SEMÁFOROS DE SEMPRE, VIDA ADIANTE – Quanta
esperança nos sonhos de futuro pro presente, sou a pujança das matas devastadas
no meu coração atlântico, na minha alma amazônica. Sou o fruto maduro da raiz
da Terra, na cor preferida da amada e do meu canto noitedia. E a primavera é toda
Iaravi que vem na manhã com o sabor de menta e ao alcance da mão como o abacate
no quintal. A esmeralda dos seus olhos realça na tiara da coroa do abacaxi,
encantada índia como um pássaro a levitar na grama com seu caminhar que
expressa o equilíbrio de todas as balanças, a força de vontade dos que amam na
oliva do corpo, o aspargo e o musgo que vêm do tesouro e Jade. Verdamarelo faz-se
verão como uma pintura de van Gogh e ela é fogo, é Sol na minha vida e tal qual
deusa de Vishnu, ela é tudo e nada nos áureos matizes do amanhecer ou do
entardecer: frutos e flores, girassóis e luzes, cobras e sapos, o calor da
prosperidade e a iluminação da felicidade, o alerta e a atenção. É nela que se
faz real a espontaneidade dourada das coisas boas da China, do fogo da Índia, da
sabedoria do Islã, do verão o calor, o terror dos xantófobos, a hemolinfa dos
insetos, a mostarda e as vespas venenosas, as prostitutas e mães solteiras da
Idade Média, os olhos da coruja do nascer ao por do sol, os ingleses que
perderam a coragem e os deuses louros da antiga Grécia, o tom das colheitas e o
âmbar, o açafrão e a alegria e a comunhão. Amarvermelho: o outono faz-se
inverno. E o encarnado sangue férvido de Freya reluzindo nos seus escarlates
lábios vem dela desnuda com transparente seda ao colorido das penas e escamas, tal
deusa Afrodite, onde tudo é primaverão, tudo é outoninverno: claroscuro, bemal,
noitedia, mortevida, entre as notas musicais, entre os sete céus, os sete
planetas, os sete véus, os dias da semana, a transgressão e a sensualidade
feminina, o violento e o apaixonante, o amoroso e a magia dos nórdicos antigos,
o óxido de ferro e a fênix, a cochonilha e o urucum, as tapeçarias e as rosas,
o sangue de Adônis e o carmim, a maçã e o morango, as faces dos babuínos, a granza
e o salmão, a alizarina e o pau-brasil, o carmesim e a cochinilha, o solferino
e a orcina, o rubro das faces e as frutas, os legumes e as estrelas-do-mar, o
pimentão e a arara, a cenoura e a lula, a marciana e a beterraba, o óxido de
ferro e o rubi, o cinábrio e a safira, a andradita e a gigantesca mancha de
Júpiter, a pimenta malagueta e a sedução, o encorajamento e o proibido, a
inquietação e o entretenimento, a provocação e as pulsões sexuais, o interdito
e os instintos passionais, o irrestrito da carne e a possessividade, a entrega
nos suntuosos tapetes e o fervor dos ventres, a púrpura e os axés, o cóccix e
os quadris, as pernas e Madame de Pompadour, Exú e Dioniso, o yang e a luta
diária, a reciclagem e o Boi Garantido, o zarcão e a obra prima de Stendhal, a
quentura de tudo e a transformação, o perigo e a tentação, a destruição e a
salvação. Tudo é vida, tudo é amor, quando ela é Iaravi de manhã, quando ela é
Freya da noite pela madrugada. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados.
Veja mais aqui e aqui.
Imagem: a arte do artista plástico que experimenta diversas
mídias e materiais, Vik Muniz.
Curtindo o álbum Ao Mestre Com Carinho (Lua
Music, 2015), do cantor, compositor, músico e produtor musical Cláudio Nucci.
PESQUISA
Ética e Marketing Social: como conciliar os interesses do cliente, da
empresa e da sociedade numa ação de marketing (Futura, 2002), organizado
pelo professor da Georgetown University, Alam R. Andreasen, envolvendo
abordagem acerca da ética e do marketing em ações nas áreas de saúde pública e
em questões sociais. Veja mais aqui e aqui.
LEITURA
Amor em
tempos sombrios (Arx,
2004), do premiado escritor, jornalista e critico literário irlandês Colm Tóibín, reunindo artigos sobre
arte e homossexualidade, Oscar Wilde, Thomas Mann, Almodóvar e Mark Doty, entre
outros.
PENSAMENTO DO DIA:
[...] A mundialização não suprime as funções do Estado de reproduzir os
interesses institucionalizados entre as classes e grupos sociais, mas modifica
as condições de seu exercício, na medida em que aprofunda o fracionamento
social e territorial. O Estado passa a presidir os grandes equilíbrios sob a vigilância
estrita das instituições financeiras supracionais, consoante a sua necessária
submissão aos constrangimentos econômicos, sem que desapareçam suas funções de
regulação interna.
Trecho extraído do livro Serviço Social em tempo de capital fetiche:
capital financeiro, trabalho e questão social (Cortez, 2008), da
professora, pesquisadora e doutora em Ciências Sociais, Marilda Villela Iamamoto.Veja mais aqui e aqui.
IMAGEM DO DIA
A vida é mais linda na beleza potiguar (LAM)
Veja mais sobre William Shakespeare, Mia Couto,
Patricia Galvão – Pagu, David Scott, Carl Otto Nicolai, Robert Gilmore, Jean
Iris Murdoch & Adriano Kitnai aqui.
CRÔNICA DE AMOR POR ELA
Imagens:
Lovebugs, de Vik Muniz.
CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
A arte do fotografo estadunidense Spencer Tunick.
Recital
Musical Tataritaritatá.