LITERATURA ERÓTICA - BIBLIOTECA
EROTOLÓGICA: O SÉCULO XX - O escritor e critico de arte francês
Guilhaume Apolinnaire (1880-1918), nascido em Roma como Wilhelm Albert Vladimir
Apollinaris de Kostrowitzky, se dedicou profissionalmente à literatura erótica,
tarduzindo Aretino, Sade, Crébilon e organizando bibliografias e antologias de
autores libertinos, além de outras obras licenciosas saídas de sua propria pena
como “La fin de Babylone” e “Les trois Don Juan”. O ensaista e poeta francês
Benjamim Péret (1899-1959) foi um destacado militante trotskista e importante
poeta do Surrealismo francês, que possuía um humor sarcástico, erótico e bufo
que está expresso em poemas como “Le grand jeu” e “Je ne mange pás de ce
pain-là”, entre outros. O poeta e ficcionista francês Raymond Radiguet
(1903-1923) foi um talentoso jovem poeta que se destacou como um importante
escritor do pós-guerra em 1918. Dedicou-se ao jornalismo e à literatura, além
de ter documentado relacionamentos com mulheres, virando piada de Ernest Hemingway
por saber usar bem a caneta como o pênis. Publicou em 1923 o seu famoso romance
“Le diable au corps” contando a história de uma mulher casada que tinha um
romance com um rapaz de 16 anos de idade, enquanto seu marido lutava no front,
provocando escândalo no país. O seu segundo romance “Le bal du Comte d´Orgel”
também tratava sobre adultério. Frank Harris (1856-1931), pseudônimo do
jornalista e editor irlandês, naturalizado norte-americano James Thomas Harris,
publicou o livro de memórias “My life and loves”, em 1922 e 1927, proibido em
vários países do mundo por sua explicitação sexual. Apesar de ele atrair muita
atenção por sua forte personalidade agressiva na editoria de revistas famosas,
foi com este livro que ele sempre foi lembrado pelas descrições gráficas dos
seus supostos encontros sexuais. Ele escreveu outros contos e romances, dois
livros sobre Shakespeare e outros esboços biográficos. O escritor e tradutor
David Herbert Lawrence (1885-1930) traz temas controversos envolvendo
sexualidade e relações humanas nos seus romances, contos, poemas, peças
teatrais, livros de viagens e cartas pessoais. A sua obra "O Amante de
Lady Chatterley" foi proibido na época e passou a circular
clandestinamente. "O Arco Íris" foi considerado obsceno. E
"Mulheres Apaixonadas" foi recusado pelos editores de Londres, sendo
só foi publicado cinco anos depois em Nova Iorque. Nas décadas de 20 e 30,
Henry Miller escandaliza com suas obras “Tropic of Cancer”. “Tropico of
Capricorn” e a trilogia “Sexus”, “Plexus” e “Nexus”, com descrições
despudoradas sobre o amor e narrativas de suas experiências. Também a francesa
Anais Nin (1903-1977), nascida Angela Anais Juana Antolina Rosa Edelmira Nin y
Culmell, ficou famosa por seu romance com Henry Miller publicado em diários
pessoais impregnados de conteúdo erótico, destacando-se “O delta de Vênus”, de
1977. Pablo Neruda (1904-1973) nome literário do poeta e diplomata chileno
Neftali Ricardo Reyes, prêmio Nóbel de literatura de 1971, cultivou o gênero
lirico amoroso no seu livro de 1924, “Vinte poemas de amor e uma canção desesperada”.
