quarta-feira, setembro 10, 2008

D. H. LAWRENCE, PENROSE, LEON ELIACHAR, ERNESTO OROZA & DESOBEDIÊNCIA TECNOLÓGICA, MULHER, FILOSOFIA, LITERÓRICA & SILVILI



A arte do artista, designer e autor cubano Ernesto Oroza

LITERÓTICA: PROVOCAÇÃO – Naquela manhã meus olhos flagraram o frêmito dos seios dela tremulando dentro da sua blusa decotada e ela sequer desconfiava o quanto a amava por inteiro, a desejava além da vida e da morte, a venerava além do querer e poder e persigo e persevero e a quero comigo para sempre e a todo momento. Ela a minha anfitriã que amo e ela pensa que não, insegura e dando o melhor de si só por dar e por amar num pirão que o meu mar engrossa e eu raspo a panela de todas as suas deliciosas emanações. O seu jeito lindo de ser era mais que sensacional com um encanto pronunciado na exibição daquelas duas frutas saborosas mexendo-se a cada movimentada de seu corpo nos afazeres domésticos. Ela inteiramente dedicada à labuta enquanto eu fazia juras silenciosas de amor e paixão por ela. Ela remexendo inocente e eu fazendo estréia da cobiça buscando os agasalhos do seu corpo. Havia poucas horas da nossa chegada, mas ela logo se dedicara às arrumações colocando suas vestes sumárias, provocando instantaneamente em mim o vuque-vique de seus caprichos corporais: era o tempo do cozimento e eu fervendo imaginando a nossa gangorra. E eu me deliciando qual voyer descarado imaginando suas curvas, remexidos, sensualidade, tudo dela ao meu dispor. Ali eu me continha fazendo um esforço danado para agarrá-la atrapalhando sua diligência. Mas, a cada olhadela, eu suava frio e tudo desembocava ventre abaixo se avolumando nas minhas partes baixas só para fazer-lhe um parque de diversão além do que eu podia dar. Era a explosão do amor na paixão mais medonha que eu já tivera oportunidade de viver. Era a paixão mais devastadora de todas. E ao lado de uma tesão que surgia inopinadamente para consagrá-la integralmente dona do meu coração. Com isso eu me insinuava aproximando-me o máximo que podia de sua dedicada atuação na limpeza da cozinha. Cada sacudidela dela no arremate das funções, mais eu me achegava lambendo os beiços e atacando sutilmente suas intimidades, roçando-lhe a nuca, as reentrâncias, o osso do mucumbu, enfeitiçando-lhe para arrancar os seus suspiros mais vibrantes e a deixá-la minando de emoção. Ela ainda sequer tinha a mínima idéia da minha mais absoluta paixão. Quanto mais amava, mais queria e queria. Era ela, sim, ela, tudo o que sempre quis e passaria a querer dali por diante. Com os meus ardis em pauta mais procurava domá-la nas intenções mais safadas a ponto de apoderar-me por inteiro de todo seu desejo, seu corpo e alma. Dominada, ela se entregava como quem se dar ao carrasco. E eu deliciosamente sorvia cada bocado de sua mais extremada emanação corpórea e anímica. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui.


DITOS & DESDITOS – [...] Permitam-me agora dizer algo acerca da consciência humana. Em particular, será que essa é uma questão em que devemos pensar em termos de explicação científica? O meu ponto de vista é de que devemos sim. Em particular, levo muito a sério a flecha que une o mundo físico ao mundo mental. Em outras palavras, temos o desafio de entender o mundo mental nos termos do mundo físico. [...] Extraído da obra O grande, o pequeno e a mente humana (UNESP, 1998), do físico, matemático e filósofo da ciência inglês Roger Penrose. Veja mais aqui.


DESOBEDIÊNCIA TECNOLÓGICA - [...] O termo hoje denomina todos os artefatos rodantes híbridos e/ou reinventados na ilha. [...] Esta proposta deixará de ser delirante se for vista como um modelo de interpretação do caos [...]. Trecho extraído de Desobediência tecnológica - technological disobedience (Caixa Cultural, 2015), do artista, designer e autor cubano Ernesto Oroza que com criatividade realiza trabalhos com a cultura material e pelos processos independentes de produção de objetos de seu país, Cuba. A prática de coletar, acumular fragmentos de objetos para serem reutilizados em formas, funções e sistemas técnicos inesperados surge após a convocatória do ministro de Indústrias, Ernesto Guevara, na Primeira Reunião Nacional de Produção, em 1961, para que os trabalhadores construíssem suas próprias máquinas.

