A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO – As
mudanças ocorridas nos últimos tempos provocaram transformações nas relações de
trabalho entre pessoas e organizações. À medida que as mudanças ambientais
atingem as organizações, elas interferem nas estruturas existentes e nos
processos de tomada de decisão. Com isso, o sucesso da organização, além da
adaptação às mudanças, inovação, padrões de qualidade e produtividade, dentre
outras, também depende da cooperação e satisfação das necessidades dos
funcionários. Todos estes aspectos vêm sendo estudados sob diversos enfoques,
caracterizando as formas de organização ao longo do tempo. Dentre os diversos
enfoques, destaca-se a diferenciação cultural, em função do tipo de formação
profissional, e do patamar tecnológico entre os diversos setores industriais,
como por exemplo a Indústria da Construção Civil, um dos importantes setores da
economia, em função, principalmente, de empregar um grande contingente de
mão-de-obra, tanto direta como indireta (Grandi, 1985; Kanitz, 1994). As
peculiaridades que diferenciam a indústria da construção civil dos demais
setores industriais, refletem uma estrutura complexa e dinâmica, onde as
condições de trabalho ainda são precárias. A
atividade produtiva do setor em questão é desenvolvida nos canteiros de obras,
longe da sede administrativa das empresas. A organização e o controle do
trabalho são difíceis de serem mantidos nesse setor da construção civil, pelo
fato de que a mão-de-obra empregada, que se movimenta ao redor de um produto
fixo, é pouco qualificada, oriunda de vários outros setores industriais e da
lavoura. Isto influencia na rotatividade e conseqüentemente nas chances de
promoções, o que repercute na própria motivação do trabalhador e na qualidade
do produto gerado. Além disto, existe um grande contingente de pessoas
envolvidas durante todo o processo produtivo, o que o torna mais complexo
(Kanitz, 1994; Mascaro, 1982; Vargas, 1984). A qualidade, de um modo geral, é
um importante fator de competitividade na Construção Civil. O planejamento para
a qualidade se torna problemático, principalmente em função dos altos níveis de
rotatividade e absenteísmo da mão-de-obra no setor. Desta forma, pode-se dizer
que a busca pela qualidade só terá êxito se os empresários criarem novos
mecanismos para preservarem seu pessoal mais qualificado e, também, se forem
melhor avaliados os métodos utilizados na produção e, principalmente, as formas
de organização e de relacionamento no trabalho (Kanitz, 1994). Por outro lado,
a engenharia brasileira, além de ter problemas como a falta de higiene e a
ausência de segurança nos canteiros de obras, e até mesmo a falta de
planejamento e programação das construções, ainda conserva características de uma
atividade manufatureira de produção (Mascaró, 1982; Farah, 1988; Vargas, 1988).
Uma das maneiras de se atuar com vistas a melhorar as condições de trabalho é
minimizar, na medida do possível, os esforços físicos necessários para a
realização das tarefas, principalmente por se considerar o trabalho repetitivo
e alienante que, conseqüentemente, pela necessidade de sobrevivência do
trabalhador, influenciam no seu desempenho (Grandi, 1985; Vargas, 1984). Com
isso, o desempenho profissional de qualquer indivíduo, especificamente dos
operários envolvidos na construção civil, notadamente na aplicação de
revestimentos cerâmicos externos é influenciado por condições ambientais de
trabalho, tais como iluminação, temperatura, ruído, dentre outras, além das
condições climáticas. Neste sentido, observa Chiavenato (1997:447), que:
"Uma das condições ambientais relevantes é a temperatura. Existem cargos
cujo local de trabalho se caracteriza por elevadas temperaturas (...) nos quais
o ocupante precisa vestir roupas adequadas para proteger sua saúde. (...)