A poeta do Surrealismo inglês de nacionalidade egipcia, Joyce Mansour
(1928-1986), nascida Joyce Patricia Ades, dedicou-se ao erotismo com seu livro
“Gritos”, em 1953, onde encontra-se o poema: “Eu quero dormir com você lado a
lado Nosso cabelo entrelaçadas Nossos sexos juntou-se com sua boca por um
travesseiro...” Nas décadas de 40 e 50, o escritor, jornalista e dramaturgo
Nelson Falcão Rodrigues (1912-1980), que às vezes se assinava Suzana Flag, escandalizou
a sociedade brasileira com sua obra literária e teatral, assumindo publicamente
que: “Sou um menino que vê o amor pelo buraco da fechadura. Nunca fui outra
coisa. Nasci menino, hei de morrer menino. E o buraco da fechadura é,
realmente, a minha ótica de ficcionista. Sou (e sempre fui) um anjo
pornográfico(desde menino)”. Também a escritora lésbica e livreira Cassandra
Rios (1932-2002), nascida com o nome de Odete Rios, é autora de uma série de
livros pornográficos, tornando-se uma das mais perseguidas pela censura com 33
livros proibidos pela liberdade, sensualidade, homossexualismo e relações entre
religião, política, sexo e cultos umbandistas. Ao seu lado, a escritora
Adelaide Carraro (1936-1992) que deixou uma obra extensa com mais de 40 livros
publicados sobre sexo e violência. Em 1954, a francesa Anne Declós (1907-1998),
que se assinava sob os pseudônimos de Dominique Aury e Paulione Réage publica o
polêmico “Histoire d´O”, acusado de obsceno e sadomasoquista. Em 1955, o
escritor russo Vladimir Vladimirovich Nabokov (1899-1977) publica o polêmico
romance Lolita, popularizando a expressão ‘ninfeta’. O texto se caracteriza
como um ‘voyeurismo pedófilo’ por narrar a atração do personagem Humbert
Humbert por Lolita, sua enteada de doze anos. Em 1959, a francesa de origem
tailandesa Marayat Bididh (1932) que se assinava Marayat Rollet-Andriane e
Emmanuelle Arsan, publica a estrondosa autobiografia Emmanuelle, onde narra o
seu envolvimento com a exploração da própria sexualidade. A mulher no Brasil,
segundo Parodi (2007) já alçava alguma emancipação legal, deixando de ser
relativamente incapaz, por força do Estatuto da Mulher Casada, pela Lei
4121/62. Em 1972, o médico gerontólogo, anarquista, pacifista e escritor Alex
Comfort (1920-2000), autor de vários livros de literatura e não-ficção, publica
o seu livro “The Joy of Sex”, causando uma revolução polêmica na área sexual. Em
1976, a feminista Shirley Diana Gregory, mais conhecida por Shere Hite lança o
“Relatório Hite”, sobre a sexualidade feminina, quando era diretora do projeto
feminista de sexualidade da National Organization for Women – NOW.
Posteriormente ela publicou “The Hite Report on Male Sexualitty”, em 1981,
sobre os segredos, preferências, medos e práticas sexuais masculinas. Depois publica
em 1987 o “As Mulheres e o Amor: uma Revolução Cultural em Progresso”,
concluindo que 70% das mulheres casadas são infiéis. No Brasil, mesmo com a
Emenda Constitucional de 1977 que licitou o divorcio como remédio hábil ao
desfazimento do vinculo conjugal, a mulher, conforme Parodi (2007) continuava a
ser considerada como sexo frágil, também afetada pelas normas positivadas que
lhe retiravam muitas das garantias pessoais. A resignação da mulher casada
somente foi abolida com a edição do Código Civil de 2002, virtude da luta
própria dos movimentos feministas, cujos ganhos, conquanto paulatinos, se
tornaram fenômeno irreversível, tanto no mundo, quanto nas relações amorosas e
familiares. Em 1992, surgem os poemas eróticos do poeta Carlos Drummond de Andrade
(1902-1987), reunidos pelo autor sob título “O amor natural”, publicados
postumamente e que, conforme Oda (2010), já reverberava o erotismo drummondiano
de outras obras anteriores, reconhecidas por Houaiss e Antonio Candido desde
“Alguma poesia”, o que, segundo o autor mencionado, o livro O Amor Natural
revelou as poesias eróticas/pornográficas que Drummond manteve ocultas.
