quarta-feira, junho 16, 2010

PLUTARCO, YASMINA, ASSIS BRASIL, ADÃO FILHO, LUIS ALBERTO ABREU, MELGAREJO, ADAKER, LAFITTE, VIOLÊNCIA & FUTEBOL!


IH, SEI NÃO! ACHO QUE ESSA SELEÇÃO VAI MATAR GENTE DO CORAÇÃO - Pronto, entrei em campo com meus bacorejos. E quando vou pro jogo é pra ganhar, sem medo de perder. Empate é derrota pros dois.A distância entre ganhar ou perder é como o fio da navalha ou um cabelinho de sapo: qual? Quem estiver mais preparado, motivado, com a sorte em dia e a vontade pro que der e vier, não dá outra. Quem tem medo de cagar, não come. E morre de fome.Quando o Brasil começa a jogar pros lados, de banda, meio que sem graça, saquei logo o aguado. Desligo na hora e resolvo arrumar uma lavahem de roupa. Pra falta de garra, de raça e de mostrar pro que veio, melhor assobiar qualquer outra cantiga. Parece mais o ditado popular: quem tem furico, tem medo.Como qualquer melepeiro entende mais essa seleção que eu, encontrei uma curiosidade. Uma pesquisa feita por analistas do banco inglês Standard Chatered (ah, esses entendem mesmo do riscado!), baseada nos critérios metodológicos das análises de Monte Carlo, nos spreads dos swaps para default de crédito e na taxa de cambio real efetiva (como é que é?!?!), publicou um relatório reunido num catatau de 73 páginas, que o Brasil não ia ser campeão nessa Copa de 2010 de jeito nenhum. Novidade! Os 18 analistas de crédito e câmbio do Departamento de Análise de Risco da instituição financeira mencionada, chegaram nessa conclusão cientifica por meio de metodologias estatísticas que comprovam tintim por tintim, noves fora e prova dos nove. Babau! Para eles os campeões seriam ou Espanha, ou Alemanha, ou Inglaterra ou Argentina. E é? Quem foi mesmo? Num sei. Se eu tivesse no meio deles acrescentaria além desses qualquer um, debochando com uma risada boa. Outros que presumo serem raçudos especialistas no assunto são os videntes que flagrantemente sabem, além do futebol, toda obviedade nunca vista. Pois é, eles tambem adivinharam que o Brasil não ganharia. E lá vai a vidente Maca que apostou na Alemanha derrotando o Brasil na final. A Miss Knock diz que daria Gana. O feiticeiro Zulu Sebenzile Nsukwini sapecou na África do Sul. A Bete Strauss apostou na Espanha, Inglaterra, Italia, Alemanha ou França (só?). A cartomante Cinara Mattos diz que daria França. O bruxo mexicano Antonio Vásquez acha que o Brasil perderia na final para um selecionado europeu, indicando a Holanda. A numeróloga Fatima Cald foi de Espanha ou Itália. O espírita Ubirajara Pinheiro diz que a final seria entre Itália e Alemanha. Somente o nigeriano John Adatiri e o Pai Paulo de Oxalá apostaram que daria Brasil. Eita! Nessa penca de pitacos, também o adivinho presidenciável sempre preterido Doro, botou as mangas de fora e água na moringa vociferando seu borborigmo intelectual: daria Brasil. Isso, entre flatulências e coprólitos, ele bateu o pé dizendo que não adiantava olho gordo, secagem, macumba, vudu, urucubaca braba e esconjurada geral! E pra imunizar a nossa seleção o apaideguado tomou a providência fazer um arrumado com pena de bacurau, patuá, carranca, sino-salomão e cocar para enfunar o peito, saçaricando que o Brasil não ia voltar da África do Sul com os beiços com que mamou. Ia. Sei não. Gostaria muito que eu tivesse queimado minha língua – feito fiz com Felipão: meti o pau até o jogo da Inglaterra. Depois, fiquei na minha. Peru que não se emenda, melhor piar baixinho ou cair no mutismo. Mas digo lá: ih, acho que essa seleção vai matar muita gente do coração. Resta dizer mesmo com a orelha na frente da pulga: Avante, Brasil! Rumo ao hexa com Folia Caeté! Veja mais aqui.


