A arte do
artista minimalista estadunidense Sol
LeWitt (1928-2007).
FEMONOE, NOSCE TE IPSUM – Lá vem ela qual Pitonisa de Apolo, pronta
e sumária, para me escravizar. Chega com seu jeito divinal de quem tornou-se
pítia por profetizar meus gozos e de tanto me fazer o maior entre todos, fez-se
oracular sibile de cumes por adivinhar o que me causava maior volúpia. Eu fiava
suas premonições no meu sexo insaciável enquanto se banhava na fonte de
Castália recitando hexâmetros. Para tanto, ela jejuava por três dias, mascava
folhas de loureiro para depois, viúva insaciável, se aboletar no trípode sobre
o abismo, com exalações proféticas na primavera em Delfos. Era assim que ela me
subjugava, seminua, a escrever versos sedutores sobre uma folha volante,
enquanto eu lia os livros sibilinos que ela me deu para que eu descobrisse o
meu destino traçado. À leitura, mesmo assim, não conseguia deixar de vê-la sentada
hiante, inquieta, remexedora aos gritos e uivos, possuída pela maior provocação
aos toques em seus próprios seios, ventre e faces. A sua boca entreaberta de oráculo
délfico, língua aos lábios serpenteando minha libido, ela em frenesi, sílabas
inteligíveis, vapores de sua fenda incensavam meus desejos. Ela desce do
pronau, achega-se, mãos às minhas coxas, estonteantemente sedutora, Píton
lambendo meu cajado, ah, era a minha rendição. Ela felatriz a me levar entre
nuvens e paisagens, ao meu limite, avanço-lhe sobre seu vulto, revolvo seu
Monte Parnaso e me torno dono de sua vida e corpo, ela dada, oferecida, a mim
se entrega para gozar aniquilada: temet
nosce. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais abaixo
e aqui.
DITOS & DESDITOS – Os líderes do futuro
terão que ser visionários e capazes de liderar pessoas - bens comunicativos.
Essas são as coisas que as mulheres trazem para a liderança e os cargos
executivos, e será muito valioso e altamente procurado. Pensamento da
cientista estadunidense Anita Borg
(1949-2003), uma das fundadoras da conferencia bienal, Grace Hopper of Women in
Computing, com o objetivo de promover intereses e pesquisas das mulheres na
informatica.
ALGUÉM FALOU: Nunca tive uma chance de brincar com bonecos
ou com outros brinquedos. Comecei a trabalhar quando eu tinha seis anos de
idade. Não há duas pessoas na Terra que são similares, e a música tem
que ser assim também, ou não é música. Se não tenho amigos, não tenho nada. Um
beijo que nunca se provou, é sempre desperdiçado. Expressões da cantora estadunidense Billie Holiday (Eleanora Fagan - 1915–1959), também
conhecida como Ladu Day, considerada uma das maiores cantoras de jazz.
AS BRUXAS DE SALÉM – O drama histórico The Crucible (As Bruxas de Salém, 1996),
dirigido por Nicholas Hytner, com roteiro baseado na peça teatral homônima do
dramaturgo estadunidense Arthur Miller (1915-2005), trata acerca do
julgamento das Bruxas de Salém, ocorrido no final do século 17, que foram
acusadas de bruxaria por ter supostamente planejado matar a mulher de um fazendeiro
que era supostamente amante de uma delas. A notícia do assassinato causou histeria
coletiva na aldeia, quando todos se acusam mutuamente até a chegada de um
inquisidor para impor a ordem. Entre as executadas estão Susannah Martin,
somando-se às 14 executadas de 200 acusadas. No total foram 20 mortas, tudo
porque por volta de 1692, uma onda cristã espalhou a ideia de que o demônio andava
solto pela redondeza. O julgamento teve a duração de um ano e dois meses. Veja
mais aqui & aqui.
A MARCA HUMANA - [...] foi o verão em que
a náusea voltou, em que as piadas não paravam, em que as especulações e
teorizações e hipérboles não cessavam, em que a obrigação moral de explicar aos
filhos como é a vida adulta foi ab-rogada em nome da necessidade de
conservar-lhes todas as ilusões a respeito do assunto, em que a pequenez das
pessoas tornou-se esmagadora, em que uma espécie de demônio andava à solta por
toda a nação e em que as pessoas, tanto as pró como as contra, se perguntavam: “Por
que somos tão malucos?”; em que homens e mulheres, quando acordavam de manhã,
constatavam que, durante a noite, num estado de sono que os levara além do
alcance da inveja e da repulsa, [...] O rosto que ele me exibia,
o rosto que colocava a apenas trinta centímetros do meu, agora estava marcado,
torto e — levando-se em conta que era o rosto de um homem maduro mas bonitão,
elegante e conservado — curiosamente repugnante, muito provavelmente distorcido
pelo efeito tóxico de todas as emoções que lhe percorriam o organismo. Visto
assim de perto, estava amassado, estragado, como uma fruta caída de uma barraca
na feira e que é chutada de um lado para o outro pelos fregueses que passam. Há
algo de fascinante no efeito do sofrimento moral sobre uma pessoa que não
parece fraca nem frágil. É ainda mais insidioso do que o efeito de uma doença
física, porque não há morfina, nem raquidiana, nem cirurgia radical que possa
trazer alívio. Quem sofre seu impacto tem a sensação de que só ficará livre se
morrer. O realismo cru desse sofrimento é uma coisa incomparável. [...] Seu pai, que falava iídiche, era, conforme
Iris o retratava, um anarquista e um herege tão radical que nem sequer
circundara os dois irmãos mais velhos dela; [...] Consideravam-se marido e mulher, afirmavam ser americanos, diziam-se
até mesmo judeus, aqueles dois imigrantes ateus e ignorantes que cuspiam no
chão quando passava um rabino. [...]. Trecho e A marca humana (Companhia das Letras, 2002), do escritor
estadunidense Philip Roth (1933-2018)contando a história de um professor
universitário de 70 anos de idade que tem sua vida profissional e familiar
arruinada, acusado injustamente de abuso sexual e, por causa de uma piada meio
desastrada, de racismo. Veja mais aqui e aqui.