Salienta ele que “(...) O fato que torna esse livro polêmico não são apenas
suas poesias obscenas ou eróticas – podemos encontrá-las em qualquer um de seus
livros, desde Alguma Poesia até Farewell – mas o próprio tema do livro que é
apresentado despido de pudores poéticos e se inscreve dentro de uma tradição
filosófica e poética do erotismo e da obscenidade. É o poeta gauche que vai nos
apresentar novamente o nosso mundo com suas mudanças, transformações”. A
escritora, dramaturga, poeta, ficcionista e advogada Hilda Hilst (1930-2004),
foi agraciada por diversos prêmios literários que comprovam sua grandiosidade
artística. Destaca-se de sua obra os “Poemas malditos, gozosos e devotos”, de
1984; “O caderno rosa de Lori Lamby”, em 1990 e “Contos d´escárnio/textos
grotescos e alcoólicos”, “Do desejo”, “Bufólicas”, entre outros. Veja mais
aqui.
DITOS & DESDITOS – O amor é
o estado no qual os homens têm mais probabilidades de ver as coisas tal como
elas não são. Aquilo que se faz por amor está sempre além do bem e do mal. Há
sempre alguma loucura no amor. Mas há sempre um pouco de razão na loucura. Não
há fatos eternos, como não há verdades absolutas. As convicções são inimigas
mais perigosas da verdade do que as mentiras. Quanto mais nos elevamos, menores
parecemos aos olhos daqueles que não sabem voar. A vida vai ficando cada vez
mais dura perto do topo. A vantagem de ter péssima memória é divertir-se muitas
vezes com as mesmas coisas boas como se fosse a primeira vez. O que não provoca
minha morte faz com que eu fique mais forte. Querer a verdade é confessar-se
incapaz de a criar. Temos a arte para não morrer da verdade. Sem a música, a
vida seria um erro. É preciso ter o caos dentro de si para gerar uma estrela
dançante. A vida mais doce é não pensar em nada
Pensamento do filósofo alemão Friedrich
Nietzsche (1844-1900). Veja mais aqui.
ALGUÉM FALOU: Pensar
no futuro, pensar no presente. Cada criação, ela tem consequências, então, se
nós tratamos bem a natureza, se nós desenvolvermos bem a agricultura, que ela
seja sustentável, isso tem futuro. E nós precisamos do futuro. Pensamento da engenheira agrônoma
teuto-brasileira Johanna Döbereiner (1924-2000).
Veja mais aqui.
MORTE NO PARAÍSO - [...] Precisamente
o indivíduo sem pátria, em um novo sentido, se torna livre – e só quem já não
está preso à coisa alguma, não necessita mais respeitar coisa alguma. [...]
Por isso já não pertenço a lugar algum,
em toda parte sou estrangeiro e na melhor das hipóteses hóspede. [...] tenho de me lembrar de que para os seres
humanos da minha pátria há muito tempo tão pouco pertenço a ela como para os
ingleses ou norte-americanos pertenço a seus países, tenho de me lembrar de que
a terra onde nasci já não me acho organicamente preso e nestas outras nações
nunca estou inteiramente incorporado. Pensamento do escritor, dramaturgo,
jornalista e biografo austríaco Stefan Zweig (1881-1942), extraído da
obra Morte no paraíso: a tragédia de Stefan Zweig (Rocco, 2012), biografia escrita por Alberto Dines. Veja mais aqui e
aqui.
POEMA - Em todas as ruas te encontro / em todas as ruas te
perco / conheço tão bem o teu corpo / sonhei tanto a tua figura / que é de
olhos fechados que eu ando / a limitar a tua altura / e bebo a água e sorvo o
ar / que te atravessou a cintura / tanto tão perto tão real / que o meu corpo
se transfigura / e toca o seu próprio elemento / num corpo que já não é seu / num
rio que desapareceu / onde um braço teu me procura / Em todas as ruas te
encontro / em todas as ruas te perco. Poema do poeta e pintor surrealista
português Mario Cesariny (1923- 2006). Veja mais aqui.