Nestes casos extremos, a insalubridade constitui a característica principal
destes ambientes de trabalho". Assim, são consideradas atividades ou
operações insalubres aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de
trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites
de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do
tempo de exposição aos seus efeitos. Chiavenato (1997:448) ainda observa que
"Segurança do trabalho é o conjunto de medidas técnicas, educacionais,
médicas e psicológicas, empregadas para prevenir acidentes, quer eliminando as
condições inseguras do ambiente, quer instruindo ou convencendo as pessoas da
implantação de práticas preventivas" e que, por outro lado, a higiene do
trabalho enfatiza mais as condições ambientais, pois é o ambiente físico que
envolve o empregado, enquanto ele desempenha sua função (Chiavenato, 1997;
Bergamini, 1993). Assim sendo, a saúde e a segurança dos empregados constituem
uma das principais bases para a preservação da força de trabalho adequada.
Segundo o conceito emitido pela Organização Mundial de Saúde, a saúde é um
estado completo de bem-estar físico, mental e social e que não consiste somente
na ausência de doença ou de enfermidade (Bergamini, 1990). Desta forma,
aumentar a produção com menos esforço humano tem sido por longo tempo um
objetivo da indústria. Kazarian (1989) e Kotschevar (1985) têm escrito
extensivamente sobre produtividade e ambos advertem que o melhor caminho para
alcançar a produtividade é planejar áreas de trabalho de forma que os
trabalhadores não tenham que alcançar objetos e se deslocar além de certos
limites, pois se as limitações e capacidades do homem, forem respeitadas na sua
atividade de trabalho, isso proporcionará uma performance mais criativa, mais
inteligente e portanto mais eficiente. A partir disso, entende-se que a análise
do trabalho tem como objetivo produzir dados que permitam reduzir a distância
entre as concepções formuladas do trabalho (as prescrições, as regras, os
procedimentos oficiais e explícitos) e a atividade real do operador (os
aspectos informais, implícitos, imprevistos das condutas de trabalho). Esta
distância é a fonte essencial dos disfuncionamento do sistema de produção. Segundo
Wisner (1987), esta metodologia estuda o conjunto formado pelo trabalhador e
seu posto de trabalho ou, às vezes, vários trabalhadores e o dispositivo
técnico e, utiliza dentro de certos limites, a noção do sistema homem-máquina.
Sua aplicabilidade não se restrinje somente ao sistema homem-máquina; o sistema
homens-homens, que pode envolver poucas ou nenhuma máquina, também é estudado.
Neste caso, mantém-se o conceito do sistema e considera-se o indivíduo como um
subsistema de um sistema num nível hierárquico superior, que sofre influências
culturais, sociais, políticas e econômicas. Para ser eficaz no quadro de estudo
do sistema homem-máquina, é preciso considerar, exclusivamente, as trocas de
informação (as comunicações) entre o homem e a máquina e tomar como critério as
entradas e saídas desse sistema. Dentro desta nova abordagem, não mais se
considera o homem de um lado e o dispositivo de trabalho de um outro, mas sim
sua inter-relação, não deixando de considerar que o sistema homem-máquina está
ligado, de um modo determinante, a conjuntos mais vastos, em diversos níveis
(Wisner, 1987). É possível através da análise do trabalho entender a atividade
dos trabalhadores (incluindo, por exemplo, postura, esforços, busca de
informação, tomada de decisão, comunicações) como uma resposta pessoal a uma
série de determinantes, algumas das quais relacionadas à empresa (organização
do trabalho formal, restrições de tempo, etc.) e outras relacionadas ao
operário (idade, características pessoais, experiência, etc.). Uma das maneiras
de se atuar com vistas a melhorar as condições de trabalho é minimizar, na
medida do possível, os esforços físicos necessários para a realização das
tarefas. Em outras palavras, lançar mão dos conceitos e aplicações da Ergonomia
que, em resumo, busca proporcionar ao trabalhador saúde, segurança e conforto
na execução do trabalho (Guérin, 2001; Dul & Weerdmeester, 1991). Avellan