UM POEMA – I - A
égua e o garanhão / Agora sou a rainha / Agradecendo ao Suco / Ah! A
metalinguística / Aos homens de boa vontade. / Asas para voar. / Carta resposta
para Anecildo Katz / Como quero meu homem. / Dantas e Daudeth Bandeira, dois
poetas geniais. / De Aline para Milene. / Deixa eu cantar também. / Esse
anônimo bebeu, Milene! / Eu beijo muito / Eu beijo muito. II - Fazendo amor na
rede / Fazendu quaraquaká / Felicidade para Mestre Almir. / Feliz natal usina.
/ Hojé sexta feira. Buuuurrrr… / Manezim fique na sua / Meu nome é Aline
Dremir, moro em Palmas Tocantins / Meus presentes de natal. / Meus vícios / Minha
primeira septilha / Muito prazer Domingos / Mulher sozinha precisa. / O amor
verdadeiro não termina. / O belo canto do sabiá / O clube da Luluzinha. III - O
monstro na noite / Para Manezinho de Icó / Pra Lílian Maial – Explicando. / Quem
de vinte cinco tira. / Quem tem Deus no coração não tem medo de assombração! / Queria
ser nordestina. / Rabo de saia para perna de calça. / Resposta para Milene Arder.
/ Ritual da perdição / Se acalme Lílian Maial / Sem meu amigo Jorge Sales eu
não fico. / Senhores posso participar também? / Sou aquela que te espera. / Tem
dias que estou a mil. / Tentando fazer cordel. / Tristeza não… Só felicidade! /
Um dia de cão. / Um tempo pra mim / Vento amigo. / Vento amigo. / Volte logo
amigo Jorge Ribeiro. / Vou pra casa da Milene. Poema da poeta Aline
Dremir. Veja mais aqui.
EMPREENDEDORISMO - O empreendedorismo tem origem,
segundo se apreende de Chiavenato (2005), Gerber (1990), Leite (2002), Degen
(2000), Dornelas (2003) e Fillion (1999), na palavra francesa entrepreneur, que
significa aquele que assume riscos e começa algo de novo. E segundo tais
autores, existem estudos que assinalam que a palavra empreendedorismo apareceu
no início do século XVI, com o sentido de designação para as pessoas envolvidas
em coordenações de operações militares. Para Dornelas (2001, p. 28), o
empreendedorismo tem início com: Richard
Cantilon, importante escritor e economista do séc. XVII, é considerado por
muitos como um dos criadores do termo empreendedorismo, tendo sido um dos
primeiros a diferenciar o empreendedor – aquele que assumia riscos – do
capitalista – aquele que fornecia capital. Foi nesta época que o termo
designava as pessoas que se associavam com proprietários de terras e
trabalhadores assalariados, como também para denominar outros aventureiros tais
como construtores de pontes, empreiteiros de estradas ou arquitetos. No
entanto, historicamente, segundo Dornelas (2001, p. 27), vem de muito antes: A palavra empreendedor (entrepreneur) tem
origem francesa [...] Um primeiro exemplo de definição de empreendedorismo pode
ser creditado a Marco Pólo, que tentou estabelecer uma rota comercial para o
Oriente. Defende, então, o autor que desde este tempo que se pode delinear
o início do processo empreendedor, observa que na Idade Média, o termo já
significava “[...] aquele que gerenciava
grandes projetos de produção”. Para este autor, os indícios iniciais do
empreendedorismo, portanto, vem de muitos anos, manifestado no séc. XVII, já
desenvolvido por Thomar Edison no séc XVIII e sedimentado nos debates ocorridos
nos séculos XIX e XX, quando passou a ser feita a distinção entre empreendedor
e administrador. Já Dolabela (1999) defende que foi por volta de 1800, quando
o economista francês Jean Batist Say utilizou o termo empreendedor em seu livro “Tratado
de Economia Política” como sendo aquele responsável por reunir todos os
fatores de produção, descobrindo o valor dos produtos a reorganização de todo
capital que ele emprega, o valor dos salários, o juro, o aluguel que ele paga,
bem como os lucros que lhe pertencem. Ou seja, para Say (1983, p.
121) o empreendedorismo é desenvolvido pelo empreendedor que “[...] é o responsável por reunir todos os fatores
de produção e descobrir no valor dos produtos... a reorganização de todo
capital que ele emprega, o valor dos salários, o juro, o aluguel que ele paga,
bem como os lucros que lhe pertencem”. Say (1983) também apresentou os requisitos
empreendedores no julgamento, perseverança e um conhecimento sobre o mundo
assim como sobre os negócios, além de possuir a arte da superintendência e da
administração. Dolabela (1999) assinala que foi na Inglaterra onde esforços
foram dedicados no sentido de melhor explicitar o empreendedorismo, notadamente
nos trabalhos realizados por Adam Smith e Alfred Marshall. Foi Adam Smith quem caracterizou
o empreendedor como um proprietário capitalista, um fornecedor de capital e, ao
mesmo tempo, um administrador que se interpõe entre o trabalhador e o
consumidor. Já para Alfred Marshall era alguém que se aventurava e assumia
riscos, reunindo o capital e o trabalho requerido para o negócio,
supervisionando seus mínimos detalhes, caracterizando-se pela convivência com o
risco, a inovação e a gerência do negócio. Foi o economista Joseph Schumpeter,
em 1950, quem aprofundou os estudos e definiu o empreendedorismo no sentido de
expressar uma pessoa com criatividade e fazer sucesso com inovações. Depois
disso, recebeu tratamento de K. Knight, em 1967, sendo, posteriormente, objeto
dos estudos de Peter Drucker, em 1970, e de Pinchot, em 1985. O empreendedorismo,
segundo Dornelas (2001), foi se desenvolvendo dentro dos movimentos
administrativos que se expressaram durante o séc. XX, tais como o movimento da
racionalização do trabalho, na década de 1930, o movimento das relações
humanas, nas décadas de 1940 e 1950, o movimento do funcionalismo estrutural,
na década de 1960, o movimento dos sistemas abertos, nos anos 70, e o movimento
das contingências ambientais. No momento presente, assinala Dornelas (2001, p.
