A VIDA SE DESVELA NOS MEUS OLHOS FECHADOS (Imagem:
arte do pintor Top Thumvanit) - Pra
onde vou nada de novo sob Sol, nada demais. O caminho é o mesmo pra todo mundo:
a morte - o que pra mim nada mais é que continuidade. Reinvento o trajeto, recrio-me,
deixo os sentidos em casa e vou de peito aberto. Às vezes penso que não tenho
nada a ver com tudo isso, exercito o perdão, se há mais que tolerância, conto
até dez ou mais. Sinto que tudo e todos são em mim tudo que sou: pedaços ao léu
que quero juntar, trapos que não servem mais e ainda servem pra mim porque com
eles me reconcilio e sou todo esperança. E sigo adiante mesmo que tudo não
passe de uma sala contígua em que sou mais que dividido de mim mesmo, por assim
dizer, o que de mim se perde nos labirintos que sou de tudo ou nada. E teimo em
seguir adiante, mesmo que só espreite o gelo das pessoas, as sombras da
injustiça, o alfabeto desmoronado, gente de má reputação, águas escassas,
objetos descartados, latidos de cães, infindáveis lamúrias e murmúrios, moscas
nos dejetos e esgotos, armadilhas, vulgaridades, trapaças, comidas estragadas, patéticos
admiradores de si próprios com sua cretinização - uma pluralidade de coisas e idéias
que se catalogam exaustivamente nos meus desvarios e tão cheios de imprecisões:
ah, cabeça minha, memória que perco calendário inútil e olho pra frente como
quem sabe pra onde vai, com todos voltando pro desafio, como se fizessem
apostas, quem viver, verá. E mesmo assim me mantenho adrede desajeitado e todo
esperança porque sou do futuro agora e não há mais nada que não seja apenas a
percepção dos sentidos, porque fecho os olhos e do visinvisível a vida se
desvela. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui.
Curtindo o álbum Garra
dos sentidos (Erato, 1998), da cantora portuguesa Mísia.
PESQUISA
[...] Quando
estamos zangados, temos o impulso sentido e/ou acompanhado de ação, de realizar
ações de tipos particulares, e, a não ser que a raiva seja suprimida, nós de
fato passamos a executá-la. Existe uma íntima e peculiar relação entre a emoção
e a maneira natural de desafogá-la, com a qual, se já experimentamos nós mesmos
a raiva, estamos familiarizados. [...].
Trecho do ensaio Outras
mentes, extraído da obra Ensayos
filosóficos (Revista de Occidente, 1975 – Abril Cultural, 1980), do filósofo
da linguagem John Langshaw Austin (1911-1960), que desenvolveu a teoria
de atos da fala.
LEITURA
[...] Nós mulheres não podemos ir em busca de aventuras,
descobrir a passagem para o Ocidente e a nescente do Nilo, ou caçar tigres no
leste. [...] Somos criadas como as
flores para parecermos belas e para nos sentirmos aborrecidas sem nos queixar. [...].
Trecho da
obra Daniel Deronda (1876), romance da escritora britânica Georg Eliot – pseudônimo de Mary Ann
Evans (1819-1880), uma sátira e pesquisa moral da sociedade vitoriana,
representando idéias cabalísticas e simpatias dos judeus proto-sionistas,
adaptado sucessivamente para o teatro e cinema.
PENSAMENTO
DO DIA:
[...] Escute,
meu amigo, eu ainda acredito que neste mundo pode se viver bem. E esta fé é a
melhor, porque sem ela, mesmo viver mal não seria possível: teria de se
suicidar. Dizem que um tolo fez isso mesmo. Ficou filosofando tanto que acabou
destruindo tudo [...].
Trecho da obra Humilhados
e ofendidos (Nova Alexandria, 2013), do escritor, filósofo e jornalista
russo Fiodor Dostoiévski (1821-1881), retratando personagens perseguidos
por sua condição social e econômica, resistentes à hipocrisia e falta de
humanidade dos ofensores, descrevendo a dura realidade e miséria com
profundidade psicologia dos personagens.Veja mais aqui.
IMAGEM
DO DIA
A arte
do fotógrafo estadunidense Edward Weston (1886-1958). Veja mais aqui.
Veja mais sobre A arte no desenvolvimento do município,
Karlheinz Stockhausen, Carl Rogers, Peter
Greenaway, Frei Betto, Agente
Social & Sociodrama, Corpo Cia de Dança, Goodridge Roberts & Fox
Harvard aqui.
DESTAQUE
A arte pintora,
ilustradora e artista contemporânea estadunidense Stephanie Sarley, autora da série de vídeos Fruto Dedilhado e do livro Cão
Dick and Friends (2013).
CRÔNICA DE AMOR POR ELA
Rainy night in Venice (2015), by Krzyzanowski Art
- Saatchi Art.
CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Zoomp-sentidos, do
designer, diretor de arte, ilustrador e educador Rico Lins.
Recital
Musical Tataritaritatá - Fanpage.