FECAMEPA À REPÚBLICA - Segura o pencó, gente, que o negócio é sério. Esse bregueço é a maior tronchura, viu? Tataritaritatá! Pois é, para um país que não se sabe se foi descoberto numa cagada ou invadido pra porrada, fica a interrogação: afinal, que país é esse? Ah é o mesmo país que passou mais de 300 anos como uma colônia preada, açucarocrata e escravagista. Depois, virou de uma hora para outra um reinado surrupiado até o fundo do tacho. Num sopapo, se quebra de banda numa independência festeira e camuflada para ânimo de uns gatos pingados até ser rebocado prum império de sucatas. Ora, com um currículum desse, não pode dar outra, né? A não ser que a lorota vire pinóia manjada e dê numa republica de... de.... de quê mesmo, hem? eita! De ocrídios macunaímas? De mestiços corteses que num aprende a distância dum palmo além da venta? De miscigenados gentis que se hipnotizam com tudo? De bananas? De apaideguados feladamãe? Ouououououou? Ih.... Na verdade, trocando os miúdos e deixando de fora os desguardados, só mesmo numa republiqueta levada na espórtula e empurrada pela barriga e na marra até hoje, né não? Pois então, ora veja! Depois da festa íntima dos promotores/beneficiários da independência, num deu nem para piscar o olho e já fervia a panela do vuque-vuque. É, a história é o princípio heraclitiano ao contrário: passa e volta, torna a se repetir constantemente. Pois é, não podia ser diferente porque as maruagens despóticas afuleiraram mais com a dissolução da Assembléia em 1823 e, também, com a outorga da Constituição de 1824. Piada? Só se for de mau gosto, sabe por que? Bastou isso para a faísca de nadinha virar fogaréu de monturo em Pernambuco. Lá vem resistência feito enterro voltando. O puxa-encolhe da insatisfação já dominava as províncias do Norte e Nordeste, incendiando tudo com um exaltado sentimento nativista requentado pelos ideais liberais separatistas e antilusitano. Espia só, tudo aprontando o trupé. E vingou, era a Confederação do Equador, uma república revolucionária compreendendo os ingicados desde da Bahia até ao Grão-Pará. Era a boa nova que tanto contagiava como repelia seus correligionários, principalmente porque suspendia o tráfico negreiro. Mexeu a onça com vara curta e a coisa vai se esculhambando, como sempre. Findou maior pega-pra-capar, com pipoco de tiro, estrupício de vida e muita rezação no cemitério. O tumulto continua, num pára por aí não. Logo vem a Guerra do Paraguai que durou de 1865 até 1870. Foi uma sacanagem braba. Dizem alguns mais ousados historiadores que para render o inimigo mais rapidamente, usou-se do ardil de jogar cólera nas nascentes dos rios contaminando todo povo paraguaio. Isso só não, tem muito mais. De resultado só trouxe fortalecimento pro o exército que era só desprestígio. Sincronicamente, passava o zoadeiro do abolicionismo. Com isso, engrossava o caldo os pinotes dos escravos que escapuliam pra vida desde dos quilombos de antanho. O pisoteio todo redunda no Manifesto Republicano de 1870. A coisa andava, como ainda hoje, aos trupicões. Segura a onda, meu! É a maior buraqueira do sujeito perder tudo nos catabís. Porque é aí que chega a constatação de que até 1889, a nossa brasílica terra era o único império existente na América inteira, vez que todas as demais nações vizinhas já tinham virado a casaca pro republicanismo. Pode um negócio desse? Como sempre e até hoje, esse Brasilzim anda atrasadinho que só, hem? Mas isso não é nada, vamos adiante naquilo que comumente taxamos de: seria cômico se não fosse trágico. Ou o contrário? Vamos nessa. Chegamos na república. Na verdade, um arrumado dos militares acoloiados com um punhado miúdo de civis, implantando o Federalismo, o sistema presidencialista, a independência dos poderes e outras mais. De primeira, deram um chute na bunda do rei com banimento da família imperial pros quintos dos infernos. Depois, começa a mania de