VAMOS APRUMAR A CONVERSA? VIVENDO E APRENDENDO A JOGAR (Imagem: charge de Dálcio) - Pelo
que você já viu, deu pra notar que nunca fui muito achegado a jogar nada. Quer
dizer, achegado fui, mas nunca me dei bem ou gozei da vitória. Talvez seja por
isso que nunca gostei de andar militando em política partidária, preferindo
minha atitude política por outros meios e recursos, como nos escritos, nos
dizeres, nas expressões que são as minhas grandes merdas. Votar, sim, sempre
votei, voto e votarei. Nunca me negarei a esse direito da cidadania. No entanto,
devo dizer mais uma vez, a bem da verdade, que quando era menino me esgueirava
atrás de uma bola, me achando mais que um Rivelino, um Pelé, um craque
qualquer, quando, na vera, nada mais era que um perna-de-pau incorrigível de
levar rasteira até de aleijado. Verdade. Foi que certa vez, na maior correria -
esta era a minha única habilidade no trato com a bola: empurrá-la pra frente e
sair pé na bunda atrás que nem louco -, dei de inventar a driblar o que não
sabia e, aproveitando da deficiência do zagueiro, tentei dar um toque daquele
da vaca. O cabra mais sabido que eu, passou a rasteira com a moleta na maior
cama-de-gato, e estuporei o joelho na quina dum paralelepído rebentado num
esgoto limítrofe do campinho de barro batido. Resultado: sangreiro espirrou na
lata, uma pisa da gota porque estava todo limpinho de banho tomado e jogando
bola, e uma lavagem com álcool, vinagre e creolina para tirar as impurezas
adquiridas com o fato. Berreiro triste, o meu. Minha mãe ali, braba: - Vou
costurar esse talho com linha de vara-de-pescar, seu desgraçado! Ôxe, aí é que
eu me escondia para não ver nem médico nem enfermeira, só mertiolate e
mercúrio, assoprando que nem doido para não doer tanto como doía. Mais nada.
Por esta razão abandonei o futebol aos onze anos de idade e juro que seria um
atleta renomado não fossem minhas presepadas de mangar de todo mundo, levando
chapuletada a cada ironia. Também não vou negar que de meninote até aborrecente
não tenha virado tabuleiros com cartas de baralho, pedras de dominó, tacos de
sinuca e tentar adivinhar uma vez na vida o palpite na porrinha. Confesso, era
péssimo: não distinguia valete de rei, copas de pau ou ouros. Não sabia armar
direito uns toques quando possuía uma trinca de sena e o cara adversário mais
batido que trem atrasado, ainda, eu perder a partida do dominó. Também era
contemplado com uma imperícia pura no taco, não distinguindo as cores e o valor
das bolas na sinuca, perdendo mais pelos finos de cego que por ausência de
encaçapá-las. Muito menos havia comido bosta de cigano para adivinhar com
quantos palitos o sujeito viria num blefe de carregado quando o indistinto
vinha de lona. Ora, mau jogador que se preze, recolhe seus muafos e parte para
outra. Nada, inventei de aprender xadrez. Tá, esse eu gostei, muito embora
nunca tenha conseguido dar nenhum xeque mate em qualquer principiante que mal
saiba o nome das pedras. Mas gostei e perdura até hoje essa mania de perder
tempo mexendo com bispos, rainhas, reis, cavalos e torres, como se fosse um
sabichão de tão ultrajante imodéstia. Só nas raríssimas horas vagas e de
brincadeira, só. Com os outros tipos de jogo tenho verdadeiro horror. Assim,
também, na política partidária. Primeiro que percebi que os outros acham a
gente com cara de besta. Segundo, só eles possuem a razão de tudo. E eu só via
golpe na zona abaixo da cintura. Nem no futebol do meu tempo lá no interior das
grotas, onde a perna começava do pescoço pra baixo e a gente só via nego com a
língua de fora, pedindo penico. Isso sem contar com a tuia de faca, canivete e
desaforos, no maior arranca-rabo quando acabava a partida. Pois é, começava na
risadagem e findava no maior quebra-pau, um intrigado do outro. Piormente vi a
política partidária na provinciazinha e, depois, nas de âmbito nacional. É cada
golpe baixo, tanta sujeira, meio-mundo de hipocrisia, nego armando falcatrua e
mentindo deslavadamente e aparecendo mais que vagalume na escuridão com
paparicado vergonhoso, intrigas despropositais, front de oportunismos,
oposições de conveniências, patifarias amoitadas, pilantragens sórdidas, nossa!
