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sábado, julho 09, 2016

SAINT-EXUPÉRY, APOLLINAIRE, DIAMANDA GALÁS, PAULA SIBILIA, MARIE FOX, JIM DUVALL & LUCIAH LOPEZ


CARAMINHOLAS DO MIOLO DE POTE - Apurando amiudado: tudo é efêmero, ecos do que já vi, ouvi e vivi. Se não me engano de ontem, ou há anos. Tenho a impressão de que revivo o já vivido, coisa de sisifismo. Confundo até sonhos e real, sanidade, hem? Algumas coisas se repetem, vão e voltam, mesmo aprendendo a lição; olhe lá, como se repisasse, enfaticamente, chamando a atenção. Não sei se pra meu desespero, o sazonal, o intermitente. O relógio parou, emperrado momento. Refaço o caminho, recomeço. Estar por dentro e olhar pra fora, sempre. E por mais que siga adiante, sempre estou atrás. Que coisa! Parece engraçado, mas não é. Não há dificuldade em admitir o fracasso, até se releva, acostuma. Tenho sempre pra mim que se agiu mal, ou volta atrás ou assume as devastadoras consequências. Frequentemente na segunda, pros que levam para uma situação polar. Ou ficar com a cara lisa por ter cuspido pra cima e, como não saiu de baixo, caiu na cara. O difícil é discernir entre o mal entedido e o beco sem saída. Quando tudo está fora de controle, a corda no pescoço, a língua de fora, o cuidado com a culatra naquela de ficar repassando o que devia ter sido feito e não foi. O paradoxal está sempre à espreita, é quando mesmo perto ainda é distante, tudo pronto pro escorregão. É preciso tomar pé da situação diante do inquietante, perturbador. Do nada, teibei. Vai se arrumando, ajeita aqui, ali. Até que tudo volte ao normal e devolva a dignidade pessoal para urdir planos pro futuro e coisa e tal. Impossível não se afobar, nem se indignar, seguir adiante. E não ficar muito entre o isso ou aquilo, um ou outro, este ou aquele, esse ou aqueloutro, querendo identificar o que está no lugar certo ou errado, nada está certo nem errado. Discernimento em dia. As vacas, os cachorros, o jumento, atravessam as ruas e não estão nem aí pras leis e sequer respeitam os sinais de trânsito. Vão e voltam, na dele. Talqualmente alguns que se acham que estão sempre certos, mesmo estando completamente errados e se arvoram a acelerar no sinal vermelho, nem aí pro amarelo nem pra patavina de lei ou convenção, vale é burlar pesos e medidas, distribuir espermas nas desavisadas pela dinheirama afortunada enquanto empunha controle da natalidade, e fabricar ódio pelas insatisfações, indisfarçavelmente misógino ou homofóbico quando convier, mandando ver no assédio moral ou sexual, ou um e outro, e falar de filantropias que não se dispõe a fazer, jogar o bom comportamento pela janela e ainda culpar os outros por não ter felicidade alguma. E como se acham donos da verdade, temem que alguém tire proveito de suas ideias e destilam egoísmo, tiram proveito de tudo, se autoenvenenam e contaminam todos; saem comprando tudo: felicidade, amor, amizade, emoções, a vida eterna. Dizem o que dizem e fazem o que fazem. Só ficam perplexos diante da espetacularização espalhafatosa da televisão, aqui do lado tudo é banalizado pelo umbigo. E eu mais estrangeiro que nunca vou entre indiferentes moucos absortos em seus insuperáveis problemas, não sorriem nem dão a graça do olhar. Eu que estou fora de lugar, a gente podia viver melhor. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui.


Imagem: a arte da pintora Marie Fox.


Curtindo You’re my trill (TBA Mute – Live, 2009), da cantora, compositora e instrumentista avant-grad e experimental estadunidense Diamanda Galás.

PESQUISA:
[...] valendo-se da nova alquimia tecnocientífica, o homem pós-biológico teria condições de superar as limitações impostas pela sua organicidade, tanto em nível espacial quanto temporal.
Trecho do livro O homem pós-orgânico: corpo, subjetividade e tecnologias digitais (Relume-Dumará, 2002), da ensaísta e pesquisadora argentina Paula Sibilia, abordando sobre o surgimento do homem-informação, uma metáfora do sujeito condenado ao upgrade constante - tanto do software (mente/código), como do hardware (corpo/organismo), visando a ultrapassar os limites espaciais e temporais da condição humana. Veja mais aqui.

