domingo, junho 17, 2012

MO YAN, SADEQ HEDAYAT, FÁTIMA QUINTAS, ERNST MACH & LITERÓTICA

 
A arte do pintor sueco Anders Zorn (1860-1920).

 

Desejo (Letra & música de Luiz Alberto Machado)


REFÉM DO AMOR – No meio da tarde, a plenitude do dia. É quando ela, heroína minha, se faz repleta de gozo, vencedora de todos os desafios da carne e da alma. Aí ela se revela em suas orações e súplicas quando então se ajoelha e contrita no meu sexo bebe do meu gozo e faz seu rosário como quem jamais se farta e terá sempre em abundancia. E haverá de sempre comer e beber em mim a sua vida e colher os lírios do campo. E à sua vida mais lhe acrescento e ela glorifica porque derramo sobre seu corpo toda a glória da vida: porque sou o mar que invade a terra e ela a ilha que se deixa inundar pela minha voraz vontade de tê-la integral e totalmente minha. Porque na nossa contenda eu sou a orca e ela o leão marinho. Porque sou o urubu-rei cravando a minha marca para sempre sobre o seu domínio. Porque sou eu a torcida do Flamengo fanatizada por seu jeito, feito o Abaporu cada vez mais forte, viril e supremo por haver sugado e me abastecido de toda sua vitalidade. Porque sou seu ídolo de adoração e ela a deusa da minha veneração. E sobre sua majestade e submissão eu ergo a taça da nossa mútua vitória. © Luiz Alberto Machado. Veja mais aqui, aquiaqui.
  

DITOS & DESDITOS - Na vida há certas chagas que, como uma úlcera, roem a alma na solidão e a diminuem. Que relação poderia existir entre a vida dos tolos e da plebe saudável que estava bem, que dormia bem, que realizava bem o ato sexual, que nunca sentiu as asas da morte em seu rosto a cada momento – que relação poderia existir entre eles e alguém como eu que chegou ao fim de sua corda e quem sabe que ele morrerá gradualmente e tragicamente? Eu escrevo apenas para minha sombra que é projetada na parede em frente à luz. Devo me apresentar a ele. Pensamento do escritor iraniano Sadeq Hedayat (1903-1951).

 

ALGUÉM FALOU: Onde há vida, a morte é inevitável. Morrer é fácil; viver é que é difícil. Quando mais difícil fica, mais forte é a nossa vontade de viver. Pensamento do escritor chinês Mo Yan, Prêmio Nobel de Literatura de 2012.

 

OUTRA VEZPessoalmente, as pessoas se conhecem muito mal. Não conheço nada mais terrível do que as pobres criaturas que aprenderam demais. Em vez do julgamento poderoso e sadio que provavelmente teria crescido se nada tivessem aprendido, seus pensamentos arrastam-se timidamente e hipnoticamente atrás de palavras, princípios e fórmulas, constantemente pelos mesmos caminhos. O que eles adquiriram é uma teia de pensamentos de aranha muito fraca para fornecer suportes seguros, mas complicada o suficiente para causar confusão. Pensamento do físico e filósofo alemão Ernst Mach (1838-1916)

 

A MULHER E A FAMÍLIA – [...] O Brasil nasce de família, eixo da formação social e de todas as ramificações que fizeram florescer a civilização nacional. Com base no patriarcalismo monocultor açucareiro, o ethos doméstico se solidificou, gerando um modelo que vem sofrendo variações a partir da figuração feminina. Ao se alterar o papel da mulher, alterar-se-ão os outros papéis. [...]. Trecho extraído da obra A mulher e a família no final do século XX (Fundaj, 2005), da escritora e antropóloga Fátima Quintas, autora de frases outras recolhidas da obra, tais como: O silêncio tem suas vantagens, mas se encarrega de falar muito mais que as palavras. A procura da alteridade é a procura de mim mesma. Uma autognose compreensível que não me surpreende. Conheço as minhas bússolas e talvez aspire ultrapassá-las numa atitude de ousadia ao conferir-me algumas responsabilidades, que desejo partilhar para sentir-me mais fortalecida. Veja mais aqui, aqui e aqui.

