segunda-feira, novembro 26, 2007

GANDHI, DELILLO, RIVETTE, ROGGERI, ANDREA BELTRÃO, BALIBAR, ORGANIZAÇÕES, GENA MARIA & MUITO MAIS!!!


ORGANIZAÇÕES MECÂNICAS VERSUS ORGÂNICAS - Após haver efetuado leitura sobre os capítulos "Mecanização assume o comando: as organizações vistas como máquinas" e "A natureza entra em cena: as organizações vistas como organismos", do livro "Imagens da Organização", de Gareth Morgan, efetuo as seguintes considerações a respeito. Inicialmente o autor aborda sobre o mecanicismo, alegando que a máquina assumiu, ao longo dos anos, importante papel quando sua utilização aumentou o limiar das habilidades produtivas e moldaram quase todos os aspectos da vida humana. Com a máquina, o trabalho tornou-se rotinizado, eficiente, confiável e previsível, passando-se a esperar que as pessoas reproduzissem suas atividades em determinada hora e desempenhassemm um conjunto predeterminado de serviços de forma repetitiva, ocorrendo, então, a introdução de uniformidade, de extensão e de padronização dos regulamentos, com especialização crescente das tarefas; o uso de equipamento padronizado; a criação de linguagem de comando e o treinamento sistemático que envolvia exercício de guerra e disciplina. Considerando a organização como um processo racional e técnico, a imagem mecanicista tende a subvalorizar os aspectos humanos da organização, como também a ver superficialmente o fato de que as tarefas enfrentadas pelas organizações são, muito freqüentemente, mais complexas, imprevisíveis e difíceis do que aquelas que podem ser desempenhadas pela maioria das máquinas. As forças mecanicistas da organização funcionam quando: existe uma tarefa contínua a ser desempenhada; o ambiente é suficientemente estável para assegurar que os produtos oferecidos sejam os apropriados; se quer produzir sempre exatamente o mesmo produto; a precisão é uma meta; e as partes humanas da máquina são submissas e comportam-se  como foi planejado que façam. As organizações estruturadas de forma mecanicista têm maior dificuldade de se adaptar a situações de mudança porque são planejadas para atingir objetivos predeterminados; não são planejadas para a inovação. A organização mecanicista da organização tende a limitar, em lugar de ativar o desenvolvimento das capacidades humanas, modelando os seres humanos para servirem aos requisitos da organização mecanicista em lugar de construir a organização em torno dos seus pontos fortes e potenciais. Os enfoques mecanicistas da organização tem se comprovado incrivelmente populares, em parte devido à sua eficiência no desempenho de certas tarefas, mas também devido à habilidade que têm de reforçar s sustentar padrões particulares de poder e controle. Com o mecanicismo vem a teoria da administração clássica e da administração científica. Postulantes dessas idéias advogam  firmemente a burocratização, devotando as suas energias à identificação de princípios pormenorizados e métodos através dos quais esse tipo de administração poderia ser atingido. Enquanto os teóricos clássicos em administração focalizavam a sua atenção ao planejamento da organização total, os científicos visavam o planejamento e à administração de cargos individualizados. A teoria clássica trata do planejamento das organizações burocráticas. Henry Fayol, F. W. Mooney e Cel. Lyndall Urwick, interessavam-se por problemas práticos de administração e procuravam sistematizar as suas experiências a respeito das organizações de sucesso para que fossem seguidas por outros. Para eles a administração é um processo de planejamento, direção, coordenação e controle. Utilizavam por base uma combinação de princípios militares e de engenharia. Possuía um padrão de cargos precisamente definidos e organizados de maneira hierárquica através de linhas de comando ou de comunicação. Projetavam organizações como se projetassem máquinas. Visavam uma operação tão precisa quanto possível dentro de padrões de autoridade, procurando assegurar que, quando os comandos fossem expedidos de cima da organização, deveriam fluir através da organização de forma precisamente determinada, para também criar um efeito precisamente determinado. Esses princípios são básicos tanto à burocracia centralizada, como à forma modificada, encontrada na