INCOMPABILIDADE – Everardo gostava de praia. Gostava não era bem o termo, era fanático. Dia em que não ia à praia, ficava de mau humor, agressivo, engrossava por qualquer motivo – e até sem motivo. Diariamente, das oito às dez, ia dar o seu mergulho, pegar o seu “jacaré”, dar uma caminhada. Batia um papo com o banhista do posto, uma conversa inconsequente que vinha se arrastando há quase dez anos. Aos domingos levava a mulher e os filhos, ficavam até mais tarde. [...] A felicidade domingueira dos outros era uma tortura para ele, especialmente porque vivia preocupado com a sua mulher: - Puxa o decote pra cima, meu bem. Ela não dava muita importância: - Você está ficando antiquado, Everardo. Nem parece que foi criado em beira de praia. Se fosse só isso, não era nada. Everardo era mais chato que bichinho de areia: - Senta direito, dobra as pernas pra cá, abaixa o joelho. A mulher fingie de paciente, estendia a toalha para deitar e tomar sol. Everardo tava ali, de marcação: - Vai deitar assim, virada pra ciama? Deita de bruço. Era um inferno. Toda vez que ia cair n’água, lá estava o Everardo: - Também vou. Quando saíam da água, o Everardo vinha resmungando: - Olha o decote. Quando ela pegava o vidrinho de óleo, o Everardo parecia que saída de dentro do frasco: - Não me diga que vai tirar as alçãs para passar óleo. [...] Já estava ficando insuportável. A mulher decidiu fazer uma surpresa, comprou um maiô novo com as suas economias. Quando chegaram na praia, o Everardo não sabia de nada. Ela começou a tira a saída, depois o short, o pobre do Everardo quase caiu duro: ela exibia um biquíni desses que só se vê em fotografia de Festival de Cannes. O coitado ficou olhando, boquiaberto, sem saber se mandava puxar pra baixo ou pra cima ou pros lados. Qualquer puxãozinho que desce, cobria um pedaço e descobria outro. Everardo ficou mudo, quando ela perguntou: - Que tal, gostou? [...]. Extraído da obra A mulher em flagrante (Círculo do Livro, 1986), do escritor e jornalista Leon Eliachar (1922-1987). Veja mais aqui.

INDECÊNCIA - A indecência pode ser saudável / A indecência pode ser normal, saudável; / na verdade, um pouco de indecência é necessário em toda vida / para a manter normal, saudável. / E um pouco de putaria pode ser normal, saudável. / Na verdade, um pouco de putaria é necessário em toda vida / para a manter normal, saudável. / Mesmo a sodomia pode ser normal, saudável, / desde que haja troca de sentimento verdadeiro. / Mas se alguma delas for para o cérebro, aí se torna perniciosa: / a indecência no cérebro se torna obscena, viciosa, / a putaria no cérebro se torna sifilítica / e a sodomia no cérebro se torna uma missão, / tudo, vício, missão, insanamente mórbido. / Do mesmo modo, a castidade na hora própria é normal / e bonita. / Mas a castidade no cérebro é vício, perversão. / E a rígida supressão de toda e qualquer indecência, putaria / e relações assim / leva direto a furiosa insanidade. / E a quinta geração de puritanos, se não for obscenamente / depravada, é idiota. / Por isso, você tem de escolher. Poema do escritor britânico D. H. Lawrence (1885-1930). Veja mais aqui.

FILOSOFIA DE TODOS OS TEMPOS


TODO DIA É DIA DA MULHER
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MUSA DA SEMANA: SILVILI 


SILVILI - A linda cantora paulistana Silvilí lançou seu primeiro cd, Conseqüência (independente), no final do ano passado e formado basicamente por músicas inéditas de novos autores, trilhando o caminho do samba e do choro.


Ela iniciou sua carreira em 2004 nas rodas de choro e samba de São Paulo por influência do violonista carioca Voltaire e não demorou a ser reconhecida e receber apoio de outros músicos e compositores. Ela é neta de Eli Graziano, da dupla Ely e Gracy, cantora pioneira da década de 30, contratada pelas Rádios Tupi e Nacional.


Silvilí já se apresentou em várias casas paulistanas e em eventos oficiais da cidade.

Ela tem um jeito muito especial de cantar sambas-canção, especialmente choro, gênero este que é sua predileção no disco e em sua formação.

Para conhecer melhor o trabalho desta linda e maravilhosa cantora, acesse o sitio pessoal dela: Silvili.


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MUSA DA SEMANA




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CRÔNICA DE AMOR POR ELA
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MARIA RAKHMANINOVA, ELENA DE ROO, TATIANA LEVY, ABELARDO DA HORA & ABYA YALA

    Imagem: Acervo ArtLAM . Ao som dos álbuns Triphase (2008), Empreintes (2010), Yôkaï (2012), Circles (2016), Fables of Shwedagon (2018)...