29), “[...] não se tem um movimento
predominante, mas acredita-se que o empreendedorismo irá, cada vez mais, mudar
a forma de se fazer negócios no mundo”. Já Leite (2002), Degen (2000),
Dornelas (2003) e Fillion (1999) chamam atenção para David McClelland que, em
1961, na Universidade de Harvard, desenvolveu estudos sobre a questão da
motivação e desenvolveu uma teoria sobre a motivação psicológica, baseado na
motivação contribuindo significativamente para o entendimento do empreendedor. A
teoria defendida por McClelland, segundo Degen (2000), defendia as motivações
humanas dependem das necessidades de realização, poder e afiliação: de
realização na necessidade de provar limites e realizar coisas; de poder
exercido sobre outros; e de afiliação no estabelecimento, manutenção e
restabelecimento de relações emocionais com outras pessoas. Isto porque,
psicologicamente, as pessoas podem ser divididas em dois grandes grupos, de
acordo com McClelland (apud Degen, 2000, p. 132), “uma minoria que, quando desafiada por uma oportunidade, está disposta a
trabalhar arduamente para conseguir algo, e uma maioria que, na realidade, não
se importa tanto assim”. Isto quer dizer que nos estudos relacionados com o
empreendedor, existem muitas diferenças na conceituação; porém, percebe-se um
consenso em que o que distingue o empreendedor das outras pessoas é a maneira
de como ele percebe as mudanças e lida com as oportunidades. Por esta razão, Dornelas
(2001), Lucas Júnior (2003) e Araújo (2004) defenderem ser o momento atual
denominado de era do empreendedorismo, tendo em vista que são os empreendedores
que estão eliminando barreiras comerciais e culturais, encurtando distâncias,
globalizando e renovando os conceitos econômicos, criando novas relações de
trabalho e novos empregos, quebrando paradigmas e gerando riqueza para a
sociedade. Neste sentido, Dornelas (2001) enfatiza que, desde 1990, que vem se
desenrolando o crescimento do empreendedorismo no mundo, destacando iniciativas
no Reino Unido, na Alemanha, na Finlândia, em Israel, na França e, notadamente
no Brasil. Ou seja, para o autor, em toda esfera planetária vem crescendo o
interesse pela modelagem empreendedora adotada em governos nacionais e
organizações multinacionais, tornando-se o combustível do desenvolvimento pelo
dinamismo empresarial e crescimento econômico, criando emprego e prosperidade
no contexto organizacional. Assim, buscando uma conceituação, conforme visto
anteriormente a palavra é oriunda das expressões entrepreneur e entrepreneurship que, segundo Bueno (2005,
p. 58), o empreendedorismo tem sido utilizado nos estudos relativos “ao empreendedor, seu perfil, suas origens,
seu sistema de atividades, seu universo de atuação, sendo definido como [....]
o processo de iniciar um empreendimento, organizar os recursos necessários, e
assumir as recompensas e os riscos associados”. E, segundo Dolabela (1999,
p.46), “O empreendedorismo é visto também
como um campo intensamente relacionado com o processo de entendimento e
construção da liberdade humana”, tornando-se, portanto, a melhor maneira de
usar tempo, talento e energia. Para Filion (1991), o empreendedorismo parte de
contextos culturais que se desenvolvem em torno de empreendedores. E o desenvolvimento do empreendedorismo,
segundo Birley e Muzyka (2001), tem sido destacado pelas mudanças econômicas
que propiciam solo fértil para esta modalidade de gestão organizacional, pelas
constantes alterações que proporcionam oportunidades para novos negócios. Além
disso, ressaltam os autores, que a globalização tem exigido um comportamento empreendedor
pelo aumento da competição que oferece uma vantagem para a flexibilidade.
Associando tal cenário à emergência tecnológica proporcionando oportunidades e
nichos de mercados, vê-se, portanto, de que forma a atualidade propicia o
processo de gestão empreendedor. Desta forma, Dolabela (1999, p. 29) entende
que: O empreendedorismo oferece graus
elevados de realização pessoal. Por ser a exteriorização do que se passa no
âmago de uma pessoa, e por receber o empreendedor com todas as suas
características pessoais, a atividade empreendedora faz com que trabalho e
prazer andem juntos, por esse motivo deve-se motivar e estimular a introdução
da cultura empreendedora nas escolas, para que mais e mais os jovens aprendam a
ter atitudes empreendedoras na área que escolherem para atuar. Com isso, a noção
conceitual para empreendedorismo, pelo que ficou entendido na presente revisão
da literatura, traz a idéia de diversos aspectos, dentre eles, de aceitação
para assumir riscos e fracassos, criação de novo negócio pela paixão de
realizar e utilização de recursos disponíveis criativamente na transformação do
ambiente social e econômico. Nesta condução, Barretto (1998, p. 11), define: Empreendedorismo é a habilidade de criar e
construir algo a partir de muito pouco ou do quase nada. Não é uma
característica de personalidade, embora seja algo distinto, tanto nos
indivíduos como nas instituições empreendedoras. O empreendedorismo é tido como
um comportamento ou um processo para iniciar e desenvolver um negócio ou um conjunto
de atividades com resultados positivos; portanto, é a criação de valor através
do desenvolvimento de uma organização. Vê-se, portanto, que as
características estimadas para o espírito empreendedor estão pautadas na
originalidade, iniciativa, otimismo, autoconfiança, conhecimentos,
flexibilidade, diligência, comprometimento, tolerância de erros, prudência e
facilitador de negociações. Desta forma, encontra-se as características
empreendedoras quando busca por oportunidades e iniciativas, tendo persistência,
agindo com comprometimento, exigindo qualidade e eficiência, estando disposto
para correr riscos calculados, estabelecendo metas, buscando informações,
planejando e monitorando sistematicamente, trabalhando persuasão na rede de
contatos e demonstrando independência e autoconfiança. Com base nos estudos até
então realizados, detecta-se a preocupação com as características da
personalidade empreendodora, sugerindo que estes, em geral, querem alguma coisa
deferente da vida quando comparados aos gerentes tradicionais, pois, parecem
dar mais importância à liberdade de alcançar e maximizar seu potencial. Assim