provisoriedade que tanto visita a vida do brasileiro no século seguinte, botando um marechal brabo na presidência. Era o marechal alagoano Deodoro da Fonseca. Com ele, a primeira Constituição dos Estados Unidos do Brasil, de 1891, começando uma descarada imitação dos gringos lá do norte, quando tem início a onda da norte-americanização daqui, com a inspiração voltada pro positivismo comteano pra seguir a ordem-progressivista e, também ainda, da corda-de-guaiamun dos interesses sempre esticando o miolo do poder como uma panelinha de mãe Joana, onde os privilegiados comem tudo e num sobra nem os farelos pro povão faminto do lado de fora. Aí ocorre um fenômeno econômico digno de nota, quando Rui Barbosa, o então ministro da Fazenda, entre 1889 e 1892, escancarando o crédito e dando liberdade pros bancos – espia só o merdeiro que vai dar -, deixa o país às voltas com uma inflação incontrolável, dinheiro desvalorizado e festança de ricos sobre a ruína de novos pobres. Era o Encilhamento, parece até um treino para entrar em campo uma trupe que vai jogar num cenário que a gente vai ver e ter em replay de instante em instante e até slow motion a vida toda do século XX. É quando estoura a Revolução Federalista de 1893 que dura até o ano seguinte, pela libertação do Rio Grande do Sul. Também ribomba a Revolta Armada iniciada no Rio de Janeiro até atingir o Rio Grande do Sul. E o governo passando de Deodoro para Floriano Peixoto, outro marechal alagoano. Depois Prudente de Morais, o primeiro civil em 1894. Dois anos da posse, rasga o cenário Canudos, com o messiânico líder Antonio Conselheiro e seus jagunços declarando guerra à República pela restauração da Monarquia. Esse quiprocó dura dois anos, de 1896 até o ano seguinte, quando o sangreiro espirra até na lua. Vem logo em seguida o paulista Campos Sales, que antes mesmo de assumir, negocia um acordo, o Funding Loan, onde suspende os pagamentos do país para contrair novo empréstimo. Entende isso? Jogadas e tramóias. Era só a bagatela de 10 milhões de libras que entravam na roda e que foram amortizadas a juros sobre juros só quitada em 1961. Pois é, e ele governa de 1898 até 1902, sob o clima do abalo do Encilhamento, da agitação política comandada pelo curral eleitoral do patriarcado coronelista com o voto de cabresto nos currais eleitorais e, mais também, do capital estrangeiro que mandava ver a partir de então por aqui. Eita, já estamos em 1900, pleno século XX. E isso é pano para outras mangas. E vamos aprumar a conversa, ta? © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais FECAMEPA.
DITOS & DESDITOS - A
arte não é senão sentimento. Mas sem a ciência dos volumes, das proporções, das
cores, sem a condição da mão, o sentimento – mesmo o mais vivo – se paralisaria. Pensamento do escultor e pintor francês Auguste Rodin
(1840-1917). Veja mais aqui.
EDUCAÇÃO – O amor é
o eterno fundamento da educação. A arte da educação
deve ser cultivada em todos os aspectos, para se tornar uma ciência construída
a partir do conhecimento profundo da natureza humana. A vida
educa. Mas a vida que educa não é uma questão de palavras, e sim de ação. É
atividade. Pensamento do educador e
pedagogo suíço Johann Pestalozzi (1746-1827), pioneiro da
educação e autor da obra Minhas indagações sobre a marcha da natureza
no desenvolvimento da espécie humana, escrito em 1797, em que
apresenta os estados da formação humana. Seu trabalho foi compilado na
publicação Johann Pestalozzi (Massangana/Fundaj,
2010), por Soëtard, Michel e organizado por João Luis Gasparin e Martha Aparecida
Santana Marcondes, tratando sobre a experiência fundadora, o educador enquanto
educador, o “método” e seu espírito, as ideias no Brasil, textos selecionados, como
Gertrudes instrui seus filhos, cartas, a pedagogia e exercícios para o
desenvolvimento dos sentidos, a música como meio educativo e a utilidade
pedagógica do desenho e da modelagem.
