperando que outras
falassem. [...]. Meus silêncios não
tinham me protegido. Tampouco protegerá a vocês. Mas cada palavra que tinha
dito, cada tentativa que tinha feito de falar as verdades que ainda persigo, me
aproximou de outras mulheres, e juntas examinamos as palavras adequadas para o
mundo em que acreditamos, nos sobrepondo a nossas diferenças. E foi a
preocupação e o cuidado de todas essas mulheres que me deu forças e me permitiu
analisar a essência de minha vida. As mulheres que me ajudaram durante essa
etapa foram Negras e brancas, velhas e jovens, lésbicas, bissexuais e
heterossexuais, mas todas compartilhamos a luta da tirania do silêncio.
[...]. Que palavras ainda lhes faltam? O
que necessitam dizer? Que tiranias vocês engolem cada dia e tentam torná-las
suas, até asfixiar-se e morrer por elas, sempre em silêncio? [...] E quando as palavras das mulheres clamam por
serem ouvidas, cada uma de nós deve reconhecer sua responsabilidade de tirar
essas palavras para fora, lê-las, compartilhá-las e examiná-las em sua
pertinência à vida. Não nos escondamos detrás das falsas separações que nos
impuseram e que tão seguidamente as aceitamos como nossas. [...]. Trechos
extraídos da obra A transformação do silêncio
em linguagem e ação (Difusão Herética, 2017), da escritora e ativista caribenha-americana
Audre Lorde (1934-1992).
TRÊS POEMAS - LEMBRANÇA AFETUOSA - Houve um grande riso triste / O pêndulo
parou / Um bicho do mato salvava seus filhotes. / Risos opacos em quadros de
agonia / Tantas nudezes transformando em irrisão a sua palidez / Transformando
em irrisão / Os olhos virtuosos do farol dos náufragos. A PERDER DE VISTA - Todas as árvores com todos os ramos com todas
as folhas / A erva na base dos rochedos e as casas amontoadas / Ao longe o mar
que os teus olhos banham / Estas imagens de um dia e de outro dia / Os vícios
as virtudes tão imperfeitos / A transparência dos transeuntes nas ruas do acaso
/ E as mulheres exaladas pelas tuas pesquisas obstinadas / As tuas ideias fixas
no coração de chumbo nos lábios virgens / Os vícios as virtudes tão imperfeitos
/ A semelhança dos olhares consentidos com os olhares conquistados / A confusão
dos corpos das fadigas doa ardores / A imitação das palavras das atitudes das
ideias / Os vícios as virtudes tão imperfeitos. / O amor é o homem inacabado. A NÃO PERDER DE VISTA - Dissipa o dia, / Mostra aos
homens as leves imagens da aparência, / Retira aos homens a possibilidade de se
distraírem. / É duro como a pedra, / A pedra informe, / A pedra do movimento e
da vista, / E o seu brilho é tal que todas as armaduras, todas as máscaras, / se
tornam falsas. / O que a mão tomou desdenha tomar a forma da mão, / O que foi
compreendido já não existe, / A ave confundiu-se com o vento, / O céu com a sua
verdade, / O homem com a sua realidade. Poemas do poeta francês Paul Éluard (1895-1952). Veja mais aqui
e aqui.
A arte da artista alemã Eka
Peradze
Bob Motta
Cum tristêza e cum véigonha,
no verso, relato eu,
na sessão do S.T.F,
o quiprocó qui se deu.
O Brazí intêro viu,
quando a impanada caiu,
ixpondo aos zóio da gente;
invéigonhando a Nação,
a briga de dois grandão,
Ministro cum Presidente.
A verdade é qui nóis sente,
puro acuntecimento.
Tenho qui dizê no verso,
sinceramente, eu lamento.
Uis dois prá lá de letrado,
num inzempro rim danado,
ixtrapolaro tombém;
e eu digo, in meu dialeto:
Lula é simi anaifabeto,
mais nunca agridiu ninguém.
A nutiça foi além,
dais frontêra do país.
A atitude duis dois lado,
foi munto triste e infeliz.
Foi bate bôca duis feio,
qui deu inté aperreio,
in nóis, de fora, assistindo;
um distempêro totá,
e o mais arto Tribuná,
in briga, se cunsumindo.
Parece inté tá caindo,
naquela instituição,
uma praga miseráve,
ô intonce uma mardição.