sendo, no empreendedorismo, o ser é mais importante que o saber: este é a
conseqüência das características da personalidade do empreendedor, o que, de
acordo com Gerber (1990, p. 131), significa dizer que: A personalidade empreendedora transforma a condição mais insignificante
numa excepcional oportunidade. O empreendedor é o visionário dentro de nós. O
sonhador. A energia por trás de toda atividade humana. A imaginação que acende
o fogo do futuro. O catalisador das mudanças. É a personalidade criativa,
sempre lidando com o desconhecido, perscrutando o futuro, transformando possibilidades
em probabilidades, caos em harmonia. Já Kaufmann (1990, p. 51), enfatiza
que a capacidade empreendedora “é a capacidade
de inovar, de tomar riscos inteligentemente, agir com rapidez e eficiência para
se adaptar às contínuas mudanças do ambiente econômico”. Enquanto que para Filion
(1991, p. 16), um empreendedor “é uma pessoa que imagina, desenvolve e realiza
visões”, além de ser ainda uma pessoa criativa, marcada pela capacidade de
estabelecer e atingir objetivos, mantendo um nível de consciência do ambiente
em que vive utilizando-a para detectar oportunidades de negócios. Degen (1989,
p. 66) conceitua como “ser empreendedor significa ter, acima de tudo, a
necessidade de realizar coisas novas, pôr em prática idéias próprias, características
de personalidade e comportamento que nem sempre é fácil de se encontrar”. O mesmo
autor afirma ainda que, “as pessoas que têm necessidade de realizar se destacam
porque, independentemente de suas atividades, fazem com que as coisas
aconteçam”. Já De Mori, (1998, p. 43) define empreendedores como “pessoas que
perseguem o benefício, trabalham individual e coletivamente. São indivíduos que
inovam, identificam e criam oportunidades de negócios, montam e coordenam novas
combinações de recursos (funções de produção), para extrair os melhores
benefícios de suas inovações num meio incerto”. Por esta razão que Dolabela
(1999) reúne as características empreendoras num modelo que compreende aquele
que influencia, tem iniciativa, autoconfiança, autonomia, otimismo e
necessidade de realização; trabalha sozinho e possui processo visionário
individual. Tem perseverança para vencer obstáculos, considera o fracasso um
resultado como outro qualquer, pois aprende com os próprios erros; sabe fixar
metas e alcançá-las; luta contra padrões impostos; diferencia-se; tem alto
comprometimento; crê no que faz; é um sonhador realista; aceita o dinheiro como
uma das medidas de seu desempenho; conhece muito bem o ramo em que atua; traduz
seus pensamentos em ações, define o que aprender para realizar suas visões; é pró-ativo,
pois define o que quer e onde quer chegar; cria um método particular de
aprendizagem: aprende a partir do que faz; tem capacidade de influenciar
pessoas com as quais lida; assume riscos moderados: gosta do risco, mas faz
tudo para minimizá-lo; é inovador e criativo (inovação relacionada ao produto,
diferente da invenção, que pode não dar conseqüência a um produto); e tem
tolerância a incerteza. Conforme Dolabela (1999), as habilidades requeridas de
um empreendedor, são técnicas, que envolve
saber escrever, ouvir as pessoas e captar informações, ser organizado, saber
liderar e trabalhar em equipe; gerenciais,
que incluem as áreas envolvidas na criação e gerenciamento da empresa
(marketing, administração, finanças, operacional, produção, tomada de decisão,
planejamento e controle); e características
pessoais, quais sejam: ser disciplinado, assumir riscos, ser inovador,
ter ousadia, persistente, visionário, ter iniciativa, coragem, humildade e
principalmente ter paixão pelo que faz.
Para o autor, pesquisas recentes realizada nos Estados Unidos mostram
que o sucesso nos negócios depende principalmente dos próprios comportamentos,
características e atitudes, e não tanto do conhecimento técnico de gestão
quanto se imaginava até pouco tempo atrás. Desta forma, o empreendedorismo
possibilita o envolvimento das diversas funções, atividades e ações associadas
na iniciativa de criação de novo negócio, requerendo sempre além do
comprometimento de tempo e esforço para o crescimento empresarial, da ousadia
de decisões que enfrentem riscos sem o desânimo pelos erros ou falhas que
possam ocorrer. No Brasil, segundo Wever e Britto (2003), foi precisamente na
década de 1990 que o empreendedorismo tomou forma, notadamente com a criação de
organismos tais como as entidades Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e
Pequenas Empresas – SEBRAE, órgão oferece suporte e consultorias para resolver
pequenos problemas pontuais do negócio envolvendo micro e pequenas empresas, e
a Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro – SOFTEX, criada
com o intuito de levar as empresas de software do país ao mercado externo, por
meio de várias ações que proporcionavam ao empresário de informática a
capacitação em gestão e tecnologia. Neste tocante, Dornelas (2001) traz a
expressão de que os agentes federais responsáveis pelo desenvolvimento e operação
do Programa Brasil Empreendedor foram as instituições creditícias do Banco do
Brasil, Banco do Nordeste, Banco da Amazônia e Caixa Econômica Federal. Também
foi de suma importância a participação do SEBRAE com suas agências,
desenvolvendo ações voltadas para a capacitação empresarial dos empreendedores
em busca de recursos financeiros, por meio de treinamentos nas áreas de
marketing, análise financeira e de gestão empreendedora para a preparação de um
plano de negócios básico, possibilitando às micro, pequenas e médias empresas
adequação para o acesso às linhas de crédito. O Brasil, segundo Dornelas (2001)
participa do Global Entrepreneurship Monitor – GEM, desde 2000, que uma
pesquisa internacional liderada pela London Business School e o Babson College
(EUA) cuja proposta é avaliar o empreendedorismo no mundo a partir de
indicadores comparáveis. O GEM tem tido uma presença crescente no Brasil por
meio dos seus relatórios, sumários e estudos derivados que contribuem para o
estabelecimento de uma nova linguagem do empreendedorismo. Atesta a
consolidação da pesquisa no Brasil o alargamento da freqüência com que
formuladores de políticas e tomadores de decisão, públicos e privados, colocam
demandas à equipe no momento de agir em prol do desenvolvimento dos negócios.
