Mostrando postagens com marcador Edward Elgar. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Edward Elgar. Mostrar todas as postagens

terça-feira, fevereiro 23, 2021

BRECHERET, THEANO, FRANCISCA JÚLIA, NEELLY BELLAH, ADÃO PINHEIRO & PONTO DE MUTAÇÃO

 

 

TRÍPTICO DQC: Apesar de tudo: viver! - Ao som do álbum Fala de Bicho, Fala de Gente (2014), da cantora, compositora e pesquisadora Marlui Miranda, do livro homônimo da pesquisadora e professora Cristina Martins Fargetti, sobre as cantigas de ninar do povo juruna (Sesc, 2018). – Ganhei o mundo e era como se fosse On the road de Kerouak: Gosto de muitas coisas ao mesmo tempo e me confundo inteiro e fico todo enrolado correndo de uma estrela cadente para outra até desistir. Era muito jovem e me salvava com o sonho dos antigos eremitas e a cabeça de visionários. Na vera, me perdi: se vivia só, o pior era a desolação de não ter quem nem pra onde ir. Só ouvia o eco das vozes do sociólogo estadunidense Robert Neelly Bellah (1927-2013): De certa forma, sair de casa envolve uma espécie de segundo nascimento, no qual damos à luz a nós mesmos. Por mais doloroso que seja o processo de saída de casa, para os pais e para os filhos, o que é realmente assustador para ambos seria a perspectiva de o filho nunca mais sair de casa. Embora existam razões práticas e por vezes morais para a decomposição da família, não coincide nem com o que a maioria das pessoas na sociedade afirma desejar nem, especialmente no caso das crianças, com o seu melhor interesse. Fui assim mesmo, Andejo da noite e do dia: se pensasse duas vezes, não saía do lugar – era só ir e voltar: arrependimentos e culpas. Perdi meus elos, raízes esgarçadas. Mais tinha de ir, feito Caio Fernando Abreu: Confesso! Às vezes tenho vontade de sair por aí destruindo corações, pisando em sentimentos alheios ou sei lá, alguma coisa que me faça realmente merecer esse meu sofrimento no amor. Era quase isso mesmo, precisava fazer alguma coisa, valendo-me de Wole Soyinka: Um tigre não sai por aí proclamando sua tigritude. Ele apenas ataca! Eu apenas queria viver e não sabia, vivia. Até me descobrir: não era o mundo nem os outros, era eu mesmo. A coragem da liberdade, o aprendizado da vida. É isso. Ainda deu tempo de saber A terra que sou & recitar os versos da Viva Vida Verde. Apesar de tudo, convinha lembrar: o direito de viver e deixar viver.

 


DOIS: Ponto de mutação - Imagem: Viagem indiana psicodélica por meio de ecos infinitos de pensamentos, da banda tcheca MindWalk e ao som da trilha sonora do compositor estadunidense Philip Glass para o filme homônimo dirigido por Bernt Amadeus Capra sobre a obra de Fritjov Capra. - À janela e o que vejo: Que mundo é este? Não há resposta, apenas sei que As pedras falam e estou calado. Foi o que ela me disse ao aparecer como se fosse a cientista Sonia Hoffman na pele de Liv Ullmann: os seus ideais traídos, a lucidez e frustração, os problemas com a filha. Não estava dividindo espaço com um político que se descobriu mentira nem com um dramaturgo em fuga, não, não estava: apenas eu e ela atravessando o pântano do tempo. Depois de uma longa caminhada em que discutíamos a diferença entre mudança e transformação, deparamo-nos com um castelo medieval no Litoral da França. O passado estava ali, enclausurado. E nós com todos os temas difusos que nos atormentam mundo afora: a vida, o amor e a guerra, a política, o planeta, a morte e as tecnologias. Encaramos nossos desencontros: o do secular mecanicismo dos fragmentos especializados, ao invés de considerar as interrelações sistêmicas: Preferimos falar sobre ‘hiperatividade’ ou a ‘incapacidade de aprendizagem’ de nossos filhos, em lugar de examinarmos a inadequação de nossas escolas; preferimos dizer que sofremos de ‘hipertensão’ a mudar nosso modo supercompetitivo dos negócios; aceitamos as taxas sempre crescentes de câncer em vez de investigarmos como a indústria química envenena nossos alimentos para aumentar seus lucros. A natureza é o corpo inorgânico do homem – isto é, a natureza, na medida em que ela própria não é o corpo humano. Estávamos diante dos efeitos mais desagregadores: Hoje, porém, a desintegração do patriarcado tornou-se evidente. O movimento feminista é uma das mais fortes correntes culturais do nosso tempo, e terá um profundo efeito sobre a nossa futura evolução... O universo começa a se parecer mais com um grande pensamento do que com uma máquina. Transigimos, destoamos, uma dolorosa constatação: A evolução da consciência deu-nos não só a pirâmide de Quéops, os concertos de Brandemburgo e a teoria da relatividade, mas também a queima de bruxas, o Holocausto e a bomba de Hiroxima. Fitamo-nos indecisos: a dúvida nos vivificou. Cada qual sua impressão, pensamentos em voz alta: o que somos e o que estamos fazendo aqui, é desanimador. O que nos espera, sabe-se lá quão doloroso.