Imagem: Liberati
VASTAS EMOÇÕES E PENSAMENTOS IMPERFEITOS DE RUBEM FONSECA
“Eu possuo o saber, sem os sentidos, o conhecimento, sem percepções visuais. Meu sonho é feito de idéias”
“Não gosto de televisão. Admito que talvez a televisão seja o meu futuro e os de todos os cineastas, lamentavelmente. Cenário sombrio: a televisão, depois de assegurar a sua posição de principal veículo de lazer e informação, torna-se o único meio de comunicação de massa, mantido por cretinos e/ou aproveitadores sinistros, que produzem uma gratificação espúria e emocionalmente deletéria para um publico passivo e apático, de todas as classes sociais (os ricos usando telas imensas, do tamanho das telas dos antigos cinemas, que não existem mais, viraram farmácias, agencias de bancos) vêem televisão durante a maior parte do tempo, uma média de doze horas por dia – muitos deixam a televisão ligada até para dormir”.
“(...) Estou nervoso pois tenho que faze e desfazer malas, fazer e desfazer amizades e também porque perdi minha por não querer dar um tiro de misericórdia na nuca das pessoas que amo”.
“(..) A religião era um grande negócio dirigido por estelionatários”.
“(...) o verdadeiro artista odeia o país que nasceu...”
“(...) O mal do nosso mundo é que as pessoas cada vez pensam menos”.
“(...) Que sensação ambígua de medo e euforia, saber que alguém o está perseguindo para matá-lo! Como é bom ter uma base real para a própria paranóia!”
“(...) cada geração que surge é pior que a outra”.
“(...) A idéia da perfeição, tanto quanto a sua busca, é uma utopia de sonhadores”.
“(...) Houve época em que pensei em me tornar escritor, mas verifiquei que não era louco o suficiente para tanto. Acho que o sujeito que é escritor, em principio, não é muito bom da cabeça”.
“(...) O arrependimento nunca é um gesto espontâneo, há sempre alguma coerção por trás dele”.
”(...) A dublagem de filmes, como regra geral, foi feita pela primeira na Itália de Mussolini. Uma coisa fascista”.
“(...) O homem necessita purgar os horrores que comete e umas das maneiras de fazer isto é não esquecê-los”.
“Lembre-se da lei da implicância universal: se você não quer ser visto, será – e vice-versa”.
“(...) ao enviuvar descobrira que não podia mais manter sua vida fútil e dissipada, a menos que se desfizesse de parte dos seus bens.assim, vendeu as jóias, as propriedades e, por fim, a filha”.
“Certamente haveria escorpiões naquele porão. Quando eu era criança, minha mãe, para me afastar do porão da casa, vivia contando histórias sobre pessoas que morreram picadas pelo aguilhão dos escorpiões. Sempre brinquei com eles de maneira cautelosa. Vi muitas fêmeas parirem bebes escorpiões vivos e andarem pelo chão com as costas cheias deles,a te que fossem cortados os laços de família e os jovens, já cheios de venenos em seus aguilhões, saíssem pelo mundo solitariamente. Porque o escorpião é um solitário, o mais misantropo dos animais, só se aproxima do seu semelhante para foder ou para lutar até a morte. (...) A fêmea mataria o macho, caso ele não conseguisse fugir, o que era muito raro, e depois iria devorá-lo, ou melhor, sugá-lo. Os escorpiões matam sua presa, ferindo-a e inoculando-lhe uma neurotoxina que causa um envenenamento parecido com o da estricnina. Em seguida injetam nos ferimentos que causaram umas enzimas digestivas, que fluidificam o tecido interno da presa. Após o que, sugam-na até deixá-la apenas um invólucro seco. (...) Enquanto a fêmea punha-se a devorá-lo, a sorvê-lo, eu olhava fascinado e ela me olhava de volta, eu sabia que me olhava de volta, desde criança eu sabia que os escorpiões me olhavam também, principalmente quando eu lhes falava no porão da minha casa: os escorpiões podem ter até doze – doze! – olhos, e quem tem tantos olhos assim tem que ser muito perspicaz. (...) o escorpião é apresentado como um personagem ignóbil, capaz de muitas traições. Pobres animais. Até inventaram que eles se suicidam quando ameaçados, o que é uma sórdida aleivosia”.
