VAMOS APRUMAR A CONVERSA? RIACHO SALGADINHO: A VIDA PEDE SOCORRO! – Quando me transferi
em 1994 para morar em Maceió, entre as minhas curiosidades mais urgentes,
conhecer o famoso bairro de Jaraguá, era uma delas. Muitas páginas e narrativas
eu já havia consumido a respeito da localidade histórica, faltava ser
apresentado pessoalmente. E lembro bem, um dia, caminhando pela praia da
Avenida, quando ouvi de um transeunte indignado: - Eita que esgotão enorme! Por
resposta, ouvi alguém mencionar que se tratava do riacho Salgadinho. Pronto,
estava apresentado. Realmente, a praia, naquela parte, perdia o verde azulado característico
para se tornar de um escuro negrume com intragável fedentina emporcalhando
todas as imediações. – Foi a chuvada boa dos últimos dias que trouxe o lixo da
cidade para estragar o mar! -, ouvi, por explicação. Realmente, a catinga era
insuportável e como eu gostava de caminhar pela redondeza, constatei que
maruins, muriçosas e outros indesejosos insetos faziam a saudação, deixando
cada potoca de roncha nos meus membros de parecer mais um acometido por sarampo
ou rubéola, ou coisa dessa valia. – Como é que esse povo aqui vive, hem? -,
indaguei com espanto. – Ah, já tão acostumado com o fedor que pra eles é
perfume, e os insetos fazem cócegas preles rir! -, foi o que obtive por
resposta, lamentavelmente. Eu saía às pressas dali, atravessando o bairro do Poço,
pisada forte até Stella Maris pra chegar na Mangabeiras são e salvo. Não sabia
eu que estava era seguindo o curso do riacho, atacado de todas as formas e
maneiras, como se fosse pra sua nascente morro acima, lá no Poço Azul, no
longínquo bairro de Jardim Petrópolis, pela Via Expressa, perto da comunidade
Aldebaran – ironia, da braba! Nossa, que coisa! Anos se passaram, até o dia em
que a prefeita fez um marketing anunciando que ia timbugar na praia, bem na foz.
Maior estardalhaço. É que o riacho se tornara bandeira dos políticos que
prometiam revitalizá-lo. E nada. Mais anos se passaram e fiquei futucando uns
amigos e amigas e os participantes do curso Faça seu TCC sem traumas que ministro ao público alagoano e de todo Brasil, para não deixar mole e mandar ver no trombone da indignação. Com
isso, consegui amealhar alguns artigos e estudos acadêmicos, matérias da
imprensa local a respeito, e o riacho passou a ser tratado de complexo lagunar
Salgadinho da Bacia do Reginaldo. Então, o que antes era riacho Maçayó, agora
virava o centro das discussões. Parecia, pelo menos. Na verdade, conversa mole.
Mas as condições críticas de poluição e de degradação, tornando a praia com imprópria
balneabilidade, tudo por causa dos esgotos canalizados, impermeabilizações
promovidas pelas construções que abrigaram milhares de famílias e pavimentações
de rua, explosão de poços artesianos particulares instalados e os canos de
esgostos sanitários e industriais a ele direcionados, deu-se o dia fatal. Foi quando
se deu conta que, desde 2006, a fonte do Poço Azul havia secado. - Oxe, agora
que avisaram!?! Desde 2006? -, era o que eu ouvia de um e de outro. Pronto,
estava decretada a morte do Salgadinho. Com o agravamento da situação, o
Procurador da República, Bruno Baiocchi Vieira, instaurou o Inquérito
Civil Público de nº 1.11.000.001.521/2010-25, publicado na Portaria nº 157, na
edição 229, página 62, do Diário da Justiça, do dia 17 de novembro de 2010,
passando às diligências da Polícia Federal, a cargo do delegado Felipe Vasconcelos e
do agente federal Carlos. Na hora eu disse: - Agora vai! Bem se foi, não vi. A
Justiça é lenta, mas pela minha formação, teimo na crença de que um dia vinga. Vez
ou outra, vejo matérias a respeito do desastre do Salgadinho na imprensa e ouço
a população reclamar, apesar da previsão constitucional do art.
