SAÚDE: QUEM É QUEM NO BRASIL - Gentamiga, vamos
aprumar a conversa! Do mesmo modo como promovem a tragédia da educação
brasileira, também a saúde é envolvida por um sistema perverso que a faz
ineficiente. Já falei aqui a respeito, mas quero botar de
novo o dedo na ferida. A coisa é muito simples, só botar a cachola para
funcionar: o Ministro da Saúde é escolhido por um conluio entre políticos e um pool formado por segmentos
interesseiros, como os dos planos de saúde, os da cadeia produtiva da rede
hospitalar privada e os dos que querem levar vantagem em tudo, urubus sobre a
nossa carniça. Com a escolha do nome para o Ministério, também vão junto
aqueles que vão compor a gestão do SUS, da ANS e de todo sistema de saúde
pública. Trocando em miúdos: raposas soltas no galinheiro. A desgraceira vai se
amontoando com quem vai para as secretarias de saúde dos Estados e Municípios
brasileiros: ou médicos, ou políticos ligados à rede hospitalar privada. E
esses ocupantes vão inviabilizar todo sistema público para que todos nós
recorramos à rede privada de saúde. Certo? Por outro lado, a bem da verdade, é
preciso saber que o SUS é copiado e implantado em todo mundo justamente porque
dá certo, só que no Brasil, não. E por que não? Isso é Brasil, onde as coisas
são problematizadas, embananadas, complicadas e, acima de tudo, não muito bem
ou quase nunca entendidas ou esclarecidas pelo tanto de confusão que se fomenta
nos gabinetes palacianos com leis, normas, regras, portarias e procedimentos. Ou
seja, tem que deixar a coisa pra lá de contraproducente para que ninguém dê
conta do pandemônio. Pra aumentar mais ainda o desacerto, há o fato de que o
sistema securitário brasileiro sempre foi superavitário, quando os seus
componentes dão prejuízo, ou seja, são deficitários. Dá pra entender? Pois é,
pra quem não sabe, o Sistema de Seguridade Social é justamente formado por
Saúde, Previdência e Assistência Social. E isso com meio mundo de gente
provando por a+b que todo sistema é superavitário, porque todo ano ocorre a
transferência dos 20% referentes à Desvinculação das Receitas da União (DRU) –
vide aqui.
Mas, como é que pode? No Brasil pode tudo! Todas
as gestões quando não apenas incompetentes, são ocupadas justamente por quem
não quer que nada dê certo no Brasil. Percebeu? Acredito que sim, tanto é que agora
dá pra sacar de verdade os escândalos que a Polícia Federal acha um bocado de
malas e colchões, tudo entupido com milhões e zilhões de dinheiro em espécie
por aí na casa de algumas autoridades ou prosélitos do sistema governamental
brasileiro. Entendeu ou quer que eu desenhe? Não há outra constatação: a
educação e a saúde são a tragédia porque estamos no Reino da Espórtula do
Brasilsilsilsilsil. Agora é que a coisa pega, vamos ou não aprumar a conversa,
gente? © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui.
RÁDIO TATARITARITATÁ:
Hoje na Rádio Tataritaritatá especial com o maestro Roberto Minczuk: Kabbalah de Marlos Nobre, Bachianas nº 2 – Trenzinho Caipira
de Villa-Lobos & Sinfonia nº 3 – Heróica – de Beethoven; da cantora,
compositora e bandolinista Nilze
Carvalho: Choro canção,
Brasileirinho & Ao vivo; & muito mais nos mais de 2 milhões de acessos
ao blog & nos 35 Anos de Arte
Cidadã. Para conferir é só ligar o
som e curtir.
PENSAMENTO DO DIA – [...] o
fim da prática médica geral e da psicoterapia é libertar as pessoas, na medida
do possível, dos sofrimentos inúteis da existência humana [...]. Trecho extraído
da obra Place de la psichotérapie em
medicine (Payot, 1970), do psicanalista e bioquímico húngaro Mihály Balint (1896-1970).
SISTEMA SIMBÓLICO – [...] a
matriz de todos os significados socialmente objetivados e subjetivamente reais.
A sociedade histórica inteira e toda a biografia do indivíduo são vistas como
acontecimentos que se passam dentro deste universo. [...] O universo simbólico é evidentemente construído
por meio de objetivações sociais. No entanto, sua capacidade de atribuição de
significações excede de muito o domínio da vida social, de modo que o indivíduo
pode “localizar-se” nele, mesmo em suas mais solitárias experiências.
[...]. Trecho extraído da obra A
construção social da realidade (Vozes, 1973), do sociólogo e teólogo austro-americano
Peter Berger (1929-2017).