Foi quando um amigo meu doido de pedra me disse: - Política é feito cozinhar
feijão! O que é bom desce. E o que não presta aparece! Ai veio uma raposa
profissional me dizendo que a militância só serve para se eleger. Porque para
governar só com ajeitado dos adversários. Babau, perdi a noção de tudo.
Maquiavel já ensinava. Ora, com tudo isso, eu que sempre fui um mau jogador,
nunca que poderia entrar nessa não. E da vez que ventilei me afiliar nalgum
partido, este mesmo amigo me disse: - Quer botar a família na roda, entre pra
política! Você vai ver como é que se degenera fácil qualquer sujeito decente! E
eu? Um cachorro-do-rabo-fino prezando a mãe (que Deus a tenha no melhor dos
seus cômodos!), jamais poderia entrar nessa enrascada, né não? Principalmente
porque um dos simpatizantes insistia que o cara entrava na política probo e
saía mais sujo que bueiro de esgoto! É só ver a cara-de-pau dos sujeitos
negando o fisiologismo clientelista. Tá cá gota! Verdade. Considere, então, num
país como o nosso onde tudo é enrolada! Tô fora dessa embrulhada, meu! Vejo
quem pergunta: - Em quem acreditar, afinal? Digo: no discernimento. A gente só
não pode dar uma de abestalhado e nunca reempossar defenestrados sem-vergonha
que já foram banidos em nome da moral e da lei e que pela insistência no uso do
óleo de peroba na cara-de-pau, ainda posam de vítimas do sistema nocivo que
eles próprios criaram. É de lascar mesmo! A briga é só pelo poder, ninguém está
preocupado com quem pintou a zebra! Ainda tem quem acredite nesses melepeiros.
Sabe como eles findam? Esconjurados, milhões de palmos inferno adentro
enfiados. Basta o que a gente passou de 1500 até agora: um replay. Então, por
enquanto vou enfiando as mãos pelas pernas, dando pirueta pra arranjar o
ganha-pão e cheio de nó pelas costas remoendo os desatinos do Brasil. E vamos
aprumar a conversa aqui e aqui.
Imagem: Nude Woman at Sunset #1, da artista plástica, ilustradora e
designer gráfica britânica Christine Lau.
Curtindo o álbum da Sinfonia Ekphrasis (Deutsche Grammophon, 2005), do compositor do
vanguardismo musical italiano Luciano
Berio (1925-2003), com a Orquestra Sinfónica de Gotemburgo & Péter Eötvös.
