A arte da
cantora, compositora e instrumentista avant-grad e experimental estadunidense Diamanda
Galás. Veja mais aqui.
Birito no maior cipoal ficava entupigaitado coçando a gaforinha e abusando do psitacismo e da boa fé dos ouvintes. Mão-de-obra das brabas dobrar aquela gente. - Ou esse povo tá sabido, ou o home é um defunto ruim de tanger! Estava já desencorajando no meio da locafa de abaeté quando viu com os dentes de fora a fulustreca Pé-de-quengo, qual não foi o riso sardônico que dispensara ao vê-la desfilando, truct-truct, na calçada. - O home é um santo! - dissera-lhe ela na presença de todos! E a mulher largou elogios cabeludos ao Ostrogésilo a ponto de desenterrar-lhes virtudes nunca dantes vista. O maior ó da paróquia soou de deixar nego de boca aberta o tempo todo com o testemunho dela. A negada se convencendo logo e apoiando a candidatura. Pé-de-quengo salvou a lavoura do Birito. - Daqui a pouco tu me paga direitinho, viu? - disse pro Birito aos cochichos. O povo já tava chamando pelo nome do homem quando Pé-de-quengo fechou a oratória mandando que todos votassem nele para o que ele aparecesse candidato. Maior ovação. A multidão se dispersando, Birito aproximou-se dela agradecendo. - Agradecimento, uma ova! Prepare-se logo para molhar minha mão! Birito todo empolgado e metido a cheio das lábias, encostou-se no maluvido da manquejante e deitou pilhérias picantes a ponto dela arrevirar os olhos e se agarrar no cacete dele. Ele avexado, pronto prá enfiar o esfolado no arreganhado, arrumou-se todo e levou-la prá trás da igreja de São Sebastião. No escurinho ele começou o seu pega-pega, levantava saia, alisava a bunda, a doida se espremendo. O cara doido para quebrar o cabresto dele, ela foi, levantou a moleta com a perna pendurada. Arreganhou-se e ele se enfiou. Tome, tome. Um fungado aperreado. Foi uma gozada da gala lambuzar tudo e afogar Pé-de-quengo dela estatelar-se no chão desmaiada. Biritoaldo assustou-se, que seria aquilo? Que dirão dele? E o emprego? Correu, escafedendo-se dali e quando chega na rua, todo mundo: - rapaz, comesse a aleijadinha!!!! Que mangação. A vergonha foi tanta que deu-lhe um estreluque na hora do bicho ficar abetesgado com cólicas de arrepiar monturo. Deu uma carreira pro cagatório vítima da maior piloura. No amaro-bocão cagou-se chega esvaziar-se, esborrando tudo da bacia sanitária, maior meladeiro de bosta escorrendo frouxa pelo assoalho. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui.
PENSAMENTO DO DIA – Considerando
que o sentimento é quem primeiro presta alguma atenção à sintaxe das coisas,
ele jamais a beijará por inteiro. Pensamento do poeta estadunidense Edward
Estlin Cummings ( e.e.cummings 1894-1962). Veja mais aqui.
MEMORIA DAS CELULAS – [...] Parece
que estamos imersos nela, todos nós. É menos algo que “transmitimos” e
“recebemos” do que algo que “somos”. [...] Visto que está perpetuamente em toda parte, nada constitui um escudo
contra sua influência. [...] O cem do
coração é cinco mil vezes mais intenso que o campo criado pelo cérebro e, além
de sua imensa potência, tem efeitos sutis e não-locais que se propagam dentro
dessas formas de energia. [...] Freqüentemente
julgamos que matéria é uma coisa e energia é outra, mas, como já ficou dito, o
fato quântico é que energia e matéria são manifestações da mesma substância
energético-informativa. [...] Enquanto
existir a divisão entre a biociência e as medicinas baseadas na energia, o
cérebro continuará a romper o encanto que o coração proporciona. [...] O coração ama e sente, mas você sabia que
ele também pensa, lembra, comunica-se com outros corações, ajuda a regular o
sistema imunológico e armazena informações que pulsam continuamente através de
seu corpo? [...]. Trechos extraídos da obra Memória das células: a
sabedoria e o poder da energia do coração (Mercuryo, 1999), do
neuroimunilogista Paul Pearsall (1942-2007).
LINGUAGEM - [...] A
linguagem pode tornar-se autônoma (no lugar da subjetividade) assumindo forma
de destino epocal do ser, do delírio dos significantes, da concorrência de
repressão dos discursos, ao ponto de se diluírem – na corrente de um evento
textual geral (administrado indistintamente por pensadores e poetas) – as
fronteiras entre o significado textual e metafórico, entre a lógica e a
retórica, entre a fala séria e a fictícia; mas para isso é preciso que todas as
conotações da autoconsciência, autodeterminação e auto-realização tenham sido expulssas
dos conceitos básicos da filosofia [...] Esse movimento de pensamento anulou de tal modo os vestígios da
subjetividade transcendental, a ponto de arrastar com ela o sistema de
referência com o mundo, de perspectivas de falantes e de pretensões de validez
inerentes à própria comunicação lingüística. Ora, sem esse sistema de
referencias torna-se impossível e, inclusive, sem sentido a distinção entre
nivies diferentes de realidade, entre ficção e realidade, entre prática cotidiana
e experiência extraordinária, entre os correspondentes tipos de textos e
gêneros. A própria morada do ser é arrastada para o torvelinho de uma tormenta
de linguagem desordenada. [...] Trechos extraídos da obra Pensamento pós-moderno (Tempo
Brasileiro, 1990), do filósofo e sociólogo alemão Jürgen Habermas. Veja
mais aqui.
SAGARANA - [...] E,
no bramido daquele mar, os muitos sons se dissociavam – grugulejos de
remoinhos, sussurros de remansos, chupões de panelas, chapes de encontros de
ondas, marulhar de raseiras, o tremendo assobio dos vórtices de caldeirões,
circulares, e o choro apressado dos rabos-de-corredeira borborinhantes
[...] Trecho de O burrinho pedrês,
extraído da obra Sagarana (José
Olympio, 1974), do escritor, médico e diplomata João Guimarães Rosa
(1908-1967). Veja mais aqui.
MOIRÃO DE SETE PÉS COM PEDRA AZUL & SEVERINO PINTO - Pedra Azul: Vou dar começo à questão / pra
quem ganha no fim! Severino Pinto: Eu morro e não tenho medo / dum pinto pelado
assim! / Sou pelado, sem canhão / por causa de um beliscão / que a tua mãe deu
em mim. Extraído da Antologia
ilustrada dos cantadores (Fortaleza, 1976), de Francisco Linhares e
Otacilio Batista. Veja mais aqui.
A arte da
cantora, compositora e instrumentista avant-grad e experimental estadunidense Diamanda
Galás. Veja mais aqui.
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os anjos pagam o pato pela bagunça no céu!, Karlheinz Stockhausen, Rubem Braga, Catulo da Paixão
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Proezas
do Biritoaldo: Quando a corda
arrebenta, a covardia fica de plantão aqui.
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CRÔNICA
DE AMOR POR ELA
Leitora
parabenizando o Tataritaritatá (Arte Ísis Nefelibata).
CANTARAU: VAMOS
APRUMAR A CONVERSA
Paz na Terra
Recital Musical Tataritaritatá - Fanpage.