 

LITERATURA INVISÍVEL – [...] Num país afogado por uma economia incipiente com grandes massas marginalizadas do processo social e cultural, foi motivo de sarcasmo quando alguns “especialistas! (o Brasil está cheio deles) começaram a falar em “economia invisível” ou em “economia silenciosa”, ao se referirem ao comércio clandestino e marginal dos camelôs que se espalham por toda nação. O fato é que o Brasil, com o seu alienígena sistema de capitalismo selvagem, é um imenso “pátio de milagres”, fruto de uma economia concentradora e elitista. [...] Pois a situação do escritor brasileiro não é muito diferente, nesse cadinho de desacerto e desilusões. Como um país é o retrato, a síntese de suas partes, o mesmo processo de marginalização sofre a nossa literatura, que não tem vez nos jornais, nas televisões, nos ditos meios de comunicação, que só se interessam pelas contas milionárias dos anúncios do fumo, do refrigerante, do automóvel de luxo (a contradição é que as multinacionais e os capitalistas esclerosados são sustentados pela miséria dos povos). [...] A literatura brasileira, no entanto, bem ou mal, se reflete, insossa e precariamente, a partir de um hipotético centro cultural [...] Porque, apesar da tecnologia gráfica avançada, tudo se faz precariamente, em meio a províncias (o Brasil inteiro) que se conservam isoladas, com feudos culturais, e os seus escritores, quase envergonhadamente, produzem uma “literatura invisível”, com o mesmo sentimento de sobrevivência (e de perseguição) e de tábua de salvação dos camelôs brasileiros. Trechos extraídos da obra Poemágico (Sioge/Imago, 1984), do escritor Assis Brasil. Veja mais aqui.

 

DOIS POEMAS - PESQUISA: Há um tempo para o peixe / e um tempo para o pássaro / e dentro e fora do homem / um tempo eterno de solidão /... O tempo é audível; também se pode ouvir a eternidade. TRÊS COISAS: Não consigo entender / O tempo / A morte / Teu olhar / O tempo é muito comprido / A morte não tem sentido / Teu olhar me põe perdido / Não consigo medir / O tempo / A morte / Teu olhar / O tempo, quando é que cessa? / A morte, quando começa? / Teu olhar, quando se expressa? / Muito medo tenho / Do tempo / Da morte / De teu olhar / O tempo levanta o muro. / A morte será o escuro? / Em teu olhar me procuro. Poemas do escritor e jornalista Paulo Mendes Campos (1922-1991). Veja mais aqui e aqui.

 

PROGRAMA DOMINGO ROMÂNTICO – O programa Domingo Romântico que vai ao ar todos os domingos, a partir das 10hs (horário de Brasilia), é comandado pela poeta e radialista Meimei Corrêa na Rádio Cidade, em Minas Gerais. Confira a programação deste domingo aqui. Na edição deste 17/06 do programa Domingo Romântico, uma produção da radialista e poeta Meimei Correa e apresentado por Luiz Alberto Machado, além de comemorar 2 mil membros parceiros no Grupo do Facebook, está com uma programação especial dedicada aos geminianos, com a participação de Igor Stravinsky, Chico Buarque, Fernando Pessoa, Walt Whitiman, Federico Garcia Lorca, Richard Wagner, Miles Davis, Bertolt Brecht, Bob Dylan & Joan Baez, Paul McCatney, Sivuca & Glorinha Gadelha, Paulo Autran, Ivan Lins, Edward Grieg, Milton Nascimento, Elis Regina, Maria Bethania, Antonio Abujamra, Toquinho & MPB4, Joyce, Angela Ro Ro, Gal Costa, Fafá de Belém, Leila Pinheiro, Bibi Ferreira, Leureny Barbosa, Zizi Possi, Oswaldo Montenegro, Ana Carolina, Djavan, Lucinha Lins, José Mauro Brant, Beto Guedes, Monica Salmaso, Dominguinhos, Isabela Taviani, Ney Matogrosso, João Pinheiro e Manu Santos, Sonia Mello, Cikó Macedo & Zé Linaldo, & muito mais! Veja mais aqui.


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MARIA RAKHMANINOVA, ELENA DE ROO, TATIANA LEVY, ABELARDO DA HORA & ABYA YALA

    Imagem: Acervo ArtLAM . Ao som dos álbuns Triphase (2008), Empreintes (2010), Yôkaï (2012), Circles (2016), Fables of Shwedagon (2018)...