 

TRÊS: A musa no Grand Guignol – Imagem: Musa impassível, do escultor Victor Brecheret (1894-1955), ao som de Love’s Greeting Op.12, do compositor britânico Edward Elgar (1857-1934). – De volta, não era ela: era a ausência dela na travessia, o olhar de Paula Maxa a me alertar: Olhos bem abertos! Olhos bem abertos! Você não percebe quanto horror está contido nessas três palavras! Não estava ali, bem sabia: estava em mim nos versos da poeta Francisca Júlia (1871-1920): Ouço e vejo o teu nome em tudo: ou nos ressolhos do vento, ou no fulgor das estrelas, radiante... Tu és sempre o mistério, a luz que tenho diante do olhar, quando te imploro a piedade, de geolhos. Atravessei sozinho a encruzilhada, contando os passos e ouvindo-a profundamente como se fosse a filósofa grega Theano de Crotona (séc. VI aC): Os números são a demonstração da realidade e individualidade... E ela segredasse sussurrante na mesma leva aos meus ouvidos: A mulher que vai para a cama com um homem deve tirar o pudor com a anágua e vesti-la novamente. Ri. Era o que me restava porque ela não estava ali para me recitar um verso apenas da Perenidade da poeta Fernanda Seno:.. seremos outra forma de presença porque o amor subsiste eternamente. Não sei onde estou e se voo, não sei. Até mais ver.

 

ADÃO PINHEIRO



A arte do gravador, entalhador, pintor, cenógrafo, artista gráfico, desenhista e professor Adão Odacir Pinheiro, que é pesquisador do artesanato popular do Nordeste e da Cultura Africana. Veja mais aqui e aqui.


 


quarta-feira, janeiro 18, 2012

ALFONSINA STORNI, JUAN LECHIN, SIBELIUS, MUSSET & A FARRA DO BIRITOALDO

 

A arte do compositor finlandês Jean Sibelius (1865-1957). Veja mais abaixo.

 

A DOR DO DESAPARECIMENTO – Em memória de Luiza Augusta Garlippe (1941-1974) – Luiza era de Araraquara, órfã de mãe ainda criança e seguiu para São Paulo para se graduar em Enfermagem na USP. Com seu trabalho, chegou ao cargo de Enfermeira-chefe no Hospital das Clínicas e integrante da Associação dos Funcionários do Hospital. Viajava constantemente para realização de estudos pelo interior do país, percorrendo localidades do Amapá e Acre. Reencontrou seu irmão em 1971, em frente ao Cine Joia: Vou de vez pro norte! E tornou-se Tuca combatendo a ditadura militar na região do rio Gameleira, nas proximidades do Araguaia. Atuava pela saúde, sobretudo como parteira entre moradores de Xambioá. Em setembro de 1972, assumiu a função de comandante-médica da guerrilha, quando ocorreu a intervenção das Formas Armadas, denunciada por informantes secretos. Deu-se então a Operação Marajoara, de dezembro de 1973, Tuca era sobrevivente e foi presa ainda viva. Foi vista pela última vez após um tiroteio em torno da região da Serra das Andorinhas, no dia 25 de dezembro de 1973. Sobreviveu até ser emboscada por uma patrulha nas margens do rio Sororó, ela estava junto com a Dina, foram levadas para a Casa Azul, em Marabá. Depois ela foi encaminhada para Bacabal, sumindo na selva onde foi executada, perto de Xambioá. Era 1974 e seu corpo nunca foi encontrado, tornando-se desaparecida política desde então. Veja mais aqui, aqui e aqui.

