
RÁDIO TATARITARITATÁ:
Hoje na Rádio Tataritaritatá especial com a música da cantora, violonista e violeira Adriana Farias: Beleza rústica, Viola minha viola, Canarinho do peito
amarelo & Galopeira & muito mais nos mais de 2 milhões &
500 mil acessos ao blog & nos 35 Anos de Arte Cidadã. Para conferir é só ligar o som e curtir. Veja
mais aqui.
PENSAMENTO DO DIA – [...] Nos
centros urbanos se dramatiza uma tensão chave: entre totalizações do saber que
as descrições das ciências sociais duras produzem e as destotalizações que
geram o movimento incessante do real, as ações imprevistas, aqueles ocos ou
fraturas que obrigam a desconfiar dos conhecimentos demasiadamente compactos
oferecidos pelas pesquisas e estatísticas. [...]. Trecho de Imaginários culturais da cidade:
conhecimento/espetáculo/desconhecimento (Iluminuras, 2008), do antropólogo
argentino Nestor Garcia Canclini.
A TÉCNICA, A COMUNICAÇÃO & A VIDA – [...] Desde
o começo da humanidade sonha-se com isso. Nunca sofrer e nunca morrer. Ou seja,
obter a imortalidade. É o que precisamente a técnica pretende poder dar ao
homem. [...]. Trecho de
entrevista concedida pelo escritor e professor tunisiano Lucien Sfez à Revista Famecos (abril, 2008), que em sua obra
Crítica da comunicação (Instituto Piaget, 1994), assinala que: [...] A comunicação morre por excesso de
comunicação e se acaba em uma interminável agonia de espirais [...], ao
denunciar que um Frankstein tecnológico está ameaçando por se viver num mundo
de máquinas, para fabricar, transportar, pensar, contando-se com a comunicação,
vista como um conceito mágico, um agente invasor ou uma nova ciência litúrgica
do século XXI, para evitar a catástrofe iminente. Para o autor, na sociedade
atual já não se sabe comunicar consigo mesma, por conta dos valores alterados
cujas leis se dissipam e cuja coesão interna é posta em questão. Para ele, o
fator comunicação assume uma relevância inédita em termos históricos por ter a
tarefa desesperada de religar os diversos setores da sociedade mergulhados na
cegueira da especialização, da fragmentação e da confusão dos valores.
O RETRATO DO REI
– [...] Nenhuma mulher devia temer um
homem [...] juntou um arsenal que
daria para prover um grande exercito. Estão todos armados. Não há mais
autoridade. Sem comando não há paz. Prenuncia-se ali o fim da sociedade humana.
[...] isso ainda vai acabar em
desgraça. [...] Vista de longe,
parecia uma cidade limpa, inocente, em estado de graça, sem seus moradores,
seus pecados, suas intrigas. [...] Sua
vida era uma sucessão de perdas. [...] Muitos
homens acreditavam ser pecado manter conversação com mulheres. E talvez fosse
mesmo. [...] Desde criança Francisco
demonstrara vocação religiosa [...] dissera
a mão que queria ser padre. Mas não sonhava apenas ser padre. Queria ser bispo,
quem sabe arcebispo, cardeal, ou até mesmo papa. O pai, ao ouvir a expressão
dos desejos do menino, dissera: És apenas uma fruta podre nos galhos da nossa
família. [...] ajoelhou-se ao lado da
cama, postou as mãos e rezou, piedosamente, pedindo a Deus que realizasse seu
maior desejo: mandar todos os paulistas para o inferno. [...]. Trecho
extraído da obra O retrato do rei
(Companhia das Letras, 1991), da escritora Ana Miranda. Veja mais aqui e aqui.
COPLAS – A tudo, em minha boca, / um sabor de lágrimas se
acresce; / a meu pão cotidiano, a meu canto / e até à minha prece. / Eu não
tenho outro oficio, / depois do silente de amar-te, / que este oficio de
lágrimas, duro, / que tu me deixaste. / Olhos apertados / de candentes
lágrimas! / Boca atribulada e convulsa, / em que prece tudo se tornava! / Tenho
um vergonha / deste modo covarde de ser! / Nem vou em tua busca / nem consigo
também te esquecer! / E há um remoer que me sangra / de olhar um céu / não
visto por teus olhos, / de apalpar as rosas / sustentadas pela cal de teus
ossos! Poema da poeta
chilena Gabriela Mistral (1889-1957), Prêmio Nobel de Literatura
em 1945. Veja mais aqui, aqui e aqui.
A POESIA DE ARTAUD
[...] Se sou poeta
ou ator, não o sou para escrever ou declamar poesias, mas para vive-las. Quando
recito um poema, não é para ser aplaudido mas para sentir os corpos de homens e
mulheres, disse os corpos, tremer e rodar em uníssono com o meu, rodar como se
roda da obtusa contemplação do Buda sentado, pernas cruzadas e sexo gratuito,
para a alma, quer dizer para a materialização corporal e real de um ser
integral de poesia [...] tornem-se
verdadeiros, e que a vida saia dos livros, das revistas, dos teatros ou das
missas que a retêm e a crucificam para captá-la, e que passe para o plano desta
imagem interna de corpos [...].
Pensamento do escritor, dramaturgo e
diretor de teatro francês de aspirações anarquistas Antonin Artaud
(1906-1948), extraído da obra Valise de cronópio (Perspectiva, 2008), de Júlio
Cortázar. Imagem: Evocation d’Antonin Artaud, de Masson Andre (1886-1987). Veja
mais aqui, aqui e aqui.
Jornadas de Economia Política, História
Econômica e Social (III Jephes) & muito mais na Agenda aqui.
&
A arte do pintor ítalo-brasileiro Antonio Rocco (1880-1944) aqui.
&
Renascer
na manhã, a poesia de Manoel de Barros, a universidade de José Arthur Giannotti, a arte de
Marcel Gromaire, a música de Toninho Horta, Badi Assad, Max Richter e Charlotte Gainsbourg aqui.
APOIO CULTURAL: SEMAFIL
Semafil Livros nas faculdades Estácio de Carapicuíba e Anhanguera de São
Paulo. Organização do Silvinha Historiador, em São Paulo. Fone: 11 98499-2985.