A VIOLÊNCIA - No livro Retorno da deusa
(Summus, 1991), do psicoterapeuta da psicologia junguiana e homeopata MD Edward
C. Whitmont (1912-1998), destaco o trecho destinado à violência: [...] No passado, a violência era contida com
melhores resultados pelos canais sociais competentes. Não era, como acontece
agora, vista quase sempre como errada. Uma vez que havia limites para a sua
manifestação legitima, sua proibição dentro do organismo social também podia
ser imposta. O herói de antigamente combinava bravura física e espiritualidade
com habilidade muscular para destroçar o adversário. Aquiles, Sansão, o
cavaleiro medieval são exemplos desse tipo de herói. Hoje encontramo-nos numa
situação esquizofrênica: apesar de protestos conscientes, ainda vemos
inconscientemente, a violência, a agressão, a exploração ambiciosa, como feitos
admiráveis. Analisemos a mídia atual. A televisão e os filmes glorificam a
violência, o horror e o sexo explicito a ponto de esses desempenhos se tornarem
praticamente ritualizados. O apelo de tais imagens parece derivar do efeito
catártico do drama. Esses violentos dramas contemporâneos são, na verdade,
secularizações decadentes e caricaturais das solenes representações da tragédia
da antiguidade. Em grego, trag-odia significa “o canto do bode”, numa
referencia a Dioniso. Originalmente, tratava-se de uma apresentação catártica
do surgimento, da destruição violenta e da glorificação do protagonista humano
que incorpora o destino de Dioniso, o bode do sacrifício, o poder vital que
morre e renasce eternamente, a criança necessitada e o deus que se imola. A
tragédia da vida era apresentada como um embate inexorável, conquanto cvão,
contra o destino imposto po deus, que decretava a destruição em prol do
renascimento, ou como punição pela hubris. Enquanto a agressão e a violência foram
consideradas uma manifestação do poder de uma divindade tutelas (como Dioniso,
Áries, Shiva, Thyr, Sekmet e Morrigan) ou serviram à gloria maior do imperador,
da Igreja ou da pátria, foiram integradas num sistema moral e ético. Por
pertencerem a uma divindade, a violência e a agressão podiam ser vistas como
componentes de um sistema cultural auto-regulador dotado de um equilíbrio
intrínsecos. [...] Junto com a
extinção de Deus de nossa era contemporânea, o último traço de respeito pela
ordem imposta pelos antigos deuses também desapareceu. A lei e as regras já não
nos protegem contra a violência. A raiva, o ódio, a agressão, a cobiça e a
violência são oficialmente consideradas incondicionalmente mas. Ao mesmo tempo,
tornaram-se prerrogativa do eggo moderno, podendo ser acionada do modo mais
arbitrário a serviço de propósitos egoicos, sem qualquer consideração pelas
forças abolidas. [...] Ao discutir a
relevância do comportamento animal para a psicologia humana, Konrad Lorenz, o
etologista, postula que os animais agem como humanos emotivos que não têm ou
usam muita inteligência. [...] Lorenz
diferencia a agressão intra-especifica da agressão predatória ou de defesa. A
primeira acontece entre animais da mesma espécia, como luta ou competição entre
parentes próximos. Ele assinala que animais de espécies diferentes costumam
deixar-se relativamente em paz. Isto é surpreendente, uma vez que seria de
esperar que parentes próximos se amassem e se protegessem e que a agressão
fosse direcionada para fora, contra outras espécies. a constatação seguinte é
ainda mais surpreendente. A capacidade de formar algo semelhante a um vinculo
pessoal e de prestar apoio reciproco ocorre em razão direta do grau de agressão
intra-especifica. O vinculo e a agressão fazem parte do mesmo padrão. [...]
Ele era um homem muito agressivo,
independente, autoconfiante e excessivamente racional. Esperava que toda
situação e todas as pessoas se submetessem à sua vontade e insistia em fazer
tudo de seu jeito. Embora fosse bem-sucedido nos negócios, era pobre de
sentimentos, de relações pessoais e, em particular, carecia de qualquer
orientação no tocante a um significado mais elevado de vida. O sonho
evidenciava ainda que era vulnerável sua postura heroica, derivada de sua
necessidade de fortificar a posição egoica apoiando-se em uma coragem agressiva
[...] um homem e uma mulher, viviam
digladiando, não importava qual fosse o assunto em discussão, pareciam
totalmente incapazes de chegar à raiz de seu antagonismo ou de resolvê-lo.
