HISTÓRIA
DO CINEMA – O desejo de reproduzir o movimento esteve sempre ligado ao
homem e, não há como estabelecer um marco no campo das artes, já que inúmeros
fatores concorrem para o estabelecimento de determinada técnica, seu emprego,
suas práticas associadas e seu impacto numa ordem cultural. A prova disso
são os desenhos encontrados nas cavernas de Altamira na Espanha onde um bisão
desenhado há 12 mil anos apresenta oito patas como se o autor tentasse decompor
o movimento. O que se tem de certo do surgimento do cinema é a interação que há
em projeções públicas de imagens animadas, que nascem de várias inovações que
vão desde o domínio fotográfico até a síntese do movimento utilizando a persistência da visão com a invenção de jogos ópticos. A
invenção da fotografia e, sobretudo a da fotografia animada, foram momentos
cruciais para o desenvolvimento não só das artes como da ciência, em particular
no campo da antropologia visual. O conceito de cinema, abreviação de
cinematógrafo, é a técnica de projetar fotogramas (quadros) de forma rápida e
sucessiva para criar a impressão de movimento, bem como a arte de se produzir
obras estéticas, narrativas ou não, com esta técnica. Ele é simultaneamente
arte, técnica, indústria e mito. O cinema é, também, conhecido como “a sétima
arte”. Esta expressão foi criada pelo crítico e estudioso de cinema Ricciotto
Canudo, italiano radicado na França, e fundador do “Clube dos Amigos da Sétima
Arte”, e popularizada, no início da segunda década do século XX, época dos
“filmes de arte” franceses, colocando o cinema no mesmo patamar de status do
teatro, da música, da literatura, do balé, da pintura e da escultura. Segundo
Louis Delluc, “o cinema é, talvez, a única arte realmente moderna, porque é ao
mesmo tempo filha da máquina e do ideal humano”. A princípio, o cinema foi
apenas uma maravilhosa invenção mecânica. Depois, sua linguagem evoluiu, a
técnica e seus efeitos se sofisticaram, até chegar à fase atual, caracterizada
por uma evolução dos temas, do conceito de personagem e do conceito de
estrutura narrativa. De fato, a data de
28 de Dezembro de 1895, é especial no que refere ao cinema, e sua história.
Neste dia, no Salão Grand Café, em Paris, os irmãos Lumière fizeram uma apresentação pública dos produtos
de seu invento ao qual chamaram Cinematógrafo. O evento
emocionou os poucos presentes, a notícia se alastrou e, em pouco tempo, este
feito artístico conquistaria o mundo e faria nascer uma indústria
multibilionária. A primeira exibição pública das produções dos irmãos Lumière
foi o filme L'Arrivée d'un Train à La Ciotat. Que se
sucedeu em uma série de dez filmes, com duração de 40 a 50 segundos cada, já que
os rolos de película tinham quinze metros de comprimento. Os filmes até hoje
mais conhecidos desta primeira sessão chamavam-se "A saída dos operários
da Fábrica Lumière" e "A chegada do trem à Estação Ciotat",
cujos títulos exprimem bem o conteúdo. Apesar de também existirem registros de
projeções um pouco anteriores a outros inventores (como os irmãos Skladanowski
na Alemanha), o cinema expandiu-se, a partir de então, por toda a França,
Europa e Estados Unidos, através de cinegrafistas enviados pelos irmãos Lumière
para captar imagens de vários países, que acreditavam que o cinematógrafo era
apenas "uma invenção sem futuro". Embora seja a França, o país que
reivindica para si a descoberta do cinema, com a invenção do cinematógrafo
pelos irmãos Luis e Augusto Lumière, não se pode dizer que esta invenção
aconteceu isoladamente, em outros países, várias experiências também estavam
sendo realizadas, mas a sessão pública dos Lumière é aceita pela maciça maioria
como o marco inicial da nova arte. Nesta mesma época, um mágico ilusionista
chamado Georges Méliès, que comandava um teatro nas vizinhanças do local da
primeira exibição mencionada, quis comprar um cinematógrafo, para utilizá-lo em
seus números de mágica. No entanto, os Lumière não quiseram vender-lhe, e o pai
dos irmãos inventores chegou a dizer a Meliès que o aparelho tinha finalidade
científica e que o mágico teria prejuízo, se gastasse dinheiro com a máquina,
para fazer entretenimento. Meliès conseguiu um aparelho semelhante na
Inglaterra, e foi o primeiro grande produtor de filmes de ficção, com
narrativas, voltados para o entretenimento. Em suas experimentações, o mágico
descobriu vários truques que resultaram nos primeiros efeitos especiais da
história do cinema. Foi o responsável, portanto, pela inserção da fantasia na
realização de filmes. Desde o início, inventores e produtores tentaram casar a
imagem com um som sincronizado. Mas nenhuma técnica deu certo até a década de
20. Assim sendo, durante 30 anos os filmes eram praticamente silenciosos sendo
acompanhados muitas vezes de música ao vivo, outras vezes de efeitos especiais
e narração e diálogos escritos presentes entre cenas. Infelizmente, cerca de
90% dos filmes mudos se perderam, e essa perda atormenta tanto quanto a busca
do Santo Graal, Elvis Presley e o monstro do Lago Ness, volta e meia são vistos, mas nunca
encontrados. De fato, a maioria dos filmes mudos foi derretida a fim de
recuperarem o nitrato de prata,
um componente caro. O desenvolvimento de filmes fez crescerem os nickelodeons,
pequenos lugares de exibição de filmes onde se pagava o ingresso de 1 níquel.