Paniagua (1995) aponta que na Construção Civil a aplicação da Ergonomia assume
grande importância devido à forte demanda de atividades manuais, que submetem
os operários a trabalhos com alto grau de penosidade. É previsível, portanto,
que os trabalhadores experimentem fadiga ao final das jornadas caso não sejam
tomadas providências no sentido de otimizar o esforço produtivo. Por esta razão
faz-se necessário tratar acerca do processo ergonômico, uma vez que, conforme
observa Franco (1995), as contribuições da ergonomia à melhoria da condições de
trabalho têm ocorrido no nível físico, através do reprojeto de ferramentas, de
modificações do layout do local de trabalho, das melhorias do ambiente físico
(iluminação, vibração e ruído) e dos aspectos antropométricos e biomecânicos da
atividade. Os conhecimentos que estão concentrados na Ergonomia que, de acordo
com Sell (1990), atua na adaptação do trabalho, da técnica, do meio ambiente às
pessoas e também contribui na adaptação das mesmas ao trabalho. Stuebbe &
Houshmand (1995), mencionam que o objetivo primário da Ergonomia é balancear as
exigências do trabalho com as capacidades do trabalhador. Já Franco &
Santos (1996), complementam destacando que, ao se considerar o homem como
apenas mais um elemento do sistema de produção, ele tem que se adaptar às
mudanças do processo, muitas vezes inadequadas. E que e Ergonomia desponta com
uma nova proposta: a adequação deste sistema ao homem. Abordando a partir desta
ótica, convém ressaltar que a melhoria da segurança e saúde no trabalho nas
organizações é frequentemente difícil de ser alcançada porque a maioria das
organizações têm ainda uma visão muito limitada da interrelação dos problemas
organizacionais. Os resultados organizacionais (segurança, produtividade,
lucros) não são vistos como parte de um processo contínuo e sim, como efeito da
interação de fatores múltiplos. Acidentes e lesões, por exemplo, são ainda
sempre relacionados à causas simples, como o erro humano (Nagamachi &
Imada, apud Franco, 1995). Com isto, surge a Macroergonomia, onde se reconhece
que os problemas de trabalho ocorrem como resultado da interação entre pessoas
e sistemas técnicos, tanto no nível físico como no nível cognitivo. Essa
interação ocorre dentro de um contexto: a organização. Este contexto pode
ampliar, limitar ou anular as intervenções dos fatores humanos com mudanças nas
condições de trabalho (Nagamachi & Imada, apud Franco, 1995). A análise
ergonômica, baseada na escola francesa, procura fazer uma análise da atividade,
tendo como pressuposto que a atividade, o que o trabalhador faz concretamente, é
o elo entre o trabalhador e as formas próprias de organizações. Para Moutmollin
(apud Proença, 1993), a análise ergonômica do trabalho permite não somente
categorizar as atividades dos trabalhadores como também estabelecer a narração
dessas atividades permitindo, consequentemente, modificá-las. Quanto a
estrutura da Análise Ergonômica do Trabalho, a metodologia se propõe, à partir
da análise da demanda, passando pela análise da tarefa e das atividades
(determinando os componentes da situação de trabalho que deverão ser analisados
e medidos), a elaborar um conjunto de resultados que, interpretados, constituem
um modelo operativo da situação de trabalho. Esta abordagem que retorna a
origem do problema, colocado quando da demanda, permite a cada nível da análise,
recolher os dados, formular as hipóteses, para aprofundar o conhecimento da
situção de trabalho. Assim cada fase leva a posterior e completa a anterior
(Santos, 1993). Resumindo pode-se afirmar que a metodologia compreende as
seguintes fases: Análise da Demanda; Análise da Tarefa; Análise das
Atividades; Resultado da Análise
Ergonômica do Trabalho e Recomendações. Segundo Wisner (1987), a análise da
demanda é uma fase sempre importante do estudo ou da pesquisa: deve-se analisar
a representatividade do autor da demanda, a origem da demanda (demanda real e
demanda formal), os problemas (aparentes e fundamentais), as perspectivas de
ação e os meios disponíveis. Já segundo Santos (1993), a demanda pode ter
origem de pessoas ou de grupos diversos da empresa. Ela pode se originar
diretamente dos trabalhadores, das organizações sindicais ou mesmo da direção