O CUIDADO DOS GRANDES PELOS PEQUENOS – [...] Quando o mundo foi criado, a noite não
existia. Havia só o dia e a luz penetrava em todos os espaços. Só num ligar,
nas águas profundas, a luz não chegava. Os Maué, por mais que quisessem, não
podiam dormir nunca. Viviam cansados e com os olhos irritados pelo excesso de
luz. Certo dia, um deles encheu-se coragem e foi falar com Boiúna, a Cobra
Grande, também chamada de sucuriju. [...] A Cobra Grande ouviu as lamentações do índio Maué e, vendo a sua pele
amorenada pelo sol escaldante e seus olhos avermelhados pelo excesso de
luminosidade, teve pena dele. [...] E
disse: - Eu sou grande e forte. Sei me defender. Não preciso de ninguém. Mas muitos
dos meus parentes são pequenos e indefesos. [...] Assim vocês, Maué, quandocaminharem por ai, cuidarão bem onde vão meter
os pés, para não pisarem nos bichinhos pequenos. Eles terão como se defender.
Em troca, lhe darei um coco cheio de noite. O Maué aceitou prazerosamente a
proposta. [...] No momento da troca,
a sucuriju recomendou: - Não abra o coco fora da maloca, só lá dentro. Não abra
de jeito nenhum. [...] E foi então
que sobreveio a desgraça. Ao abrir o coco fora da maloca, as trevas cobriram o
mundo. Não se via mais nada. o sol sumiu no firmamento. A floresta ficou uma
mancha escura e as montanhas ao longe viraram uma sombra nebulosa. E uma
angustia imprevista e terrível invadiu o ânimo dos Maué. Houve uma correria
geral. No foge-foge precipitado, ninguém pensou nos bichinhos pequenos que já haviam
recebido o veneno da Cobra Grande, a sucuri. Os primeiros a receber foram as
cobras pequenas e os escorpiões. Esses se defenderam das pisadas dos índios,
mordendo-lhes e picando-lhes os pés e as pernas. Aconteceu uma grande
calamidade. Os poucos que sobreviveram às mordidas e picadas venenosas, sabem
agora como se comportar. Também aprenderam a desconfiar das aranhas, às quais a
Cobra Grande também deu veneno em excesso. E a partir de então, todos os índios
começaram a tomar cuidado com os bichinhos pequenos, procurando não pisar neles
para não serem perigosamente picados ou mordidos e, assim, até os dias de hoje
eles convivem juntos, pacificamnente e no maior respeito mútuo. Trechos
extraídos da obra O casamento entre o céu e a terra: contos dos povos
indígenas do Brasil (Salamandra, 2001), escritor,
teólogo e professor universitário Leonardo Boff. Veja mais aqui.
BALADA DAS DAMAS MORTAS DE FRANÇOIS VILLON - Dizei-me, onde se escondeu / Flora, a romana
sedutora? / Onde está Hiparquia e onde está Tais, / todas essas mulheres
maravilhosas? / Onde se encontra o Eco, invisível aos homens, / que só se ouve
no rio e na lagoa, - / aquela, cuja beleza era mais que humana? / mas onde
estão as nevez de antanho? / Onde está Heloisa, a monja sábia? / Por amor de
quem Abelardo, creio / trocou as vestes civis pelas sacerdotais? / (Foi o amor
que lhe encheu de tristeza e pesar) / e, suplico-vos, onde está a Rainha /
ansiosa de que Buridan descesse o Sena / atada à boca de um saco? / Mas, onde
estão as neves de antanho? /A nívea Rainha Blance, como a rainha dos lírios, / com
a sua voz de sereia, - / Bertha Broadfoot, Beatriz, Alice, / e Emengarda, a
dama do Maine, - / e aquela, suave Joana que, em Rouen, / os ingleses
condenaram e queimaram viva, - / Mãe de Deus, onde estarão elas, então? / Mas,
onde estão nas neves de antanho? / Não, não indagueis, esta semana, bom senhor,
/ nem mesmo este ano, para onde elas foram, / evitai assim uma palavra demais,
- / mas, onde estão as neves de antanho? Poema do poeta, ilustrador e
pintor inglês Dante Gabriel Rossetti (1828-1882).
A ARTE DE LYGIA CLARK
O Centro
Cultural Vital Corrêa de Araujo & a Biblioteca
Fenelon Barreto informam:
INCLUSÃO NA BIBLIOTECA – com a
palestra Importância da relação entre escola e família na inclusão escolar do
aluno com TEA, com a professora Sil Neves e o diretor da biblioteca, João Paulo
Araújo, & muito mais na Agenda aqui.
&
Álbum de fotografias, o pensamento de Albert Einstein, a
arte de Ruth Rachou, Sampa de Caetano
Veloso, Carlos Alberto Riccelli & Bruna Lombardi aqui.