A arte
do artista canadense Jeffrey Wall.
LITERÓTICA: ESSA CARNE – Essa
carne é o meu repasto: glória e ressurreição. É onde eu me satisfaço e faço
história de ódio e paixão. É nessa carne que eu vou do céu ao inferno, de verão
a inverno só para me salvar. É nela a minha eucaristia com nossa sintonia e a
vida fora do ar. Essa carne é a minha crença: divina presença de sagrado
louvor. Porque ela é minha doce bailarina que me salva e ilumina e me esconjura
sem nexo crucificada em meu sexo e me faz qualquer um. É meu desjejum, santa
profanada que pira agarrada em mim e me faz seu senhor, assim, seu penhor para
que eu entenda e receba a oferenda na pira do amor. VIAGEM - É neste corpo
que sou um dos irmãos Montgolfer pelos confins das galáxias com o teodolito no
alvo, maior rolê por ai. É neste corpo que navego todas as águas de mares e
rios, todos os sabores apetecíveis dos pomares e culturas do paladar, todas as
terras de todos os continentes e todos os recantos planetários. É neste corpo
que vôo na direção do vento de todas as grandes alturas das atmosferas, de
todas as camadas superiores do universo e de todas as camadas inferiores da
terra. É neste corpo que eu vivo porque significa a vida para mim. FESTA - Bebo do seu caldo
toda vez que minha língua insone lambe sua alma entre as pernas com os sabores
de vida. E ela madeira que me faz seu cupim se espreme nua como quem canta na
voz de Joyce todos os seus desejos, como quem levita insaciável trepadeira, que
enlouquece como uma Rita Lee fuviando no cio e eu descascando a
Maria-sem-vergonha que se mija toda no orvalho da noite e que me banha com sua
baba iluminando o meu sexo que se enfia pelas corredeiras e curvas e quebradas
de sua nudez em festa para o meu prazer. E errante afoito eu vou por suas ruas,
montes, dorso, púbis e infernos e sou mais que deus no sacrifício do seu ventre
anímico. © Luiz
Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui.
DITOS & DESDITOS - Os esforços da
maioria dos seres humanos se concentram na luta pelo pão de cada dia, e em sua
maioria, graças à fortuna ou a algum presente especial, mesmo aliviados dessa
luta, são em sua grande parte absorvidos pelo desejo de melhorar ainda mais
suas condições mundanas. Há, felizmente, uma minoria composta por aqueles que
reconhecem, desde cedo em suas vidas, que as mais bonitas e gratificantes
experiências humanas não são derivadas exteriormente, mas sim vinculadas aos
próprios sentimentos, pensamentos e ações dos indivíduos. Os verdadeiros
artistas, pesquisadores e pensadores sempre foram pessoas desse tipo. No entanto,
discretamente, a vida desses indivíduos segue seu curso e os frutos de seus
esforços são as contribuições mais valiosas que podem deixar como legados aos
seus sucessores. Pensamento
do físico teórico alemão Albert Einstein (1879-1955). Veja mais aqui e
aqui.
O TEATRO ENGAJADO – […] Se alguém realmente perdeu a esperança, ele não estaria
disposto a dizer isso. A literatura lida com a moralidade, mas não
necessariamente, não como literatura, ajuda você a ser mais moral, seja por
preceito ou exemplo. Isso torna você mais consciente. O que quer dizer que isso
torna você mais humano, tornando a vida mais difícil, não menos. Quando você se
torna mais consciente, a área da escolha moral é ampliada. Você pode ser um
homem melhor; você também pode ser pior. Literatura não vai determinar qual. Não
equivale nem a graça nem as boas obras. [...] Nenhum exército pode
suportar a força de uma idéia cuja hora chegou. A nossa era de substitutos: em
vez da linguagem, temos o jargão: em vez de princípios, slogans e, em vez de
idéias verdadeiras, idéias brilhantes. Nossa é a era dos substitutos: em vez da
linguagem, temos os jargões; no lugar de princípios, slogans; e em vez de
ideias reais, ideias brilhantes. [...].
Trecho extraído da obra O teatro
engajado (Zahar, 1969), do professor, tradutor, escritor, editor e
crítico de teatro estadunidense Eric
Bentley.
VINTE E DOIS MENOS UM – [...]
Quando ficou
inteiramente só, começou a sentir uma espécie de presença e domínio da morta.
