REMISSÃO
DO SONHO
– A busca no mundo é infinita, o sonho vale ocasião do meu despertar. Em vão eu
vou viver, levar meu fado vou, tragar labuta vou, distinguir o caos. Levar meu
mundo feliz sem uma cicatriz. Eu sei das coisas que na vida a gente tem que
decifrar, o vento vem levar, meu fado e sonho, ah! Realidade traz redimir o
amor no sonho de viver. Realidade ver, o tempo vir buscar vocês. Trazer do
mundo a paz, redimir meus ais. (Música & letra de Luiz Alberto Machado).
Música inserida nas temporadas de 1985/86 do show Por um novo dia. Veja mais
aqui e aqui.
Imagem: Female nude, do artista plástico Georges Henri Tribout (1884-1962)
Curtindo o álbum Sônia Goulart ao vivo (Golden G, 2000), da premiadíssima pianista,
professora e doutora em música Sônia
Goulart, resultante do concerto realizado no Ettlinger Scholss, na Alemanha.
Veja mais aqui e aqui.
EPÍGRAFE – Aut non tentaris, aut perfice, frase recolhida do livro Arte de
amar, do poeta matino
Público Ovídio Naso (43aC-18aC), que
significa: ou bem não se deve começar uma coisa, ou bem se deve levá-la a
termo. Veja mais aqui.
VICTOR,
O MENINO SELVAGEM DE AVEYRON – No livro Desenvolvimento humano
(Artmed, 2006), organizado por D. Papalia, D. Olds e R. Feldman, encontro o
relato sobre o caso de Victor, o menino selvagem de Aveyron (1788-1828), dando conta de que no
dia 8 de janeiro de 1800, um menino nu apareceu nos arredores da vila de Saint-Semin,
na província de Aveyron, no sul da França. O menino, que tinha apenas quatro
anos e um metro e trinta e sete de altura, mas aparentava ter uns doze anos,
havia sido visto várias vezes nos últimos dois anos e meio, subindo em árvores,
correndo de quatro, bebendo água nos córregos e coletando frutos e raízes. Ele não
falava e nem respondia quando lhe dirigiam a palavra e vivia como um animal
acostumado ao mato, rejeitava alimentos preparados e rasgava as roupas que
tentavam vestir-lhe. Ele foi levado para a casa e ficou aos cuidados do médico Jean
Marc Gaspard Itard
(1774-1838), aos poucos sendo domesticado por meio do método baseado nos princípios
da imitação, do condicionamento e da modificação do comportamento. A educação
dele não obteve sucesso absoluto, ocorrendo, porém, ganhos notáveis e
progressos nas relações. Deduz-se que o menino foi vítima de danos no cérebro,
autismo ou mesmo de sérios maus-tratos na infância, e que os métodos de
instrução de Itard, apesar de avançados para a época, podem ter sido
inadequados. Esse caso foi transformado em cinema pelo cineasta francês François Truffaut (1932-1984),
denominado L’enfant Sauvage (O Garoto Selvagem, 1970). Veja mais aqui.
BATE, MAS OUVE! – Quem já leu a obra do escritor Machado de Assis (1839-1908) – como eu
que tive a glória de ganhar a coleção completa com quarenta e um volumes
editados pela W. M. Jackson Inc, 1938 -, vai encontrar com certa frequência a
expressão mencionada no título deste post, que em latim é assinalada como Verbera, sed audi. Realizando uma
pesquisa sobre essa expressão, encontrei no Dicionário
de provérbios, locuções e ditos curiosos (Documentário, 1974), organizado
por R. Magalhães Júnior, como tendo sido vulgarizada por anedotas do
historiador, biografo, ensaísta e filósofo grego Plutarco (Lucius Mestrius
Plutarchus –45 -120 d.C.), na biografia do ateniense Temístocles,
quando da guerra contra os persas, ele se opusera fortemente à proposta do
generalíssimo espartano Euribíades, favorável à retirada das tropas que
ocupavam a baía de Salamina. Este fizera uma observação insultuosa, afirmando
que: Nos jogos públicos os que começam a
correr antes de dado o sinal da partida são desclassificados. Aí
Temístocles retruca: É verdade, mas os
que chegam por último lugar também são coroados de louros. A discussão
ficou acalorada quando Euribiades levantou seu bastão para desferir um golpe
contra ele, que exclamou: Bate, mas ouve! Por conta disso, o filósofo inglês Francis Bacon (1561-1626) alegou ser Temístocles o mais antigo
sábio com um paciente apelo à tolerância. Veja mais aqui e aqui.