Tal aumento de interesse também se verifica nos meios de comunicação e entre
estudiosos do empreendedorismo. Conforme Dornelas (2001), com base no Global
Entrepreneurship Monitor - GEM, parceria do Bobson College de Boston (EUA) e da
London Busines School (Inglaterra), com apoio do Kauffman Center for
Entrpreneurual Leadersship (EUA), que pesquisou 21 países e verificou que, no
Brasil, há uma ambiência empreendedora líder no mundo, transformando-se,
segundo as pesquisas, na sociedade mais empreendedora do mundo, ganhando dos
Estados Unidos, da Austrália, da Alemanha, do Canadá, da França, da Itália. Neste
sentido, para Santos (2001, p. 23), há que se observar que “[...] se o país é
líder em atividade empreendedora, apresenta resultados ruins nos pressupostos
do empreendedorismo: educação, farto apoio financeiro, baixa burocracia, alta
atividade do capital de risco, políticas públicas de fomento e noção de
legitimidade social do empreendedorismo”, isto se deve ao fato de que as altas
taxas de impostos, custo elevado dos financiamentos e o baixo nível de educação
são fatores que debilitam o sucesso da atividade empreendedora. Embora intenso,
o empreendedorismo brasileiro, Santos (2001) observa que ele carece de qualidade,
o que, conseqüentemente, reduz a capacidade competitiva do país como um todo. Santos
(2001) observa ainda que os programas Brasil Empreendedor, que capacitou, para
obtenção de crédito; MEC Sebrae, que leva os princípios do empreendedorismo a
professores e alunos; e o Programa de Desenvolvimento, Emprego e Renda - PRODER,
que valoriza as vocações locais, organiza e capacita as comunidades de mais dos
municípios, são fundamentais para modificar o perfil do país. Há ainda outras ações
como o incremento ao microcrédito e a ampliação do capital de risco como fonte
de financiamento à atividade produtiva. Neste sentido, Santos (2001) enfatiza
que somadas à natural característica empreendedora do brasileiro, estas e outras
iniciativas são capazes de contribuir decisivamente para dar liberdade para
este país poder trabalhar. Alem do mais, para Filion(1991), para que se
evidenciem ações mais concretas e exitosas, necessita que o Brasil realize
algumas ações para desenvolvimento do empreendedorismo, muito embora existam
programas que estão sendo planejados, mas que precisam ser implementados, quais
sejam: Programa Nacional de Sensibilização ao Empreendedorismo, Programa
Nacional de Educação Empreendedora para todos os níveis escolares, Fundação de
Amparo ao Ensino do Empreendedorismo, Empresa estatal de amparo ao
desenvolvimento do empreendedorismo, entidades de classe empreendedora e um
Programa Nacional de Sensibilização ao Empreendedorismo. Defende Filion (1991)
a necessidade do Brasil promover um programa nacional de educação empreendedora
que abarque todos os níveis escolares, tendo em vista que é preciso preparar os
jovens desde o primário a desempenharem papéis de empreendedores. Isto porque,
o desenvolvimento do empreendedorismo começa pela educação, em todos os níveis
do sistema escolar, como é o caso aliás de toda mudança de valores que diz
respeito às atividades humanas. Enfatiza mais que todos os estabelecimentos de
ensino deveriam contar com um programa de estudos em empreendedorismo, em
particular nos campos da formação técnica e do nível superior, por se tratar do
meio mais econômico e seguro de promover o desenvolvimento. Filion (1991)
também defende a criação de uma Fundação brasileira de amparo a educação de
empreendedores, visando facilitar o trabalho propiciando a manutenção de níveis
de qualidade comparáveis nos diferentes Estados da Federação. A fundação teria
por mandato promover um grande colóquio anual sobre o ensino do
empreendedorismo em todos os níveis escolares. Ainda defende Filion (1991) a
criação de uma empresa estatal de amparo ao desenvolvimento do empreendedorismo
para propiciar a transferencia de know-how entre Universidades, a quem caberia
promover cursos de curta duração, conselheiros em gestão, que tem experiência
pratica e empreendedores. Por fim, Filion (1991) sugere a criação de entidades
de classe empreendedora propiciando não apenas o foro para intercâmbios, como
também a criação de grupos de pressão para defender os interesses desses
pequenos atores sociais que, considerados isoladamente, não dispõem de poder de
pressão, mas que são aqueles que fazem o desenvolvimento de um país. Após tal
verificação, o presente estudo passa, então, a abordar a questão do
comportamento empreendedor tão importante para o desenvolvimento do país.
O PERFIL & COMPORTAMENTO EMPREENDEDOR – O
empreendedor para Schumpeter (apud Dornelas 2001, p. 37), é compreendido como: O empreendedor é aquele que destrói a ordem
econômica existente pela introdução de novos produtos e serviços, pela criação
de novas formas de organização ou pela exploração de novos recursos materiais. [...]