Ouviu nitidamente sua voz repetindo os argumentos de Lídia. O desenho do corpo
de Ágata plasmava-se nas paredes, na cama, no chão e, quando Susana olhou para
o espaço através da janela aberta, em vez de reparar no céu estrelado, percebeu
Ágata, deitada, com a cabeça esfacelada e as pernas nuas. [...] Falar alto
ou gargalhar é a mesma coisa. É manifestação de animalidade que a minha
natureza não suporta. Vocês conhecem a minha fascinação pelas mulheres. Nada
para mim tem um poder de atração maior do que uma mulher. Porém a mulher mais
linda, a mais perfeita, a mais fascinante, falando alto ou gargalhando, faz
crescer em mim um ímpeto monstruoso e sinto que sou capaz de abrir com as mãos
o seu pescoço. Fico desvairado; é uma repulsa incontida. Só os animais se
expressam com alarido, só as criaturas desclassificadas, moral e
espiritualmente, falam aos gritos e riem com a garganta. [...]. Trechos
extraídos da obra 22 menos 1 (Expressão
e Cultura, 1972), da poeta e jornalista do Modernismo brasileiro, Adalgisa
Nery (1905-1980). Veja mais aqui.
POEMA DE FÃ - Não bebo álcool, não tomo ópio nem éter,/ Sou embriagado de ti e por
ti./ Mil dedos me apontam nas ruas:/ Eis o homem que é fanático por uma
mulher./ Tua ternura e tua crueldade são iguais diante de mim/ Porque eu amo
tudo o que vem de ti./ Amo-te na tua miséria e na tua glória/ E te amaria mais ainda se sofresse muito
mais./ Caíste em fogo na minha vida de rebelado./ Sou insensível ao tempo –
porque tu existes./ Eu sou fanático de ti,/ Sou fanático de todos os detalhes
da tua biografia,/ Da tua graça, do teu espírito, do aparelhamento da tua
vida,/ De tu em todas as idades da tua vida./ Eu quisera ser uma unidade
contigo/ E me extinguir violentamente contigo na febre da minha, da tua, da
nossa Poesia./ Sou teu fã desde o princípio e para toda a eternidade./ Em
verdade o poeta é o maior fã de tua musa. Poema do poeta e prosador do
Surrealismo brasileiro, Murilo Mendes (1901-1975), escrito em 1954,
dedicado à paixão do poeta pela escritora Adalgisa Nery. Veja mais aqui.
A arte
do artista canadense Jeffrey Wall.
Deu a maior zonzeira a apuração dos votos da Musa Tataritaritatá 2008! Foi mesmo. Tudo começou quando a comissão organizadora – leia-se: eu -, resolveu convocar a comissão julgadora – uma verdadeira banca examinadora com os maiores experts em matéria de mulher -, para a confirmação dos 11 mil 463 votos e meio – este último foi o voto declarado do Afredo Bocoió que por ser meio homem só vale a metade. A colenda banca examinadora fez formal exigência de determinado local para a devida apuração: praia do litoral alagoano. - Lasquei-me! -, aduzi logo. Pois bem, numa dessas paradisíacas praias de Maceió, juntei a mundiça toda que ficou aboletada e pronta para sacramentar os mais esperados e badalados resultados com as vencedoras do certame. A coisa vai mais ou menos encaminhada quando de repente surge, do inopinado, para embucetar tudo, essa santa exuberância! Taí a primeira foto tirada em flagrante:
- Luiz! Luiz! Luiz! Luiz! -, era ela procurando por mim, evidentemente.
Mas a turma não deixou por menos, quando todos armaram a confusão:
- Eu!
- Eu!
- Eu
- Eueueueueueueueueueueueueueueueuuuuuuu!!!
Danou-se tudo. Isso é que é desmantelo! Num é que um avião desse pousou no meu quintalzinho? E ela:
- Luiz Alberto Machado, por favor!
Benzodeus.
Diga se um desembrulhado desse não é de endoidar!
Santa reboculosa.
Eu quase tenho um troço sem conseguir concatenar nada, balbuciei:
- Sim?!Hum?!
- Luiz, qual o resultado do concurso da Musa Tataritaritatá 2008?
Olha só: se eu estava azoadamente zarolho com tanta exuberância, nem a banca examinadora que dizia coisa com coisa.
Busuntaram na hora.
Ah, não!
Eu mesmo virei bocó desde menininho sem saber o que nem tartamudear e balbuciei no meio de óhs, oxes e ihs:
- Éeeeeee.....
A baba descia pescoço abaixo.
A minha só não, virou danação geral.
Tinha nego que até já havia armado o barraco e tava todo serelepe para se aproxegar na maior folgança.
Foi que a turma da segurança da jornalista começou a dar um chega-pra-lá nos mais afoitos, permitindo apenas a minha presença na redondeza desse monumento todo.
Valei-me, minha santa entronchada da peiada boa!
Quanto mais ela perguntava, mais eu perdia nos sim e não, pois é, isso aí, foi, então e sacumé?
Negócio desembrulhado desse não é pra menos, né?
Ela ali interrogativamente lindíssima e eu todo abiscoitado com aquilo tudo.
Nem lembro como foi que findou.
Só pergunto: essa vale ou não vale como Musa Tataritaritatá???
Taí.
Depois dessa, agora, o resultado só na semana que vem - se não chover canivetes! Vamonessa.
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