FECAMEPA: QUANDO A COISA VIRA UM VERDADEIRO CERCA-LORENÇO, ESTÁ CHEGANDO A HORA DA GENTE AJEITAR TUDO NOS EIXOS!! Gentamiga do meu Brasil aloprado de ladeira abaixo! O negócio está desaprumado mesmo! A gente precisa colocar as coisas nos eixos. E pra começar: dou meus pitacos.Em primeiro lugar, não houve descobrimento nenhum! O que houve, na verdade, foi um achamento e invasão das terras de Pindorama - e isso é, inclusive, admitido pelos historiadores portugueses.Em segundo lugar: o étimo Brasil vem desde a antiguidade com a idéia de paraíso terrestre. Até os antigos hebreus falavam que queriam alcançar o Brasil – o mesmo que Eldorado, Canaã, éden terrestre. Em terceiro lugar: mesmo Caminha dizendo que em se plantando aqui tudo dá – menos eu, obviamente! -, os perós queriam era riqueza e, por isso, tascaram fé na cana-de-açúcar iniciando a tragédia dos índios e africanos, iniciando a era escravocrata – uma tragédia, diga-se de passagem, mantida até hoje! A partir disso, não foram os índios caetés que paparam Sardinha: ele foi assassinado a mando do governador geral, Duarte da Costa, e de seu filho, Álvaro. Afinal, todos, inclusive o bispo, estavam enrolados em corrupção e tramóias de arrepiar. Agora, guerra entre caetés e lusos realmente existiu. E muitas, por sinal. Mas os antropófagos negociavam com franceses e holandeses tranquilamente.ando um pulo, a independência de verdade nunca existiu, mas um acordo feito entre meia dúzia de gatos pingados que mandavam ver na patriamada. A proclamação da República, na verdade, foi um golpe de estado. A República Velha era formada pela oligarquia do café paulista e do leite mineiro. O Estado Novo foi uma ditadura influenciada pela Carta Del Lavoro. Os quiprocós sempre existiram, inclusive, até 1964, quando os militares já tramavam desde 1950, com apoio norte-americano, um golpe para lá de conservador e ditatorial. O período de 1964 até 1985 foi, realmente, um dos mais negros e sombrios da história da patriamada, onde muita corrupção e porralouquice comeu no centro ver. A redemocratização veio na marra, mas o povo ficou sempre de fora porque as decisões e definições constitucionais foram todas resolvidas nos gabinetes e escritórios dos lobistas. O governo Collor foi um estelionato, mas muita gente ainda hoje endeusa o rapaz. O governo FHC foi um desastre: o cara prometia com pinta de estadista, mas não conseguiu se esquivar de escândalos os mais cabeludos. O governo Lula prometia a redenção, mas a gente descobriu que o PT não era tão honesto assim e até hoje o presidente ainda viaja na maionese, pensando que está abafando. Eita! E agora? Com tudo isso e muito mais, a coisa está mais pro Samba do Crioulo Doido do Fedeapá do que para uma coisa séria que se prepare para o amanhã. Na verdade, a gente vive, desde 1500, um verdadeiro festival de cagadas melando o país, o FECAMEPA, onde a impunidade, o compadrio, a espórtula, a corrupção e a safadeza grassam desde que os portugueses (e todos as outros assaltos europeus) acharam de vir dançar o arrebita por aqui. Patético e paradoxal. Por isso, ou a gente bota nos eixos ou vamos aprumar a conversa & tataritaritatá!!! Veja mais aqui.
VEJA MAIS:
Alienação social do trabalho, Lilith, Honoré de Balzac, Erasmo de Roterdã, François Truffaut, Anna Netrebko, Vladislav Nagornov, Fanny Ardant, Otto Lingner &
Os assassinos do Frevo, José Saramago, Hannah Arendt, Frederico Barbosa, Luis Buñuel, Catherine Deneuve & Sérgio Mendes aqui.
Previsões do Doro, Linguagem & discriminação, Mitavai e o monstro Macobeba, Silvio Romero, Teatro Medieval, Tanja Dückers, Zinaida Serebriakova, Bridgit Mendle, O mundo do cinema & Cidinha Madeiro aqui.
Imagem: Woman with a Parrot, do pintor do
Realismo francês Gustave Courbet
(1819-1877). Veja mais aqui e aqui.
Curtindo o álbum Cris Delanno (DeckDisc, 2006), da cantora Cris Delanno. Veja mais aqui.
EPÍGRAFE – Tenha
em mente que em torno de você centenas, se não milhares, estão buscando o
caminho que você encontrou. São pessoas que estão tentando resolver os
mistérios da vida e pedindo por um sinal, uma única palavra, uma chave para a
solução de seus problemas, frase do famoso Rosacruz, escritor, ocultista e
místico Dr. Ph.D Harvey Spencer Lewis (1883-1939).
Veja mais aqui e aqui.
