segunda-feira, maio 07, 2018

QUINTANA, LÉVINAS, JOHN DONNE, ASCENSO FERREIRA, MONTESSORI, ANCA STEFANESCU, RILDO HORA & HÉLÈNE GRIMAUD

TOLINHO, DE PRÍNCIPE A SAPO – Imagem: arte da artista visual romena Anca Stefanescu. - Pronto, desembestou de vez! Ao atravessar o mata-burro de uma instituição bancária, com o intento de dar entrada na documentação de seus direitos securitário-laborais, Tolinho teve um alumbramento: deu de cara com as feições formosas de Enoildita! Bastou isso, das pálpebras dele pararem de piscar, imobilizado ali, plantado, catatônico, estatelado, a firmar um olhar quase hipnotizado pras bandas dela. Oxe, só saiu desse estupor por trombada de um apressado fulo da vida, recompondo-se da perdição. Ajeitou-se, olhou pros lados e entre as filas, escolheu justo a dela. Isso, o alvo. Ela na frente, singela e alheia, afiava sua cobiça, dele ficar de soslaio, tapiando, só conferindo a compleição sedutora, dos pés à cabeça: Essa é das boas, toitiço cheiroso, hummm, olhos agateados, beiços de cangula insultante, um primor; pele mimosa, peitinhos apetitosos, cinturinha de pilão, rabada ancha, coxas roliças, cambitos jeitosos, um colosso, pronta pra casar. Disse pra si: Se assunte, meu véio, você está na frente do povo. Deu-lhe uma comichão nas partes pudendas, dele ligar o alerta! Agoniou-se: Isso é hora de dar vexame, rapaz? Restabeleceu-se probo, pigarreou, apertou a venta, ajeitou a beca, deu nó nas ideias e ficou ali todo sem jeito. A fila andando, ele fazia de desentendido e às olhadelas pros contornos dela. Enfim, ela chegou ao guichê e ele inquieto: Até a voz da mulher é música. Tô lascado. Aí, ao ser atendida a coisa enganchou: faltava uma fotocópia. Virou-se pra ele e falou: O senhor guarda o meu lugar? Surpreendido, ele atordoado, olhos saindo fora: Guardo sim, pode ir. E ficou lá plantado na fila, só queria ser atendido depois dela. E mandou o de atrás passar na frente, e depois outro, mais outro, e assim ficou até ela retornar. Pronto, seu lugar está guardado, pode ir pro caixa. Ela agradeceu com um sorriso, ele quase cai de tontura com tal graciosidade. Não demorou muito, chega a vez dele e ela agradeceu com grande reverência, apertou-lhe a mão afetuosamente, de modo que o mondrongo deu sinal de vida dentro da cueca, e ele: Nada não, senhora. Senhorita. Ah, senhorita, nada não. Só despertou quando o funcionário devolveu-lhe os documentos devidamente carimbados, falando-lhe algo que nem escutou, estava no mundo da lua e sem saber como descer. O que valia mesmo fora a boa ação, mas com o término do atendimento, olhou pra hora: Pronto, perdi a condução de volta, lasquei-me. Ah, mas não perdeu a viagem, Enoildita estava ali na frente conferindo os papeis. Depois de desencontros muitos no quengo, resolveu ir até ela: Tudo certo na sua documentação? Tudo, obrigada. De nada. Eita, perdi a condução! O senhor perdeu o ônibus? Perdi. Ah, tem nada não, fica lá em casa, pode ser? Ah, não seria incômodo? Nada, vamos pra lá? Eu moro logo na entrada na cidade, no Sítio dos Sonhos. Ah, sei onde é, bonito lugar, dá certinho preu pegar o primeiro bigú que passar. Que bom, então vamos. Vamos. E saíram na maior conversa mole, ele pilheriando daqui, ela risadinha de lá, assim por ruas e becos. Ao chegarem ao sítio, os pais dela haviam viajado às pressas por internação de parente numa cidade