É mais conhecido como aquele que cria novos negócios, mas pode também inovar de
negócios já existentes; ou seja, é possível ser empreendedor dentro de empresas
já constituídas. Isto quer dizer que, para o autor, o empreendedor é mais
conhecido como aquele que cria novos negócios, mas pode também inovar dentro de
negócios já existentes; ou seja, é possível ser empreendedor dentro de empresas
já constituídas. E empreender, sob esta ótica, é o impulso fundamental que
aciona e mantém em marcha o motor capitalista, constantemente criando novos
produtos, novos métodos de produção, novos mercados e, implacavelmente,
sobrepondo-se aos antigos métodos menos eficientes e mais caros. Depois de Joseph Schumpeter, segundo
se observa em Filion (1999) e Gerber (1990), na década de 60, David McClelland,
psicólogo da Universidade de Harvard, identificou nos empreendedores de sucesso
um elemento psicológico crítico, denominado por ele de "motivação da
realização" ou "impulso para melhorar", desenvolvendo então o
treinamento da motivação para a realização, cuja finalidade era melhorar tal
característica e torná-la aplicável em situações empresariais. Conforme Chiavenato
(2005), várias pesquisas e estudos acadêmicos sobre empreendedores foram
realizados de forma significativa nos últimos anos com o reconhecimento de que
o empreendedores são os maiores propulsores do desenvolvimento econômico da
maioria dos países. Esses estudos e pesquisas realizados em relação ao
comportamento e à personalidade do empreendedor estão fundamentado na crença de
que o eventual sucesso do novo empreendimento dependerá principalmente do
comportamento do empreendedor. Chiavenato (2005) chama atenção para o trabalho pioneiro
já mencionado anteriormente e realizado acerca das características
comportamentais dos empreendedores conduzido por David McClelland, professor da
Universidade de Harvard, em 1961, realizando vários estudos sobre a questão da
motivação e desenvolvendo uma teoria sobre a motivação psicológica, baseado na
crença de que o estudo da motivação contribui significativamente para o
entendimento do empreendedor. Segundo sua teoria de motivação psicológica, Chiavenato
(2005) anota que as pessoas são motivadas por três necessidades: necessidade de
realização, poder e afiliação, vistas anteriormente. Chiavenato (2005)
também chama atenção para os estudos
realizados por Collins, Moore's e Zalerznik´s que oferecem uma compreensão para
os aspectos comportamentais relacionados ao empreendededor, tendo como base a
crença de que a ação do empreendedorismo é uma ação imitada dos modelos
copiados da infância. O estudo de Collins e Moore, publicado em 1964, segundo
Chiavenato (2005), foi baseado em entrevistas e testes psicológicos com
empreendedores, encontrando como ponto chave a autonomia, independência e
autoconfiança dos empreendedores. Os estudos foram concluídos observando que a
história dos empreendedores estava correlacionada com uma crise nos primórdios
ou em eventos dramáticos vividos freqüentemente numa crise econômica, um
perigo, ou uma situação difícil na qual o empreendedor sobreviveria acreditando
em si mesmo. Também Abraham Zaleznik e Manfred Kets de Vries, segundo Chiavenato,(2005),
perceberam os empreendedores como pessoas profundamente influenciadas por uma
infância turbulenta e conflitante. Suas vidas eram freqüentemente sofridas com
temas reais ou imaginários de pobreza, depravação, morte significativa e
solidão. Por esta razão, os autores acreditam que o empreendedor é motivado por
sentimentos persistentes de insatisfação, rejeição e impotência, derivados de
conflitos relacionados com os pais. Kets de Vries (apud Chiavenato, 2005, p.
232), inclusive, traz os seis os principais elementos constituintes da
personalidade empreendedora: meio ambiente turbulento; esquiva em relação as
normas autoritárias dos pais; sentimento de rejeição; sentimentos dolorosos de
raiva, hostilidade e culpa; identidade confusa (identificação com a
personalidade causadora de dor); e adoção de modelos reativos para sentimentos
dolorosos (culpa, rebelião e impulsividade). A partir disso e em busca do
conceito, Fillion (1991, p. 132) diz que "Um empreendedor é uma pessoa que
imagina, desenvolve e realiza visões". Também se encontra a concepção dos
economistas, que entende empreendedor como sinônimo de empresário, ou seja,
empreendedores são pessoas que exercem atividades empresariais, é uma função. Para
Drucker (2000, p. 133), os empreendedores são pessoas que inovam: "A
inovação é o instrumento específico dos empreendedores, o meio pelo qual eles
exploram a mudança como uma oportunidade para um negócio ou serviço
diferente". Para este autor, o empreendedor sempre está buscando a mudança,
reage a ela e a explora como sendo uma oportunidade. A partir nisso, vem o
entendimento de que empreendedor significa uma pessoa com criatividade para
fazer sucesso com inovações e, conforme Dornelas (2001, p. 37), “[...] é aquele
que detecta uma oportunidade e cria um negócio para capitalizar sobre ela,
assumindo riscos calculados”, trazendo, pois, a identidade de iniciativa para
criar um novo negócio, utilizando os recursos disponíveis de forma criativa,
transformando o ambiente social e econômico onde vive, aceitando assumir riscos
e a possibilidade de fracassar na paixão pelo que faz. Nessa mesma direção, empreendedor
para Dolabela (1999, p.46) é tido como: Empreendedor
não significa somente ter um acúmulo de conhecimentos, mas também valores,
atitudes, comportamentos, formas de percepção do mundo e de si mesmo voltados
para atividades em que o risco, a capacidade de inovar, perseverar e conviver
com a incerteza são elementos indispensáveis. Isto quer dizer que todo
empreendedor necessariamente deve ser um bom administrador para obter o
sucesso, no entanto, nem todo bom administrador é um empreendedor. Traduz-se
que, a partir de pesquisas, o perfil do empreendedor é aquele identificado num
ser social que é produto do meio que habita, ou seja, na época e lugar. Os
fatores do comportamento e as atitudes que constituem o perfil do empreendedor
trazem as características de uma pessoa com aptidões desenvolvidas e
constantemente aperfeiçoadas dentro de um sistema de aprendizagem especial,
bastante diferente do ensino tradicional. O perfil empreendedor, com base dos
ensinamentos de Degen (2000), Kaufmann (1990), Drucker (1987), Halloran (1994),
Birley e Muzyka (2001), Bernhoft (1996), De Mori (1998), Lucas Júnior (2003),
Almeida (2001), Nascimento (2001) e Araújo (2004), passa por uma série de
comportamentos, atitudes e expressão pessoal que se manifestam a partir do
espírito criativo e pesquisador, pela busca por novos caminhos e novas soluções
e pela identificação das necessidades das pessoas. Além disso, tal perfil também
passa pela incessante busca de novos negócios e oportunidades e pela
preocupação sempre presente com a melhoria do produto. Entre outras qualidades,
precisa ser otimista e buscar o sucesso, a despeito das dificuldades; assumir
riscos, capacidade de conviver com eles e sobreviver a eles porque fazem parte
de qualquer atividade; ter Iniciativa e ser Independente, sabendo comunicar-se