 


Curtindo o cd Paixões – Sinfonia nº 2, op. 43 do compositor finlandês Jean Sibelius (1865-1957) & Enigma op. 36, do compositor inglês Edward Elgar (1857-1934). Veja mais aquiaqui.

 

DITOS & DESDITOS - Toda doença do século provém de duas causas que provocam no povo duas feridas: tudo que era deixou de ser, tudo o que será não é ainda. Pensamento do poeta, novelista e dramaturgo francês Alfred Musset (1810-1857). Veja mais aqui e aqui.

 

ALGUÉM FALOU: Não tenho medo de nada nesta vida. Exceto do ego. Quero aprender, desenvolver, eu quero descobrir tudo o que está em mim! As recordações são as melhores coisas da vida, eu acho. Você não deve citar o que eu disse certa vez. Sou mais sábia agora. Eu não sou nada na vida. Mas tudo na tela. Meu trabalho me deu forças para viver. Pensamento da atriz austríaca Romy Schneider (1938-1982). Veja mais aqui.

 

A GULA DO BEIJA-FLOR – [...] Tratava-se de uma garota cuja idade não pôde calcular. Usava mariachiquinha e tinha rosto de colegial, corpo de mulher em botão, uma ligeira vulgaridade no perfil que aumentava sua atração, mas antes de tudo tinha frescor. Entrou com um passo que a aprumava graciosamente e o saudou com o manjado protocolo: “Que honra, dom Juan” e “Não imagina o quanto lhe agradeço”. A flor que essa boca fez lembrou-lhe alguma boca amada, os gestos, os do otimismo que desejava, e a pele corada lhe contou que tinha mamilos de maçapão: o lugar exato onde queria colocar a face e repousar. Essa moça, surgida com a água, era o elo rompido na parte mais tenra de sua vida. Ela explicava o enigma de sua existência. Seu sangue se animou, lhe destapou as varizes e fluiu galante de cima a baixo. Dom Juan sorriu longamente, exibindo sua dentadura – fez como os cavalos, revolvendo o lábio. Estava apaixonado. Jamais havia sentido tamanha comoção. Ergueu o corpo de faquir e começou a gesticular com o índice, essa técnica oratória clássica que decidiu na assembléia de Catavi a libertação dos reféns norte-americanos. Garantiu para ela que seu estado de prostração era passageiro e que, uma vez recuperado, voltaria à arena dos acontecimentos políticos, pois estava farto de tanta corrupção e de tanto desprezo para com o povo trabalhador – falou com veemência para convencê-la de que ainda podia vencer. Não parou de falar diante de um Elmer espantado de vê-lo ressuscitar. Temia que o Mestre, como seus companheiros costumavam chamá-lo, se descadeirasse com tanta veemência ou tivesse um faniquito. Mesmo comovida com suas palavras de avô, a moça não deixou de folhear seu caderno, uma vez, outra vez. Por um bom tempo procurou impressioná-la com uma avalancha de anedotas que sua memória entremesclava. Inclusive recusou atender ao telefonema do embaixador francês, que o convidava para um banquete para exibi-lo como a um leão de circo: o reconhecimento que a glória lhe proporcionava. Também descartou a visita de uma comissão da mina Chumaceiro, na verdade o golpe de algum sujeito sabido para lhe arrancar uns pesos. Uma repentina tosse asmática obrigou-o a parar. Só então a jovem pôde se apresentar. Chamava-se Maya e estudava jornalismo. Devia fazer um trabalho acadêmico e, sendo dom Juan seu “personagem favorito”, queria fazê-lo sobre ele – falou com essa abundância de movimentos com que as jovens agradam. Concluiu girando graciosamente a cabeça, as madeixas como hélices. [...] Todas as mulheres odeiam a mentira, mas se a gente não mente pra elas, elas começam a odiar a gente. [...] O recurso de oferecer a uma mulher uma relação estável é um clássico da sedução e sempre dá bons resultados, mais ainda com uma mulher de classe inferior, porque permite a ela sonhar com viver na admirada classe do opressor. [...]. Trechos extraídos da obra A gula do beija-flor (Bertrand Brasil, 2006), do escritor boliviano Juan Claudio Lechin. Veja mais aqui.