distante. Os irmãos estavam pelo meio do mundo. Ele e ela, sozinhos. Vixe! O negócio enfeiou. – Pode entrar, se pai chegar, digo que você perdeu a condução e não queria me deixar sozinha, ficou tomando conta de mim. Menina astuta, pensou consigo. E lancharam, papearam a tarde toda, coisa disso, daquilo, gastando hora e anedotas. Na boquinha da noite ela teve um desmaio. Pronto. E agora? O que vão pensar os pais dela, os irmãos, os vizinhos. Ficou que nem uma pata choca: Valha-me, Deus! Depois de muito zanzar dum lado pro outro, qual providência, socorro nenhum, achou por bem de pegar a moça e levar pra primeira cama que encontrou, deitou-a, cobriu-a e ficou futucando ideia do que fazer, afinal. Depois dos pensamentos congestionados, ele não tinha a menor noção do que poderia resolver àquela altura do campeonato. Se saísse, alguém poderia ver; e se ela morresse, ele era o culpado; se ficasse, os pais chegassem, era tarado; não sabia se ficava, fugia ou o que pudesse inventar naquilo tudo. Seja lá o que Deus quiser. E passou a ajeitá-la, conferindo e a se aproveitar da situação. E se arrependia, avançava, o calcanhar, a batata da perna, isso é um estrupício! Os quadris, a pele, os seios, isso é uma desgrama! Começou a alisá-la, acariciá-la. Rapaz, que é que tu estás fazendo? - A voz da consciência dele não dava trégua. E aí, vai ou não vai? Hesitava. Ou trepa ou sai de cima! Ah, destá. Cuidou tanto, rezou pros santos todos, aproximou-se, arrependeu-se de ter ficado. Ah, virou a cara pro perigo, encostou-se nela, beijou-a e, pronto, ela virou-se ainda de olhos fechados, ele arregalou os olhos, retribuiu o beijo e se abraçaram e se acocharam e se esfregaram e crau! Pronto, estava feito. Ele só percebeu tudo quando o dia já amanhecia. Ela sorria do lado dele. Vôte! O que foi que eu fiz? Agora é tarde, pensava. E ela: Vamos tomar café da manhã, já aprontei. Ele levantou-se, dirigiu-se pro sanitário, asseou-se o que pode, voltou, mesa posta, conversaram, comeram e danaram-se a trocar curiosidades, afetos e memórias. Lá pras tantas da manhã, saíram até o portão de entrada, apaixonados, de mãos dadas. Ele nas nuvens, riso nas orelhas. No trajeto passa uma conhecida: Tolinho, rapaz, cadê tu, hômi? Aparece! Tá, tá. E passou uma, duas, três, outra: Tolinho, olha, tem uma encomenda que a Zefa deixou pra tu lá em casa, visse? Viu, vou pegar depois. E assim foi, a ponto de Enoildita ligar o desconfiômetro, olhou pra ele e disse: Olhe, de tudo que aconteceu entre nós, não haverá outra vez! E soltou a mão dele, determinando uma distância regulamentar entre ambos. O coração dele foi pros pés. Lívido, desencontrado, olhou pra ela firmemente e pensou: essa é pra casar. E acompanhou tudo, ela toda chameguenta, pé pra lá e pra cá, sedutora, nada dele nem pensar em voltar pra sua própria casa. Depois de muito queimar as ideias, assuntou: Vou casar com ela. E ali mesmo no acesso ao sítio, virou-se praqueles olhinhos de vida e formalizou o pedido: Quer voar comigo? Poetou, pronto pra deitar a maior lábia. Ela franziu o cenho: Não tenho asas e não sou muito achegada a andar pelos ares, não. E nesse diálogo atrapalhado de asas, céu, pássaros, avoações, frio na barriga, sobe e desce, largadas e chegadas, consumiram a tarde e entraram na segunda noite, ensaiando o voo. Depois do banho, ela de vestidinho curto, provocante e