organização departamentalizada e na qual as várias unidades são autorizadas a operar de maneira semi-autônoma, sob uma supervisão e controle mais gerais do que específicos por parte daqueles que, em última análise, detêm a autoridade final. Reconheceram a necessidade de conciliar os requisitos contraditórios da centralização e da descentralização para preservar uma flexibilidade apropriada nos diferentes setores de grandes organizações. Sugerem que as organizações podem ou devem ser sistemas racionais que operam de maneira tão eficiente quanto possível. Reconheceram que era importante atingir um equilíbrio ou harmonia entre os aspectos humanos e técnicos da organização, especialmente através dos procedimentos apropriados de seleção e treinamento, mas a sua principal orientação foi fazer com que os seres humanos se adequassem às exigências da organização mecanicista, utilizando-se de técnicas administrativas do tipo: APO, PPBS e SIG's. A administração científica teve em  Frederick Taylor o seu maior expoente e maior inimigo do trabalhador. Os princípios de sua administração científica ofereceram a base para o modo de trabalhar por toda a primeira metade do século passado, predominando até hoje. Os seus princípios básicos são: 1. Transfira toda a responsabilidade da organização do trabalho do trabalhador para o gerente; os gerentes devem pensar a respeito de tudo o que se relaciona com o planejamento e a organização do trabalho, deixando aos trabalhadores a tarefa de implementar isso na prática; 2. Use métodos científicos para determinar a forma mais eficiente de fazer o trabalho; planeje a tarefa do trabalhador de maneira correta, especificando com precisão a forma pela qual o trabalho deva ser feito; 3. Selecione a melhor pessoa para desempenhar o cargo, assim especificado; 4. treine o trabalhador para fazer o trabalho eficientemente; 5. fiscalize o desempenho do trabalhador para assegurar que os procedimentos apropriados de trabalho sejam seguidos e que os resultados adequados sejam atingidos. Ao aplicar esses princípios, Taylor defendeu o uso de estudos de tempos e movimentos como meio de analisar e padronizar as atividades de trabalho. Tornando os trabalhadores servidores ou acessórios das maquinas, completamente controlados pela organização e pelo ritmo de trabalho. Os cinco princípios de Taylor levam ao desenvolvimento de "escritórios-fábrica" nos quais as pessoas desempenham responsabilidades fragmentadas e altamente especializadas, de acordo com um sistema complexo de planejamento de trabalho e avaliação de desempenho. Enquanto acelera a substituição de habilidades especializadas por trabalhadores não qualificados. O sistema de Taylor racionalizava o ambiente de trabalho para que este pudesse ser tocado por trabalhadores substituíveis. A teoria da administração clássica e a administração científica foram, cada uma delas, lançadas e vendidas aos administradores como a melhor maneira de organizar. Exemplos de modelos tayloristas atuais são as franquias, principalmente a McDonald's, centralizando o planejamento e o desenvolvimento de produtos ou serviços e descentralizando a implementação de maneira altamente controlada. Por outro lado, as empresas que se modelam orgânicas são concebidas como sistemas vivos, que existem em um ambiente mais amplo do qual dependem em termos da satisfação das suas várias necessidades, atuando em áreas mais competitivas e turbulentas, tais como empresas de alta tecnologia, nos campos aeroespacial e microeletrônica. Ela emergiu nos últimos 50 anos, inspirada na biologia, na qual as distinções são colocadas entre moléculas, células, organismos complexos, espécies e ecologia são colocadas em paralelo com aquelas entre indivíduos, grupos, organizações, populações de organizações e a sua ecologia social. Surgiam as organizações enquanto sistemas abertos com: objetivos, estruturas e eficiência ficam em segundo plano em relação aos problemas da sobrevivência e outras preocupações mais biológicas. A teoria emergiu apoiada na idéia de que indivíduos e grupos, da mesma forma como os organismos biológicos, atuam mais eficazmente somente quando as suas necessidades são satisfeitas. A idéia de integrar as necessidades individuais e organizacionais transformou-se numa poderosa