Os filmes também começaram a aumentar a sua duração. Antes um filme durava de 10 a 15 minutos. Os vários
passos em busca da melhor forma para contar uma história com imagens
contribuíram para a linguagem cinematográfica que temos hoje. Esta caminhada
foi gradativa. Cada passo seguinte dependeu do que fora feito anteriormente. A
tela do cinema é bidimensional. Mas a realidade é tridimensional, os objetos, pessoas
e animais têm volume, assim o difícil era como projetar filmes em salas. As
primeiras câmeras eram pesadas. Com o tempo, conseguiram fabricar câmeras mais
leves e isso facilitou o registro de pessoas, transportes, animais em
movimento. Como registro de imagens e som em comunicação, o Cinema também é uma
mídia. A indústria cinematográfica se transformou em um negócio importante em
países como a Índia e os Estados Unidos, respectivamente o maior produtor em
número de filmes por ano e o que possui a maior economia cinematográfica, tanto
em seu mercado interno quanto no volume de exportações. Até esta época, Itália
e França tinham o cinema mais popular e poderoso do mundo, mas com a I Guerra Mundual , a indústria européia de cinema foi
arrasada. Hollywwod começou a se
destacar no mundo do cinema fazendo e importando diversos filmes. Thomas Edison
tentou tomar o controle dos direitos sobre a exploração do cinematógrafo.
Alguns produtores independentes emigraram de Nova York à costa oeste
para um pequeno povoado chamado Hollywood, e lá, encontraram condições ideais
para produzir. Dias ensolarados quase todo ano, diferentes paisagens que
puderam servir como locações. Assim nasceu a chamada "Meca do
Cinema", e Hollywood se transformou no mais importante centro cinematográfico
do planeta. Como alternativa de Hollywood existiam vários outros lugares que
investiam no cinema e contribuíam para seu desenvolvimento. Nesta época foram
fundados os mais importantes estúdios de cinema (Fox, Universal, Paramount)
controlados por judeus (Daryl Zanuck, Samuel Bronston, Samuel Goldwyn, etc.)
que viam o cinema como um negócio. Lutaram entre si e às vezes para competir
melhor, juntaram empresas assim nasceu a 20th Century Fox (da antiga Fox) e Metro Goldwyn Meyer (união dos estúdios
de Samuel Goldwyn com Louis Meyer). Os estúdios encontraram diretores e atores
e com isso nasceu o sistema de promoção de estrelas de Hollywood. Até então já haviam
sido feitos filmes com som, mas com problemas de sincronização e amplificação.
O uso do som fez com que o cinema se diversificasse mais em termos de gêneros
nasciam entre eles o musical algumas comédias. E com a junção dos dois surgia a
comédia musical. Nos anos 50, o cinema passou a enfrentar a concorrência da televisão. O aumento da
popularidade da TV fez com que várias casas de cinema fechassem as suas portas.
Para atrair mais telespectadores a indústria cinematográfica começou a investir
em novos formatos, na verdade os grandes formatos. Em 1952 surgiu o Cinerama, em 1953 o Cinemascope da 20th Century Fox, em 1954 a VistaVision da Paramount todos com a
idéia de quanto maior melhor. A multiplicidade de estilos e influências marca
as produções cinematográficas contemporâneas. A Itália inicia a década de 60
com um cinema mais intimista. A França vive a “nouvelle vague” ou onda nova.
Nos EUA, destaca-se a Escola de Nova York e, no Reino Unido, o “free” cinema. A
partir do neo-realismo italiano o cinema se renova em várias partes do mundo:
Alemanha, Hungria, Iugoslávia, Polônia, Canadá e em países da Ásia e América
Latina, como Brasil e Argentina. Além disso, começam a despontar as produções
cinematográficas de países subdesenvolvidos, em processo de descolonização. Veja mais aqui.
REFERÊNCIAS
Almeida
Jr, José Maria
G. Legislação & Cinema. Brasília: Congresso Nacional, 2001.
ARAUJO, Thaissa Helena de Barros. Estratégias de Promoção no lançamento de
filmes norte-americanos no mercado brasileiro: um estudo de caso. Rio de
Janeiro, 2003.
BARRETO, Soraya, ABC
do Mídia: Descomplicando termos, critérios,
conceitos e fórmulas utilizados em mídia.
Recife: Bagaço, 2005.
FARIAS, Claudia, A História do Cinema I e II. NatalPress, 2008.
LEAL, Geraldo da Costa; LEAL FILHO, Luís.
Um Cinema Chamado Saudade. Salvador: Santa Helena, 1997.
QUINTANA, Haenz Gutiérrez, O trailer no sistema de marketing de cinema. XXVI
Congresso Anual em Ciência da Comunicação, Belo Horizonte/MG, 02 a 06 de
setembro de 2003.