decotado, por baixo só a natureza. Ele não perdeu tempo, avançou e caiu nos beijos, vasculhando tudo no corpo dela, até empunhar no maior afã o sexo acariciando-o no dela, foi só encostar o dedo no pinguelo com jeito, dela ter uns estrimiligues danados, paroxismo dos brabos, do gozo descer perna abaixo fazendo uma poça no chão. Eita! Maior molhadeiro no assoalho. Lavaram a jega madrugada adentro, embaixo dos lençóis, atrás da porta, na pia da cozinha, no canto do quarto, no frio do escuro, no escancaro das janelas, nos arrepios da alma, na embriaguez do amor, nas labaredas das paixões. No outro dia, ela na varanda, ele encostado no muro, apareceu uma vizinha que vinha às carreiras: Tolinho, mãe quer falar com tu, visse? Tá, vou lá depois. E no maior proseado pela manhã entraram pela tarde até chegar a terceira noite, maior idílio, dela descontrolar-se, segurar firme no pingolim dele e ronronar: Se ciscar por aí, corto fora, quero vê-lo capado se me contrariar. Vixe! Tolinho quase teve um troço, do bregueço sair murchando de quase se esconder na pentelheira. Eita, encolheu, foi? Ah, tá com medo. Destá. Aí ela começou com uns beijinhos lá, do cotoco se reerguer sonso, aos pouquinhos, ela numas lambidelas só via a coisa tomar jeito, todo se estirando e ela tome beiçadas pra salivá-lo todinho da baba cair colhões abaixo. Vuque-vuque medonho, na gozada ele deu um curto-circuito de acender o poste. Danou-se! Estava agora amarrado pela paixão, feitiço dela. E pintaram e bordaram, um encangado no outro, até o dia amanhecer ensolarado, papo no oitão de casa, casal apaixonado, do nada surgiu uma daquelas mulheres de fechar quarteirão: Tolinho, meu filho, tem um serviço pra tu lá em casa! Tá, eu vou. Ah, Enoildita amarrou o bode e disse: Vai nada. Ela deu uma freada de fazer greve de beijinhos e sexo. O cabra quase endoida comendo o dia todo até a quarta noite, ele já como tudo quase em paz, se achava um da casa, todo ancho, pensava já em arrumar uma meia água e entocar-se com ela nos cafundós de todas as botas perdidas. Pronto. Ia tudo bem na conversa da calçada, quando cruzou uma ex-namorada dele atrapalhando o papo: Tolinho, rapaz, tais vivo? Saudade de tu, hômi. E foi-se. Aí o tempo fechou, deu o creu. Ela ficou tão amuada de ficar intrigada dele. Tolinho saiu de si. Pra empiorar, os pais dela chegaram e, com eles, um ex dela deu sinal de vida: os olhos dela brilharam, eita! Troca de olhares, cumplicidade. Explicações daqui e dali, os pais desconfiados dele, ela maior papo com o ex. Tolinho com a situação desconfortável e nada a favor, já ia arrumando os mijados pra cair fora, quando ela, então, dirigiu-se pra ele: Sinal amarelo, rapaz! Vixe! Ela mudou da água pro vinho: Vai ver se estou lá na esquina e só me apareça aqui quando eu chamar, tá entendendo? Pronto, acabou-se o mundo. O cabra só faltava chorar, saiu tão angustiado na maior careta, perdido, coçando os cornos e os possuídos, nem sabia pra onde ia nem nada. Conseguiu uma carona na caçamba duma camioneta e foi procurar Bestinha: Bonito pra sua cara! Estava desolado, todo chocho pelos cantos, faróis baixos: Vai se apaixonar, bicho besta, o fim é esse. Ele remexeu nos bolsos, amolegou a peia, enfincou-se na cachaça e até hoje anda enamorado pelas estrelas, luas, dias, ruas, ao léu. O amor é lindo. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui.