da empresa. Observado a origem da demanda um segundo passo seria estabelecer o
objetivo da demanda, de forma a delimitar a direção que o estudo seguirá, quais
os meios necessários e disponíveis para coleta de informações, bem como
questionar a revelância do problema apresentado (o problema apresentado pode
ser somente o início de problemas ergonômicos mais sérios ou mesmo pode estar
mascarando-os). Nesta fase procura-se também avaliar se a demanda é consistente
e está de acordo com os princípios ergonômicos. Santos (1993) afirma ainda que,
é necessário esclarecer a todos os interessados os objetivos do estudo, assim
como, divulgar as informações em todas as fases do estudo para que haja, desta
forma, um envolvimento dos diversos atores ou parceiros sociais do processo
(Santos, 1993). A intervenção ergonômica começa no campo que se chama de
análise do posto. Diferentes técnicas são utilizadas para este efeito:
observação direta do especialista, observação clínica, registro das diversas
variáveis fisiológicas do operador, medidas do ambiente físico (ruído,
iluminação, vibração, temperatura, umidade, etc.) e coleta de dados
relacionados à informações gerais do posto em estudo. Num segundo momento, são
reconhecidas e classificadas as principais exigências do posto de trabalho, que
são seguidas por sugestões de modificações com a finalidade de aliviar os males
detectados. Nesta fase devem ser apresentadas e discutidas a viabilidade das
medidas corretivas com a direção da empresa, com o objetivo de se firmar um
compromisso que constituirá a base dos trabalhos de mudanças do posto. Deve ser
ressaltada a importância da participação dos trabalhadores. Sua participação
não deve ser limitada à uma simples coleta de opiniões, mas deve servir de
grande auxílio na descrição da realidade do trabalho, das atividades
perceptivas, cognitivas e motoras dos mesmos, sendo esta uma forma de validar
as informações obtidas na primeira fase (Wisner, 1987). Inúmeros são os fatores
que influenciam as relações entre o homem e sua tarefa, modificando a carga de
trabalho. Constituem-se alguns deles no campo de ação da Ergonomia, como: o
meio ambiente físico (ruído, iluminação, vibrações, ambiente térmico); a
duração, os horários e as pausas de trabalho;
o modelo de aprendizagem, as ordens dadas. Enquanto a tarefa consiste
naquilo que deve ser realizado e que meios estão disponíveis para esta
realização, a atividade significa o que realmente é realizado pelo trabalhador
com os meio disponíveis. É o trabalho real, enquanto a tarefa é o trabalho
formal. Assim, do ponto de vista da ergonomia, as atividades do homem no
trabalho podem ser modeladas sob a forma de um sistema fechado, compreendendo
os elementos principais, de um lado o homem e do outro lado, a tarefa que ele
deve efetuar (Santos, 1993). Pode-se distinguir as atividades físicas ou
musculares das atividades mentais. Entretanto, não é possível separar estes
dois tipos de atividades em classes independentes. Deve-se levantar,
respectivamente, as atividades mentais e a atividades físicas, exigidas para
execução do trabalho, sabendo-se que ambas existem simultaneamente e que elas
estão ligadas por relações funcionais (Santos,1993). A atividade física no
trabalho aparece de imediato ao observador, mesmo inadvertido, já a atividade
sensorial e mental não é aparente; todavia, praticamente em toda as tarefas,
mesmo as mais simples, essa atividade existe, mais ou menos importante, mais ou
menos complexa. A atividade do trabalhador implica em uma coleta permanente de
informações sobre o estado momentâneo do processo. Contudo, cabe ao organismo
informar ao operador a respeito do seu próprio estado (colocação dos segmentos
corporais, níveis de contração muscular, etc.). Já as funções mentais exercem a
função de detectação (papel dos receptores sensoriais), de identificação
(distribuir o que é informação útil ou não) e de interpretação (dar um
significado a essas informações), tendo como auxílio a memória, onde armazena
as experiências passadas. Mas, nem sempre as informações que lhe são úteis são
fornecidas por dispositivo técnico - por exemplo, manuais, procedimentos
