REFLEXÕES DE
JORNADA À SOMBRA DA AMENDOEIRA – Imagem: Lonely, art by Jeff Kolker. - Para tudo há um outro lado: a chuva que cai
atrapalha o trânsito de quem está com pressa nas ruas alagadas, o Sol radiante
eleva a temperatura ao suor de calor de quase levar o juízo ao colapso de tão
insuportável. O tempo não para e a distância entre o objetivo e a satisfação,
cada vez mais se complica diante de tantas dificuldades. Assim caminha o racional
mecanicista, determinista e positivista, unilateral na vontade férrea e
devastadora em busca das recompensas que, por erro de planejamento ou de
cálculo, malogra para conduzir apenas à angustia e ao desespero. Para evitar
tudo isso busca-se a futilidade de atalhos evitando-se esforços, até receitas
com métodos fáceis ou regra geral que, num passe de mágica, seguindo-se o
manual de instruções, tenha tudo palatável e simples de dar certo. E não dá,
mesmo assim, aí é o fim do mundo. É a hora que do chão não passa e, com maior
ou menor grau de profundidade, percebe-se que há uma íntima relação entre a
vida do ser humano com os paradoxos e a correlação dos contrários: tudo está em
interconexão. É quando se vê que a chuva irriga a Terra pra festa da Natureza e
o Sol ilumina tudo e todos da alvorada ao crepúsculo na lição real da vida. Vê-se
que o relógio parou e com a chegada da noite nenhuma distância é visível. Ao anoitecer
acende-se a vela apreendendo que a jornada se constrói passo a passo, por meio
de períodos, fases e ciclos sucessivos e cumulativos, formado de vivências,
atitudes, pensamentos, experiências, sentimentos, ações e aprendizagens, com os
seus componentes cognitivos, afetivos e comportamentais. O que penso e sei não
responde por tudo, dúvidas à estaca zero. Descubro-me finito na infinitude,
menor que a mim mesmo, maior do que previra. Alguma coisa não me diz nada. Mais
um, pode ser. E se não sei, também não quer dizer nada: compreendo, afinal. Penso
e medito. Cada qual sua intuição: o fenômeno e a percepção - a cabeça e o coração diante do perceptível e o
invisível: tudo acontece, embora quase eu nem saiba. No trâmite da trajetória,
os altos e baixos, momentos de extrema rapidez ou estagnação: a transitoriedade
e instabilidade de tudo, coisas incompreensivelmente desconexas e subjacentes
que se combinam e recombinam na continua renovação e transformação, como se não
houvesse retorno ao passado nem presente estático. Vivo e voo para concatenar
turbulências: autoconfiança exige coragem e responsabilidade para apreender que
a impessoalidade não é frieza nem insensibilidade, mas fonte de compreensão e
poder. Se fecho os olhos, não vejo nada: uma abordagem integradora, abrangente
e orgânica de ver e pensar a vida e todas as coisas e, se possível, com uma
atitude benestrófica: todos devemos responder ao pedido de auxílio - tratar dos
enfermos, confortar os infelizes, proteger os necessitados, conhecidos ou
desconhecidos, sem controle nem objetivo de sucesso. Isso contraria tudo que se
aprendeu durante a vida com as quedas e remorsos. É preciso seguir. Persisto e
persevero: é preciso agir com consciência elevada - como a radiação de uma vela
acesa, o fruto na árvore, o conteúdo de um livro: indistintamente. Ah, qual melhor?
Não sei. Todas são igualmente válidas, desde que se tenha a compreensão de que
o querer universal se manifesta através do homem. Então, pra mim mesmo – e cada
qual compreende por si – dou o primeiro passo: é só escolher o caminho, seguir
adiante, degrau por degrau, passo a passo. Apesar de só, não há solidão: todos fazemos
parte da criação. © Luiz Alberto Machado. Veja mais aqui.
Curtindo The
Three Masses (Hyperion Records, 2014) do compositor inglês William Byrd (1543-1623), com a
Westminster Cathedral Choir & Martin Baker.
Veja mais sobre:
Mulher & Solidariedade, Sêneca, Molière, a música de Joyce & Julia Crystal, a pintura de Paulo Paede, a literatura de
Nilza Amaral, a poesia de Dilercy Adler, o cinema de Neil Jordan & Ruth
Negga, a arte de Claudinha Cabral & A mulher medieval aqui.
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Zygmunt Bauman, Filosofia & Psicologia de Ken Wilber,
a literatura de Kenzaburo
Oe, A música de Franz
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DESTAQUE: PENSAMENTO DE EINSTEIN
Eu penso 99
vezes e não chego a conclusão nenhuma. Mas quando paro de pensar, a verdade
surge. Pensar é importante, não para se obter uma resposta, mas para se criar
uma condição para que a resposta surja em nossa consciência.
Pensamento do físico, cientista e escritor alemão Albert Einstein (1879-1955). Veja mais
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CRÔNICA DE AMOR POR ELA
A arte do pintor mongol Otgo.
CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Recital
Musical Tataritaritatá - Fanpage.