225 de que todos os brasileiros possuem o direito de ter o meio ambiente
ecologicamente equilibrado. Tem até gente mais exaltada invocando a responsabilidade
civil do Estado, e envolvendo a União, o Estado e o Município nesse balaio, para
responder pela omissão em despoluir o riacho, ao mesmo tempo em que se clama
pela adoção de ações de educação ambiental para a população maceioense. Fogo de
monturo; aparece de repente, logo se apaga. Mas, persiste, felizmente. Foi por
causa disso que, em atendimento às exigências da disciplina Estágio Básico,
ministrada pela professora Daniela Botti da Rocha, que tomei a iniciativa de,
em conjunto com alguns colegas do curso de Psicologia do Centro Universitário
Cesmac, realizar o projeto de pesquisa Psicologia
Ambiental: a arte na educação da comunidade do Riacho Salgadinho – Maceió,
no sentido de observar o papel da arte na educação e psicologia ambientais e na
relação da comunidade com aquele recurso hídrico, causador de problemas de
saúde e de transtornos os mais diversos. A pesquisa proporcionou o levantamento
da realidade encontrada e que será posteriormente apresentada ao público. Enquanto
isso, vamos aprumar a conversa e confira mais a respeito aqui, aqui e aqui.
Imagem:
The
Goose Girl, do pintor francês
Jean-François Millet (1814-1875)
“Um
dia joguem minhas cinzas na corrente desse rio...”
(Testamento, Nelson
Ângelo/Milton Nascimento)
Curtindo
o álbum Inteira
(Borandá, 2010), da cantora e compositora Tatiana
Parra.
RECURSOS HÍDRICOS – O livro Direito ambiental: nossa
casa planetária (Forense, 2006), da professora Doutora Elida Séguin, trata
sobre a evolução histórica
do direito ambiental no Brasil, discutindo a proteção ambiental, examinando a
poluição em todas as suas formas e destaca os recursos naturais, em especial
aos recursos hídricos e à cobertura vegetal, e abordando temas como teatro de
operações, instrumentos estatais de preservação ambiental, instrumentos da
comunidade de participação na defesa ambiental e a responsabilidade, entre
outros assuntos. Da obra destaco os trechos: [...] A Carta de 1988 determinou que as águas se incluem entre os recursos
naturais, passando a ser bem comum do povo, extinguindo-se o domínio privado da
água. A água é um bem público, um recurso natural limitado dotado de valore
econômico, sua gestão deve proporcionar o seu uso múltiplo e ter a bacia
hidrográfica unidade territorial (art. 1º da Lei 9433/97). [...] A água é um bem público, devendo ser
reconhecida a importância da proteção e preservação de suas qualidades e
quantidades por toda a sociedade, que deve racionalizar o uso evitando-se
desperdícios. A quantidade de água disponível é limitada. A água doce está
sendo convertida em um recurso cada vez mais escasso e valioso especialmente
pelo volume de recursos nela lançados, provocando aumento da poluição e
impossibilitando sua reciclagem/reutilização. [...] A degradação dos corpos d’água está relacionada com diversos fatores: a
falta de saneamento básico e lançamento de efluentes sem o devido tratamento;
atividades agropastoris, com projetos de irrigação e o desmatamento; a
exploração mineral, em especial a atividade garimpeira; os assentamentos
urbanos, viabilizados sem infraestrutura de saneamento básico, disposição
inadequada do lixo. Há muitas doenças, como leptospirose, hepatite, cólera e
esquistossomose, que são transmitidas através de águas poluídas, que permitem o
desenvolvimento de organismos patogênicos. Doenças de veiculação hídrica
provocam a morte de pessoas, em especial de crianças. [...] a Política Nacional de Recursos Hídricos e o
Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos [...] está fundamentada nos seguintes princípios:
todos têm direito a um Meio Ambiente equilibrado, sendo os recursos hídricos
essenciais ao estabelecimento de uma sadia qualidade de vida, sendo a água um
bem de domínio público; é assegurado a todos o acesso aos recursos hídricos,
priorizado o atendimento às populações; a proteção às nascentes e mananciais é
uma prioridade; bacias hidrográficas como unidade de planejamento; o dos usos
múltiplos, que consequentemente vai de encontro à supremacia do setor elétrico
sobre aqueles que fazem uso dos recursos hídricos; do reconhecimento do valor
do uso econômico da água que dá margem à cobrança pela utilização; e o da gestão
descentralizada e participativa. [...] Veja mais aqui e aqui.