Imagem: Orgasmo, do pintor, escritor e conferencista espanhol Miguel Ángel López Melgarejo.


Curtindo o álbum Reflections (Touché, 2001), do trompetista sueco Ulf Adåker. Veja mais aqui.

EPÍGRAFETodas as mulheres são iguais, enquanto se levantam as lâmpadas, frase atribuída ao historiador, biógrafo, ensaísta e filósofo grego Plutarco (Lucius Mestrius Plutarchus - 45-120dC). Veja mais aqui e aqui.

VOCABULÁRIO TÉCNICO DE LITERATURA – A obra Vocabulário técnico de Literatura (Tecnoprint, 1979), do escritor Assis Brasil, reúne verbetes e termos de uso corrente na história da Literatura, na crítica e no ensaio, tornando-se importante ferramenta de extrema utilidade para professores, alunos e interessados em assuntos literários, um verdadeiro manual de consulta e de informação. Veja mais aqui.

UMA DESOLAÇÃO – A obra Uma desolação (Rocco, 2001), da escritora, roteirista, dramaturga e atriz Yasmina Reza, traz um monólogo de um ancião dirigido a seu filho, condenado por ter perdido o vigor da juventude na mediocridade da multidão, ao mesmo tempo em que relembra os fracassos de sua própria vida. Trata-se de uma crítica violeta à sociedade contemporânea, evitando o niilismo juvenil numa prosa que não usa meias-palavras para expressar a visão de mundo pessimista do personagem. Da obra destaco o trecho: [..] um cantor expressou, com perspicácia, enquanto houver amor entre os homens, o mundo está salvo. Eu escuto isso, Geneviève, a palavra amor, a palavra esperança, lançadas no vazio, e só tenho um único desejo, ensanguentar o planeta. De um ponto de vista biológico, minha querida Geneviève, não suporto nenhum discurso virtuoso [...]. Veja mais aqui.

NÃO É DEFEITO BEBER – Entre os versos do folheto de cordel Não é defeito beber (Tipografia Chaves, 1927), do poeta popular José Adão Filho, destaco o trecho: [...] Antigamente quem bebia / era o negro ou o mulato, / mas hoje gente de trato / bebe de noite e de dia, / homem de categoria / tenho visto acontecer / na rua, tonto, pender / dando passadas sem prumo / se os grandes lhes dão consumo / não é defeito beber. / Muita gente da elite / só não bebe por capricho / gosta de matar o bicho / para abrir o apetite / depois a cana admite / para outro satisfazer / com vergonha de dizer / que também toma truaca / se a cabeça não ataca / não é defeito beber. Veja mais aqui e aqui.

UM TREM CHAMADO DESEJO – A peça teatral Um trem chamado desejo, do premiado dramaturgo Luis Alberto Abreu, conta a história que se passa no final dos anos 1920, quando palhaços decadentes e velhos atores mantêm em funcionamento a Companhia Aolcantil das Alterosas, com um repertorio de musicais que ainda atrai novos atores de uma classe media cheia de ilusões. Trata-se de um retrato do fim da uma era da inocência, feita de artistas mambembes em pequenos circos e trupes teatrais que vagavam pelo interior do Brasil, substituídos pelo cinema e outras formas de diversão. Veja mais aqui.

187 CÓDIGO DA VIOLÊNCIA – O drama 187 – Código da violência (1997), dirigido por Kevin Reynolds, conta a história que se passa em um colégio californiano dominado pela violência, quando um professor é esfaqueado por um aluno por se recursar aprova-lo nos exames. Recuperado e transformado, tem de enfrentar o desprezo dos alunos e o medo dos demais professores para persistir em sua heroica vocação de educador. Veja mais aqui.

IMAGEM DO DIA
 Todo dia é dia da atriz marroquina de nacionalidade francesa Yasmine Lafitte.




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