RÁDIO TATARITARITATÁ:
Hoje na Rádio Tataritaritatá especial com a música do gaitista, violonista, compositor, arranjador, maestro e produtor musical Rildo Hora: O tocador de realejo, Interpreta Luiz Gonzaga & ao vivo Homenagem a Hermeto Pascoal; da pianista francesa Hélène Grimaud: Concerto nº 1 Brahms, Concerto nº2 Rachmaninoff & Concerto in G major Ravel; & muito mais nos mais de 2 milhões de acessos ao blog & nos 35 Anos de Arte Cidadã. Para conferir é só ligar o som e curtir. Veja mais aqui.

PENSAMENTO DO DIA – [...] E o Outro, cuja presença é discretamente uma ausência e a partir da qual se realiza o acolhimento hospitaleiro por excelência que descreve o campo da intimidade, é a Mulher. A mulher é a condição de recolhimento, da interioridade da Casa e da habitação. [...]. O rosto feminino reúne essa claridade e essa sombra. O feminino é o rosto em que a perturbação cerca e invade a claridade [...]. Na inversão do rosto pela feminilidade – nesta desfiguração que se refere ao rosto – a in-significância mantém-se na significância do rosto [...] é o acontecimento original da beleza feminina, do sentido eminente que a beleza assume no feminino [...]. A amada não se opõe a mim como uma vontade em luta com a minha ou como submissa a minha, mas ao contrário, como uma animalidade irresponsável que não diz verdadeiras palavras. A amada retorna à posição da criança sem responsabilidade – esta sedução, esta juventude, esta pura vida ‘um pouco animal’ –, deixou seu estatuto de pessoa. [...]. Trechos extraídos da obra Totalidade e infinito (Ed. 70, 1988), do filósofo francês Emmanuel Lévinas (1906-1995). Veja mais aqui.

EDUCAÇÃO, MAIS OUTRA – [...] a educação não é aquilo que o professor dá, mas é um processo natural que se desenvolve espontaneamente no indivíduo humano; que não se adquire ouvindo palavras, mas em virtude de experiências efetuadas no ambiente. A atribuição do professor não é a de falar, mas preparar e dispor uma série de motivos de atividade cultural num ambiente expressamente preparado. [...] Trecho extraído da obra Mente absorvente (Nórdica, 1949), da pedagoga italiana Maria Montessori (1870-1952), que na obra Pedagogia Científica: a descoberta da criança (Flamboyant, 1965), observou que: [...] A educação é compartilhada pela mestra e pelo ambiente. A antiga mestra ‘instrutora’ é substituída por todo um conjunto, muito mais complexo; isto é, muitos objetos (os meios de desenvolvimento) coexistem com a mestra e cooperam para a educação da criança. [...]. A professora não pode só ensinar. Ela deve ver dentro da alma, para ajudar a criança na sua cura. Ela deve formar a personalidade, não pelo ensino, mas falando à sua alma, ao seu espírito, a sua inteligência, com compreensão, humildade e respeito. [...] Veja mais aqui.

MEDITAÇÕES – [...] É muito pouco chamar um homem de um pequeno mundo; exceto por Deus, o homem é um diminutivo de nada. O homem consiste de mais peças, de mais partes que o mundo; não o que o mundo faz, mas sim o que o mundo é. E se aquelas peças fossem ampliadas [...] o homem seria um gigante, e o mundo, um anão. [...] Nenhum homem é uma ilha, completa em si mesma. Todo homem é um pedaço do continente, uma parte da terra firme. Se um pedaço de terra for levado pelo mar, a Europa fica menor, como se tivesse perdido uma montanha ou a casa de um amigo, ou a tua própria. A morte de qualquer homem me diminui porque faço parte da humanidade. Por isso, nunca mandes indagar por quem os sinos dobram. Eles dobram por ti. [...]. Trechos extraídos da obra Meditações (Landmark, 2007), do poeta, prosador e clérigo inglês John Donne (1572-1631). Veja mais aqui.

