quinta-feira, junho 12, 2014

ANNE CARSON, OLGÁRIA MATOS, COLLEEN HOOVER & JUDY BLUME

 


APRENDENDO COM O AMANHECER – Amanheceu e nutro zis esperanças embaladas pelos gorjeios dos pássaros travessos, modulando canções como angelicais coros que celebram a plenitude da vida. No horizonte as perspectivas se espraiam sugerindo tantos caminhos quantas possibilidades de tornar a existência tão verdadeira além dos limites. O Sol ainda escondido projeta novas alternativas que se diluem entre sonhos de realizações e ânuis para superar barreiras intransponíveis. O azul celeste permeia o meu coração às batidas cadenciadas com a promessa de alguns momentos felizes na trajetória vindoura. Tudo é possível às primeiras horas da manhã. Fervem opções do que fazer durante o dia. Um encontro imprevisível e a plenitude de que chegou a hora para dar certo. Projetos desenterrados emergem e é possivel concatenar cada um deles com alto teor de concretude. É possível transcemder e ver que mais adiante eles podem finalmente ser exitosos. É possível transpor cenários e o que antes eram trevas diáfanas, tudo amaina e já vislumbro o que de mais real e alvissareiro se mostra. A manhã é o estável da ventura, sobretudo no plano de voo que se manifesta factivel e que leverá ao meio dia do que e mais que regozijo porque está prenhe de alvorecimentos desatando nós e manifestando realizações. A tarde será levada com a brisa da alegria e tudo o mais do passado será esquecido, ficando apenas lições que servirão de inspirações para recomeços que frutificarão beneficios e conduzirão ao labor pleno. Entardecendo em mim novos amanheceres tão celebráveis como comemorativos serão repletos de criativos momentos que embalarão à boquinha da noite mais uma satisfação de tarefa cumprida e mais por transpor e executar. Ao anoitecer a calmaria de novas avaliações concatenando projeções futuras que se farão realidade no apogeu mais que desejado. Anoitecidas vivências serão revistas para corrigir rotas, refazer caminhos, restituir esperanças. E plenamente renascer no meio de novas ideias que frutificarão em novo amanhecer e serão mais que valorizados com o começo do sono reparador. Ao sono novos sonhos emergirão com tantos outros premonitórios e tão reais que se farão metas a serem atingidas, recheadas de quantas estratégias ilustrando o calor dos modos e maneiras de serem alcançados. É novo amanhecer e nutro zis esperanças para viver. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui e aqui.

 


DITOS & DESDITOS - A verdade vai deixar você estranho. Nem tudo precisa ter um sentido. Algumas coisas simplesmente são. Deixe as crianças lerem o que quiserem e depois conversem sobre isso com elas. Se pais e filhos puderem conversar, não teremos tanta censura porque não teremos tanto medo. Não são apenas os livros sob ataque que me preocupam. São os livros que nunca serão escritos. Pensamento da escritora e educadora estadunidense Judy Blume. Veja mais aqui.

 

ALGUÉM FALOU - Uma sociedade é tanto mais feliz, tanto mais democrática, quanto mais ela conseguir conviver com seus contraditores. Uma sociedade que só é capaz de conversar com o mesmo não é uma sociedade. Pensamento da filósofa e escritora chilena Olgária Matos. Veja mais aqui.

 

BATEU – [...] Não leve a vida muito a sério. Dê um soco na cara quando ele precisar de um bom golpe. Ria disso. [...] Há três perguntas às quais toda mulher deveria ser capaz de responder sim antes de se comprometer com um homem. Se você responder não a qualquer uma das três perguntas, corra como o diabo. [...] Ele trata você com respeito em todos os momentos? Essa é a primeira pergunta. A segunda pergunta é: se ele for exatamente a mesma pessoa daqui a vinte anos que é hoje, você ainda gostaria de se casar com ele? E, finalmente, ele inspirar para ser uma pessoa melhor? Você encontra alguém que pode responder sim a todas as três, então você encontrou um bom homem [...] Questionar tudo. Seu amor, sua religião, sua paixão. Se você não tiver perguntas, nunca encontrará respostas [...] Então você fica com seu oceano, eu fico com o lago [...] Ultrapasse seus limites, é para isso que eles existem. [...]. Trechos extraídos da obra Slammed (Galera Record, 2013), da escritora estadunidense Colleen Hoover.

 

ODE AO SUBLIME POR MONICA VITTI – Eu quero tudo.\ Tudo é um pensamento cru que dilacera.\ Um sinal de nevoeiro berrando através da névoa transforma a névoa em\ tudo.\ Comer ovos de codorna na mão em meio à névoa faz tudo ser afrodisíaco.\ Meu marido dá de ombros quando eu digo isso, meu marido dá de ombros\ a tudo.\ Os lagos nos quais sua fábrica poluiu tudo são tão belos quanto Brueghel.\ Deixo minha loja, a fim de talvez vender tudo que há nela, vazia, mas\ mantenho a luz acesa.\ Tudo pode derramar.\ Sabia que nos abismos do mar tudo se torna transparente? Pergunta\ Corrado, amigo de meu marido, e eu digo \ Sabia que eu morro de medo?\ Tudo requer atenção, eu nunca relaxo meu pescoço,\ mesmo beijando Corrado\ Kant diz que ‘tudo’ existe só na nossa mente, junto a uma onda de prazer e\ de dor que vai para lá e para cá em mim quando eu deito na cama de\ Corrado lutando contra tudo com \ Corrado me vendo do outro lado da sala e\ então ele veio para a cama e\ subiu em mim e isso não fez diferença exceto que agora eu tinha que lutar\ contra tudo através de Corrado, o que eu fiz ‘audaz’ (então, Kant) na cama\ congelante sob o clarão da meia-noite.\ O que você vai levar? pergunto a Corrado, que está indo para a Patagônia e\ quando ele diz 2 ou 3 bolsas eu digo Se eu tivesse que ir para longe eu\ levaria comigo tudo o que vejo.\ A isso Corrado nada responde o que não é, creio, o contrário de tudo.\ Não parece certo é o que meu marido diria, ele diz isso sobre tudo –\ especialmente desde que saí da clínica, uma clínica para pessoas que\ querem tudo,\ tudo que eu vejo tudo o que eu provo tudo o que eu toco\ todos os dias até as cinzas e na\ clínica eu só tinha uma pergunta O que faço com meus olhos?. Poema da escritora canadense Anne Carson.