LEITURA
Fui submetido à clave do signo do Outono / portanto eu amo os frutos me aborreço com as flores / choro o beijo que dei não sou mais dono / como colhida a nogueira diz ao vento suas dores / Ó meu eterno Outono minha estação mental / mãos de amantes de antanho em teu solo juncadas / uma esposa me segue minha sombra fatal / pombas riscam a tarde de últimas revoadas.
Poema Signo, extraído do livro Escritos de Apollinaire (L&PM, 1984), reúne textos poéticos e prosaicos do poeta e critico de arte francês Guillaume Apollinaire (1880-1918). Veja mais aqui e aqui.

PENSAMENTO DO DIA:
Se alguma coisa te opõe e te fere, deixa crescer. É que estás a ganhar raízes e a mudar. Abençoado ferimento que te faz parir de ti próprio.
Pensamento do escritor, ilustrador e piloto francês Antoine de Saint-Exupéry (1900 – 1944). Veja mais aqui e aqui.

IMAGEM DO DIA: LUALMALUZ – SEMANA LUCIAH LOPEZ 
Meu corpo é fogueira intensa / Quando me olhas assim / Desta maneira a me devorar o corpo inteiro. / Neste seu beijo molhado / Sinto a pele quente grudar / Rasgar na sua boca faminta... / Nas tuas mãos meus seios, meus anseios / Meu corpo de mulher se abre em luminescências / De cores odores, amores escorrendo em doces / Sabores na tua boca e a tua língua me fazendo existir... / Sob o peso do teu corpo desfaleço em êxtase profundo / Quando te sinto em minhas entranhas, / Como um oceano inundando-me de puro amor. / Tuas águas misturando-se às minhas águas / Um mar revolto dentro de mim faz sua morada... Na tua hora, no teu êxtase tuas mãos / Procuram as minhas e tua boca possui a minha boca / Num beijo doce e molhado consumando o nosso amor, / Fazendo-te eterno dentro de mim.
Eterno em mim, poema/imagem/foto da escritora, artista visual e blogueira Luciah Lopez. Veja mais aqui e aqui.

Veja mais sobre O Trâmite da Solidão, Mercedes Sosa, Josué de Castro, Homero, Ana Botafogo, Martha Angerich, Tamara de Lempicka, Genesio Cavalcanti & Eliezer Augusto aqui.

CRÔNICA DE AMOR POR ELA
Imagem: arte do fotógrafo Jim Duvall.
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CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Recital Musical Tataritaritatá - Fanpage.
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terça-feira, março 11, 2008

GUIMARÃES ROSA,HABERMAS, CUMMINGS, LITERATURA DE CORDEL, PEARSALL, DIAMANDA GALÁS & BIRITOALDO


A arte da cantora, compositora e instrumentista avant-grad e experimental estadunidense Diamanda Galás. Veja mais aqui.

