Portrait de
Madame Rémy Salvator (1900/02), do ilustrador e pintor francês Antonio de la Gándara (1861-1917).
LITERÓTICA: ESSA MENINA - Volupte, do ilustrador e pintor francês Antonio de la Gándara (1861-1917). - Essa menina é feita de lua. Ela voa na rua prontinha
querubin. E me apronta tlin tlin no alto da campina onde tudo é cantina feita
só de si. Ah, essa menina que dança com jeito, somente a gingar. Qual estrela
lá mansa na unha matutina, desde sonsa ilumina onde antes supunha nunca
existir. Ela está sempre aqui como chama na retina, como a grama que mina todo
o quintal. E se faz de vestal de todos os presságios. Ela alucina ao contágio. E
ela só vale ágio na sina do apelo a brilhar nos cabelos toda magia. O que eu
mais queria: roubar o seu cheiro, seu secreto terreiro de tangerina. Ah,
fulmina iminente – ela não é gente – é deusa a mendigar. Essa menina é feita de
mar, intensa, quiçá, real mais divina. Quando vem cabotina só me desmantela.
Ela vira a janela pronta pr´eu abrir. Essa menina chega com o olhar ardendo de
vida. Quase desvalida com a boca nas asas que vaza e é guia perdidas esquinas,
toda emoção repentina com o sopro de aguerrida na pele. O paladar que repele na
maior febre, que tudo se quebre ao sol posto - a saliva com gosto de boa
cajuína. Ela é tão traquina: o seio da boca sedenta. E venta maior ventania. E,
todavia, se põe a chover: o corpo queimando o prazer. Essa menina é feita do
rio que escorre ao quadril pra me afogar. Patati, patatá, é ela que me abriga
como se eu fosse a viga que ela quer sustentar. Essa menina, bailarina da
noite, em carne viva, vitalina, essa flor menina a me servir sucessivas
entregas, peças que prega nos meus cinco sentidos. Essa menina é feita de peso:
a coxa tatua o desejo que as pernas eqüinas rolam sobejo do sexo azul. Eu todo
taful com seus pés nos meus braços que o abraço fulmina e lateja, água que
poreja tão pequenina e vira ribeirão na luz feminina. Vingo-lhe a nuca que me
ilumina e ela me sorri encantada, franzina com a gula que vai da glória à
ruína. Essa menina e a mão culpada de amor. Ela brota, ereta, me socorre, me
empesta. Salta da grota, na greta, virada na breca, capeta, na alvura exalta,
cristalina. E tudo se arrasta, arrebata, contamina. E me larga no sopro. Meu
corpo oficina. Maior serpentina de carnaval. E me faz imortal. Vem e ilumina a
vida toda esquecida no meio da paixão. É quando, então, ela cisma do mundo e
reduz quase tudo na palma da mão onde ela mais que altaneira me deita na
esteira e me nina um milênio de paixão. © Luiz
Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui.
DITOS &
DESDITOS - A vida é oca, a alma é oca, o mundo é
oco. Todos os deuses morrem de uma morte maior que a morte. Tudo está mais
vazio que o vácuo. É tudo um caos de coisas nenhumas. Pensamento de Bernardo Soares, um dos
heterônimos do poeta e filósofo português Fernando Pessoa
(1888-1935). Veja mais aqui.
O HOMEM CONTEMPORÂNEO - [...] O
homem contemporâneo não parece mais reconhecer como naturais e humanos os
lugares e contextos sociais em que vive, assim como não consegue mais realizar,
de modo natural, os gestos e os atos mais comuns da vida cotidiana e “normal”
(o
motivo da inaptidão, da incapacidade de viver normalmente) [...].
Trecho extraído da obra Narrativa (Casa Editrice G. Principiato, 1986), do professor Hermann Grosser (1892-1953).
SEXO/GÊNERO – [...] A
distinção sexo/gênero e a própria categoria sexual parecem pressupor uma generalização do “corpo” que preexiste à aquisição
de seu significado sexuado. Amiúde esse “corpo” parece ser um meio passivo, o que é
significado por uma inscrição a partir de uma fonte cultural representada como “externa” em relação a ele. Contudo, quando “o corpo” é apresentado
como passivo e anterior ao discurso, qualquer teoria do corpo culturalmente
construído tem a obrigação de questioná-lo como um construto cuja generalidade
é suspeita [...]. Trecho de Variações sobre sexo e gênero: Beauvoir, Wittig e Foucault, da
filósofa pós-estruturalista estadunidense Judith
Butler, extraído da obra Feminismo
como crítica da modernidade (Rosa dos Tempos, 1987), organizado por Seyla
Benhabib e Drucilla Cornell.