CINCO POEMAS - A CANÇÃO DA VIDA: A vida é louca / a vida é uma sarabanda / é um corrupio… / A vida múltipla dá-se as mãos como um bando / de raparigas em flor / e está cantando / em torno a ti: / Como eu sou bela / amor! / Entra em mim, como em uma tela / de Renoir / enquanto é primavera, / enquanto o mundo / não poluir / o azul do ar! / Não vás ficar / não vás ficar / aí… / como um salso chorando / na beira do rio… / (Como a vida é bela! como a vida é louca!) BILHETE: Se tu me amas, ama-me baixinho / Não o grites de cima dos telhados / Deixa em paz os passarinhos / Deixa em paz a mim! / Se me queres, / enfim, / tem de ser bem devagarinho, Amada, / que a vida é breve, e o amor mais breve ainda… EMERGÊNCIA: Quem faz um poema abre uma janela. / Respira, tu que estás numa cela / abafada, / esse ar que entra por ela. / Por isso é que os poemas têm ritmo — / para que possas profundamente respirar. / Quem faz um poema salva um afogado. OS POEMAS: Os poemas são pássaros que chegam / não se sabe de onde e pousam / no livro que lês. / Quando fechas o livro, eles alçam voo / como de um alçapão. / Eles não têm pouso / nem porto / alimentam-se um instante em cada par de mãos / e partem. E olhas, então, essas tuas mãos vazias, / no maravilhado espanto de saberes que o alimento deles já estava em ti… SEGUNDA CANÇÃO DE MUITO LONGE: Havia um corredor que fazia cotovelo: / Um mistério encanando com outro mistério, no escuro… / Mas vamos fechar os olhos / E pensar numa outra cousa… / Vamos ouvir o ruído cantado, o ruído arrastado das correntes no algibe, / Puxando a água fresca e profunda. / Havia no arco do algibe trepadeiras trêmulas. / Nós nos debruçávamos à borda, gritando os nomes uns dos outros, / E lá dentro as palavras ressoavam fortes, cavernosas como vozes de leões. / Nós éramos quatro, uma prima, dois negrinhos e eu. / Havia os azulejos, o muro do quintal, que limitava o mundo, / Uma paineira enorme e, sempre e cada vez mais, os grilos e as estrelas… / Havia todos os ruídos, todas as vozes daqueles tempos… / As lindas e absurdas cantigas, tia Tula ralhando os cachorros, / O chiar das chaleiras… / Onde andará agora o pince-nez da tia Tula / Que ela não achava nunca? / A pobre não chegou a terminar o Toutinegra do Moinho, / Que saía em folhetim no Correio do Povo!… / A última vez que a vi, ela ia dobrando aquele corredor escuro. / Ia encolhida, pequenininha, humilde. Seus passos não faziam ruído. / E ela nem se voltou para trás! Poemas do poeta, tradutor e jornalista Mário Quintana (1906-1994). Veja mais aqui.

A ARTE DE ANCA STEFANESCU
A arte da artista visual romena Anca Stefanescu.


Semana Ascenso Ferreira, Coração de Areia de Vital Corrêa de Araújo & muito mais na Agenda aqui.
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As aventuras de Tolinho & Bestinha aqui.
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Da hipocondria ao aluamento, a música d’Os Mutantes, a fotografia de Omar Roble, a arte de Sergio Martinez Cifuentes & Filipe Gil aqui.
 

CHRISTINA VASSILEVA, KATHERINE JOHNSON, MARTÍN-BARÓ, JOÃO CABRAL & MATA SUL INDÍGENA

    Imagem: Acervo ArtLAM . Ao som dos álbuns Mistérios do Rio Lento (The Voice of Lyrics, 1998), Santiago de Murcia: a portrait (Frame,...