A PÁGINA VIRA - Imagem: arte da artista polonesa Aneta Bartos - O que restou de mim, página virada. A história se
repete e como. Tantas vezes recomecei, perdi a conta; caí muitas vezes,
estruturas abaladas, quão patéticas e cruéis são as quedas, a ponto de me acostumar
com incompreensão, indiferenças, traições. Confesso, devo não ter entendido
nada, ou ter falseado a verdade, ou mesmo distorcido as coisas que me surgiram,
ofuscado por facilidades nem tanto proveitosas quanto pareciam, incapaz de
refutar a mais simples inverdade na minha débil percepção. Algumas vezes parei
pra pensar, na verdade, sempre segui em frente sem importar. Vez ou outra,
esvaziado e inútil. É que ao chegar ao topo, não achei graça nenhuma. Estava
sozinho e diante da imensidão, sem saber o que fazer. Ao descer tive a
impressão de enorme tempo perdido com minha obstinação. Não valeu a pena tanto
esforço, prazer e realidade em conflito, a mente cega, o caminho obstruído por
escolhas que eu próprio tomei, sombrios caminhos desencorajadores. Repudiei
vínculos antigos e esqueci-me de antedatar o futuro, não me interessava mais.
Só me restava ser forte na tribulação. Precisei reaprender melhor a lição e
recomecei, tudo revisto, o estimulante foi saber que do chão jamais passaria, a
menos que batesse as botas e findasse de pés juntos, insepulto. Talvez servisse
pra semente, se sim, me sentiria grato por ter alguma utilidade, teria valido a
pena viver nesse mundo arrevirado e de porteira escancarada. O prêmio, a paz e
a serenidade no coração, disposto sempre ao amor nas águas da vida, nada mais. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja
mais aqui.
RÁDIO TATARITARITATÁ:
Hoje na Rádio Tataritaritatá especial com a música do músico, compositor e
instrumentista Zequinha de Abreu (1880-1935): Tico tico no fubá, Branca & Valsas
imortais; da compositora, pianista e maestrina Chiquinha Gonzaga (1847-1935): Piano & violino por Maria Teresa Madeira
& Leandro Braga; & muito mais nos mais de 2 milhões de acessos ao blog
& nos 35 Anos de Arte
Cidadã. Para conferir é só ligar o
som e curtir.
PENSAMENTO DO DIA –[...] A consciência ecológica, em seu nível mais
profundo, é o reconhecimento intuitivo da unicidade de toda a vida, da
interdependência de suas múltiplas manifestações e de seus ciclos de mudança e
transformação [...]. Pensamento do médico psiquiatra tcheco, Stanislav
Grof. Veja mais aqui.
A INDIFERENÇA & A VIDA - [...]
Não pode existir os apenas homens, os
estranhos à cidade. Quem verdadeiramente vive não pode deixar de ser cidadão e
partidário. A indiferença é abulia, é parasitismo, é covardia, não é vida.
[...] A indiferença é o peso morto da
história. É a bola de chumbo para o inovador, é a matéria inerte na qual
frequentemente se afogam os entusiasmos mais esplendorosos [...]. A indiferença atua poderosamente na história.
[...] Os fatos amadurecem na sombra
porque mãos, sem qualquer controle a vigiá-las, tecem a teia da vida coletiva e
a massa não sabe, porque não se preocupa com isso. Os destinos de uma época são
manipulados de acordo com visões restritas, os objetivos imediatos, as ambições
e paixões pessoais de pequenos grupos ativos, e a massa dos homens ignora,
porque não se preocupa. [...] Extraído de La città futura (Turim, 1917), do filósofo e
cientista político italiano, Antonio Gramsci (1891-1937). Veja mais
aqui.
ÇATURANGA - [...] Extinta a chama, toda a luz desaparece de
repente. Assim foi com Satish, depois da morte de Jagamohan. Desapareceu por
completo da nossa vista. Nunca tínhamos podido sondar a profundidade do apego
que Satish dedicava ao tio, Jagamojan era para ele, ao mesmo tempo, pai,
amigo... e filho, poder-se-ia acrescentar, pois o velhote mostrava tal
indiferença pelo que pessoalmente lhe dizia respeito, tal esquecimento de seus
interesses materiais que um dos principais cuidados de Satish tinha sido
ocupar-se dele e resguardá-lo de uma catástrofe. Satish havia, pois, tudo
recebido do tio – e tudo lhe havia dado. [...] Satish levava vida errante. Não mais estávamos em contato com ele.
Dedicamo-nos com maior desvelo à tarefa que nos tínhamos imposto. À nossa
grande preocupação era escandalizar aqueles que professassem uma crença
qualquer; e tal foi o campo das boas obras por nós escolhido que não sobrou uma
boa alma para dizer uma boa palavra em nosso favor. Satish havia sido a nossa
flor. Quando ela se desprendeu, nós, os espinhos, saímos do nosso invólucro e
nos vangloriamos das nossas asperezas. [...]. Trecho extraído da obra Çaturanga (Delta, 1962), do poeta e
músico indiano, ganhador do Prêmio Nobel de Literatura, Rabindranath Tagore (1861-1941). Veja mais aqui.
O PERFUME IMPERECIVEL – Se um dia a flor do sol, a rosa de Lahor /
de sua aluna adorante encheu bem lentamente / o frasco de cristal, de argila ou
de ouro, a gente / pode todo o entornar no solo abrasador. / Podem os rios,
pode o mar se sobrepor / ao santuário estreito onde ela foi presente; / ao
quebrar-se, conserva o aroma transcendente, / e há na poeira feliz o
trescalante odor. / Já que no peito meu pela ferida hiante / assim te escoas
tu, licor inebriante, / inefável amor de minha perdição, / seja-lhe o mal
perdoado e o meu sofrer bendito! / através da hora humana e do tempo infinito,
/ satura-me um perfume eterna o coração! Poema do poeta francês Leconte de Lisle (1818-1894). Veja mais
aqui.
A ARTE DE ANETA BARTOS
A arte da artista polonesa Aneta Bartos.
O Centro
Cultural Vital Corrêa de Araujo & a Biblioteca
Fenelon Barreto informam:
&
Quem
pega no pesado não precisa lavar as mãos, o pensamento de Elbert Hubbard, a música de Almeida Prado, a pintura
de Oswaldo Goeldi & Damian Klaczkiewic, a arte de Caetano de Almeida & Sonia Barros aqui.