TUDO É BRASIL!!!! – Tudo é
Brasil do Oiapoque ao Chuí, seja luxo ou qual chué: a cana das matas, o ouro
das Minas, os pampas, o pantanal e a floresta amazônica, oxente, uai sô, tchê, é
o que é, o lixo dos rios, os pedintes da Paulista, a maravilha do Rio, a
corrupção de Brasília, tudo é Brasil e muito mais! Será que é? Não é. É. O que
cai de cima e fode embaixo, o que é pra ser certo e sai errado; o sim para
negar e quando é não: duas vezes não; o que é de todos nas mãos de um só e seus
acólitos com coprólitos: tudo muitos e uma Terra só! O que é pra amanhã e seja
lá o que Deus quiser, ó! E é? A covelada e o chute na canela, a pisada no calo,
o coice de calcanhar, o queixo na costela! O nadar no seco e morrer na praia, o
atirar com espoleta alheia e o amigo da onça vizinho, o rabo de arraia e o anjo
da guarda, e quem não gosta de samba e dança sozinho. O vamos ver na horagá, o
pé atrás perdeu a vez, servir a dois patrões pra ser sempre o freguês. Fé na
perua e o risco do lápsi, enche a pança e sabe que quem arrisca nunca petisca,
ou se lasque. A queda da bolsa e perdeu a deixa, levou rasteira, só incerteza. O
que não mata engorda e quem não sabe pular corda, só farelo nas beiradas. Quem não
é seu camarada sobra só pras lambaradas. Quem não está na rodinha toma na
tarraqueta da carestia. Quem não respeita carteirada, ou sifu ou vira a quenga
da casa. Quem não baba o estafe finda segurando tacape. Quem não cai por cima
do alheio, fica fazendo papel feio. Quem não caga na entrada, deixa tolote na
saída. Quem não se enturma fica fora, já foi tarde, perdeu a hora e a ida. Quem
não chora não mama, nem se apropria do cu de mãe Joana: só pra se arrumar que não
é besta! Eita! Quem não lesa a patriamada fica pobre de Jó com bronca até o gogó.
Não ligue, siga em frente! Você nunca desiste: o sangue na canela e o apupo
poxa, e rente! O freio de arrumação e leva tudo nas coxas, a cusparada e a
fricção de ferro no aço, o talho na pele e os pés descalços, o prego
enferrujado e a burocracia, o sangue no avelós e o pão da padaria, o cogumelo
na ripa do arame farpado, o raio na escuridão e o escândalo da nudez pra todo
lado. O tabu e o aleitamento materno, a pica no cu e os olhos cegos no inferno,
a boca banquela e o peido-de-veia, a frieira nos pés é só bilu-teteia, o suor
na virilha e o intelectual de sovaco, ou leva tudo na caixa dos peitos ou cai
no buraco. A fivela no umbigo só cevando a porquinha, o requebro das ancas e o
lance da calcinha, o segredo de algibeira e a gravata de colarinho, a saia no
joelho e o calor na bacorinha. A abotoadura das mangas e a bunda no asfalto, a
dor de cotovelo, mãos pro alto é um assalto! A sorte na ombreira e a pulga na
orelha, o cafuné no piolho e o sal se pisando na moleira. Um palmo de língua e
tudo pelo pescoço, bate palma o saco cheio e que roa o seu osso. A cara na
parede e a pisada de bola, um lero-lero, haja pé na bunda, pernas pra que te
quero. O desejo do querer pra sair do armário, a estaca na vagina, o arbitrário.
A vigilância de manter e a corda no gogó, o choro de perder, lascou o pão de ló.
Se não é de graça é festa de urubu, preste bem atenção, senão toma no cu! Quem não
foi ficou aqui para ver como é que é, como é que fica: cuidado, você pode se
estrepar numa tremenda duma pica! Tudo é pé no saco ou sopa no mel. Se escolheu
provou do azedo e do fel. Quer trabalho? Não, só emprego. Então vá brincar com
um caralho no rego. Todos querem só poder! Então vá se foder, tome no cu e
passe bem! Pegue o beco, o que é de todos não é de ninguém! © Luiz Alberto
Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui
Curtindo
o álbum (cd/DVD) Jamiroquai – Live at
Montreux (2003), da banda inglesa Jamiroquai.
PESQUISA:
[...] surgia assim
uma sociedade nova, urbana, ilustrada pelas catedrais, que começava a ser
construídas em lugar dos conventos e que recebiam sobre suas naves todas as
camadas da população, corporações e confraria, autoridades civis, eclesiásticas,
ricos comerciantes e caciques indígenas, além de multidões composta de índios ,
mestiços, negros e mulatos, além de brancos pobres [...].
Trecho extraído da obra A colonização do imaginário: sociedades indígenas e
ocidentalização no México espanhol, séculos
VXI – XVIII (Companhia das Letras, 2003), do
historiador francês especializado em questões latino-americanas, Serge Gruzinski.
LEITURA
[...] A barca está toda iluminada com cordões de lâmpadas,
a praça cheia, a orquestrinha afina os instrumentos, há os namorados, os
vendedores de guloseimas, os velhos saudosistas das jornadas. Almirante Siri,
ondenança ao lado, está postado a uns vinte metros de distancia, examinando
tudo, aprovando, todos estão compenetrados. Casualmente, olha para a esquerda e
vê a mulher, contemplando-o, é uma mulata de cabelos lisos e lustrosos, quer
ser dele, vê-se. Almirante Siri curva-se um pouco, procura falar o mais
refinado boa noute. Ela mal responde, abrindo a boca para o sorriso de dentes
alvos e certos. Almirante Siri não perde muito tempo, conhece sua força, ataca
hoje à noute? A mulata balança a cabeça. Depois da função, ele acrescenta. Justo
neste momento a orquestrinha dá o sinal e ele se despede, numa curvatura,
seguido por Zé Pitpo: Com licença, vou comandar o meu barco. [...].
Trecho do
conto O almirante, extraído da obra O general está pintando (Globo, 1973), do
escritor, advogado, dramaturgo, jornalista e tradutor Hermilo Borba Filho
(1917-1976). Veja mais aqui e aqui.
PENSAMENTO DO DIA:
[...] Mas não se iluda: vai piorar. Não há limite
para o pior.
Trecho
extraído do texto Literalmente, do
professor, apresentador de TV e colunista Pasquale
Cipro Neto.
IMAGEM DO DIA:
A arte da fotógrafa e artista visual Jennifer Nehrbass.
Veja mais sobre A Viagem Noturna do Sol, Omar Khayyãm, Constantin Stanislavski,
Walter Crane, Roberto Crema, Walter Scott, Arturo Ripstein, Sylvie
Vartan, María Rojo, Francis
James Mortimer & Mário Cesariny aqui.
DESTAQUE
A arte do
escultor italiano Emilio Fiaschi (1958-1941). Veja mais aqui.
CRÔNICA DE AMOR POR ELA
CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Paz na
Terra
Recital
Musical Tataritaritatá - Fanpage.