A NOITE FREYA, O DIA IARAVI – Imagem:
foto/arte da poeta, artista visual e blogueira Luciah Lopez. - Quando a tarde
se entregou à noite naquele primeiro dia, a doce e linda índia Iaravi se transformara
na deusa das deusas, Freya, a filha de Skadi e Njord. E com o seu poder convocou-me ao culto da sua sexualidade sob o domínio de
sua beleza exuberante e sua sedução nos seios desnudos, manto de penas de
falcão aos ombros e coberta de joias para me enfeitiçar. E súdito beijei seu
pés, suas pernas, coxas, ventre, seios e faces, e celebrei a fertilidade da
Senhora das Runas Sagradas, a deusa do amor e da morte, a que protege todos os
lares, e que também reina na magia e na adivinhação. Com as duas mãos sobre minha
cabeça, obrigou-me a beijar e a lamber seu sexo, a gritar que seu nome é o da concubina,
deusa do sexo e da sensualidade, da beleza e da atração, da luxúria, da música
e das flores, celebrando a primavera e a renovação. E me esfregava o clitóris,
os lábios vaginais, a vulva em minha face, me batizando com seu gozo agoniado e
me tornando sacerdote, Senhor Freyr no ritual do acasalamento a me deitar no
seu corpo entre cervejas, porcos, maçãs e cevadas. Era a sua enlouquecida orgia
até cair lavada de suor sobre o meu corpo pegando fogo e se queimar com a minha
quentura e me exigir que a beijasse e ao beijá-la e envolvê-la com meus
carinhos e cobiça, ela se mostrava ora Perséfone desmaiando de prazer, ora
Afrodite me provocando todos os desejos. No meio da sua loucura, ela me chamava
de Odur e sussurrava que sou o seu Sol e seu grande amor. De repente ela se
ergueu sobre mim feito a mulher vanir nua
e livre pela natureza e em paz para escutar as emoções do coração e não dar a
mínima satisfação dos seus atos, e me fez montaria louca por todos ao vales e
campos sem fim, até alcançar os confins do mundo e completamente fora de si, na
mais insana galopada veloz, gozou a chorar: de suas lágrimas brotaram ouro, ah
deusa da riqueza, a me dispor os quatro elementos e os quatro quadrantes. E me
disse, recompondo-se: toma, é tudo teu. De tudo me apossei nela nua, agora
transformada numa Valkiria, líder entre todas, com suas armas de guerra,
montando novamente em mim como se fosse o seu javali Hildisvín, a conduzir as
almas dos mortos em combate para reinar sobre as batalhas e a me capturar presa
sua entre as pernas e coxas, até vê-la Disir que retornou da morte para me
proteger de qualquer ataque e, num relance, já Volva movendo-se livremente com meu
pênis feito seu cajado com ponteira de bronze, seu capuz e luva de pele animal
e sua capa de penas e seu colar astral como um pássaro pelos nove mundos
empregando o Seidhr em total transe na minha carne e sexo, a me lamber as faces
e poetar sugando minha pele braços e troncos, até cantar as canções de Galdr
para me felar impune como sacerdotisa Volla, a invocar a runa de Odur que sou para
que ela retorne à vida para mais uma vez gozar completamente grata e satisfazer
todos os meus desejos no presente e no futuro e para todo o sempre, nua e rendida,
completamente entregue para que eu desfrute de todos os seus poderes e dotes, e
assim juntos gozamos o mais pleno de todos os gozos. Eis que o dia já amanhecia
e no primeiro raio de Sol era ela, índia caingang, Iaravi, me lambendo a pele
dos pés à cabeça, completamente destronada e servil, para ser nua e inteira
Freyairavi. © Luiz Alberto Machado. Veja mais aqui.
Curtindo os álbuns com o talento da
clarinetista clássica alemã Sabine Meyer.
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A arte da atriz, autora, diretora e
roteirista Patrícia Gaspar que atuou
no teatro, entre outras peças teatrais, em Futilidades
Públicas (2002), Mulheres que bebem
vodka (2010) e Carícias (2006),
como também no cinema, em filmes como Doméstica
(2001) e A dama do cine Shangai
(1996), entre outros longas e curta-metragens.
DESTAQUE:
Entre os muitos e tantos filmes que assisti
do cineasta francês François
Truffaut (1932-1984), destaco desta vez quatro seus filmes, o primeiro Vivent dimanche (De repente, num domingo, 1983), que conta a história de
uma mulher secretária de um agente imobiliário, secretamente apaixonada por ele
e vai ajudá-lo a sair de um problema que ele é acusado de dois assassinatos. O
destaque deste filme fica por conta da atuação da belíssima atriz do cinema e
teatro francês Fanny Ardant. O
segundo La femme d’à Coté (A mulher
do lado, 1981), que conta a vida de um casal que leva uma vida tranqüila em uma
cidade interiorana, quando se instalam entre os vizinhos, um outro casal no
qual a mulher já se envolveu em um amor tumultuado com o marido do primeiro
casal. Ambas já sabiam desse envolvimento até a situação de que os ex-amantes
vão renovar suas relações em segredo. Este também um filme em que se destaca a
atuação da atriz Fanny Ardant. O terceiro, L’amou
em fuite (Amor em fuga, 1979), conta a história de uma casal que decide
divorciar-se, quando ele encontra na escadaria da Corte o seu primeiro amor,
então uma advogada de renome. Trata-se de um filme em que o cineasta traz à
cena outros dos seus filmes em sequências de flashback. Destaque para a beleza
das lindas atrizes Claude Jade e Marie-France Pisier. Por fim, o filme Une Belle Fille Comme Moi (Uma jovem tão bela como eu,
1972), baseado no romance homônimo de Henry Farrell, contando a história de um
jovem sociólogo preparando uma tese sobre mulheres criminosas, quando conhece
uma acusada de ter assassinado o seu amante e se encontra na prisão e, a partir
de então, tenta provar sua inocência. O destaque dessa obra fica por conta da
bela atriz Bernadette Lafont. Veja mais aqui, aqui, aqui e aqui.
CRÔNICA DE AMOR POR ELA
descubro-lhe o desejo
e o verso vem logo atrás
no meu empenho louco
de fazer poesia
de fazer poesia
rabiscos do meu mundo alheio
maneiras de dizer: te amo
(O Verso Em Si)
DEDICATÓRIA:
A edição de hoje é dedicada à produtora,
radialista e compositora
CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Paz na
Terra: