UMA CANÇÃO PRO MEU AMOR - É quando
a tarde é mansa que o meu desejo acende com a gula de querer além da conta toda
a sua inexprimível sedução. É quando vou esfaimado mergulhar no seu riso de sol
vasto porque nasci destinado a amá-la completa e indecentemente. É aí que me
atiro mergulhando nos seus olhos de mar que me dão seu sexo fulgurante e
desesperado que emerge do seu jeito nu e completamente minha clamando com o
remexido de sua dança sensual onde sou suicida de suas montanhas mais que
ambicionadas. É quando me jogo e subo por suas pernas onde semeio minhas
lambidas que rebenta na minha obscenidade inescrupulosa de retê-la toda para
mim até repousar no seu ventre fuviando ao alcance da minha assanhada posse
demoradeira sem regresso. É quando me extasio na sua reluzente boca que me
engole varada de astúcias e bebe do meu sobejo e brinda festiva até ficar
lavada por meu sêmen para sufocá-la com a minha euforia. É quando você se faz
meu abrigo porque descobri sua concha que levo comigo e me faz esfaimado
hóspede que deprava seus desejos ignorando o futuro, penetrando a sua solidão e
mantendo o seu trote delicioso e interminável. E se me fosse dado o poder de
refazer tudo que já fiz, eu queria nunca ter que ir embora. Mesmo que fosse
tarde, mesmo que fosse nunca, ou jamais. E se me fosse dado o poder de sonhar
de novo tudo o que sonhei, jamais queria acordar, mesmo que a vida me dissesse
para não valer. E se eu tivesse que vencer um dia o invencível, só queria
vencer toda sua querência quando me dá o que é para mim de nunca acabar. Porque
eu tenho a sua flor e não quero que ela seja cinza na minha mão. Porque eu
tenho o seu beijo tatuado na minha alma e não quero jamais que a solidão me
ensine que tudo um dia basta. Porque eu tenho a sua dor e sorri para que
nascesse o sol sempre na nossa entrega. Eu recolhi a sua lágrima e a gente rio
caudaloso que se esvaia em desejos e desencontros. Eu vivi o seu sonho e fui com seu desespero
onde tudo é o que não tem pra onde ir e ficamos juntos porque eu sempre tive a
sua pele na minha alma como se nunca fosse possível arrancá-la, levando a vida
que pude ter para viver. Porque na gente a dor não vai durar pra sempre pelo
que foi ou jamais será só porque ontem soubemos nos alimentar do irrefreável
prazer. Porque o azul nos salva dos abismos. E eu enlouqueci me refugiando no
seu mangue irremediavelmente delirante a me fazer percorrer por seu sangue os
sonhos de cão sem dono que tenho tudo na sua triunfante teia de amor
impossível. Em nós nunca caberá o aceno do adeus porque estou perdido das
lembranças a me enfincar incendiado no fogo eterno de seu ser que é meu e é
todo de maravilhas. Aos saltos meu coração implode tudo e rebenta nos seus
seios para que eu seja as labaredas acesas ressaltando seus dotes para sempre a
me dar todos os versos e a me entregar todos os poemas. E me faz seu amo a
recolher toda minha poesia saindo de sua carne e eu como bicho morto de sede e
de fome miseravelmente apaixonado. © Luiz Alberto Machado. Veja mais aqui, aqui, aqui e aqui. DITOS & DESDITOS - A
aprendizagem – que nos alarga o entendimento, que nos torna seres compassivos,
em comunhão com os demais –, muitas vezes só se dá por meio das perdas. Pensamento
do escritor e professor João Anzanello Carrascoza, autor dos livros
Amores mínimos (2011), Espinhos e alfinetes (2010), O volume do silêncio
(2006), Dias raros (2004), Meu amigo João (2004), Duas tardes (2002), O vaso
azul (1998), Hotel solidão (1994), entre outros. Veja mais aqui e aqui.
ALGUÉM FALOU: Reformemos
as nossas escolas, e não teremos que reformar grande coisa nas nossas prisões.
Pensamento do escritor, crítico de arte e crítico social britânico John
Ruskin (1819-1900) que também expressou: Somente quando encontramos o amor, é que descobrimos o que nos faltava
na vida. Veja mais aqui.
O BEIJO DO DEUS NEGRO – [...] As coisas que construíram o túnel não poderiam ter sido humanas. Ela
não tinha o direito de esperar homens aqui. Ela ficou um pouco atordoada ao
encontrar céu aberto tão longe no subsolo, embora fosse inteligente o
suficiente para perceber que, por mais que viesse, ela não estava no subsolo
agora. [...]. Tudo sobre ela, tão
repentinamente quanto o despertar de um sonho, o nada se abriu em distâncias
inimagináveis. [...]. Trechos extraídos da obra Black God's Kiss (Paizo Inc, 2007), da escritora
estadunidense Catherine Lucille Moore (1911-1987), mais conhecida
pelo pseudônimo C. L. Moore. Veja mais aqui.
POR
QUE ELE ESTAVA SORRINDO? - Alguém joga um ovo / cru (também pode ser
por água), / para a zona das montanhas, muito altas, / bem no lugar da neve
eterna. / Esse gesto é trivial, tão cruel (quase) / como o gesto do assassino
que atira / corpos para o oceano / mas que, por alguma razão do acaso, é visto
/ nos olhos da vítima, que lhe sorri. / Ah, todos os dias, todas as noites, / a
mesma pergunta inconcebível: / por que ele estava sorrindo? / ou ainda: por que
ele estava sorrindo para mim? / E toda vez / o carrasco fecha os olhos, aperta
os ouvidos / como aquelas crianças atormentadas por gritos / de uma mãe ainda
inexplorada, e morde / os lábios. / -Você não precisa aceitar a pergunta- ele
pensa. / Ele não diz a ninguém o que pensa. / Enquanto a frase não sai da boca
dele / ninguém (ninguém) vai contar a história. / Agora (às vezes é sempre), / a
dignidade da montanha / desliza junto com a gema. / Há pontos de luz. / A noite
é preto e branco: / como não saber se é dia / ou a montanha foi quebrada. / Nenhum
jar para salvar um golpe / de neve, nem colo. / Se algum terno, tesouro, / deformado
(eu, você?) / Eu olharia lá, eu diria, / entre lágrimas, é claro, / - como fica
assim? casca, gema, / montanha. / A queda de que carta, ou paisagem / sem
hesitação / Ah, mas o tempo não para. Soprar. Poema extraído da obra Bailen
las estepes (Ediciones de la Flor, 1999), da escritora argentina Susana
Szwarc.
PROGRAMA
DOMINGO ROMÂNTICO – O programa Domingo
Romântico que vai ao ar todos os domingos, a partir das 10hs (horário
de Brasilia), é comandado pela poeta e radialista Meimei Corrêa na Rádio Cidade,
em Minas Gerais. Confira a programação deste domingo aqui. Na edição deste 26/08 do programa Domingo
Romântico, uma produção da radialista e poeta Meimei Correa e apresentado por Luiz Alberto Machado, está com uma
programação pra lá de especial, confira as atrações: Claude Debussy, Guilhaume Apollinaire¸ Leonard Bernstein, Karlhein Stockhausen, Walmor Chagas
& Marcelino Freire, Duofel, Antonio Meneses & Bach, Raul Cortez &
Raduan Nassar, Ary Toledo & Carlos Lyra & Vinicius de Morais, Dori Caymmi, Orquestra Contemporânea de Olinda, Jean-Michel Jarre, Nonato Buzar, Milton Nascimento, Victor Assis Brasil, Jorge Luis Borges
& Antonio Abujamra, Paulo Coelho, Sérgio Ricardo & Glauber Rocha,
Velhas Virgens & Nelson Rodrigues, Paulo Leminski, Sonia Mello, Paulinho
Moska, Delia Fisher, Geraldo Vandré, Claudia
Telles & Sylvia Telles, Lupicinio Rodrigues, Keith Moon, Maysa, Fernanda Takay, Paula Toller, Anibal
Beça & Caio Blat, Sandra de Sá, Vicente Celestino & João Leopoldo &
Marcia Mah, Tibério Gaspar, Tavito, Vicente Viola, Mirianês Zabot, Angela
Carlos, Carla Erhardt & Chico Buarque & Ruy Guerra, Ibys Maceyoh, Paula
Fernandes, Jorge Vercilo, Soko, Chico Elpidio & Pablo de Carvalho,
Christiano Torreão, Auri Viola, a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão
& muito mais! Veja mais aqui. 

