ENTERREM MEU CORAÇÃO NA
CURVA DO RIO – O livro Enterrem meu coração na curva do rio (Bury
My Heart at Wounded Knee -1970 / L&PM, 2003), do escritor e historiador
estadunidense Dee Brown (1908-2002),
é um eloquente e meticuloso relato acerca da destruição e extinção sistemáticas
das tribos indígenas na América do Norte. Da obra destaco o trecho inicial: Tudo começou com Cristóvão Colombo, que deu
ao povo o nome de índios. Os europeus, os homens brancos, falavam com dialetos
diferentes, e alguns pronuncia vam a palavra “Indien”, ou “Indianer”, ou
“Indian”. Peaux-rouges, ou “redskins” (peles- vermelhas), veio de pois. Como
era costume do povo ao receber estrangeiros, os tainos da ilha de São Salvador
presentearam generosamente Colombo e seus homens com dádivas e trataram-nos com
honra. “Tão afáveis, tão pacíficos, são eles”, escreveu Colombo ao rei e à
rainha de Espanha, “que juro a Vossas Majestades que não há no mundo uma nação
melhor. Amam a seus próximos como a si mesmos, e sua conversação é sempre suave
e gentil, e acom panhada de sorrisos; embora seja verdade que andam nus, suas
maneiras são decentes e elogiáveis.” Claro que tudo isso foi tomado como sinal
de fraqueza, senão de barbárie, e Colombo, sendo um europeu bem-intencionado,
convenceu-se de que o povo deveria “ser posto a trabalhar, plan tar e fazer
tudo que é necessário e adotar nossos costumes”. Nos quatro séculos seguintes
(1492-1890), vários milhões de europeus e seus descendentes tentaram impor seus
costumes ao povo do Novo Mundo. Colombo raptou dez de seus amistosos anfitriões
tainos e levou-os à Espanha, onde eles poderiam ser apresentados para se
adaptarem aos costumes do homem branco. Um deles morreu logo depois de chegar,
mas não antes de ser batizado cristão. Os espanhóis gostaram tanto de
possibilitar ao primeiro índio a entrada no céu, que se apressaram em espalhar
a boa nova pelas Índias Ocidentais. Os tainos e outros povos arawak não
relutaram em se converter aos usos religiosos europeus, mas resistiram
fortemente quando hordas de estrangeiros barbudos começaram a explorar suas
ilhas em busca de ouro e pedras preciosas. Os espanhóis sa quearam e queimaram
aldeias; raptaram centenas de homens, mulheres e crianças e man daram-nos à
Europa para serem vendidos como escravos. Porém a resistência dos arawak deu
origem a que os invasores fizessem uso de armas de fogo e sabres, truci dando
centenas de milhares de pessoas e destruindo tribos in teiras, em menos de uma
década após Colombo ter pisado na praia de São Salvador, a 12 de outubro de
1492. Eram lentas, naquela época, as comunicações entre as tribos do Novo Mundo
e, raramente, as notícias das barbaridades dos europeus ultrapassavam a
disseminação rápida de novas conquistas e colonizações. Porém, bem antes de os
homens brancos que falavam inglês chegarem à Virgínia em 1607, os powhatan
haviam ouvido algo sobre as técnicas civilizatórias dos espanhóis. Os ingleses
passaram a usar métodos mais sutis. E para garantir a paz por tempo suficiente,
enquanto estabeleciam uma colônia em Jamestown, colocaram uma coroa de ouro na
cabeça de Wahunsonacook, chamaram-no rei Powhatan e o convenceram de que
deveria pôr seu povo a trabalhar, fornecendo comida para os colonizadores
brancos. Wahunsonacook hesitou entre a lealdade a seus súditos rebeldes e aos
ingleses, mas depois de John Rolfe ter casa do com sua filha, Pocahontas,
aparentemente de cidiu que era mais inglês que índio. Depois da morte de
Wahunso nacook, os powhatan insurgiram-se para mandar os ingle ses de volta ao
mar de onde haviam vindo, mas os índios subestimaram o poder das armas
inglesas. Em pouco tempo, os oito mil powhatan foram reduzidos a menos de mil [...]