[...] O homem começou a arrastar-se na
direção da mulher. Ela ficou paralisada em seu lugar. À medida que ele ia
chegando mais perto, ela começou a mexer o corpo numa dança sinuosa, altamente
convidativa. Quando ele estava suficientemente perto para alcança-la, ela parou
de repente e deu-lhe as costas. Ao ver que ele tentava, muito desajeitado,
virá-la de frente para ele à força, ela voou para a garganta dele como se
quisesse estrangulá-lo. No mesmo instante, entraram num combate violento,
engalfinhando-se e rolando pelo chão. Depois disseram que aquela briga cheia de
raiva estava repleta de nítidas implicações eróticas. Diante da descoberta
dessa ambivalência, pararam e começaram a examinar o que tinha acontecido. [...]
Ela se arriscava à violência, e talvez
até mesmo a desejasse, para poder ser notada como mulher. Sentia-se
negligenciada e inferior como mulher e precisava provar para si mesma que
conseguia atrair os homens, pelo menos fisicamente. No entanto, quando teve
sucesso nessas manobras, não estava mais disposta (na verdade, sentia-se
incapaz) a encarar as consequências de sua provocação. Queria que a notassem
como pessoa, e não apenas como corpo e a aproximação física direta que ela
provocava constantemente (embora de modo inconsciente) só intensificava seus
sentimentos de inferioridade e a deixava cada vez mais irada. Aquele homem, por
sua vez, tinha medo das mulheres. Sentia-se inferior em virtude de sua noção de
que os homens eram heróis conquistadores, modelo que se sentia incapaz de
copiar. Achava que devia ser um conquistador emérito de mulheres.
Consequentemente, vivia testando sua masculinidade através de demonstrações de
uma força crua, até mesmo brutal. Essa sua resposta de macho, no entanto, era
só um frágil disfarce para seu sentimento de inferioridade, que explodia numa
fúria desesperada quando se ele se sentia seduzido, logrado e ludibriado pelas
artimanhas femininas. Então os papes foram invertidos. Agora a mulher era o
macho desajeitado; e o homem, a mulher vamp. Agora ele sentia que a atitude
dela encontrava eco dentro de si. Ao desempenhar o papel dela, ele descobriu
que, embora à revelia, gostava de alguma coisa ali. Começou a ver sua própria
necessidade de seduzir e seu desejo desesperado de chamar a atenção. Por sua
vez, a mulher descobriu e integrou a brutalidade de sua postura julgadora, que
decretava a inferioridade dos valores femininos e que a fazia considerar-se
especialmente destituída de valor. Tudo isto ela até então projetara nos
homens, sem perceber que realmente provinha de seu próprio superego muito
severo. Ao reconhecerem o que tinha acontecido em suas experiências e feedbacks
mútuos, ambos puderam ver os próprios problemas e começar a entender o outro, a
simpatizar com ele. Abriu-se para eles um caminho de comunicação e de ajuda
recíproca onde antes só tinha havido mútuos ressentimentos [...]. Veja mais
aqui, aqui e aqui.
EU ERA MUDO E SÓ – No livro Antes do baile verde (José Olympio, 1973), da premiada escritora Lygia Fagundes Telles, destaco os
trechos do conto Eu era mudo e só: [...] Penso agora como ela ficaria
espantada se me visse aqui nesta sala que mais parece a página de uma dessas
revistas da arte de decorar, bem vestido, bem barbeado e bem casado,
solidamente casado com uma mulher divinamaravilhosa: quando borda, o trabalho parece
sair das mãos de uma freira e quando cozinha!... Verlaine em sua boca é aquela
pronúncia, a voz impostada, uma voz rara. E se tem filho então, tia Vicentina?!