PROEZAS DO BIRITOALDO - XIII - Quando Deus Num Quer, Santo Num Voga. Estava Birito naquela noite todo atarantado com a tuia de coisas que aconteciam na reviravolta de sua vida: a Munga, seu Ostrogésilo, o emprego, o futuro se projetando, era mesmo um redemoínho de tempo desarrumando-lhe a idéia para arrumar sua vida. Sabia, de antemão, que algo estava por trás disso e martelava no seu quengo aquele encosto roendo por dentro, não sabendo se vindo dos ventos bons, ou se das grotas malignas. Alguém lhe perseguia os passos, isso sabia, fungando no seu cangote, vigiando-lhe as passadas. Pior que se amedrontava de noite, querendo fugir dessa assombração. E quando ouvia: - tô aqui, viu? - ele se desesperava de deixar as bolas do olho virando mais que na roleta do bingo, caçando os quatro cantos onde estivesse algo suspeito, até constatar que aquilo só se comunicava consigo e que mais ninguém notava. Quando conseguia cochilar, acordava atônito, a tempo de explodir seu pânico e acordando todo mundo da casa, aperreado por algo embaixo da cama, em cima do guarda-roupa, atrás da porta, no quintal, remexendo nas telhas, escondido alhures. Um buliçoso temor de num deixar ninguém se afastar dali. Mãe Nega mesmo se danava a rezar prenunciando que algo das coisas mais estranhas estavam por acontecer. E o bicho só dormia depois de uns murros pesados de deixá-lo molinho, roncando a noite toda. - Mulé, nosso filho tá se auto-enlouquecendo! - dizia Manuel Bertulino sob a maior preocupação. - Isso é olho grande dos invejosos! -, defendia Mãe Nega. De manhãzinha, com as olheiras pronunciadas, arrumado todo, seguiu para o local onde estaria o seu futuro promissor, esquecendo aquele tormento. Lá chegando, deparou-se com um prédio enorme, um galpão que num tinha mais tamanho, no centro uma construção circular, com uma torre no meio, panóptica, de onde se podia ver tudo o que se passasse no interior do gradiosíssimo vão, através das grandes janelas envidraçadas. Era o maior zoadeiro num entra e sai de gente apressada, aos gritos, tudo se estufando de raiva, no meio de caminhões, utilitários, carregadeiras, empacotadeiras, calungas embrutecidos, gente como a praga correndo entre galões de combustíveis, animais em extinção enjaulados de papagaio à onça jaguaretê; sacos mais sacos de açúcar amontoados do piso ao teto; pacotes de cigarro; caixas de leite enlatado, comida, bebida, cereais, meio mundo de mercadoria encaixotada, nos fardos, nos sacos, nas grades, nos conteineres, nos frigoríficos, tranqueiras das muitas não identificáveis, trabalho pesado, de dia e de noite, os barriga verde falando em código, parecia mais um fuá doido de tanta gente que azarava serviço. Ele lá, espiando tudo e esperando que alguém notasse sua presença ali. - Qué que tais vendo aí plantado, paiaço? - Tô esperando seu Ostrogésilo que mandou vir hoje aqui. - Dr. Ostrogesilo inda num chegou e vê se num fica ai coarando, cabeça desocupada é oficina do diabo! Arriba, ou entra no pesado ou sai fora! - O que é que eu faço? - Arrume logo uma lavagem de roupa! Pegue aqueles saco ali e jogue na carroceria daquele caminhão! Depois de uma intervenção inamistosa dessa, que mais parecia oriunda de educados na Suíça, ele nem pestanejou e já carregava os pesados sacos, sacudia no caminhão no meio de outros tantos mudos calungas que só ronronavam carregando o peso. O negócio era pesado de quase arrebentar-lhe a espinha dorsal. Mal carregou dois sacos, estava todo desconjuntado. - Mais uma marica práqui, num dá! - gritou um paquiderme lá de dentro, - ou trabaia ou vai alinhá o cu na rola mais grossa que te estroncar por aí. Não se deu por vencido e foi se danar na labuta. Lá para as tantas, mais ofegante prá morte que escravo vivo, lá vem o homem com o séquito, uma penca de gente pendurada nas partes pudendas do dono de tudo, varrendo-lhe o chão com a própria bunda, limpando, ajeitando tudo para que ele num tivesse nenhum motivo para contragosto. Sabia-se que ele era uma raposa de mil astúcias, somítico, papando as coisas a preço de enforcado, um cavalo-batizado cheio das enrolanças, maldoso, exagerado, impenitente; um zoilo, chamando a todos apenas de suínos chorões; um alceste, indiscreto, não guardando conveniência nos momentos que requeriam condolências, fazendo cobranças a viuvas em pleno velório do marido, e nas ocasiões extremas, situações embaraçosas. Quando ele queria, o mundo girava ao seu redor. Extravagante, ruidoso no maior trupé. O homem num falava com ninguém, cara de poucos amigos. Era grito e mais grito. Quando diziam que a charque estava estragada, mandava distribuir de presente para a população. A sardinha tá passada, venceu o prazo de validade. Dá pro povo. E quando alguém cochichava no seu ouvido, via-lhe nas faces a raiva, gritava ameaçando matar alguém que atrapalhasse seus negócios, ficais de renda, cobradores, o que fosse! Lá pro final da tarde, ele perguntou quem era aquele novato e disseram-no que ninguém sabia quem era que mandou o cara aparecer. Ah! lembrou-se e mandou chamar-lhe. Trouxe-lhe pro canto e disse-lhe: - Nu-num qui-quero vo-você nesse servi-viço não, te-tenho uma-ma mi-missão espe-pe-cial pa-para vo-você! O Chefão puxou-lhe pelo braço que doía que