 

SOLIDÃO - Poderia jogar meu coração / em cima de um telhado: / meu coração rodaria / sem ser visto. / Poderia gritar / minha dor / até partir meu corpo em dois: / seria dissolvido / pelas águas do rio. / Poderia dançar / sobre o terraço / a dança negra da morte: / o vento levaria / minha dança. / Poderia, / soltando a chama de meu peito, / fazê-la rodar / como os fogos fátuos: / as lâmpadas elétricas / a apagariamPoema da escritora, jornalista, atriz, professora e feminista argentina Alfonsina Storni (1892-1938). Veja mais aqui e aqui.

 



A FARRA DO BIRITOALDO


Letra & Música de Luiz Alberto Machado


Eu tomo uma, viro duas e venha três
Eu bebo todas pra cair só duma vez

Quando o cara se enfia na cachaça
Mais parece ver o mundo se acabar
Se tem guerra ele ganha na moral
Pois o pinguço jamais arreda a raça
Toda honra e macheza tá na taça
E pro resto vale tudo é carnaval.
Ele pensa que a cana é que nem água
Enche o chifre pra azeitar até a gaia
Mais parece arranchar na sua baia
Pitulcilina aliviando suas mágoas
Arremeda o valor de todas táboas
Pra que a morte na vida não lhe caia.

A primeira lapada vai pro santo
Homenagem para sua devoção
Pro capeta também por precaução,
A abrideira eleva o tranvanquante
Pois dali ele passa pra adiante
A cachaça é só sua louvação.
Tudo bem todo só socialmente
Educado que nem lá na Suíça
Mais parece com devoto pela missa
Não dá trela pra bater língua no dente
Tudo ali é só coisa de parente
Nos conformes de quem se compromissa

Eu tomo uma, viro duas e venha três
Eu bebo todas pra cair só duma vez

Na segunda lapada o sapecado
Faz boquinha no sabor do tira-gosto
Se benzendo pra ajeitar todo seu rosto
Esquentando o bico amaneirado
Cospe o bicho então pra todo lado
Pra ninguém vir tomar o que é seu posto
Faz careta pra dar vinco no pinote
Fecha o corpo pra deixar aberta a goela
É quando azeita a prensa, o zé-ruela
Alinhado está tudo em seu cangote
Todo ancho fica certo o piparote
Que ali nunca vai abrir da vela.

Na quartinha a golada do sarrafo
Alevanta a moral do pé-de-cana
Faz ali a rodada soberana
Sobre o mando do mais profundo bafo
Ele agarra as bolas do seu cacho
Aprumando a volta da carraspana
A macheza é botada logo em dia
Arreia a lenha e solta o esculacho
Chamando atenção do populacho
Manda em tudo ali na freguesia
Na maior da sua sabedoria
Vai sempre como no maior abafo.

Eu tomo uma, viro duas e venha três
Eu bebo todas pra cair só duma vez

A meiota já vem leite de onça
Acendendo de vez a lamparina
É quando o cabra mira a sua doutrina
Vai largando toda a sua geringonça
Que é fiada e feita na responsa
Que se vem do raio da silibrina
Na verdade é asneira medonha
Onde troca todo nome do defunto
Traçando tudo o que surgir de assunto
Com a cara lisa da desvergonha
Escondida vai na carantonha
Do mais abestalhado bestunto

Quando um litro já foi esvaziado
É quase porre já no meio dessa farra
As idéias já não saem mais na marra
Porque o jipe pegou desgovernado
O cara vai ficando mariado
Pelo jeito que a coisa nele agarra
É que vai endoidando o mancebo
Já cheinho que está da meropéia
Inventa ele a maior das odisséias
Castigando com o seu papo de bebo
Quanto mais ele vira o placebo
Mais aumenta a sua prosopopéia.

Eu tomo uma, viro duas e venha três
Eu bebo todas pra cair só duma vez

Lá pras tantas ele já está ramado
Esborrando de vez a mandureba
Vira rico o boca de pereba
Que já tem ali até reinado
Ele então se achando um abastado
Dono de chãs de lá de Igarapeba
E já bebinho da silva ele vai lá
Elegendo vai as sete virtudes
Chega embeiçar de chapa um açude
E um oceano inteirinho baldear
Volta após de pé pra Quipapá
Foi moleza zoar a longitude.

