NADA MELHOR QUE
A VIDA E VIVER ALÉM DOS PRÓPRIOS LIMITES – Imagem: Dent du
Midi, do pintor e escritor austríaco Oskar
Kokoschka (1886-1980). - A vida é
muito mais que pelejar, espernear, bater o pé e se danar de amor. Dos amores
que vêm e vão, nem todos são tão meritórios assim: chegaram e se foram, nada
mais. De resto, é só juntar os cacos e tentar se refazer dos destroços. É que
existe vida fora dos centros urbanos hostis e medonhos, com suas modas nas
vitrines e luminosos, pendengas, decisões judiciais, miudezas e patifarias.
Existe vida além dos empregos certinhos e burocráticos, com relógio de ponto,
detector de metais e o que resta de garantida aposentadora. É muito além de
comprar e vender, passar calote ou se aproveitar das oportunidades; das cenas
da TV, do consumo desenfreado, ou da gula insaciável por todas as novidades do
mercado, como se tudo não valesse mais que ter e poder. Existe vida fora das
bancas e notas do colégio, dos apartamentos com tudo arrumado e das casas
suntuosas, dos carros da feira automobilistica e do umbigo que se acha mais
importante que qualquer outra coisa do planeta. Existe vida fora dos muros
altos com segurança privada, das revistas de fofoca, do glamour das
celebridades e dos buracos afetivos que doem mais que qualquer talho profundo
na carne. Existe vida além das trapalhadas dos políticos e todas as farras da
corrupção, dos viadutos, dos prédios, dos filmes de amor, de todos os contrastes
e todas as indagações irrespondíveis. Existe vida além dessa contemporaneidade
estilhaçada para quem entende mais de solidão que os escandinavos no meio do
tédio de achar que não tem nada mais pra fazer; além das adoções por filhos
desejados só pelo capricho de pais que temem a sua solidão; do estardalhaço das
feiras e fantasias eróticas; além dos limites de qualquer crença ou de qualquer
horizonte; das salas de estar e reunião de familia, das fotos penduradas
escondendo as desavenças e as devastadoras vinganças; mais que os latifundios
de toda ambição capitalista, dos condominios luxuosos, do papel higiênico
utilizado, dos sacos de lixo jogados, das malas dos aeroportos por destinos
turísticos e entretenimento; mais do que bloco do eu sozinho e da interdependencia
entre eu e todos; do saneamento básico e ambiente salubre no meio da maior
nojeira pobretã e do progresso canhestra pela industrialização; do que apenas
se comunicar com as outras pessoas por meio de artefatos tecnológicos e contar
história ou fazer festa apenas pela conectividade; dos descontentamentos e incômodos
de ter que aturar além da paciência; além da maximização dos lucros, além da
falsa independencia de que não se precisa de ninguém e só de si proprio para
sobreviver a vida inteira, oh não! É preciso exagerar, às vezes, um pouco mais
para que a verdade possa ser dita em poucas ou simples palavras. Não há nada
mais, cada qual sua escuridão. Pior que ser cego é não enxergar a vida com
olhos sãos. Ah, pois é. Caeté mandou me chamar. © Luiz Alberto Machado. Veja
mais aqui.
Curtindo os dvds Lunário Perpétuo (2002) e Nove
de fevereiro (2006) do artista e músico brasileiro Antônio Nóbrega. Veja mais aqui e aqui.
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DESTAQUE: A CRIAÇÃO DOS HOMENS
Primeiro não
havia gente e Haipucu, o Pai, andava triste, sozinho. Ele foi pensando na vida.
Tratou de descobrir e juntar a fruta da bacaba do campo. E juntava fruta macho
e fruta fêmea. Foi juntando, juntando, emendando até ter dois pés de
comprimento. Então pôs de lado... Quando chegou a noite, ele ouviu conversa e
ficou assustado. Foi ver e encontrou as frutas transformadas em pessoas. Gostou
da sua companhia. Ficaram com ele e logo constituiram familia. Foi indo, foi
indo, experimentou juntar fruta de figueira de folha larga. Juntou e botou
debaixo da esteira, que às vezes é mágica. De noite ouviu conversa e
assustou-se. Viu que aquela fruta também tinha virado gente e ficou satisfeito,
pois já tinha muita gente para sua companhia. Depois de algum tempo, achou que
aquela gente era pouca. E experimentou colher fruta de bacaba do mato. Juntou até
um palmo de cumprimento e saiu tudo gente de cabelo comprido, dois homens e
duas mulheres, dois casais. Experimentou com mel de tataíra e também saiu um
casal, com cabeça mais pelada. Quando já tinha bastante gente, criou barriga de
perna dos dois lados. Quando Haipucu sentiu as dores do parto, procurou uma
árvore, que era uma figueira. Aí se lhe abriram as duas pernas e nasceram
quatro crianças, dois meninos e duas meninas. Junto de Haipucui só ficaram os
filhos das fruteiras.
A criação dos
homens, lenda Umutina
recolhida por Harald Schultz (Revista do Arquivo Municipal, 1949). Os Umutina
viviam antigamente na margem direita do rio Paraguai, estendendo-se até o rio
Cuiabá, migrando depois para as margens do rio Bugres. No
início do século XX, eles foram vítimas da violência do homem branco, perdendo
sua terra e sua língua nativa. Deles ainda resta a tribo Balotiponé, localizada
na Terra Indígena Umutina, no Mato Grosso. Veja mais aqui e aqui.
CRÔNICA DE AMOR POR ELA
A arte do pintor e escritor
austríaco Oskar Kokoschka (1886-1980).
CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Recital
Musical Tataritaritatá - Fanpage.