LEITOR DE... – A obra Leitor de... (EdUPE,
2013), organizado por Karl Schurster, Pablo Spíndola e Roger Palácios, trata
sobre as influencias entre Luis Antonio Verney e Isaac Newton, Johan Huizinga e
Oswald Spengler, Merleau-Pontu e Claude Lévi-Strauss, Herman Kahn e Piritim A.
Sorokin, Michel Foucault e Jeremy Bentham, Marshal Sahlins e Claude
Lévi-Strauss, Susan Sontag e Walter Benjamim, Carlo Ginzburg e Aristóteles,
François Hartog e Fustel de Coulanges, Bruno Latour e Thomas Kuhn, Homi Brabha
e Frantz Fanon.
E DO MEIO DO MUNDO
PROSTITUTO SÓ AMORES GUARDEI AO MEU CHARUTO – [...]
Mas para não ser chamado de
romântico ingênuo, admito que o amor pode ser em alguns casos, apenas uma
válvula de escape, certas pessoas casadas, mesmo quando têm a maior liberdade,
sentem-se numa prisão e os grilhões têm um nome, cotidiano. Os cônjuges, por
mais imaginação que tenham, não conseguem fugir do desgaste resultante da
manutenção da ordem, do tédio causado pela repetição das coisas que não se
movem [...] O destino normal do leitor fanático é se
transformar num escritor. Na verdade, todo leitor e qualquer leitor reescreve o
livro que lê durante o processo de leitura. [...] Nunca terminamos
uma obra, simplesmente somos obrigados a abandoná-la. [...]. Trechos
extraídos da obra E do meio do mundo
prostituto só amores guardei ao meu charuto (Nova Fronteira, 2013), do
escritor e roteirista de cinema Rubem Fonseca. Veja mais aqui.
IRONIA DO CORAÇÃO - Como
estavas formosa entre o mar e a minh’alma! / Ias partir... no céu vinha
rompendo a aurora./ Eu te pedia - luz, tu me pedias - calma;
Eu te dizia: - “Crê”; tu me dizias: - “Chora!” / Beijei-te as mãos, beijei-te os pequeninos pés, / Como os lábios de um padre um assoalho sagrado. / Longe, ouvia-se ainda, entre os caramanchéis, / A melodiosa voz do luar apaixonado. / “É a voz do nosso amor, nos esponsais das flores. / Não chores mais, acalma a tua ansiedade. / Assim, como hei de eu dar trégua às minhas dores, / E recalcar no peito esta amarga saudade?” / Partiste... Sobre mim cerrou-se a escuridão. / E eu não ouso subir aos meus sonhos agora, / Porque, irônico e mau, me grita o coração, / Quando não creio: “crê!”, quando não choro: “chora!”. Poema extraído da obra Poesias escolhidas (Jacinto Ribeiro dos Santos, 1917), do jornalista e poeta Luís Murat (1861-1920).
Eu te dizia: - “Crê”; tu me dizias: - “Chora!” / Beijei-te as mãos, beijei-te os pequeninos pés, / Como os lábios de um padre um assoalho sagrado. / Longe, ouvia-se ainda, entre os caramanchéis, / A melodiosa voz do luar apaixonado. / “É a voz do nosso amor, nos esponsais das flores. / Não chores mais, acalma a tua ansiedade. / Assim, como hei de eu dar trégua às minhas dores, / E recalcar no peito esta amarga saudade?” / Partiste... Sobre mim cerrou-se a escuridão. / E eu não ouso subir aos meus sonhos agora, / Porque, irônico e mau, me grita o coração, / Quando não creio: “crê!”, quando não choro: “chora!”. Poema extraído da obra Poesias escolhidas (Jacinto Ribeiro dos Santos, 1917), do jornalista e poeta Luís Murat (1861-1920).
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