Por vários anos, esses ingleses e seus
vizinhos índios viveram em paz, mas muitas outras levas de homens brancos
continuaram a chegar. O barulho dos machados e o estrondo das árvores que caíam
ecoavam pelas costas da terra que os homens brancos agora chamavam de Nova
Inglaterra. As colônias começaram a se disse minar por toda parte. Em 1625,
alguns dos colonos pediram a Samoset mais doze mil acres de terra dos
pemaquids. Samoset sabia que a terra vinha do Grande Espírito, era infinita
como o céu e não pertencia a homem algum. Para agradar os estrangeiros e seus
costumes estranhos, ele participou de uma cerimônia em que cedeu a terra e
colocou sua marca num papel. Era a primeira transferência por documento de
terra índia a colonos ingleses. A maioria dos outros povoadores, chegando aos
milhares, não se incomodou em realizar tal cerimônia. Na época em que
Massasoit, grande chefe dos wampa noags, morreu, em 1602, seu povo estava sendo
expulso para as florestas. Seu filho Metacom previu que os índios chegariam ao
fim, se não se unissem para resistir aos invasores. Embora os habitantes da
Nova Inglaterra tentassem agradar Metacom, coroando-o rei Philip de Pokanoket,
ele de dicou a maior parte do seu tempo à formação de alianças com os
narragansetts e outras tribos da região. Em 1675, depois de uma série de ações
arrogantes por parte dos colonos, o rei Philip levou sua confederação índia a
uma guerra destinada a salvar as tribos da extinção. Os índios atacaram
cinqüenta e dois acampamentos, destruíram completamente doze, mas depois de
meses de luta o poder de fogo dos colonos exterminou virtualmente os wampanoags
e narragansetts. O rei Philip foi morto e sua cabeça exibida publicamente em
Plymouth, por vinte anos. Juntamente com outras mulheres e crianças índias
capturadas, sua mulher e seu filho foram vendidos como escravos nas Índias
Ocidentais. [...]. Veja mais aqui.
OS RIOS DO CANTO - No livro Canto Geral (Difel,
1982), do poeta chileno e Prêmio Nobel de Literatura de 1971, Pablo Neruda
(1904-1973), encontro a parte denominada Os rios do canto (XII), na qual
destaco o poema A Carbalho González (no Rio de la Plata): Quando a noite devorou os sonhos humanos e desaprimou / sua sombra
linha a linha, / ouvimos, no silêncio acrescentado, além dos seres, / o rumor
do rio de González Carbalho, / sua água profunda e permanente, seu transcurso
que parece / imóvel com o crescimento da árvore ou do tempo. / Este grande
poeta fluvial acompanha o silêncio do mundo, / com a sonora austeridade, e o
que desejar no meio do tráfeho ouvi-lo, / que coloque (como faz nos bosques ou
nos lhanos o explorador extraviado) seu ouvido / sobre a terra: e ainda mesmo
no meio da rua ouvirá subir / entre os passos do estrondo esta poesia: as vozes
profundas da terra e da água. / Então, sob a cidade e seu atropelo, sob as
lâmpadas / de fralda escarlate, como o trigo que nasce, irrompendo em / toda
latitude, este rio que canta. / Sobre seu leito, assustadas aves de crepúsculo,
gargantas de arrebol que dividem no espaço / folhas purpúreas que descem. /
Todos os homens que se atrevam a olhar a solidão: / os que toquem a corda
abandonada, todos os imensamente puros, e aqueles que da nau escutaram / sal,
solidão e noite se reunirem, / ouvirão o coro de Gonzáles Carbalho surgir alto
e cristalino / de sua primavera noturna. / Lembras outro? Príncipe de
Aquitânia: à sua torre abolida / substituiu na hora inicial, o rincão das
lágrimas / que o homem milenário extravasou taça a taça. / E que o saiba aquele
não olhos os rostos, o vencedor / ou o vencido: / preocupados pelo vento de
safira ou pela taça amarga: / além da rua e rua, além de uma hora / tocai estas
trevas, e continuemos juntos. / Então, no mapa desordenado das pequenas vidas /
com tinta azul: o rio, o rio das águas que cantam, / feito da esperança, do
padecer perdido, / da água sem angustia que sobe à vitória. / Meu irmão fez
este rio: / de seu alto e substerraneo canto se construíram / estes graves sons
molhados de silencio. / Meu irmão é este rio que rodeia as coisas. / Onde
estiverdes, na noite, de dia, a caminha, / sobre os desvelados trens dos
prados, / ou junto à empapada rosa da alva fria, / ou ainda / entre as roupas,
tocando o torvelinho, / caí por terra, que o vosso rosto receba / este grande
pulsar de água secreta que circula. / Irmão, é o rio mais longo da terra: /
atrás do orbe, soa a tua voz grave de rio, / e eu molho as mãos em teu peito /
fiel a um tesouro nunca interrompido, / fiel à transparência da lágrima
augusta, / fiel à eternidade agredida do homem. Veja mais aqui, aqui, aqui,
aqui e aqui.