 


A ARTE NO HORIZONTE DO PROVÁVEL – A obra A arte no horizonte do provável, do poeta e tradutor Haroldo de Campos, aborda temas como a poética do aleatório, do precário, da tradução, da vanguarda, da brevidade, haicai, poesia japonesa, Ungaretti e a Estética do Fragmento, Hoelderlin, Pindaro, a quadratura do círculo, Leopardi, Kitsch, poética sincrônica, diacronia e sincronia, entre outros importantes temas. Veja mais aqui, aquiaqui.

REFERÊNCIAS
CAMPOS, Haroldo. A arte no horizonte do provável. São Paulo: Perspectiva, 1977.

ESTOU FALANDO COM AS PAREDES, DE JACQUES LACAN - [...] Os quatro discursos de que falei há pouco são essenciais para identificar aquilo de que, façam o que fizerem, vocês, de algum modo, são sempre os sujeitos, ou seja, supostos no que se passa de um significante a outro. O significante, é ele o senhor do jogo, e vocês não são mais do que o suposto, em relação a alguma coisa que é outra, para não dizer o Outro. Vocês não lhe dão sentido, nem sequer têm o suficiente para vocês próprios. Mas lhe dão um corpo, a esse significante que os representa, o significante-mestre. Pois bem, sendo vocês ali dentro, literalmente, sombras de sombra, não imaginem que a substância, que é o sonho de sempre lhes atribuir, seja outra coisa senão esse gozo de que vocês são cortados. Como não ver o que há de semelhante nessa invocação substancial e nesse incrível mito do gozo sexual, do qual o próprio Freud se fez reflexo? O gozo sexual é realmente esse objeto que corre, corre, como no jogo do anel, mas cujo estatuto ninguém é capaz de enunciar, a não ser como estatuto supremo. É o auge de uma curva à qual ele dá o seu sentido, e também, muito precisamente, da qual o auge escapa. E é por poder articular o leque dos gozos sexuais que a psicanálise dá seu passo decisivo. O que ela demonstra é, justamente, que o gozo que se poderia chamar de sexual, que não seria semblante do sexual, é marcado pelo índice, nada mais, até nova ordem, daquilo que só se enuncia, daquilo que só se anuncia pelo índice da castração. [...] Esta noite eu lhes comuniquei algumas reflexões e, é claro, são reflexões a que a minha pessoa, como tal, não pode estar alheia. Isso é o que mais detesto nos outros. Porque, afinal, entre as pessoas que me escutam de vez em quando, e que por isso, Deus sabe por quê, são chamadas de meus alunos, não se pode dizer que elas se privem de se  refletir. A parede \le mur\ sempre pode servir de espelho [muroir]. Foi por isso, sem dúvida, que vim contar coisas no Sainte-Anne. Não é para delirar, propriamente falando, mas destas paredes, de qualquer modo, guardei alguma coisa no coração. Se, com o tempo, eu tiver conseguido edificar, com meu S barrado, meu S1, S2 e o objeto a, a razão \réson\ de ser, como quer que vocês a escrevam, pode ser que, no final das contas, vocês não tomem o reflexo da minha voz nestas paredes por uma simples reflexão pessoal. ESTOU FALANDO COM AS PAREDES – O livro Estou falando com as paredes: conversas na capela de Saint-Anne, de Jacques Lacan, traz na primeira parte Saber, ignorância, verdade e gozo assuntos como a ignorância douta de Nicolau de Cuza, a psiquiatria, a psiquiatreria e a antipsiquiatria, Georges Bataille e o não saber, ignorância cassa, alingua, a psicanálise e a linguagem, resistência e o erro de Freud, Copérnico, o geocentrismo e o heliocentrismo, Freud e Darwin: sabemos que sabemos, o inconsciente estrutura-se como uma linguagem, função e campo da fala e da linguagem, o gozo e o princípio do prazer, a relação de Kant com Sade nos Escritos, a gama do gozo e o falo em Freud, racismo, trabalho, poder simbólico, o Iluminismo e o saber da impotência. Na segunda parte, Da incompreensão e outros temas, trata de significante e significado, o signo, sintoma e valor de verdade, sujeito suposto saber e transferência, Bertrand Russel, matemas, Leibniz e Newton, campo magnético, função e campo da fala e da linguagem, gozo sexual, castração, os seres acósicos, Hegel, o tetraedro, Henry Ey e a ciência e a verdade. Na terceira parte, Estou falando com as paredes, aborda sobre o princípio da seriedade, o saber do psicanalista, Platão e o valor da díade, a caverna, a psicanálise e a lógica, Mar, o homem e a mulher, entre outros assuntos. Veja mais aqui e aqui.

REFERÊNCIA
LACAN, Jacques. Estou falando com as paredes: conversas na capela de Saint-Anne. Rio de Janeiro: Zahar, 2011.


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