escritos, informações visuais, etc.- e sim, construídas à partir da sua
experiência pessoal ou da sua profissão. A tomada de decisão a partir dessas
diferentes operações mentais pode se manifestar de várias maneiras: movimentos,
esforço, ordem, espera, etc. Desse modo pode-se concluir que a atividade mental
prepara e comanda a atividade física. A preocupação em encontrar a melhor
maneira de realizar o trabalho na construção civil já é antiga, inicia-se com
os precursores da Ergonomia. Frank B. Gilbreth, ainda no início do século
passado, em seus estudos de movimentos e gerência de oficinas quando realizou
uma pesquisa sobre assentamento de tijolos pelos pedreiros de alvenaria de
tijolos, reduzindo os 18 (dezoito) movimentos primitivos para apenas 5 (cinco)
movimentos (Taylor, 1978). Atualmente existe nas empresas de construção uma
busca pela qualidade. Segundo Bodroff apud Picchi (1993), identifica-se dois
grandes enfoques nas ações das empresas de construção, no que se refere a
qualidade: um enfoque técnico, implementando mais especificamente nas obras e
orientando para processos de gerenciamento e de controle; e um enfoque organizacional, tentando
transformar toda a estrutura da empresa (política da qualidade total),
consistindo em um projeto completo para a empresa. Na área acadêmica existem
vários estudos na construção civil, voltados para a organização, melhorias das
condições de trabalho e treinamento da mão-de-obra. Esses estudos podem ser
classificados segundo duas abordagens, uma delas enfoca apenas os dispositivos
técnicos: os materiais, produtos e processos utilizados, controle de custos,
padronização de serviços, produtividade e os métodos de medição e utilização de
novas tecnologias no processo produtivo; e uma segunda linha de pesquisa, mais
sociológica que se traduz no conteúdo e na organização geral das atividades do
trabalho e se preocupa com os efeitos dos dispositivos técnicos sobre o
trabalhador. Desta forma, pode-se considerar que, os estudos desenvolvidos
sobre o processo de trabalho na construção, a nível nacional, segundo pesquisa
realizadas, dentro de uma abordagem técnica, podem ser classificado segundo os
seguintes temas: filosofia gerenciais aplicadas ao trabalho em obras;
produtividade e sua medição; ensino de
gerenciamento da construção; treinamento
de mão de obra e manuais de procedimentos para a realização de serviços de
construção. E os temas que enfocam os aspectos sociológicos: estudo dos fatores que afetam a produtividade
(segurança do trabalho, rotatividade e absenteísmo); sindicalismo, custos e leis sociais na
construção; histórico do emprego da mão
de obra e das características dos trabalhadores (perfil dos trabalhadores na
atualidade, geração de empregos na construção civil, qualidade do emprego
oferecido, função do emprego na construção civil); evolução tecnológicas e seus reflexos sobre
os trabalhadores; e aspectos da
ergonomia do trabalho. Com relação aos estudos de Ergonomia, pode-se dizer que
são bastante recentes na construção civil, e ainda estão limitados à Ergonomia
num nível físico. Tais trabalhos se preocupam, em geral, com as condutas
assumidas pelo trabalhador para desenvolver sua tarefa, com dados
antropométricos, que são utilizados para reprojetos de ferramentas, ou com
aspectos relacionados a segurança no trabalho. Poucos trabalhos fazem análises
num nível cognitivo: aprendizado, tratamento de informação e motivação. Dentro
deste contexto, é importante utilizar o enfoque ergonômico na organização do
trabalho, mostrando tanto o nível físico quanto o cognitivo do trabalho,
tentando, desta forma, juntar os aspectos sociológicos e tecnológicos numa
única abordagem, à partir de uma visão sociotécnica da organização. Assim
sendo, a partir da utilização da bibliografia disponível, da avaliação e
análise do dispêndio de trabalho no canteiro de obras, é que se pretende
verificar a exposição dos trabalhadores à sobrecarga térmica quando da
aplicação de revestimentos cerâmicos em edificações verticais, fazendo uso da
metodologia disponível para encontrar os aspectos que afetam o rendimento e a
produtividade da comunidade laboral. Veja mais aqui.
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