e conviver com outras pessoas, dentro e fora da empresa; ser organizado e
possuir conhecimento do ramo e manter contatos com empreendedores do ramo,
associações, sindicatos, dentre outras organizações; identificar e aproveitar
oportunidades, pesquisar, seja no trabalho, nas compras, nas férias, lendo
revistas, jornais, televisão, Internet; e estar sempre atento a qualquer oportunidade
de conhecer melhor um empreendimento; conhecer os pontos fortes e fracos. Filion
(1991), no entanto, chama atenção para as características que fundamentam o
perfil empreendedor. Buscando a personalidade empreendedora, observa-se que
vários estudos investigaram as características da personalidade dos
empreendedores e como eles diferem dos bem-sucedidos nas organizações
empresariais. Neste sentido, entende-se que as atividades que o empreendedor
desenvolve no seio organizacional para atingir seus objetivos estão na sua
vinculação deste a cada uma dessas atividades, agindo com as características
pessoais inovadoras e criativas e com as competências necessárias. As
características encontradas em Wever e Brito (2003) estão resumidas nas
principais, quais sejam: ser observador, conseguindo perceber o que é
necessário num sistema onde possa recolher informações; ser criativo, tendo
idéias para elaborar planejamentos e programas de execução; e persistência,
perseverando no trabalho para alcançar metas e objetivos. As características
encontradas em Dolabela (2002) e Araújo (2004), estão posicionadas no fato do
empreendedor ser visionário, otimista, determinado, dinâmico, independente,
apaixonado pelo que faz, líder dedicado e decidido, bem relacionado, planejam
sempre e tudo, organizado, preparado, faz a diferença, sabe explorar ao máximo
as oportunidades, assume riscos, cria valor, dentre outras. Já características
encontradas no empreendedor, com base em Filion (1991), estão, inicialmente, em
ter objetivos definidos que funcionem como um potente motor e que sejam capazes
de impulsionar a empresa e as pessoas que nela trabalham. A segunda
característica destacada por Filion (1991) está na visão global que significa enxergar
oportunidades que pessoas normais não enxergam, procurando oportunidades no
cotidiano das pessoas. Ou seja, manter a procura constante na transformação e
antenado com as tendências tecnológicas e mudanças no mercado. Geralmente o
empreendedor antevê as coisas, antecipa-se aos problemas para não deixá-los
acontecer. A terceira característica assinalada por Filion (1991) está na
iniciativa, tendo em vista que o empreendedor não possui a chamada
"síndrome do empregado", pois não segue somente o que é estabelecido,
ou resolve somente os problemas identificados, mas soluciona problemas e falhas
antes delas acontecerem, realizando projetos pessoais pelo simples prazer de
ver algo que é seu sendo implantado. A quarta característica anotada por Filion
(1991) é a velocidade, que significa que muitas são as idéias e os projetos que
podem surgir de acordo com a busca e criatividade, mas o aspecto velocidade
poderá ser determinante para o êxito da atividade. A quinta característica
observada por Filion (1991) é o planejamento que, segundo ele, nada mais é do
que estabelecer objetivos secundários para se alcançar o objetivo principal. Ou
seja, é a parte operacional do projeto, detalhado em pequenas ações
pré-estabelecidas, com prazos definidos e com a possibilidade de avaliação
periódica. Isto quer dizer que, conforme Filion (1991), para o empreendedor o
planejamento é fundamental, pois, através dele ele cria a estratégia do
projeto, fica atento aos riscos, e sabe da viabilidade ou não da sua idéia. A
sexta característica arrolada por Filion (1991) é a polivalência que passa a
exigir entendimento sobre toda organização e de tudo mesmo para que possa
liderar seus colaboradores, ou ainda mesmo para avaliar o todo de seu projeto. A
sétima característica informada por Filion (1991) é o envolvimento, uma vez que
o empreendedor não possui horário fixo para trabalhar, só sabe a hora de parar
quando o projeto é finalizado. A oitava característica é a persistência que,
segundo Filion (1991), devem pautar os objetivos e metas uma vez que os empreendedores
não desistem facilmente, sempre procuram uma forma de continuar apesar das
eventuais dificuldades, pois nem sempre as coisas vão correr as mil maravilhas,
mas o importante é persistir em busca do sonho sem desistir nunca. A nona
característica identificada por Filion (1991) é a ousadia, inclusiva, característica
básica de um empreendedor, pois é a busca de fazer coisas diferentes, que
ninguém ainda fez, quebrando padrões de comportamentos, quebrando regras de
trabalho em busca de uma maior produtividade. A décima característica é a
persuasão que, conforme Filion (1991), está na ótica do empreendedor que todos
podem ganhar com a sua idéia, criando uma legião anônima de colaboradores,
enfim é saber vender a idéia. A décima primeira característica é a competência
que, segundo Filion (1991), é a capacidade de realização e um grande quesito
para o comportamento empreendedor, pois é necessário disciplina, preocupação,
perfeição e cuidados com detalhes para que tudo possa correr da melhor maneira
possível. Por fim, a décima segunda característica empreendedora está na
autoconfiança que, segundo Filion (1991), acredita na idéia, tem motivação
interna, é liderado pela paixão e possui a consciência de que seu sucesso está
relacionado com a sua capacidade de sempre ter uma energia extra e eletrizante.
Sua motivação interior extrapola os limites de seu corpo e mente, e
freqüentemente é suficiente para contagiar a equipe. Na mesma condução, Timmons
e Hornaday (apud Santos, 2001, p. 57), entendem como características
empreendedoras ter um modelo que influencie, ter iniciativa, autonomia,
autoconfiança, otimismo, necessidade de realização, trabalhar sozinho, ter
perseverança e tenacidade, não reconhecer o fracasso porque é considerado um
resultado como outro qualquer, aprende com os resultados negativos e com os
próprios erros, tem grande energia por ser um trabalhador incansável, é capaz
de se dedicar intensamente ao trabalho e sabe concentrar os seus esforços para
alcançar resultados, sabe fixar metas e alcançá-las, luta contra padrões
impostos, diferencia-se, tem a capacidade de ocupar um intervalo não ocupado
por outros no mercado, descobrindo nichos, tem forte intuição, tem talento e
uma certa dose de inconformismo diante das atividades rotineiras para
transformar simples idéias em negócios efetivos, tem sempre alto
comprometimento por que crer no que faz, cria situações para obter feedback
sobre o seu comportamento e sabe utilizar tais informações para o seu
aprimoramento, dentre outras. Vê-se, pois, por essas característica que o
perfil empreendedor congrega liderança, habilidade, risco, vocação artística,
inovação, criatividade, motivação e perícia para alcançar suas metas e
objetivos.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA,
Flávio. Como ser empreendedor de sucesso. Belo Horizonte, 2001.
ANTHONY,
Joseph. 7 sinais de um empreendedor. Empreender para Todos, 2007.
ARAUJO, Geraldo Luiz. O espírito empreendedor.
Bragança Paulista: USF, 2004.