SAAB, William George Lopes; RIBEIRO,
Rodrigo Martins. Panorama Atual do Mercado de Salas de Exibição no Brasil.
RJ> BNDES, 2000.
SADOUL, Georges. História do
Cinema Mundial. Vol II, 1963.
VALENTIM, André. A internet não vai matar
as salas de exibição. Revista Época, nº 523 - de 24/05/2008. Veja mais aqui.
PENSAMENTO DO DIA – [...] Embora pensemos que governamos nossas
palavras [...] é certo que as palavras, como um arco tártaro, se voltam contra
o entendimento dos mais sábios e pervertem e enredam poderosamente o juízo. De
modo que em todas as controvérsias e disputas é quase necessário imitar a
sabedoria dos matemáticos, definindo desde o começo nossos termos e nossas
palavras, para que os outros possam saber como as aceitamos e compreendemos, e se
eles estão de acordo conosco ou não. Porque de outro modo acontece que com
certeza terminamos onde devêramos ter começado, ou seja, em controvérsias e
diferenças a respeito das palavras. [...] Pensamento do filósofo
inglês Francis Bacon (1561-1626).
Veja mais aqui.
TEORIA & PRÁTICA - [...] A teoria em seu sentido tradicional, cartesiano, como a que se encontra
em vigor em todas as ciências especializadas, organiza a experiência à base da
formulação de questões que surgem em conexão com a reprodução da vida dentro da
sociedade atual. Os sistemas das disciplinas contem os conhecimentos de tal
forma que, sob circunstâncias dadas, são aplicáveis ao maior numero possível de
ocasiões... A teoria crítica da sociedade, ao contrário, tem como objeto os
homens como produtores de todas as suas formas históricas da vida (ênfase
acrescida). Trecho da obra Filosofia
e teoria crítica (Nova Cultural, 1989), do filósofo e sociólogo alemão Max
Horkheimer (1895-1973). Veja mais aqui.
OUTROS TEMPOS – Esta
história não tem Lobo nem Cordeiro. Muito menos Fada Madrinha. O Lobo foi
caçado e transformado em tapete. O Cordeiro trabalha hoje como funcionário do
governo. E a Fada Madrinha tem um ponto de jogo-do-bicho ali na esquina. No
tempo do Lobo e do Cordeiro, a gente podia ver as coisas bem clarinhas. A água
do riacho, onde o Cordeiro bebia, não tinha espuma de detergente. E o Lobo,
ora, o Lobo falava grosso e enganava o Cordeirinho. Mas aí a Fada Madrinha
perdeu o emprego. Ela nem morava perto do Lobo e do Cordeiro. A Fada Madrinha
morava em outra história, com Rei e Rainha e Princesinha. O Rei sonhava em
melhorar seu reino. A Rainha sonhava em viver num reino menos antigo. A
princesinha gostava de calça jeans e dos Rolling Stones. Foi quando o reino
começou a ter problemas, bem no instante em que o Cordeirinho reclamou ao Lobo
que não dava para beber daquela água. O reino estava ficando pobre e a
Princesinha pediu que a Fada Madrinha fizesse uma nova calça jeans com sua
varinha de condão. Bem que a Fada Madrinha tentou. Mas o Rei havia deixado o
reino tão pobrezinho e sem dinheiro, que a Fada Madrinha não conseguiu
satisfazer o desejo da Princesinha. E a Fada Madrinha perdeu o emprego. E o Rei
perdeu o trono. E a Rainha acordou e não gostou o que viu. Pois o Lobo tinha
virado tapete e o Cordeirinho agora era ministro do Planejamento e estava
vendendo o reino ao fabricante de jeans. A princesinha, muito triste, ficava
ouvindo os Rolling Stones, em seu jeans desbotado, com vontade de dizer ao
Cordeirinho:– Você sujou a água do meu riacho, Cordeirinho. Isso tudo porque os
tempos tinham mudado. Texto do escritor amazonense Marcio Souza. Veja
mais aqui.