É quando então aparece uma tetéia
Do cabra agarrar logo a donzela
Pendurou-se com jeito no beiço dela
E jurou se casar com a mocréia
Convocou o povo todo pra platéia
Deu vazão pra manter a sua trela
E jurou seu amor pra mulé feia
Prometendo ser feliz no mar de rosa
Sapecou toda rima em sua prosa
Até se ferrar na maior teia
Foi ai que ele amolegou a peia
Pra virar baixaria escandalosa.

Eu tomo uma, viro duas e venha três
Eu bebo todas pra cair só duma vez

Ele aprontou acertando no desfeito
Danou-se pra falar muita besteira
Fabricando a maior das baboseiras
Até se dar sem o menor respeito
Foi mijando no pirão do seu prefeito
E sapecou cantada boa numa freira
Adispois lambeu a boca dum cachorro
Dançou com a mulher do seu vizinho
Meteu em tudo logo o seu fucinho
Gritou: dessa cachaça eu sei que morro
Não sei mais se fico aqui ou se já corro
O seu socorro acabou num descaminho.

Seu desmantelo fedeu que nem inhaca
Dele inventar na hora um pesque-pegue
Puxou a primeira dama para um reggae
Queria fazer sexo com a macaca
Enfiou então de vez o pé na jaca
Nem ligou quando ali levou uns bregues
Foi aí que ele pactou com o cramunhão
Fez a maior orgia no cabaré
Agarrou-se na caçola da mulher
Pra fazer a melhor da diversão
Virado estava na gota do cancão
Restou encardido lheguelhé

Eu tomo uma, viro duas e venha três
Eu bebo todas pra cair só duma vez

Quando pronto o cara tá pra lá de grogue
Vai a reboque todo cheio dos quequeos
Faz alarde de virar um escarcéu
Manda ver pra que nada ali derrogue
É ai que ele vira um mau buldogue
E a coisa mesma dá o maior créu
Chamou logo a polícia de freguês
E com isso ele armou maior barraco
De todo mundo ele apois encheu o saco
E na volta da maior da sordidez
Finda ele desgraçado no xadrez
Preso com a cara de tabaco.

Vem então a temulência da ressaca
Finda mais transido de vergonha
Escabriado com a pior peçonha
Remoída no meio de uma catraca
Viu-se todo na maior urucubaca
Na pior de todas as piores ronhas
Amarrou ali o seu bezerro novo
A caganeira arrasando no furico
Foi pagando o seu mais caro mico
O pior de qualquer insano estorvo
Viu que era um biltre babaovo
Que não valia o menor do menor tico.

Eu tomo uma, viro duas e venha três
Eu bebo todas pra cair só duma vez





Veja mais sobre:
O partoril de ponta de rua, Rainer Maria Rilke, Giacomo Puccini, Leucipo de Mileto, Jean-Luc Godard, Maria Callas, Katiuscia Canoro, Anna Karina, Louis Jean Baptiste Igout, Paolo Eleuteri Serpieri & Julia Crystal aqui.

E mais:
Papai noel amolestado, Maceió, José Paulo Paes, Egberto Gismonti, Paulo Leminski, Gerd Bornheim, Ralph Burke Tyree, Marco Vicário, Laura Antonelli, Daryl Hannah, Neurociência & Educação aqui.
O prazer do amor na varada da noite aqui.
Bloomsday, Ulysses & James Joyce aqui.
Sistema Tributário & o cordel de Janduhi Dantas Nóbrega aqui.
A retórica de Reboul, Cultura Popular & Jorge Calheiros aqui.
Gestão do Conhecimento & o Clima Bom de Jorge Calheiros aqui.
Chérie, Ma Chérie & LAM com Gal Monteiro no Programa Vida de Artista aqui.
O catecismo de Zéfiro & O rol da paixão aqui.
Todo dia é dia da mulher aqui.
Fecamepa aqui e aqui.
Palestras: Psicologia, Direito & Educação aqui.
Livros Infantis do Nitolino aqui.
&
Agenda de Eventos aqui.

CRÔNICA DE AMOR POR ELA
Leitora Tataritaritatá
 Veja aquiaqui e aqui.

CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Paz na Terra: 
 Recital Musical Tataritaritatá - Fanpage.
Veja  aqui e aqui.



NOÉMIA DE SOUSA, PAMELA DES BARRES, URSULA KARVEN, SETÍGONO & MARCONDES BATISTA

  Imagem: Acervo ArtLAM . Ao som dos álbuns Sempre Libera (Deutsche Grammophon , 2004), Violetta - Arias and Duets from Verdi's La Tra...