A criança nasce uma dessas coisas, entende?... Tudo tão harmonioso, tão
perfeito. [...] Ou
a mulher fica aquele tipo de amigona e etc. e tal ou fica de fora. Se fica de
fora, com a famosa sabedoria da serpente misturada à inocência da pomba, dentro
de um tempo mínimo conseguirá indispor a gente de tal modo com os amigos que
quando menos se espera estaremos distantes deles as vinte mil léguas
submarinas. No outro caso, se ficar a tal que seria nosso amigo se fosse homem,
acabará gostando tanto dos nossos amigos, mas tanto, que logo escolherá o
melhor para se deitar. Quer dizer, ou vai nos trair ou chatear. Ou as duas
coisas... [...] Era o
círculo eterno sem começo nem fim. [...]
A perplexidade do moço diante de certas considerações tão ingênuas, a mesma
perplexidade que um dia senti. Depois, com o passar do tempo, a metamorfose na
maquinazinha social azeitada pelo hábito: hábito de rir sem vontade, de chorar
sem vontade, de falar sem vontade, de fazer amor sem vontade... O homem
adaptável, ideal. Quanto mais for se apoltronando, mais há de convir aos
outros, tão cômodo, tão portátil. [...] Tive então uma vontade
absurda de me levantar e ir embora, sumir para sempre, sumir. Largar ali na
sala o senador com suas máquinas, Fernanda com suas baladas, adeus, minha
noiva, adeus! Tão forte a vontade de fugir que cheguei a agarrar os braços da
poltrona para me levantar de um salto. A música, o conhaque, o pai e a filha,
tudo, tudo era da melhor qualidade, impossível mesmo encontrar lá fora uma cena
igual, uma gente igual. Mas gente para ser vista e admirada do lado de fora,
através da vidraça. Acho que cheguei mesmo a me levantar. [...] Fiquei. Fui relaxando os músculos,
sentei-me de novo, bebi mais um pouco e fiquei. Veja mais aqui, aqui e
aqui.
SINA
& FRUTA AZEDA COM SAL – A poeta, pesquisadora e historiadora paranaense
radicada em Rodonia, Nilza Menezes,
é autora de diversos livros, entre os quais, Fruta azeda com sal (Blocos,
1997), destaco o poema: Coloco o sapato vermelho / que você mais
gosta, / a blusa do nosso primeiro encontro, / e a calça que você me deu / no
nosso aniversário de casamento. / Resgato cada pedaço da nossa relação / e com
pose para foto do álbum de família, / no canto da sala escuto Roberto. /
Enfeitada, adormeço, / só pra você me levar pra cama. Na antologia Saciedade dos poetas vivos
XII: Eros e Psique (Blocos, 1997), organizada por Urhacy Faustino e Leila
Míccolis, destaco o poema sem título da autora: Vadio / vagueia meus sonhos, / meu sono / esse desejo de te desnudar. /
Vadio / viaja meu sangue / esse desejo / de vadiar pelo teu corpo. / deixo meu
olhar / prender-se ao seu / hipnotizada, / e, você, meu predador natural / me
conduz ao espaço vazio / de mim mesma / desconsertada. Também este poema: O que ele me fez / ficou escrito nas páginas
/ de um velho diário. / O que ele me fez / ficou marcado no pensamento / e de
vez em quando vem / como fotografia. / O que ele me fez / ficou aqui e ali / no
desarranjo, no cheiro da pele. / Ficou no prato preferido, / numa canção / e
bem fundo do coração. Ainda o poema: bate
no peito / emoções novas, loucas / excita o sangue nas veias. / amando assim, /
errada como todas as marias / dos dias, das filas, dos sonhos / e das poesias.
/ como todas as marias / das noites sem dias / de alma vazia. / eu amo você. Do
seu livro Sina: troco ou vendo em bom estado (Blocos, 1999): Teu beijo, / sem gosto, / saliva fria / engasgando,
/ entrando, / emaranhando línguas e dentes. / Estranho o cheiro da tua pele / e
fecho os poros / para não transpirar esse pavor. Por fim, o seu poema Meu corpo
se resguarda do pecado: Tenho medo do
inferno / e a todo momento me policio / para não cair em tentação. / Santos me
fiscalizam desde criança / ameaçando meu corpo / que se transformará em pó. /
Pela vida tem sido possível / não matar, não roubar / mas meus pensamentos e
sentimentos / tem superado / o que me foi delimitado. Veja mais aqui, aqui
e aqui.