força, e psicólogos organizacionais como Chris Argyris, Frederick Herzberg e Douglas McGregor, começaram a mostrar como as estruturas burocráticas, os estilos de liderança e a organização do trabalho de maneira geral poderiam ser modificados para criar cargos enriquecidos e motivadores que encorajariam, as pessoas no exercício de suas capacidades, de autocontrole e criatividade. Foi feito com que os empregados se sentissem mais úteis e importantes, dando a eles cargos significativos, bem como autonomia, responsabilidade e reconhecimento tanto quanto possível; o enriquecimento do trabalho combinado com um estilo de liderança mais participativo, democrático e centrado no empregado. Ao se planejar ou administrar qualquer tipo de sistema social, deve-se ter em mente a interdependência entre a parte técnica e as necessidades humanas. Quando se reconhece que os indivíduos, os grupos e as organizações têm necessidades que devem ser satisfeitas, a atenção volta-se para o fato de que isto depende de um ambiente mais amplo a fim de garantir várias formas de sobrevivência. Este é o enfoque sistêmico de Ludwig von Bertalanffy, fundamentando-se no princípio de que as organizações, como os organismos estão abertos ao seu meio ambiente e devem atingir uma relação apropriada com este ambiente caso queiram sobreviver. Bertalanffy concebeu os princípios da Teoria Geral dos Sistemas como um meio de interligar diferentes disciplinas científicas. Diversos conceitos foram desenvolvidos a partir da visão orgânica da organização, tais como o conceito de homeostase, que diz respeito à auto-regulação e à capacidade de conservar um estudo equilibrado, regulando e controlando o funcionamento do sistema e tomando por base a retro-alimentação negativa, segundo a qual um desvio da norma engendra ações destinadas a corrigi-lo; o princípio da eqüifinalidade, parte da idéia de que num sistema aberto podem existir numerosos meios diferentes de se atingir um estado final; o enfoque sociotécnico do trabalho, que enfatiza a importância de balancear os requisitos humanos e técnicos; a teoria dos sistemas abertos, encorajando mais genericamente o balanceamento de subsistemas; a teoria da contingência e da prática do desenvolvimento organizacional, definindo os sistemas abertos que necessitam de cuidadosa administração para satisfazer e equilibrar necessidades internas, assim como adaptar-se a circunstâncias ambientais, além de advogar que não existe a melhor forma de organizar. A forma adequada, portanto, depende do tipo de tarefa ou do ambiente dentro do qual se está lidando; a utilização da adhocracia, termo cunhado por Warren Bennis para caraterização organizações que são por definição temporárias, aproximando-se da forma de organização orgânica de Burns e Stalker, como uma forma altamente adequada para o desempenho de atividades complexas e incertas em ambientes turbulentos; a visão da população-ecologia da organização, colocando a teoria da evolução de Darwin exatamente no centro da análise organizacional. Assim, esclarece o autor, que as organizações como organismos da natureza, dependem, para sobreviver, da sua habilidade de adquirir adequado suprimento de recursos necessários aos sustentos da existência. Como a evolução ocorre através da modificação de membros individuais de uma espécie, os ecologistas populacionais argumentam que é mais importante compreender a dinâmica evolutiva no nível da população. Ambas as visões da população-ecologia e contigencial concebem as organizações como existindo num estado de tensão ou de luta com os seus ambientes. Ambas presumem que as organizações e os ambientes sejam fenômenos separados. Concluindo a perspectiva de Garreth Morgan, uma organização eficaz depende de se encontrar o equilíbrio ou a compatibilidade entre estratégia, estrutura, tecnologia, envolvimento e necessidades das pessoas, bem como do ambiente externo, seja ela mecanicista ou orgânica. A forma adequada, portanto, depende do tipo de tarefa ou do ambiente dentro do qual se está lidando. A administração deve estar preocupada acima de tido em atingir boas medidas. Resumidamente, estas são as principais ideias que se encontram articuladas e subjacentes ao enfoque contingencial da organização. Veja mais aqui e aqui.


