A LIÇÃO DE CADA AMANHECER - Ao
amanhecer tenho sempre a sensação do que o Sol nasce para todos,
indistintamente. Seus raios brilham em todas as direções, isso para quem esteja
acordado, ou dormindo, ou mesmo ocupado com outros afazeres. Pode ser que no
lado oposto ao que me encontro na Terra, seja noite; todavia, quando este lado
do mundo for premiado com o espetáculo do crepúsculo, do outro lado do planeta,
o dia estará raiando tão lindamente quanto maravilhosamentge alvorece em mim agora
e todos os dias. Guardo para mim a lição deste momento e a torno prática diária
nas minhas relações, sem distinguir esse daquele ou daqueloutro: sou eu e
todos, como um só. Ao caminhar pelas ruas sou como todos que vão e que vêm: uma
onda em que sou uma gota na imensidão oceânica. Inevitável esbarrar em
situações desagradáveis de discriminação, pessoas e ambientes que só acolhem aqueles
que se vestem bem, são bem recomendados, ocupam posição social e alto nível
econômico, determinadas convicções religiosas, correntes filosóficas ou padrões
sócio-políticos. Entre eles nada, além disso, possui significância a não ser
seus padrões avaliatórios de qualificação, na condição de peritos que se
vangloriam por seus métodos na capacidade de julgar, selecionar ou enquandrar
quem quer que seja. Não reconhecem o tanque da mistura no caldeirão da
diversidade que está nas ruas e em todos os lugares, e nem conseguem ver que
reis perdem seus tronos, imperadores seus impérios e que tudo que nos cerca é
efêmero: o que hoje é, amanhã pode não ser mais. E essa passagem breve que
chamamos vida é tão espetacularmente maravilhosa que não me vejo disposto a
perder tempo em avaliar, selecionar ou julgar, apenas viver e saber que
enquanto vivo preciso fazer alguma coisa por gratidão e levar em conta essa
minha estadia como uma missão a cumprir. Despido de corpo e alma, não me vejo
merecedor de privilégio ou condição especial maior ou melhor que ninguém ou em
detrimento de alguém, eu sou um qualquer como qualquer um por não me enquadrar
em nenhuma classe específica, sou entre os que são diferentes, apenas, talqualmente
igual pelas diferenças e tudo que somos é sermos cada qual um diferente do
outro em um mesmo lugar, tempo e espaço, nada mais. Eis minhas mãos e peito
aberto para seguirmos juntos. © Luiz Alberto Machado. Veja mais aqui.
Curtindo os álbuns (cds e dvds) da organista Anne
Schneider, produtora e
apresentadora do programa Tocata na Rádio da UFRGS-AM 1080 e conselheira da
Ospa.
Veja mais sobre:
Slavoz Žižek & Jacques
Lacan, Modest Mussorgsky, Peter Brook, Charlotte
Dubreuil, Tan Ngiap Heng,
Marie-Christine Barrault & Cicero
Melo aqui.
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Fecamepa, Sonhoterapia, Psicologia escolar, A família
mutante & Maristher Moura Vasconcellos aqui.
Georges Bataille, John dos
Passos, Heitor Villa-Lobos & Kiri
Te Kanawa, Alain
Robbe-Grille, Marie Espinosa & Berthe Morisot aqui.
Maria Lenk, Martin Luther King Jr, Egberto Gismonti & Naná
Vasconcelos, Marie Duplessis, Greta
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Gilles Deleuze, Dian Fossey, Susan Sontag, Padre Bidião, Sigourney
Weaver, Washington Maguetas & João Pinheiro aqui.
A poesia de João Cabral de Melo
Neto aqui.
Darcy Ribeiro, Loius Claude de Saint-Martin,
Autran Dourado, Damaris Cudworth Masham, Juan Orrego-Salas & Irina Vitalievna Karkabi aqui.
Edgar Allan Poe & Jacques Lacan, Paul
Cézanne, Magda Tagliaferro, Nara Leão, Janis
Joplin & Miguel Paiva aqui.
A cruzeta na volta que a vida dá, Artur Bual
& Manuel Cargaleiro aqui.
Tem hora pra
tudo e a vida é outra coisa, Ariano Suassuna & Quinteto Armorial, Emilia Kallock, Ciro Veras & Alexandra
Lacerda aqui.
Nada melhor que
a vida e viver além dos próprios limites, Antônio Nóbrega, lenda Umutina da criação dos homens, Oskar Kokoschka & Mozart Fernandes aqui.
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não poupam a amizade e o amor, Hermeto Pascoal, Lydia Cabrera, Hiram Powers, Nicola Axe & Rosalyn Drexler aqui.
Soou a vida o
paraíso do amor, Tibério Gaspar, Marcos Rey & Helena
Ramos, Catherine Nolin & Luciah Lopez aqui.
&
TEATRO INFANTIL: O LOBISOMEM ZONZO
DESTAQUE: LENDA DA ORIGEM DO SOLIMÕES
Há muitos anos, a lua era noiva do sol, que
com ela queria se casar, mas, se isso acontecesse, se chegassem a se casar,
destruir-se-ia o mundo. O amor ardente do sol queimaria o mundo e a lua, com as
suas lágrimas, inundaria toda terra; por isso, não puderam se casar. A lua
apagaria o fogo; o fogo evaporaria a água. Separaram-se, então, a lua para um
lado e o sol para outro. Separaram-se. A lua chorou todo o dia e toda a noite,
e foi então que as lágrimas correram por cima da terra até o mar. O mar
embraveceu e por isso não pôde a lua misturar as lagrimas com as águas do mar,
que meio ano corre para cima, meio ano, para baixo. Foram as lágrimas da lua
que deram origem ao nosso rio Amazona. (Lenda que
alude ao cataclismo que originou o vale do Amazonas e o levantamento dos Andes,
recolhida por Barbosa Rodrigues. MELLO, Anísio. Estórias e lendas da
Amazônia. São Paulo: Edigraf, sd). Ilustração: J. Lanzellotti. Veja
mais aqui, aqui e aqui.
CRÔNICA DE AMOR POR ELA
A arte da pintora e desenhista Alice Soares (1917-2005).
DEDICATÓRIA:
A edição de hoje é dedicada à amiga Edla Fonseca.
CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Paz na
Terra: Gaia, do escultor Lorenzo Quinn.
Recital
Musical Tataritaritatá - Fanpage.