OS FRAGMENTOS DA GLAURA – MADRIGAL
– I - Suave fonte pura, / Que desces murmurando sobre a areia, / Eu sei que a
linda Glaura se recreia / Vendo em ti dos seus olhos a ternura; / Ela já te
procura; / Ah! como vem formosa e sem desgosto! / Não lhe pintes o rosto: / Pinta-lhe,
ó clara fonte, por piedade, / Meu terno amor, minha infeliz saudade. III - Voai,
suspiros tristes; / Dizei à bela Glaura o que eu padeço, / Dizei o que em mim
vistes, / Que choro, que me abraso, que esmoreço. / Levai em roxas flores
convertidos / Lagrimosos gemidos que me ouvistes: / Voai, suspiros tristes; / Levai
minha saudade; / E, se amor ou piedade vos mereço, / Dizei à bela Glaura o que
eu padeço. XV - No ramo da mangueira venturosa / Triste emblema de amor gravei
um dia,/ E às Dríades saudoso oferecia / Os brandos lírios, e a purpúrea rosa./
Então Glaura mimosa / Chega do verde tronco ao doce abrigo.../ Encontra-se
comigo.../ Perturbada suspira, e cobre o rosto./ Entre esperança e gosto/ Deixo
lírios, e rosas... deito tudo;/ Mas ela foge (Ó Céus!) e eu fico mudo. XXIV - Não
desprezes, ó Glaura, entre estas flores,/ Com que os prados matiza a bela
Flora,/ O Jambo, que os Amores/ Colheram ao surgir a branca aurora./ A Dríade
suspira, geme e chora/ Aflita e desgraçada. / Ela foi despojada... os ais lhe
escuto.../ Verás neste tributo,/ Que por sorte feliz nasceu primeiro,/ Ou fruto
que roubou da rosa o cheiro,/ Ou rosa transformada em doce fruto. À LUA - Como
vens tão vagarosa,/ Oh formosa e branca lua!/ Vem co'a tua luz serena/ Minha
pena consolar!/ Geme, oh! céus, mangueira antiga,/ Ao mover-se o rouco vento, /
E renova o meu tormento/ Que me obriga a suspirar!/ Entre pálidos desmaios/ Me
achará teu rosto lindo/ Que se eleva refletindo / Puros raios sobre o mar./ Madrigal
LIII [Tu és no campo, ó Rosa,] / Tu és no campo, ó Rosa, / A flor de mais
beleza/ De quantas produziu a Natureza / Que em tuas perfeições foi cuidadosa./
E se Glaura formosa/ No seio dos prazeres te procura,/ Qual outra flor será de
mais ventura,/ Ou mais digna de amor ou mais mimosa? / Tu és no campo, ó Rosa,/
A flor de mais ventura e mais beleza / De quantas produziu a Natureza. / Madrigal
XVIII [Suave Agosto as verdes laranjeiras] / Suave Agosto as verdes laranjeiras
/ Vem feliz matizar de brancas flores,/ Que, abrindo as leves asas lisonjeiras,/
Já Zéfiro respira entre os Pastores/ Nova esperança alenta os meus ardores / Nos
braços da ternura./ Ó dias de ventura, / Glaura vereis à sombra das mangueiras!
/ Suave Agosto as verdes laranjeiras / Co'a turba dos Amores / Vem feliz
matizar de brancas flores. A SERPENTE - Verde
Cedro, verde arbusto, / Que o meu susto e prazer vistes, / Vamos tristes na memória
/ Essa história renovar. / Este o vale, é esta a fonte: / Glaura achei aqui
dormindo: / Sonha alegre e se está rindo,/ E eu defronte a suspirar./ Junto
dela pavoroso, / Vi, oh Céus! Monstro enrolado, / Fero, enorme, atroz,
manchado,/ E escamoso cintilar. / Verde Cedro, verde arbusto, / Que o meu susto
e prazer vistes, / Vamos tristes na memória/ Essa história renovar./ Ardo, e
tremo, e louco amante / Mil horrores n’alma pinto: / Vou... receio... ah que me
sinto / Vacilante desmaiar. / Vence Amor (doce ternura!): / Tomo a Ninfa nos
meus braços: / Ele aperta os novos laços, / E assegura o triunfar. / Verde
Cedro, verde arbusto, / Que o meu susto e prazer vistes, / Vamos tristes na
memória / Essa história renovar. / Em si mesma se embaraça / A serpente enfurecida;/
Ergue o colo e atrevida/ Ameaça a terra e o ar./ Numa pedra rude e feia/ Já lhe
envio a morte afoita;/ Já co’a cauda o tronco açoita,/ Morde a areia ao
expirar./ Verde Cedro, verde arbusto,/ Que o meu susto e prazer vistes,/ Vamos
tristes na memória / Essa história renovar./ Venturoso e satisfeito,/ "Glaura
bela (então dizia),/ Vê de amor e de alegria/ O meu peito palpitar"./ Ela,
em mim buscando arrimo,/ Coroa, e diz inda assustada:/ "Esse puro ardor me
agrada",/ Eu te estimo e te hei de amar"./ Verde Cedro, verde arbusto,/ Que o meu susto e prazer
vistes,/ Vamos tristes na memória/ Essa história renovar. (Rondó V) - Neste
áspero rochedo, / A quem imitas, Glaura sempre dura, / Gravo o triste segredo /
Dum amor extremoso e sem ventura. / Os faunos da espessura / Com sentimento
agreste / Aqui meu nome cubram de cipreste; / Ornem o teu as ninfas amorosas / De
goivos, de jasmins, lírios e rosas./ Suave fonte pura, / Que desces murmurando
sobre a areia, / Eu sei que a linda Glaura se recreia / Vendo em ti de seus
olhos a ternura: / Ela já te procura; / Ah! como vem formosa, e sem desgosto! /
Não lhe pintes o rosto: / Pinta-lhe, ó clara fonte, por piedade, / Meu terno
amor, minha infeliz saudade. / No ramo da mangueira venturosa / Triste emblema
de amor gravei um dia, / E às dríades saudoso oferecia / Os brandos lírios e a
purpúrea rosa. / Então Glaura mimosa / Chega do verde tronco ao doce abrigo ...