“(...) Os melhores curandeiros, classicamente, são os aleijados, os cegos, os padres e as virgens histéricas”.
“(..) Eu não queria renunciar ao mundo, mas o mundo havia se tornado uma coisa cansativa”.
RUBEM FONSECA – O premiadíssimo escritor, roteirista e advogado mineiro, Rubem Fonseca, foi comissário de polícia no Rio de Janeiro, chegando a se aperfeiçoar na área e a estudar Administração de Empresas na New York University. Depois trabalhou na Light quando, por fim, dedicou-se exclusivamente à literatura sendo agraciado com inúmeros prêmios literários por seus escritos literários e roteiros cinematográficos. Entre as suas obras está “Vastas emoções e pensamentos imperfeitos”, um romance que foi publicado em 1988 que traz a sensação de se estar no cinema assistindo a uma colagem de questões intelectuais, angústias humanas, romance policial, cenas da guerra fria, loucuras do sonho. Talvez seja o melhor da obra de Rubem Fonseca porque ler Vastas Emoções e Pensamentos Imperfeitos significa não conseguir parar um minuto sequer. É enxergar a vida e as situações cotidianas do homem dentro de uma ótica cinematográfica, na qual é necessário que haja uma lógica concisa e eficiente. Os personagens devem ser sempre muito bem definidos, suas ações delimitadas, seus sentimentos delineados para que o público capte "o quê o diretor quis dizer". E é aí que se encontra a confusão. A história de um cineasta-narrador que se envolve com uma história de pedras preciosas e assassinato, ao mesmo tempo em que começa a ler os contos do judeu soviético Isaak Bábel. A tentativa de transformar tais contos em roteiro para sua nova produção, junto aos seus confusos sentimentos e amores acaba em uma mistura da lógica racional da linguagem cinematográfica, à completa falta de lógica da linguagem inconsciente dos sonhos e a tentativa de adaptar a linguagem literária à uma realidade. E então, qual a mensagem que deve ser passada? Há algo que deve ser passado? Como organizar as vastas emoções sem deixar com que se percam em pensamentos imperfeitos? Rubem Fonseca não fornece respostas, mas incita questões - questões essas que valem muito a pena. Veja mais Rubem Fonseca.
FONTE:
FONSECA, Rubem. Vastas emoções e pensamentos imperfeitos. São Paulo: Planeta De Agostini, 2003.
Veja
mais sobre:
Se o
mundo deu o créu, sorria!, Maria Clara Machado, Fridrich
Witt, Bram Stocker, Susanne Barner, Darren
Aronofsky, Aldemir Martins, Artur Griz, Ellen Burstyn, Claudia Andujar &
Holismo, ecologia e espiritualidade aqui.
E mais:
Dicionário
Tataritaritatá aqui.
A arte
de Silvili aqui.
Validivar,
Psicanálise, Miolo de Pote & Zé-corninho
aqui.
As
trelas do Doro, o bacharel das chapuletadas aqui.
Cordel A moça que bateu na mãe e virou cachorra,
de Rodolfo Coelho Cavalcanti aqui.
Fecamepa
& Fabo Esporte Clube aqui.
Palestras: Psicologia, Direito & Educação aqui.
CRÔNICA DE AMOR POR ELA
Leitora Tataritaritatá!
CANTARAU:
VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Recital Musical Tataritaritatá