Duvido qui a isparréla,
num venha dêxá seqüela,
eu juro, sem brincadêra;
qui tanto do tréque tréque,
num vá incolocá in xeque,
a justiça brasilêra.
Da patrôa à cunzinhêra,
do aluno ao professô,
do inleitô ao deputado,
da quenga ao gigolô.
Tôda a Nação brasilêra,
lamenta aquela zonzêra,
totaimente istarrecida;
cum a tristeza da verdade,
qui a credibilidade,
da Justiça, tá ferida.
O ministro dixe arto,
qui na matéra in questão,
o seu Presidente tava,
sunegando infóimação.
O Presidente falô,
quando se manifestô,
quage batendo nuis peito;
qui o Ministro in questão,
tinha fartado à sessão,
e qui ixigia respeito.
O Ministro ainda dixe,
sem arquejá, sem isfôrço,
qui num era, do Presidente,
capanga de Mato Grosso.
O Presidente ingrossô,
chega ais suas vêia inchô,
de ira, se acumeteu;
na troca de disafôro,
uis dois quebraro o decôro,
foi triste o qui acunteceu.
Só sei qui o fato passado,
cum efeito de furacão,
no dia seguinte à briga,
foi adiada a sessão.
Na Câmara duis Deputado,
o Presidente indagado,
dixe pudê afirmá;
qui aquela cunfusão,
num afeta a reputação,
do mais arto Tribuná...
Cum tristêza e cum véigonha,
no verso, relato eu,
na sessão do S.T.F,
o quiprocó qui se deu.
O Brazí intêro viu,
quando a impanada caiu,
ixpondo aos zóio da gente;
invéigonhando a Nação,
a briga de dois grandão,
Ministro cum Presidente.
A verdade é qui nóis sente,
puro acuntecimento.
Tenho qui dizê no verso,
sinceramente, eu lamento.
Uis dois prá lá de letrado,
num inzempro rim danado,
ixtrapolaro tombém;
e eu digo, in meu dialeto:
Lula é simi anaifabeto,
mais nunca agridiu ninguém.
A nutiça foi além,
dais frontêra do país.
A atitude duis dois lado,
foi munto triste e infeliz.
Foi bate bôca duis feio,
qui deu inté aperreio,
in nóis, de fora, assistindo;
um distempêro totá,
e o mais arto Tribuná,
in briga, se cunsumindo.
Parece inté tá caindo,
naquela instituição,
uma praga miseráve,
ô intonce uma mardição.
Duvido qui a isparréla,
num venha dêxá seqüela,
eu juro, sem brincadêra;
qui tanto do tréque tréque,
num vá incolocá in xeque,
a justiça brasilêra.
Da patrôa à cunzinhêra,
do aluno ao professô,
do inleitô ao deputado,
da quenga ao gigolô.
Tôda a Nação brasilêra,
lamenta aquela zonzêra,
totaimente istarrecida;
cum a tristeza da verdade,
qui a credibilidade,
da Justiça, tá ferida.
O ministro dixe arto,
qui na matéra in questão,
o seu Presidente tava,
sunegando infóimação.
O Presidente falô,
quando se manifestô,
quage batendo nuis peito;
qui o Ministro in questão,
tinha fartado à sessão,
e qui ixigia respeito.
O Ministro ainda dixe,
sem arquejá, sem isfôrço,
qui num era, do Presidente,
capanga de Mato Grosso.
O Presidente ingrossô,
chega ais suas vêia inchô,
de ira, se acumeteu;
na troca de disafôro,
uis dois quebraro o decôro,
foi triste o qui acunteceu.
Só sei qui o fato passado,
cum efeito de furacão,
no dia seguinte à briga,
foi adiada a sessão.
Na Câmara duis Deputado,
o Presidente indagado,
dixe pudê afirmá;
qui aquela cunfusão,
num afeta a reputação,
do mais arto Tribuná...
BOB MOTTA - Roberto Coutinho da Motta, é membro da Academia de Trovas do RN, da União Brás. de Trovadores-UBT-RN, do Inst. Hist. e Geog. do RN, da Com. Norte-Riog. de Folclore, da União dos Cordelistas do RN-UNICODERN, da Associação dos Poetas Populares do RN-AEPP e do Inst. Hist. e Geog. do Cariry-PB.
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