ARTE &
LITERATURA – [...] A
arte, e portanto a literatura, é uma transposição do real para o ilusório por
meio de uma estilização formal, que propõe um tipo arbitrário de ordem para as
coisas, os seres, os sentimentos. Nela se combinam um elemento de vinculação à
realidade natural ou social, e um elemento de manipulação técnica indispensável
à sua configuração, e implicando uma atitude de gratuidade [...]. Trecho
extraído da obra Literatura e Sociedade
(Ouro sobre Azul, 2000), do poeta, ensaísta, professor universitário e
crítico literário Antonio Cândido (1918-2017). Veja mais aqui.
PREVIAMENTE - Na primeira existência aprendes logo o formato, / célula
após célula desenrola-se em meadas organizadas, planta membros, / és reduzido
lentamente a um conceito de seis letras. / Esqueces-te de como era ser
perfeito. Permaneces assim brevemente, / reconheces as oportunidades no
decorrer do tempo, roças-te à / coincidência, armas-te com a razão e o tempo, /
até demarcas uma vida anterior. / No momento em que te divides / desapareces
simultaneamente / em dois amantes. / Muitas vezes é esse o fim, vêem-se
demasiado tarde, / é como se houvesse um estranho obstáculo ou / as suas
míseras vidas se desenrolassem em cidades incompatíveis. / Por vezes,
revelas-te contumaz, encontras com exatidão / a fenda, deixas-te repentina e
imprevisivelmente / voltar a fundir-te num só. Poema da premiada
poeta holandesa Ester Naomi Perquin. Veja mais aqui.
A beleza erótica da atriz estadunidense Katie St. Ives.
SACADAS & TUITADAS:
FECAMEPA: O Brasil surgiu como terra prometida e se tornou a tragédia e na calamidade camufladas para o povo brasileiro!!!!
Paradoxo do Fecamepa: as redes de TVs que deviam ser abertas por serem públicas estão na TV paga, pode?
FECAMEPA: No Brasil, o Executivo, o Legislativo e o Judiciário vivem só de ré-pra-trás atrapalhando a vida da gente e privilegiando só os compadres, tubibas, gatunildos e ladronaldos!
Advogado é aquele que aprende a ganhar de todos os lados no litígio para derrota de ambas as partes.
Briga no Congresso Nacional é como jogo marmelada: só perde quem tá na platéia!!
Voto no Brasil é como alvo no penico: o tiro só sai pela culatra!
Paradoxo do Fecamepa II: a Música Popular Brasileira é a música que o povo desconhece!
No Brasil, de popular mesmo só lubrificação de gaia na dor de corno de todo brasileito.
No Brasil, os poucos que têm tudo não dormem de tão vigilantes, porque temem que a maioria esmagadora que não tem nada roube tudo deles.
Paradoxo do Fecamepa II: quanto mais merda o cara faz, mais o povo dá corda pra cagada dele.
EITA, PORRA!!!! Essa agora recebi por mail: Um certo cidadão passa pela porta do plenário do Congresso Nacional e só ouve a barulheira da gritaria lá dentro: “Filho da Puta!! Ladrão!!!! Salafrário, Corrupto, Falsário, Oportunista, Chantagista, Assassino, Traficante, Mentiroso, Vagabundo, Sem-Vergonha, Trambiqueiro, Preguiçoso de Merda, Vendido, Alagoano, Assaltante...”. Vixe, eita porra! Assustado, ele pergunta ao segurança que está vigilante na porta: “- O que está acontecendo ai dentro? Estão brigando?” Vai o guarda da vigilância e responde: - “Não, meu senhor, estão fazendo a chamada.". Ah, ta!
PS: uma perguntinha que não quer calar: isso que os parlamentares do Congresso Nacional fazem é ou não falta de decoro? Vamos aprumar a conversa & tataritaritatá!!! Veja mais o Fecamepa aqui & mais tuitadas aqui.
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CANTARAU:
VAMOS APRUMAR A CONVERSA
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