O SISTEMA STANISLAVSKI – No livro Aprendizagem do ator
(Ática, 1986), do diretor, advogado, ator, professor, pesquisador das práticas
do ator e criador da Cia. Simples de Teatro, Antonio Januzelli – Janô,
destaco o trecho O sistema e seus caminhos: do sistema e dos objetivos: O sistema de Stanislavski, que para seu
criador significava apenas um livro de referencia, solicitando a aprendizagem
de regras elementares, estabelece-se como uma proposta de encontrar atitudes
lógicas em relação ao treinamento de atores, só aceitando leis incontestáveis
como base de seu conhecimento e da sua prática. As experiências aí expostas
foram postas à prova no palco, durante várias décadas, sempre numa prática
coletiva. O sistema propõe estudar as bases, métodos e técnicas da criatividade
por meio de um encadeamento de exercícios regulares e da sua revisão constante
na busca de melhores caminhos. O programa de trabalho, consciencioso e
cotidiano, vai exigir que o ator tenha muita força de vontade, determinação e
resistência, e tem por objetivos: preparar um terreno favorável à criação do
ator, ao dedicar-se àquilo que está nos domínios do controle humano consciente;
ajudar o ator a descobrir quais são os seus obstáculos e aprender a lidar com
eles; levar o ator a sentir o que está aprendendo por meio de um exemplo
pratico vivo, para depois chegar à teoria; despertar no ator a consciência de
suas próprias necessidades pessoais e das potencialidades dos instrumentos
técnicos de sua arte: capacidades intelectuais, físicas, emocionais e
espirituais; induzir as mais sutis forças criativas da natureza, que não estão
sujeitas ao cálculo, a agirem por meios normais e naturais; conscientizar o
ator a arrancar, sem dó, qualquer tendência à atuação mecânica, exagerada,
abrindo mão de truques e professando um agudo senso de verdade através do
treino da atenção e concentração; e preservar a liberdade do artista criador. Veja
mais aqui, aqui e aqui.
STORYTELLING – O filme Storytelling (Histórias Proibidas, 2001), dirigido e roteirizado pelo
cineasta estadunidense Todd Solondz, com música de Nathan Larson, reúne três
histórias, a primeira Ficção, a segunda Não-Ficção, e a terceira Autobiography. A
primeira história conta sobre um grupo de estudantes universitário em uma
classe de escrita criativa, ministrada por um professor que possui estreitos
relacionamentos com seus alunos, tendo como pano de fundo disfunções e
turbulências pessoais. A segunda trata de uma filmagem de uma família suburbana
disfuncional com seu filho adolescente que passa por processo de aplicação na
faculdade. A terceira história fala de homossexualidade, contando a respeito de
problemático jogado de futebol que se envolve em uma cena de sexo explícito com
seu parceiro. Esta última parte foi cortada da versão final. Contudo, a exemplo
de outros filmes do diretor, ele trabalha para extrair o lodo fétido da vida,
mostrando mesquinharia, maldade, a pequenez do homem, a maldade e a crueldade
mentais humanas. O destaque do filme vai para a versátil e bela atriz de
teatro, cinema e televisão estadunidense Selma
Blair. Veja mais aqui.
IMAGEM DO DIA
Veja mais no MCLAM: Hoje é dia do
programa Noite Romântica, a partir
das 21 horas (horário de verão), com apresentação sempre especial e apaixonante
de Meimei Corrêa. Em seguida, o programa Mix MCLAM, com Verney Filho e na
madrugada Hot Night, uma programação
toda especial para os ouvintes amantes. Para conferir online acesse aqui .
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