DIMENSÃO
ÉTICO-AFETIVA DO ADOECER DA CLASSE TRABALHADORA - No livro Novas
veredas da psicologia social (Educ/Brasiliense, 1995), organizado pela
psicóloga e professora Silvia Lane (1933-2006) e pela socióloga e psicóloga Bader
Burihan Sawaya, destaco o trecho do estudo Dimensão ético-afetiva
do adoecer da classe trabalhadora: [...] estudar as diferentes manifestações do sofrimento psicossocial,
desvelando os vários níveis da opressão e exclusão aos quais o individuo está
sujeito, e como ele aguenta submeter-se às condições humilhantes e resiste a
cada miseriazinha. É preciso realizar pesquisas para conhecer a maneira como
esse processo se objetiva no cotidiano e é vivido subjetivamente na forma de
necessidade, motivação, emoção, pensamento, sonho, desejo, fantasia,
representações, nos diferentes agentes sociais. Inclusive, este tipo de estudo
é importante para desfazer o mito de que o pobre não tem sutilezas psicologias
e age como um rebanho tangido por determinações sociais e pela fome, como se os
segredos da subjetividade fossem próprios das pessoas mais abastadas e
intelectualizadas. Todos somos personagens complexos no nosso desamparo. Veja
mais aqui e aqui.
A
HISTÓRIA SECRETA – O
romance A História Secreta (The Secret
History), da escritora, ensaísta e crítica estadunidense Donna
Tartt, conta a história que ocorre numa universidade fictícia que se
assemelha bastante ao ambiente onde a própria escritora estudou, com um enredo
que inclui um grupo achegado de estudantes e o seu professor de Literatura
Clássica, que tecem um plano secreto, destaco o trecho: Existe, fora da literatura, aquela coisa de “falha fatal”, a nítida
fenda escura que se estende e racha a vida ao meio? Eu costumava achar que não.
Agora acho que sim. E penso que a minha é assim: a ânsia mórbida pelo
pitoresco, custe o que custar. A moi. L’histoire d’une de mês folies. [...].
Veja mais aqui.
CANTO
DE AMOR - No livro As primaveras (Paula Brito, 1859), do poeta Casimiro de Abreu (1837-1860), destaco o poema Canto de amor: I - Eu vi-a e minha alma antes
de vê-la / Sonhara-a linda como agora a vi; / Nos puros olhos e na face bela, /
Dos meus sonhos a virgem conheci. / Era a mesma expressão, o mesmo rosto, / Os
mesmos olhos só nadando em luz, / E uns doces longes, como dum desgosto. /
Toldando a fronte que de amor seduz! / E seu talhe era o mesmo, esbelto, airoso
/ Como a palmeira que se ergue ao ar, / Como a tulipa ao pôr-do-sol saudoso, /
Mole vergando à viração do mar. / Era a mesma visão que eu dantes via, / Quando
a minha alma transbordava em fé; / E nesta eu creio como na outra eu cria, / Porque
é a mesma visão, bem sei que é! / No silêncio da noite a virgem vinha / Soltas
as tranças junto a mim dormir; / E era bela, meu Deus, assim sozinha / No seu
sono d’infante inda a sorrir!... Veja mais aqui e aqui.
AUTO
DE INÊS PEREIRA – Na
peça teatral Auto de Inês Pereira
(1523), do poeta e dramaturgo português Gil Vicente (1465-1537), destaco
o trecho inicial: INÊS Renego deste
lavrar / E do primeiro que o usou; / Ó diabo que o eu dou, / Que tão mau é
d'aturar. / Oh Jesus! que enfadamento, / E que raiva, e que tormento, / Que
cegueira, e que canseira! / Eu hei-de buscar maneira / D'algum outro aviamento.
/ Coitada, assi hei-de estar / Encerrada nesta casa / Como panela sem asa, /
Que sempre está num lugar? / E assi hão-de ser logrados / Dous dias amargurados,
/ Que eu possa durar viva? / E assim hei-de estar cativa / Em poder de
desfiados? / Antes o darei ao Diabo / Que lavrar mais nem pontada. / Já tenho a
vida cansada / De fazer sempre dum cabo. / Todas folgam, e eu não, / Todas vêm
e todas vão / Onde querem, senão eu. / Hui! e que pecado é o meu, / Ou que dor
de coração? / Esta vida he mais que morta. / Sam eu coruja ou corujo, / Ou sam
algum caramujo / Que não sai senão à porta? / E quando me dão algum dia /
Licença, como a bugia, / Que possa estar à janela, / É já mais que a Madanela /
Quando achou a aleluía. / [...]. Veja mais aqui, aqui e aqui.
KEN
PARK – O drama Ken
Park (2002), dirigido por Larry Clark e Ed Lachman, com roteiro de
Harmony Korine, baseado em histórias do próprio Larry Clark, gira em torno de
um pequeno grupo de eskatistas, sendo que todos eles têm pais abusivos e vivem
em constante abusos, começando pelo suicídio do protagonista e a vida de quatro
amigos numa sociedade disfuncional em que esses quatro jovens vivem, e, acima
de tudo, mostra a interação (ou a falta dela) desses quatro jovens com suas
famílias, retratando sexualidade e experimentais sexuais, incestos,
assassinatos, ménage à trois, alcoolismo, drogas e homossexualidade. O destaque
do filme é para a atriz estadunidense Maeve
Quinlan. Veja mais aqui.
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IMAGEM
DO DIA
Todo dia é dia da atriz estadunidense Maeve Quinlan.
CRÔNICA
DE AMOR POR ELA
Imagem: Nude study of a female torso, de George Dawnay.