só, sacudiu-lo no canto e mandou que um certo Ernestinildo passasse as instruções. O cara sapecou oratória mais parecendo que chamava na grande. Depois de uma hora de esporro, fez distribuir as normas de convívio naquele empreendimento. Era o regulamento interno, com os direitos e deveres dos empregados. Um do patrão; outro, da esposa; dos filhos do patrão, também; das irmãs, idem. Eram nove irmãos, seis homens, tres mulheres e um calhamaço de não ter fim com o código de conduta e tratamento. Cada um se achava dono do seu pedaço. Enquanto recebia aquelas apostilas com as orientações que obrigavam-no a ler, decorar e praticar em cima da risca, Birito pensava como aquele bruto enriquecera, ninguém sabia. Estava mudado daquela noite na sua casa, todo simpático, cordato. O homem, agora, para ele, era um bicho ruim. Folheando as páginas, o Ernestinildo disse-lhe que seria cabo-eleitoral e que, para isso, liberaria todo dia dinheiro para ele falar bem, muito bem, bem demais dele aos que encontrasse na rua. Birito aquiescente, sim-senhor. - Olhe, tem que falar bem demais, coisas de santos, milagres de Jesus, poderes de Deus, alma de anjo, ouviu? E trnasformar essas conversas em voto, certo? - E onde vou ter que inventar isso? - Com seus parelhas, seus pariceiros, todos do seu convivio. Você tem que conhecer todo mundo para dizer a todo mundo isso que tô lhe dizendo. Bote prá rachar que nem pé de cabra: deixe tudo em bandas, crentes disso, que o homem tem que ser prefeito, deputado, senador, presidente da república, tudo, seu cabra! Se vire, viu! - Sim-senhor. - Olhe, a gente vai liberar dinheiro, carro, prestígio e você só tem que falar bem do homem. Onde ele chegar que alguém num souber dele, a gente arranca um culhão seu, ouviu? Depois arranca o outro, depois um dedo, todos os dedos, uma orelha, todas duas, vai ficar maneta, perneta, caolho, sem o pau da venta, banguelo, até num sobrar nem a alma, se você num cumprir o que está obrigado, ouviu? Tá mouco, tá! - Sim-senhor. - Arrede daqui e só volte com notícia boa que o homem num quer lhe ver nem a cara! Pronto. Birito saia do inferno e estava no céu, amontado num mandú, cheio das granas, pago para limpar a barra dum velhaco onde quer que exista lugar que tenha gente. Virou cabo eleitoral do sujeito mais biltre. O bicho soltou-se na buraqueira na maior mamata. Tão doido de dar volta atrás do próprio rabo feito cachorro doido. Num podia ver um pé de gente já soltava a maior tocarola, parecia que o político era ele. E quando o vivente se abestalhava ele largava o maior paralogismo de cheleleu de juntar matula. Ele nem-nem, superava suas ataqueiras na maior corta-brocha. Parecia mais beluário. Nego mais esperto arreliava: - Gastar cera com defunto ruim, é bronca, meu! - O home é a reencarnação de Pedro I, maior gente-fina, coração dos bons, bicho! - Cai noutra, deslavado!
Birito no maior cipoal ficava entupigaitado coçando a gaforinha e abusando do psitacismo e da boa fé dos ouvintes. Mão-de-obra das brabas dobrar aquela gente. - Ou esse povo tá sabido, ou o home é um defunto ruim de tanger! Estava já desencorajando no meio da locafa de abaeté quando viu com os dentes de fora a fulustreca Pé-de-quengo, qual não foi o riso sardônico que dispensara ao vê-la desfilando, truct-truct, na calçada. - O home é um santo! - dissera-lhe ela na presença de todos! E a mulher largou elogios cabeludos ao Ostrogésilo a ponto de desenterrar-lhes virtudes nunca dantes vista. O maior ó da paróquia soou de deixar nego de boca aberta o tempo todo com o testemunho dela. A negada se convencendo logo e apoiando a candidatura. Pé-de-quengo salvou a lavoura do Birito. - Daqui a pouco tu me paga direitinho, viu? - disse pro Birito aos cochichos. O povo já tava chamando pelo nome do homem quando Pé-de-quengo fechou a oratória mandando que todos votassem nele para o que ele aparecesse candidato. Maior ovação. A multidão se dispersando, Birito aproximou-se dela agradecendo. - Agradecimento, uma ova! Prepare-se logo para molhar minha mão! Birito todo empolgado e metido a cheio das lábias, encostou-se no maluvido da manquejante e deitou pilhérias picantes a ponto dela arrevirar os olhos e se agarrar no cacete dele. Ele avexado, pronto prá enfiar o esfolado no arreganhado, arrumou-se todo e levou-la prá trás da igreja de São Sebastião. No escurinho ele começou o seu pega-pega, levantava saia, alisava a bunda, a doida se espremendo. O cara doido para quebrar o cabresto dele, ela foi, levantou a moleta com a perna pendurada. Arreganhou-se e ele se enfiou. Tome, tome. Um fungado aperreado. Foi uma gozada da gala lambuzar tudo e afogar Pé-de-quengo dela estatelar-se no chão desmaiada. Biritoaldo assustou-se, que seria aquilo? Que dirão dele? E o emprego? Correu, escafedendo-se dali e quando chega na rua, todo mundo: - rapaz, comesse a aleijadinha!!!! Que mangação. A vergonha foi tanta que deu-lhe um estreluque na hora do bicho ficar abetesgado com cólicas de arrepiar monturo. Deu uma carreira pro cagatório vítima da maior piloura. No amaro-bocão cagou-se chega esvaziar-se, esborrando tudo da bacia sanitária, maior meladeiro de bosta escorrendo frouxa pelo assoalho. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui


PENSAMENTO DO DIAConsiderando que o sentimento é quem primeiro presta alguma atenção à sintaxe das coisas, ele jamais a beijará por inteiro. Pensamento do poeta estadunidense Edward Estlin Cummings ( e.e.cummings 1894-1962). Veja mais aqui.

MEMORIA DAS CELULAS – [...] Parece que estamos imersos nela, todos nós. É menos algo que “transmitimos” e “recebemos” do que algo que “somos”. [...] Visto que está perpetuamente em toda parte, nada constitui um escudo contra sua influência. [...] O cem do coração é cinco mil vezes mais intenso que o campo criado pelo cérebro e, além de sua imensa potência, tem efeitos sutis e não-locais que se propagam dentro dessas formas de energia. [...] Freqüentemente julgamos que matéria é uma coisa e energia é outra, mas, como já ficou dito, o fato quântico é que energia e matéria são manifestações da mesma substância energético-informativa. [...] Enquanto existir a divisão entre a biociência e as medicinas baseadas na energia, o cérebro continuará a romper o encanto que o coração proporciona. [...] O coração ama e sente, mas você sabia que ele também pensa, lembra, comunica-se com outros corações, ajuda a regular o sistema imunológico e armazena informações que pulsam continuamente através de seu corpo? [...]. Trechos extraídos da obra Memória das células: a sabedoria e o poder da energia do coração (Mercuryo, 1999), do neuroimunilogista Paul Pearsall (1942-2007).

LINGUAGEM - [...] A linguagem pode tornar-se autônoma (no lugar da subjetividade) assumindo forma de destino epocal do ser, do delírio dos significantes, da concorrência de repressão dos discursos, ao ponto de se diluírem – na corrente de um evento textual geral (administrado indistintamente por pensadores e poetas) – as fronteiras entre o significado textual e metafórico, entre a lógica e a retórica, entre a fala séria e a fictícia; mas para isso é preciso que todas as conotações da autoconsciência, autodeterminação e auto-realização tenham sido expulssas dos conceitos básicos da filosofia [...] Esse movimento de pensamento anulou de tal modo os vestígios da subjetividade transcendental, a ponto de arrastar com ela o sistema de referência com o mundo, de perspectivas de falantes e de pretensões de validez inerentes à própria comunicação lingüística. Ora, sem esse sistema de referencias torna-se impossível e, inclusive, sem sentido a distinção entre nivies diferentes de realidade, entre ficção e realidade, entre prática cotidiana e experiência extraordinária, entre os correspondentes tipos de textos e gêneros. A própria morada do ser é arrastada para o torvelinho de uma tormenta de linguagem desordenada. [...] Trechos extraídos da obra Pensamento pós-moderno (Tempo Brasileiro, 1990), do filósofo e sociólogo alemão Jürgen Habermas. Veja mais aqui.

SAGARANA - [...] E, no bramido daquele mar, os muitos sons se dissociavam – grugulejos de remoinhos, sussurros de remansos, chupões de panelas, chapes de encontros de ondas, marulhar de raseiras, o tremendo assobio dos vórtices de caldeirões, circulares, e o choro apressado dos rabos-de-corredeira borborinhantes [...] Trecho de O burrinho pedrês, extraído da obra Sagarana (José Olympio, 1974), do escritor, médico e diplomata João Guimarães Rosa (1908-1967). Veja mais aqui.

MOIRÃO DE SETE PÉS COM PEDRA AZUL & SEVERINO PINTO - Pedra Azul: Vou dar começo à questão / pra quem ganha no fim! Severino Pinto: Eu morro e não tenho medo / dum pinto pelado assim! / Sou pelado, sem canhão / por causa de um beliscão / que a tua mãe deu em mim. Extraído da Antologia ilustrada dos cantadores (Fortaleza, 1976), de Francisco Linhares e Otacilio Batista. Veja mais aqui.


A arte da cantora, compositora e instrumentista avant-grad e experimental estadunidense Diamanda Galás. Veja mais aqui.





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