/ Encontra-se comigo ... / Perturbada suspira, e cobre o rosto. / Entre
esperança e gosto,/deixo lírios e rosas ... deixo tudo; / Mas ela foge (ó
céus!) e eu fico mudo. / Capada laranjeira, onde os amores/ Viram passar de
agosto os dias belos, / Então de brancas flores / Adornaste risonha os seus
cabelos. / A fortuna propícia aos teus desvelos / Anuncia feliz novos favores: /
Glaura torna; ah! conserva lisonjeira, / Copada laranjeira, por tributos, / Na
rama verde-escura os áureos frutos. / Ó sono fugitivo, / De vermelhas papoulas
coroado, / Torna, torna amoroso, e compassivo / A consolar um triste, e
desgraçado, / Gemendo nesta gruta recostado, / Sinto mortal desgosto; / Não
vejo mais que o rosto desc orado/ Da saudade, e da mágoa, com que vivo;/ Ó sono
fugitivo, / Torna, torna amoroso, e suspirado / A consolar um triste, e
desgraçado. / Crescei, mimosas flores, / Adornai a verdura deste prado. / Já
zéfiro aparece entre os Amores / Risonho e sossegado: / Da amável Primavera o
doce agrado / Novo prazer inspira às Graças belas: / Verei brincar entre elas /
A Ninfa mais cruel nos seus rigores. / Crescei, mimosa s flores, / Fugiu o
Inverno triste, e congelado; / Adornai a verdura deste prado: / Ó águas dos
meus olhos desgraçados, / Parai que não se abranda o meu tormento: / De que
serve o lamento / Se Glaura já não vive? Ai, duros Fados! / Ai, míseros
cuidados! / Que vos prometem minhas mágoas? águas, / Águas!, responde a gruta, /
E a ninfa que me escuta nestes prados! / Ó águas de meus olhos desgraçados,/ Correi,
correi; que na saudosa lida /Bem pouco há de durar tão triste vida. O AMANTE
SATISFEITO - Rondó XXVI - Canto alegre nesta gruta,/ E me escuta o vale e o
monte:/ Se na fonte Glaura vejo,/ Não desejo mais prazer./ Este rio sossegado,/
Que das margens se enamora,/ Vê co'as lágrimas da Aurora/ Bosque e prado
florescer./ Puro Zéfiro amoroso/ Abre as asas lisonjeiras,/ E entre as folhas
das mangueiras/ Vai saudoso adormecer./ Canto alegre nesta gruta,/ E me escuta
o vale e o monte: / Se na fonte Glaura vejo,/ Não desejo mais prazer./ Novos
sons o Fauno ouvindo / Destro move o pé felpudo:/ Cauteloso, agreste e mudo/ Vem
saindo por me ver. / Quanto vale uma capela / De jasmins, lírios e rosas,/ Que
co'as Dríades mimosas/ Glaura bela foi colher! / Canto alegre nesta gruta, / E
me escuta o vale e o monte. / Se na fonte Glaura vejo, / Não desejo mais
prazer./ Receou tristes agoiros / A inocência abandonada; / E aqui veio
retirada / Seus tesoiros esconder. / O mortal, que em si não cabe, / Busque a
paz de clima em clima; / Que os seus dons no campo estima, / Quem os sabe
conhecer. / Canto alegre nesta gruta, / E me escuta o vale e o monte: / Se na
fonte Glaura vejo, / Não desejo mais prazer. / Os metais adore o mundo; / Ame
as pedras, com que sonha,/ Do feliz Jequitinhonha,/ Que em seu fundo as viu
nascer. / Eu contente nestas brenhas / Amo Glaura e amo a lira, / Onde terno
amor suspira, / Que estas penhas faz gemer. / Canto alegre nesta gruta, / E me
escuta o vale e o monte: / Se na fonte Glaura vejo, / Não desejo mais prazer. O
BEIJA-FLOR - Rondó VII - Deixo, ó Glaura, a triste lida / Submergida em doce
calma; / E a minha alma ao bem se entrega, / Que lhe nega o teu rigor./ Neste
bosque alegre e rindo/ Sou amante afortunado;/ E desejo ser mudado / No mais
lindo Beija-flor. / Todo o corpo num instante/ Se atenua, exala e perde:/ É já
de oiro, prata e verde / A brilhante e nova cor./ Deixo, ó Glaura, a triste
lida / Submergida em doce calma; / E a minha alma ao bem se entrega,/ Que lhe
nega o teu rigor./ Vejo as penas e a figura,/ Provo as asas, dando giros;/ Acompanham-me
os suspiros,/ E a ternura do Pastor./ E num vôo feliz ave / Chego intrépido até
onde/ Riso e pérolas esconde/ O suave e puro Amor./ Deixo, ó Glaura, a triste
lida/ Submergida em doce calma;/ E a minha alma ao bem se entrega,/ Que lhe
nega o teu rigor./ Toco o néctar precioso, / Que a mortais não se permite;/ É o
insulto sem limite, / Mas ditoso o meu ardor;/ Já me chamas atrevido,/ Já me
prendes no regaço:/ Não me assusta o terno laço, / É fingido o meu temor./ Deixo,
ó Glaura, a triste lida / Submergida em doce calma; / E a minha alma ao bem se
entrega,Que lhe nega o teu rigor. / Se disfarças os meus erros, / E me soltas
por piedade,/ Não estimo a liberdade, / Busco os ferros por favor. / Não me
julgues inocente,/ Nem abrandes meu castigo;/ Que sou bárbaro inimigo, / Insolente
e roubador./ Deixo, ó Glaura, a triste lida / Submergida em doce calma;/ E a
minha alma ao bem se entrega,/ Que lhe nega o teu rigor. O RIO -- Rondó XLIX - Chora
o Rio entre arvoredos,/ Nos penedos recostado:/ Chora o prado, chora o monte,/ Chora
a fonte, a praia, o mar./ Vêm as Graças lagrimosas,/ E os Amores sem ventura/ Nesta
fria sepultura/ Pranto e rosas derramar./ Por ti, Glaura, a Natureza/ Se cobriu
de mágoa e luto:/ Quanto vejo, quanto escuto/ É tristeza, e é pesar./ Chora o
Rio entre arvoredos, / Nos penedos recostado: / Chora o prado, chora o monte, /
Chora a fonte, a praia, o mar./ A escondida, áspera furna / Deixam sátiros
agrestes,/ E de lúgubres ciprestes/ Vem a urna circular./ Vêm saudades, vêm
delírios,/ Vem a dor, vem o desgosto/ Com os cabelos sobre o rosto/ Murta e
lírios espalhar./ Chora o Rio entre arvoredos,/ Nos penedos recostado:/ Chora o
prado, chora o monte,/ Chora a fonte, a praia, o mar./ Nestes ramos flébil aura
/ Triste voa e presa gira:/ Glaura aqui, e ali suspira,/ Torna Glaura a
suspirar. / Eco, as Dríades magoa,/ O saudoso nome ouvindo;/ E na gruta
repetindo,/ Glaura soa e geme o ar./ Chora o Rio entre arvoredos, / Nos penedos
recostado:/ Chora o prado, chora o monte,/ Chora a fonte, a praia, o mar./ Glaura
ó Morte enfurecida,/ Expirou... que crueldade!/ E pudeste sem piedade / Sua
vida arrebatar? / Cai a noite, a névoa grossa / Turba os Céus com manto escuro;
/ E eu aflito em vão procuro/ Quem me possa consolar./ Chora o Rio entre
arvoredos, / Nos penedos recostado:/ Chora o prado, chora o monte,/ Chora a
fonte, a praia, o mar. SILVA ALVARENGA - Manuel Inácio da Silva
Alvarenga (1749 - 1814) nasceu em Vila Rica. Estudou no Rio de Janeiro e em
Coimbra. Era um ardoroso defensor de Pombal e das idéias iluministas. Sua obra
Glaura (1799). Pelos dados biográficos de Manuel Inácio da Silva Alvarenga se
pode depreender que sua vida fluiu em parte em função das duas tendências
ideológicas atuantes ao seu tempo. Como poeta, entretanto, foi ele obediente
seguidor da tradição. Sua poesia lírica consubstanciada num livro apenas,
Glaura, é quase um permanente esforço de subordinação a formas e temas
consagrados, num preciosismo de quem requinta em obter algo de algo já esgotado
e decadente. Todas as suas peças líricas de sua Glaura são em numero de cinqüenta
e nove rondós e cinqüenta e sete madrigais. O rondó, forma poética medieval
francesa, tem sua notabilidade em Guillaume de Machaut, Eustache Deschamps,
Charles d´Orleans, devendo, originalmente, ser destinado ao anto e consistindo
de tres estrofes, com um total de doze a quatorze versos, com duas rimas
recorrentes. Variando o numero de versos e o esquema das rimas, o verdadeiro
apoio fonético que em breve o caracteriza passou a ser a repetição do primeiro
verso ao fim da segunda e terceira estrofres do rondó. Variação subseqüente,
que se pode chamar rondel, consistiu em repetir, em numero maior de versos, o
primeiro verso pela altura do oitavo ou de um dos seguintes versos e no fim do
poema. Os rondós de Silva Alvarenga representam um fim de evolução da forma,
como estrutura sensivelmente diferente. Consistem, quase todos, em quatro
grupos de tres quadras, sendo repetida a primeira quadra, em forma de
estribilho, no inicio de cada grupo assim como no fim do poema – o que
totaliza, por conseguinte, treze quadras ou cinqüenta e dois versos. O verso,
na grande maioria dos rondós, é heptassilabo, redondilha maior, salvo os do
rondó que são pentassilabos redondilhas menores, e os rondós hexassilabos. Os
heptassibilabos são, quase sem discrepância, acentuados na terceira e sétima
silabas. Os pentassilabos, na segunda e quinta, e os hexassilabos, na segunda e
sexta. O madrigal, originalmente italiano, confunde-se com a silva espanhola,
praticada em língua portuguesa, consistindo de uma pequena serie de versos
decassílabos e hexassilabos, em seqüência qualquer, rimando entre si sem
esquema prévio de rimas. Em Glaura - Poemas eróticos (1799), Silva Alvarenga
soube criar uma sonoridade leve e cantante, animada por um sentimentalismo
difuso, entre dengoso e lamuriante, que iria derramar-se, em clave mais
adocicada, em muitas cantigas do nosso cancioneiro popular. Ao mesmo tempo, a
imaginação plástica de Silva Alvarenga captou vivamente aspectos da natureza
carioca, abrindo espaço para um sentimento da paisagem que os românticos depois
iriam aprofundar. Por tudo isso, Glaura constitui um episódio fundamental do
arcadismo brasileiro. Os rondós são formas poemáticas que, como a balada, estão
relacionadas com a dança, sendo de origem francesa, foi convertido por Silva Alvarenga
em um conjunto de quadras com um estribilho que abre e fecha a composição se
dispondo sempre como rimas internas, além de se intercalar entre séries de duas
estrofes. A obra Glaura é composta por 59 rondós e de 56 madrigais. Nos rondós
o autor utiliza versos curtos, sendo hábil na expressão da clareza dos
sentimentos e na exploração do estrato fônico dos poemas, bem como a perfeição
do ritmo e da rima, inclusive internas, que revela o sentido primitivo do rondó
que traz a idéia de circularidade : rondeau (do latim, rotundu(m),
"redondo, em forma de roda"),e, pelo que se sabe, o rondó foi feito
para ser cantado ou para servir de acompanhamento de uma dança chamada ronde.