Imagem: Female nude, do pintor suíço Émile Chambon (1905-1993).


Curtindo o álbum Padre Antonio Soler: Fandangos & Sonates (Transart, 2010), da pianista argentina Marcela Roggeri. Veja mais aqui.

EPÍGRAFEQuando um só homem atinge a plenitude do amor, neutraliza o ódio de milhões, frase atribuída a Mohandas Karamchand Gandhi (1869-1948), o grande Mahatma Gandhi que foi o idealizador e fundador do moderno Estado indiano atuou como advogado na África do Sul defendendo a minoria hindu e liderando a luta de seu povo por seus direitos. Veja mais aqui, aqui e aqui.

PROBIDADE ADMINISTRATIVA – A Lei Federal n.º 8.429, de 02/06/1992, a Lei de Improbidade Administrativa, apelidada também de "Lei do Colarinho Branco", é o diploma de normação das diversas formas de improbidade administrativa. A improbidade administrativa é o designativo técnico e jurídico para a chamada corrupção e má gestão administrativa, que, sob diversos tipos de ação e omissão dos agentes públicos, promove o desvirtuamento da condução das coisas públicas, afrontando os princípios constitucionais que regulam a atuação da administração pública, em especial aqueles previstos no art. 37 da CF. A probidade administrativa na gestão do patrimônio público, que abrange, não só os bens e direitos de valor econômico (erário) mas também de valor estético, histórico ou turístico, espécie de interesse difuso, pois bem de todos indivisível, cuja violação afeta a sociedade em geral. A probidade administrativa, princípio constitucional, intimamente relacionado com os princípios fundamentais da legalidade e da moralidade, significa, pois, a honestidade, a decência, a honradez no trato do patrimônio público. Veja detalhes aqui e aqui.

ARTISTA DO CORPO – No livro A artista do corpo (Companhia das Letras, 2001), do escritor, dramaturgo e ensaísta estadunidense Don DeLillo, trata sobre uma praticante de body art que se refugia num casarão distante, onde encontra um homem misterioso capaz de imitar seu marido que é cineasta e que havia se suicidado. Da obra destaco o trecho: [...] À noite ela ia até a porta do quarto dele e ficava vendo-o dormir. Ficava ali uma hroa e depois se conectava com a internet para ver os carros começando a surgir na estrada de duas pistas por onde se entrava e saída de Kotka, na Finlândia, ficava olhando até que ela própria conseguisse dormir, finalmente, com o nascer do dia nórdico. [...]. Veja mais aqui.

MEU AMOR – Entre os poemas da poeta e editora do blog Meus Poemas, Gena Maria, destaco o seu belíssimo Meu amor: Meu amor, sei que pensa em me deixar / mas,um dia vai voltar arrependido do que me fez / e pedindo perdão por sua ingratidão / Mas, agora que me quer distante / e pensando em me deixar... / Vejo, que já chorei um mar de lágrimas / E deixei de lado minhas mágoas / só por que te amo demais! / Saiba amor, que não sei viver sem você / Nada serei se me deixar... / E depois de tudo que vivemos / Do imenso amor que tivemos / Não desejo que se arrependa / Pois, fiz da minha vida a sua / E antes que seja tarde, volte / e entenda que de tudo farei / para que sejas feliz! Veja mais aqui. 

MEMÓRIA DA ÁGUA – Em 2002, tive a oportunidade de assistir no Teatro Alfa, em São Paulo, à montagem do espetáculo Memória da Água, de Shelagh Stephenson, dirigido por Felipe Hirsch, contando a história de três irmãs que lembram seus laços durante o funeral da mãe, quando o reencontro, com evocações e cobranças, ambientado em uma pequena cidade do litoral inglês, possui o mesmo poder da água que sempre retem e depois dissolve as substancias nela colocadas. O destaque do espetáculo ficou por conta das atrizes Andrea Beltrão, Eliane Giardini e Ana Beatriz. Veja mais aqui e aqui.

QUEM SABE? – A comédia dramática Quem sabe? (2001), do do cineasta francês Jacques Rivette, conta a história que envolve um diretor de teatro e sua amante e estrela que se veem enredados numa complexa trama de amores novos e antigos, enquanto a peça na qual trabalham – Como me queres, de Pirandello – faz uma carreira desastrosa. O destaque do filme fica por conta da atuação da atriz e cantora francesa Jeanne Balibar. Veja mais aqui e aqui.

IMAGEM DO DIA
Todo dia é dia da atriz e cantora francesa Jeanne Balibar.

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CRÔNICA DE AMOR POR ELA
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EWA LIPSKA, SAMANTHA HARVEY, LENA HADES & PERNAMBUCO DO PANDEIRO

    Imagem: Acervo ArtLAM . Ao som dos álbuns Gema (2013), Live from Aurora (2016), Phenomena (2019) e Devaneio (2023), da banda instr...