terça-feira, julho 05, 2016

CAMUS, HIPÓCRATES, MERELLO, MEG MYERS & LUCIAH LOPEZ


SOLILÓQUIO DAS HORAS AGUDAS - Vou além do que vivo! Já dizia Gullar: viver só não basta. Invento mundos e sonhos, sonhar é preciso: é ser mais que carne, músculos, gestos, coração. Não me basto em mim, sou muitos, senão todos. E dialogo comigo para que tudo seja real, apesar de onírico. Escrevo o meu olhar e a minha palavra é grega aos ouvidos, apesar do vernáculo, soa das tripas coração. E escrever é a minha forma de ser e estar vivo, dialogando comigo e tudo, na solidão das horas suicidas e com todos os meus eus que falam de si e do que não sei de mim mesmo. É a forma de me dar a conhecer o que sou e vejo além do óbvio, as essências, poeiras, bolhas, espumas: o todo em tudo. As partes, só quando interessa amlálgama: quebra-cabeça. Tudo me chama atenção, até o inútil, o vão. Até desvelar ocultidões, o interior do interior do interior do interior. Sou do desafio, vencer é conhecer, desvendar o que se diz de mistérios e saber que não existe mistério algum. Sou todo o olhar e o sentir que sugere a paisagem das coisas e o irrevelável me seduz, o invisível, porque não vejo só com meus olhos, todos os sentidos, corpalma, de olhos fechados e pra todas as coisas. Invento que seja este o meu tempo, não é e pouco importa. Invento o espaço, da minúscula fresta aos quilômetros estelares. Invento o meu mundo, este não é o meu e tudo isso não me basta. Sou semente e me reinvento raiz pro êxtase da fotossíntese, até ser-me fruto devorado pela própria fome de tudo e de todos. Disso, me reduzo a nada e feliz: cumpri a missão. Ademais, sou estrangeiro aqui e vou só. Assim sou, só a poesia torna a vida suportável. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui.


Imagem: a arte do pintor espanhol José Manuel Merello.

Curtindo o álbum Sorry (Atlantic Redords, 2015), da cantautora estadunidense Meg Myers.

PESQUISA:
NEUROFILOSOFIA E NEUROCIÊNCIA COGNITIVA
Nesta segunda, 04, ocorreu mais uma reunião administrativa do Grupo de Pesquisa Neurofilosofia e Neurociência Cognitiva, na qual foram debatidos, entre outros assuntos, os livros Epidemiologia do Suicídio e Neuroanatomia, da professora Janne Eyre Melo Sarmento, o projeto sobre a temática do tratamento do Autismo & Equoterapia com o psicólogo Weverky Farias e a graduanda em psicologia Edjane Galvão, o curso de Fenomenologia a ser ministrado pelo professor Álvaro Queiroz e Direto & Psicologia Ambiental proposta pela professora Alyshia Karla Gomes da Silva Santos. Veja mais aqui.

LEITURA
Só existe um problema filosófico realmente sério: é o suicídio. Julgar se a vida vale ou não vale a pena ser vivida é responder à questão fundamental da filosofia. O resto, se o mundo tem três dimensões, se o espírito tem nove ou doze categorias, aparece em seguida. São jogos. É preciso, antes de tudo, responder. E se é verdade, como pretende Nietzsche, que um filósofo, para ser confiável, deve pregar com o exemplo, percebe-se a importância dessa resposta, já que ela vai preceder o gesto definitivo. Estão aí as evidências que são sensíveis para o coração, mas é preciso aprofundar para torná-las claras à inteligência.
Trecho da obra O mito de Sísifo (Livros do Brasil, 2002), do escritor, dramaturgo e filósofo francês Albert Camus (1913-1960). Veja mais aqui e aqui.

PENSAMENTO DO DIA:
Os homens deviam saber que do cérebro, e apenas do cérebro, nascem nossos prazeres, alegrias, risadas e brincadeiras, assim como nossas tristezas, dores, mágoas e temores. E então, de maneira especial, adquirimos sabedoria e conhecimento, e vemos e ouvimos para saber o que é justo e o que não é, o que é bom e o que é ruim, o que é doce e o que é sem sabor... e pelo mesmo orgão tornamo-nos loucos e delirantes, e sentimos medo, e o terror nos assola... todas essas coisas provém do cérebro quando este não está sadio... dessa maneira, sou da opinião de que o cérebro exerce um grande poder sobre o homem.
Trecho da obra Doença Sagrada, século IV AC., de Hipócrates (460- 377 a. C.). Veja mais aqui e aqui.

IMAGEM DO DIA: LUALMALUZ – SEMANA LUCIAH LOPEZ 
...diante do teu olhar, de toda indumentária os meus olhos se despiram e completamente nus entregaram-se. E tudo o que acompanhou este momento, refletiu-se em demasia no coração pulsante do universo. Houve sístole e diástole e a singularíssima afirmação de que precisamos um do outro. Naquela noite, o teu amor chegou em plenilúnio e a lua, feito um escudo no céu, refletiu o sagrado que exite por trás de cada existência____não me atrevi a desviar o meu olhar, e envaidecida descobri no teu semblante, a luminosidade que a minha alma buscava. Encontrei na luz dos olhos teus, a minha própria luz e o amor se fez, dando-nos a numinosidade do momento e a fusão da nossa alma_____agora una.
Luz dos olhos, poema/imagem/foto da escritora, artista visual e blogueira Luciah Lopez. Veja mais aqui.

Veja mais sobre Cantarau Tataritaritatá, Candido Portinari, Brincarte do Nitolino, Mia Couto, Johann Sebastian Bach, Heráclito de Êfeso, Adolfo Casais Monteiro, Luis Alberto Abreu, Wanda Landowska, Quebra de Xangô, Vicente do Rego Monteiro, Luciano Tasso & Vlado Lima aqui.

CRÔNICA DE AMOR POR ELA
Veja aqui e aqui.

CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Dia Internacional da Mulher Negra na América Latina e Caribe
Recital Musical Tataritaritatá - Fanpage.
Veja aqui e aqui.


PATRICIA CHURCHLAND, VÉRONIQUE OVALDÉ, WIDAD BENMOUSSA & PERIFERIAS INDÍGENAS DE GIVA SILVA

  Imagem: Foto AcervoLAM . Ao som do show Transmutando pássaros (2020), da flautista Tayhná Oliveira .   Lua de Maceió ... - Não era ...