Os rondós, sempre em redondilha, começam com poucas exceções, por um quarteto que
serve de estribilho, com rimas encadeadas. Segue-se dois quartetos. Os
madrigais de origem italiana são composições poéticas engenhosas e galantes
dirigida as damas, porém mais livre, articulando-se em estrofes variamente
rimadas, que vão de 8 a 11 versos. Como na tradição italiana dessa forma,
notamos a alternância de versos decassílabos, maiores, com versos hexassílabos,
menores, atribuindo maior variedade rítmica. Os madrigais, constroem-se um
pouco ao sabor da improvisação, guardadas sempre as medidas do verso heróico de
dez ou sei sílabas. Silva Alvarenga como músico e também descendente de músico,
soube enriquecer com facilidade suas obras com grande musicalidade, assim
podemos observar no madrigal de número XXVI "Vês, Ninfa, em alva escuma o
pego irado", o ar festivo ao celebrar o amor com simplicidade das palavras
e com seqüência ligeira dos versosdos quartetos é sempre a mesma, e aguda.
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TODO DIA É DIA DE AUDREY
MUNSON
Homenagem para a atriz e supermodelo estadunidense
Audrey Munson (1891-1996).
A TARA DA BUNDUDA - Era festa em Gameleira. Eu ali
perdido, à-toa, caçando estrelas entre as beldades. Roda gigante, montanha
russa, carrosséis, nada me chamava atenção que as deliciosas moças que
desfilavam pra lá e pra cá pela rua. Fiquei tonto de tão andejo, dirigi-me ao
bar mais próximo, encostei-me ao balcão, pedi uma cerveja e ao sorver o
primeiro gole, a minha visão foi levada a um vulto estonteante de mulher. Minha
nossa! Vestido longo colado ao corpo escultural, ela emanava suas formas
graciosas e perfeitas, atiçando-me o apetite e em minha direção. Transitou entre
as mesas até se encostar ao balcão, pedir um drinque e fitar-me pelo canto do
olho enquanto saboreava a bebida. Virou a dose de uma vez, respirou fundo, deu
para ver-lhe os seios nus e abudantes dentro do vestido. Estremeceu, virou-se
inteira para mim e me pediu um cigarro. Estirei o maço para que pegasse, acendi
o isqueiro e pude sentir de perto o perfume de sua carne saborosa. Tragou
fechando os olhos manhosamente, ofereci-lhe a cerveja, ela aceitou outro
drinque. Convidei-a para sentarmos em alguma mesa e ela foi em frente, possibilitando
que eu tivesse a mais completa dimensão de sua maravilhosa estatura, escolhendo
a mais distante de olhares e encostada quase escondida. Acompanhei-lhe os
passos e me sentei ao lado dela. Ela tragava suspirando com um jeito trêmulo de
quem estava em apuros. Algum problema? Indaguei e ela tomou um gole da bebida e
disse-me que havia tempo queria falar comigo. Sim? Há tempos venho tentando
contatar você, pra ser sincera, três anos. Mesmo? Sim, há três anos que procuro
todos os meios para falar com você. Pois bem, aqui estou. Estou nervosa. Tome
outro drinque. O garçom trouxe nova dose de uísque duplo. Fiquei atento, não
queria perder o mínimo dos seus gestos. Meu nome é Vandina, não sou daqui,
estou na casa de uma tia há três anos, justamente por sua causa. Eu? Sim.