SENHORA DOS AFOGADOS – A tragédia em três anos Senhora dos Afogados (1947/Nova
Fronteira, 2004), do dramaturgo, jornalista e escritor Nelson Rodrigues (1912-1980), conta a história da filha mais de um
casal que guardava um amor pelo pai e resolveu afogar suas irmãs mais novas no
mar para não dividir a atenção do seu pai com elas. A trama é cheia de
mistérios e ela consegue ser a única mulher na vida do seu pai, porém ele morre
e ela fica só. Da obra destaco o trecho: [...] (A avó intervém outra vez. Avança para os vizinhos que, juntos recuam,
amedrontados) AVÓ - Minha neta Clarinha não se matou... Foi o mar... Aquele
ali... (indica na direção da platéia) Sempre ele... VIZINHOS - O mar! AVÓ - Não
gosta de nós. Querem levar toda a família principalmente as mulheres. Basta ser
uma Drummond, que ele quer logo afogar. Um mar que não devolve os corpos e onde
os mortos não bóiam! Foi o mar que chamou Clarinha. Chamou, chamou... Tirem
esse mar daí; depressa! Tirem, antes que seja tarde! Antes que ele acabe com
todas as mulheres da família! VIZINHOS - Primeiro, Dora, depois Clarinha!
VIZINHO - Já duas afogadas na família! AVÓ - Depois das mulheres, será a vez
dos homens... VIZINHO - Acredito! AVÓ - E depois de não existir mais a família
- a casa! Então, o mar virá aqui, levarão a casa, os retratos, os espelhos! Eu
sei! O s mortos me disseram... Os mortos da família... D. EDUARDA - Vamos, avó.
AVÓ - Não gosto de quem seja mulher... Não me toque!... D. EDUARDA - Sou
Eduarda, tua nora! AVÓ - Sei, não precisavas dizer... És esposa de meu filho
Misael... D. EDUARDA - Sou. AVÓ - Mas não te pareces com as outras mulheres da
família... És estrangeira... D. EDUARDA - Sou. AVÓ (Com medo) - Tu sonhas com a
minha morte... D. EDUARDA - Não, avó! Juro que não!... AVÓ - Não deixe Moema,
não deixe... MOEMA - Não há perigo, avó, não deixarei... AVÓ - Quer-me
envenenar... Pôr veneno na água que eu bebo ou no pão... Das mãos de tua mãe
não aceitarei nada... Só de ti... Tu és mulher, mas de ti eu gosto, sempre
gostei... Fria, como as nossas mulheres!... MOEMA - Agora vai! (A avó foge como
se um brusco medo a possuísse) [...] Veja mais aqui, aqui, aqui e aqui.
O HOMEM DO RIO – O filme de aventura O homem do Rio (L’homme de Rio, 1964),
dirigido pelo cineasta francês Philippe de Broca (1933-2004), é uma paródia aos
filmes de James Bond, contando a história de um aviador que embarca de licença
de oito dias em Paris para ver sua noiva, que está às voltas com o roubo de uma
estatueta amazônica, na qual se encontra um dos segredos para os tesouros da
Amazonia. Ela é sequestrada e drogada por índios, quando ele persegue-os ao
aeroporto, embarcando no mesmo voo que ruma ao Rio de Janeiro, havendo muita
correria em busca das estatuetas. O destaque do filme é para a bela atriz
francesa Françoise
Dorléac
(1942-1967), irmã mais velha da não menos bela e eterna musa do cinema
Catherine Deneuve. Veja mais aqui.
IMAGEM DO DIA
A arte do cartunista estadunidense Harvey
Kurtzman (1924–1993)
Veja mais no MCLAM: Hoje é dia do
programa Noite Romântica, a partir das
21hs, no blog do Projeto MCLAM, com apresentação sempre especial e apaixonante
de Meimei Corrêa. Em seguida, o programa Mix MCLAM, com Verney Filho e na
madrugada Hot Night, uma programação
toda especial para os ouvintes amantes. Para conferir online acesse aqui.
VAMOS APRUMAR A CONVERSA?
Dê livros de presente para as crianças.