BARRETTO, Luiz Pondé. Educação para o empreendedorismo. Salvador: Universidade Católica
de Salvador, set.1998.
BIRLEY, Sue;
MUZYKA, Daniel. Os desafios do empreendedor. São Paulo: Pearson, 2001.
BERNHOFT,
Renato. Como tornar-se empreendedor em qualquer idade. São Paulo: Nobel, 1996.
BOM ANGELO,
Eduardo. Empreendedor corporativo: a
nova postura de quem faz a diferença. Rio de Janeiro: Campus, 2003.
BUENO, José
Lucas Pedreira. O empreendedorismo como superação do estado de alienação do
trabalhador. Florianópolis: UFSC, 2005.
CHIAVENATO,
Idalberto. Empreendedorismo. São Paulo: Saraiva, 2005.
________. Recursos
Humanos: o capital humano das organizações. São Paulo: Atlas, 2004.
CRAMER,
Luciana. As representações sociais da ação empreendedora. Rio de Janeiro: CLADEA, 2003.
DE MORI,
Flávio. Empreender: identificando,
avaliando e planejando um negócio.
Florianópolis: Escola de Novos Empreendedores, 1998.
DEGEN, Ronald.
O Empreendedor. São Paulo: Makron Books, 2000.
_______. O empreendedor: fundamentos da iniciativa
empresarial. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 1989.
DOLABELA, Fernando. O segredo de Luísa: Como nasce um empreendedor e se cria uma
empresa. São Paulo: Ática, 2002.
_______. Oficina
do Empreendedor. São Paulo: Cultura, 1999.
_______. Pedagogia Empreendedora. São Paulo:
Cultura, 2003.
DORNELAS, José
Carlos Assis. Empreendedorismo:
transformando idéias em negócios. Rio de Janeiro: Campus, 2001.
_______ Empreendedorismo corporativo. Rio de
Janeiro: Campus, 2003.
DRUCKER,
Peter. Inovação e espírito empreendedor. São Paulo: Pioneira, 1987.
_______. Entrepreneurship:
prática e princípios. São Paulo: São Paulo: Guazeli, 2000.
FARREL, Larry C. Entrepreneurship. São Paulo,
Atlas: 1993.
FILION, L.J. Empreendedorismo: empreendedores e
proprietários-gerentes de pequenos negócios. São Paulo: RAUSP, 1999.
FROES, César;
MELO NETO, Francisco P. Empreendedorismo
social. São Paulo: Quality Mark, 1999.
GERBER, Michael
E. O Mito do empreendedor. São Paulo: Saraiva, 1990.
HALLORAN,
James W. Por Que os Empreendedores Falham. São Paulo: Makron, 1994.
HASHIMOTO,
marcos. A atitude empreendedora. Empreender para Todos, 2007
KAUFMANN,
Luiz. Passaporte para o ano 2000. Como desenvolver e explorar a capacidade
empreendedora para crescer com sucesso até o ano 2000. São Paulo: McGraw-Hill, 1990.
LEITE,
Emanuel. O fenômeno do
empreendedorismo: criando riquezas. Recife: Bagaço, 2002.
LAMBRINHO,
Lúcio. A procura de novas conquistas. Revista
Empreendedor, nº 100, fev, 2003.
LUCAS JÚNIOR,
Gilberto Correa. A utilização da inovação e o espírito empreendedor em uma
empresa familiar: um estudo de caso da Entrelinhas. Rio de Janeiro: Universidade Estácio de Sá, 2003.
MILKOVICH, T. Administração
de recursos humanos. São Paulo: Atlas, 2000.
NASCIMENTO,
Dalton Arnoldo. Aprender a empreender: como o professor de educação física pode
contribuir nesse processo de aprendizagem? Florianópolis: UFSC, 2001.
NAVARRO, Leila. Ser ou não ser empreendedor? Eis a
questão... Empreender para Todos, 2007.
OLIVEIRA, Janaina Mendes. Modelo para integração
dos mecanismos de fomento ao empreendedorismo no âmbito das universidades: o
caso da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Florianópolis: UFSC, 2006.
PIAGET, Jean. A
epistemologia genética. São Paulo: Abril Cultural, 1978.
PINCHOT, Gifford. Intrapreneuring. São Paulo: Harbra,
1989.
ROBBINS,
Stephen P. Comportamento Organizacional. São Paulo: Pearson, 2005.
SANTOS, Osmar. Estratégias para capacitação dos
administradores com visão empreendedora. Florianópolis: UFSC, 2001.
SAY, Jean
Baptiste. Tratado de economia política.
São Paulo: Victor Civita, 1983.
SEVERO,
Rosane. Decifrando o código genético do empreendedor. Empreender para Todos, 2007.
URIARTE, Luiz Ricardo. Identificação
do perfil intraempreendedor. Florianópolis: UFSC, 2000.
VERGARA,
Sylvia Constant. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. São Paulo:
Atlas, 2007.
WEVER, Luiz;
BRITTO, Francisco. Empreendedores
brasileiros. Rio de Janeiro: Negócio, 2003.
WAGNER III, J.
A.; HOLLENBECK, J. R. Comportamento Organizacional. São Paulo: Saraiva, 2004. Veja
mais aqui, aqui e aqui.
Veja
mais sobre:
Salgadinho: de riacho pra esgoto, Boaventura de Sousa Santos, Imre Kertész, Friedrich
Schiller, Millôr Fernandes, Ennio Morricone, Gustav
Machatý, Emílio Fiaschi, Joseph Mallord William Turner &
Hedy
Lamarr aqui.
E mais:
A musica
de Monique Kessous aqui.
Dicionário
Tataritaritatá aqui.
Cidadania
e dignidade humana aqui.
Literatura
de Cordel: O cavalo que defecava dinheiro, de Leandro Gomes de Barros aqui.
Direitos
adquiridos aqui.
A arte
de Tatiana Cobbett aqui.
Tortura,
penas cruéis e penas previstas na Constituição Federal de 1988 aqui.
Literatura
de Cordel: Emissários do inferno na terra da promissão, de Gonçalo Ferreira da Silva aqui.
Palestras: Psicologia, Direito & Educação aqui.
CRÔNICA DE AMOR POR ELA
Leitora Tataritaritatá!!!
CANTARAU:
VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Recital Musical Tataritaritatá