TODO
DIA É DIA DA MULHER: CELIA LAMOUNIER DE ARAUJO - A advogada e escritoramiga Célia Lamounier de Araújo foi a pessoa
responsável por minha indicação para assumir a editoria do Guia de Poesia do Projeto SobreSites – O diferencial humano (RJ),
no início dos anos 2000, pessoa que me é muito cara e a quem devo uma
enormidade de gratidão. Ela é autora de diversos livros de poesias e crônicas,
além de organizar o Dicionário dos Padres e Vigários de Tamanduá/Itapecerica
(2001), de organizar diversos livros de trovas e de participar em diversas antologias.
Além de participar de diversas Academias de Letras, ela também edita o site
Celia Lamounier, integra a Rede de Escritoras Brasileiras (REBRA) e publica
seus trabalhos literários no Recanto das Letras. Da sua lavra, destaco o poema
Enquanto há vida: Alguém sempre existirá
de forma importante / de modo marcante nesta nossa tola vida. / Alguém sempre
merecerá de forma sentida / de maneira querida um nosso elogio. / Enquanto há
vida, amigo, / ofereça rosas a todos que admira! / E rosas não são somente
rosas, / são palavras floridas e elogiosas / são o tempo doado por mãos
bondosas / são a alegria e o orgulho pelas vitórias. / Cubra de rosas o ser
admirado / para que não sinta o frio desta vida / Cubra de incentivos este ser
amado / para que se agigante sem medida. / E rosas não são somente rosas, / rosas
são as cores da alegria / rosas são as palavras do dia a dia / rosas são nossa
presença fugidia. / Ofereça rosas a todos que admira! / Isto porque / depois de
findo o prazo / da curta convivência... / Para os que ficam / fica uma saudade
imensa / um desejo de abraçar e ajudar / um remorso pelo pouco que se deu. / Fica
um pranto infindo / pela grande incoerência / de querer dar rosas e, / só agora
lembrar quem as mereceu. / Mas para quem se vai / a enfrentar o frio de outra
vida / não resta nada... / Nem a beleza ou o perfume / Das rosas e das palmas /
que o acompanham / poderá sentir. / Nem a tristeza e a dor / ou as palavras de
saudade / banhadas em lágrimas / poderá ouvir. / E de tudo isso fica a certeza
/ de que enquanto há vida / é que existe muito tempo mesmo / para dar rosas e
fazer sorrir. / Ofereça rosas a todos que admira / Enquanto estão aqui! Veja mais aqui.
O REI DA VELA – No ano de 200 tive a oportunidade de
assistir no Teatro Brasileiro de Comédia – Sala TBC -, em São Paulo, à montagem
da peça O Rei da Vela, do escritor,
ensaísta e dramaturgo do Modernismo brasileiro, Oswald de Andrade (1890-1954),
pela companhia dos Atores, uma sátira às novas elites econômicas do país e à
aristocracia paulista envolvidas em jogos econômicos em que a agiotagem e os
acertos sexo-conjugais se equivalem, enquanto o país continua em suas ilusões
de paraíso tropical. O destaque em cena foi da encantadora, competente e
premiadíssima atriz de teatro, cinema e televisão Drica Moraes. Veja
mais aqui, aqui e aqui.
ESTORVO – O filme Estorvo (2000), dirigido pelo cineasta Ruy Guerra, é baseado na obra homônima de Chico Buarque e com trilha sonora de Egberto Gismonti, conta a história de uma cidade suspensa no tempo
e no espaço, quando o protagonista entra num mundo de terror e paranoia depois
que alguém toca a campainha de sua casa. O destaque do filme vai para atuação
das atrizes Bianca Byington, Dandara Ohana Guerra e Suzana Ribeiro. Veja mais aqui e aqui.
IMAGEM DO DIA
Todo dia é dia da atriz francesa Sarah Bernhardt (1844-1923) – A Divina
Sarah, a mais famosa atriz da história.
Veja mais Ah, esse olhar, Wolfgang Amadeus Mozart, Marc Augé, Rubem
Braga, Gabriela
Mistral, Mitsuko Uchida, Analy
Alvarez, Francisco
Ribera Gomez, Kate Holmes & Iolita
Domingos Barbosa Campos aqui.
E mais também Hypatia,
Oswald de Andrade, Sérgio Porto, Geraldo Azevedo, Mary Whiton Calkins & Parmigiano
aqui.
CRÔNICA
DE AMOR POR ELA
OS SEIOS DELA
Provo o mel do seu seio.
A lamber o anel do seu meneio
e a vida gira em carrossel.
(LAM)
Imagens: Female nude, do artista plástico francês Julian Mandel (1872-1935).