Morava em Recife, trabalhava perto do seu escritório e quando soube que você
estava na emissora, eu fiz de tudo para vir, precisava ver você. Mesmo? Sim,
você mexeu comigo e agora precisava acertar as contas com você. Acertar contas
comigo, o que fiz? Sim, estou muito nervosa, desculpe, mas você roubou meu
coração. Você passava três vezes ao dia em frente ao meu trabalho, todo dia eu
lhe esperava e nunca me notou. Que coisa! Ela virou a dose duma vez e me
perguntou se podíamos ir para outro local mais discreto. Claro! Paguei a conta
e saímos. Entramos no carro quando ela falou de um restaurante na cidade
vizinha que seria ideal. Fomos pra Ribeirão. Durante a viagem completo
silêncio, ela só me olhava, imóvel, atenta. Foram alguns minutos de absoluto
silêncio, até chegarmos ao destino. Estacionei o veículo, descemos e nos
sentamos à mesa mais distante, pedi uísque duplo pra ela, uma cerveja pra mim. Como
o ambiente era bem mais iluminado que o anterior, pude ver a formosura de sua
fisionomia: uma mulher linda e tanto, como eu nunca notara a presença dela em
Recife? Ela virou a dose, mandou pedir outra enquanto ia ao toalete. Acompanhei
a sua rítmica caminhada, pedi ao garçon a bebida e fiquei esperando. Logo ela
reapareceu mais linda que nunca, veio em minha direção e sentou-se ao meu lado,
bem encostadinha e começou a sussurrar me segredando sua história ao meu
ouvido. Ao me contar detalhes da sua vida aos cochichos, ela pousou as mãos
sobre a minha coxa esquerda, e me contava dos seus dias e noites, três anos de
espera e procura, desejos e angústias. Não pude me controlar. Ao perceber a
saliência do meu membro endurecido na calça, fitou-me os olhos e perguntou: O
que é isso? Você, eu disse. Carinhosamente ela esticou as pontas dos dedos e
tocou timidamente meu membro por cima da calça com o dedo mínimo e, aos poucos,
lentamente, um a um dos dedos foi tomando conta de todo meu pênis endurecido,
até apalpá-lo, mão cheia, mordendo os lábios e olhos firmes nos meus. Não dizia
nada, apenas me olhava enquanto suas mãos remexiam carinhosamente a minha tesão
enlouquecida, aí desabotou minha calça, desceu o zíper e buscou meu pau duro
dentro da cueca até expô-lo lambendo os beiços: É lindo!, disse ela, segurando
firme com as duas mãos e se ajeitando para tocá-lo com um beijo apaixonante e
lambê-lo para abocanhá-lo inteiro na mais deliciosa das bocas, chupando-o ternamente
de babá-lo todo e, de repente, levantou-se e disse-me: - Vamos daqui, vamos! Levantou-se,
chamei o garçom, paguei a conta e puxei-lhe para mais perto, visando não ser
visto em estado denunciador. Ela me trouxe para perto das suas nádegas, meus
braços envolvendo sua cintura e ela rebolando para me assanhar mais ainda até
chegarmos ao carro e nos dirigirmos pro motel. Lá chegando ela foi direto pro
banheiro, enquanto eu vasculhava a bebida no frigobar, ela reaparece
completamente molhada como se tivesse tomado banho de roupa e tudo, seu corpo
transparente colado na roupa, seios e ventre nus, enlouqueci, estava nas
nuvens, à beira do paraíso. Fotografei na hora, de corpo inteiro: imagem que
jamais sairia da minha cabeça, povoando meus sonhos, gula e cobiça por dias,
meses e anos. Fui até ela, beijei-lhe os lábios carnudos, mãos aos seios e
cintura, ventres e dorso, osculava e conferia sua assimetria, mistérios e
profundezas, e mantive a língua na sua carne, pele, por cima do vestido, até as
coxas para levantar a saia e chupar-lhe a vagina nua saborosa. Chupei-lhe o
tesouro em brasa a destrancar todas as suas travas e cancelas, sua terra úmida
revolvida e ela a se arrastar mãos na minha cabeça e urrando pra cair na cama
subjugada, provei do seu sabor apimentado e ela me puxava, tirava minha roupa, me
virando prum sessenta e nove e achando meu caralho rijo pro seu paladar, eu
lambia, chupava e meus dedos todos percorrendo sua geografia, aterrissando o
dedo para massagear seu ânus lambuzado por minha baba e sua minação, ela pedia
mais e me chupava e eu enfiava o anular no seu cuzinho e mais pedia e mais
enfiava até gozar trêmula e enlouquecida com o cunilingua e desmaiar com seus
múltiplos orgasmos na minha boca e meus dedos no seu cu. Mantive a chupada lenta
naquele solo desguarnecido de suas defesas e as enfiadas determinadas dos dedos,
para ela, então, me puxar de vez, virar-se de costas e de quatro gemendo e
pedindo: Fode a tua cuzuda, vai, eu quero, vai. Sonho com isso, vai,
pelamordeDeus, vai! Nossa, aquela bunduda gostosa toda ali pra mim, a maior
entre todas as maravilhas do planeta ali pronta pra que eu devorasse sua
gostosura e enfiei meu caralho primeiro na sua priquita dela carpir selvagem
aos saculejos e ao retirá-lo teso enfiei devagar naquele cuzão lindo e gostoso,
dela impar e remexer e gritar: Vai, fode a tua cuzuda, vai, fode!!! Quero mais,
vai, mais!!! E rebolava e eu cavalgava pau enfiado no rabo dela, gozando a inesquecível
loucura do prazer da rabuda! Ah! Quanta delícia! E me deixou fotografá-la de
todo jeito para nunca mais esquecê-la. © Luiz Alberto Machado. Direitos
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