
Curtindo os álbuns Vida adentro (2005), Outras
Mulheres (2012) e Sorria (2016) e
o talento musical da cantora, compositora e professora de canto Carol Andrade.
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DESTAQUE: SE O GRÃO NÃO MORRE
[...] Nossos atos
mais sinceros são também os menos calculados; a explicação que se lhes procura
dar posteriormente continua vã. Uma fatalidade me conduzia; e talvez também a
secreta necessidade de lançar um desafio à minha natureza; porque, em
Emmanuèle, não era a própria virtude que eu amava? Era o céu, que o meu insaciável
inferno desposava; mas esse inferno eu o omitia no mesmo instante: as lágrimas
do meu luto tinham-lhe apagado todas as fogueiras; eu estava como que
deslumbrado de azul, e o que eu não consentia ver mais tinha cessado de existir
para mim. Acreditei que podia dar-me a ela todo inteiro, e o fiz sem reserva de
coisa alguma. Noivamos pouco tempo depois.
Trecho da autobiografia Se o grão não morre (Nova Fronteira, 1982), do escritor francês
Prêmio Nobel de Literatura de 1947, André
Gide (1869-1951). A obra descreve a vida do autor da infância até o noivado
com sua prima. Na primeira parte ele traz lembranças da infância, a família, a
expulsão da escola por maus hábitos, as primas, o adultério da tia, lições de
piano e a descoberta da literatura e do teatro, traição e receio das
prostitutas, a pensão, as ligações adúlteras e a arte e a música influenciando
a literatura. Na segunda parte conta a primeira viagem à Argélia, a descoberta
da homossexualidade, o encontro com Oscar Wilde, redescoberta da religião, a
morte da mão e o noivado com a prima. Veja mais aqui.
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