quarta-feira, fevereiro 18, 2009

JOHN DONNE, CORA CORALINA, DUARTE VITÓRIA, CELSO KELLY, ATALANTA & HIPOMENES, INJUSTIÇA

 
Art by Duarte Vitória


NA CAIXA A INJUSTIÇA BRABA DE TODO DIA - Era ainda finzinho da madrugada para início da manhã e já o Doro estava se desentronchando e afinando os cambitos no coarador dum rabinho de fila do lado de fora duma das agências da Caixa Economica Federal, quando, assim do nada, apareceu a espalhafatosa e exuberante Dacilda, uma reboculosa morenaça sestrosa de fazer o apaideguado suspirar virando os olhos e a sentir aquele lastimável e patético eflúvio dos enamorados na horagá do inicio das paixonites mais arrebatadores que se infincam pelas entranhas e atravessam a pleura deixando o cabra mais amolestado que afogueado no tirinete da existência de qualquer cristão. Vixe, santa! Quando a pândega apareceu, logo o desinfeliz se esqueceu do que estava fazendo ali, maravilhado com todo aquele rebuliço de mulher! Nossa, o cara estava mesmo extasiado porque aquela boazuda ali, pertinho, do seu lado, se balançava toda, cabelos, seios, vestido, aura e mais bregueços pendurados a fazer verdadeiro chocalhos na simpatia do malsinado, dele chega até abrir caminho e ficar arrodeando toda inquietude da mondronga. Demais era ele sentir aquele perfume de carne perdida que dela exalava assanhando toda libido que eriçava topetes, trunfas e pentelhos, deixando o cara mais arrepiado que penteado de piloto de Fórmula 1, a ponto dele ficar amocegando passos dela e debulhando essências libidinosas para uma traquinagem certeira nos furunfados deliciosos duma deusa daquela nos sonhos dele. Menina! Santa sedução mais endemoninhada tomou conta do cabra dele num parar quieto feito quem tem cotoco no rabo. Nesse vuco-vuco todo, o bocó tomou pé da situação e foi se achegando no impado dos tremiliques segurados, sapecando cortesia jeitosa: - Mas, madama, que sassucede prum milagreiro desses da sinhorita por estas arredondezas! - Oi, querido, tudibão? Vim resolvê umas coisicas aqui. Nossa tá calor logo cedo, né? Era a espaçosa toda em carne viva, suando pelos poros todos e deixando neguinho mais doido que de costume. - Eita, maravilha! Mas num savexe qui tô aqui para sastifazê suas vontades! Xá, cumigo, madama, tô aqui pruquidé e vié! Não podia fazer ele muita coisa não, a não ser segurar as pontas de não deixar a moça desconfortável, se bem que tinha para mais de mil na frente dele. Enquanto ela ficava num pé e noutro, ele macaqueava as idéias no quengo. Pensou soltar um daqueles de todo mundo correr, mas o tiro podia sair pela culatra e distinta também se escafeder com a fedorência do peido dele. Outra idéia de jerico foi a de levar os que estavam na frente tudo na munheca e nos peitos, mas percebeu logo a meleca do insucesso quando sacou que tinha gente mais parruda na sua frente para desindereitar seus propósitos. Inquietou-se com a mulher buliçosa do lado e ele sem poder fazer, idéia nenhuma que prestasse a não ser a de agarrá-la logo para ela não fugir, o que daria, com certeza, numa queixa de assédio sexual de mofar na cadeia. Não, isso não. Tinha que ter tino. Era ele todo jeitoso pras bandas dela e ela sorrindo aquele riso grande e largo com aquela dentadura de cachorra da moléstica que deixa marmanjo arreado de manha pro resto da vida, esprivitada toda com mesura do rapaz. - Brigada, distinto! -, se empiriquitou a moça toda. Eita, gota! A mulher exibia um jeito de gratidão desde do cabelo da cabeça aos dedos dos pés, que se exibia pelos beiços melado de batom vermelho, pelos olhos pretos vivos de dar gosto, pelo decote desarrumado nos peitos quase saltando com coração e tudo, pelo lascão rasgado e profundo da saia no entre-coxas roliças, na rabeta proeminente chamando o otário de banguela, tudo pulando fora pra cima do sujeito que já arrumava o carrinho-de-mão para dar algumas viagens a mais naquele carregamento exorbitante. - De nada, dona moça bonita, está eu aqui praisso mermo, pronto para servi-la casa, comida e vida ajeitada pro todo o sempre, amem. A jumentuda percebeu que havia fisgado a simpatia do rapaz e não deixou por menos já se aboletando maquiagem e adereços todos pra cima dele. O rapaz com aquele ar de quem ganhou no papo, não se fez de rogado, tascou flerte solto enquanto a fila empancava ainda na calçada sol quente já das 7 da manhã torrando tudo. - Quéqui a madama vai fazê na Caixa mermo, hem? Essa curiosidade quase lhe valeu uma descompostura, mas a rabuda quedou-se sem passar recibo: - Vô dá entrada no seguro desemprego -, disse ela com o sorriso já meio amarelado. Ele se tocou, arrumou-se em riba da fivela e tentou consertar tudo: - Ah, uma distinta assim num pode se gastá em empregos. Tem que sê venerada num trono feito uma rainha quié. Acertou em cheio: ela ficou corada de satisfação de quase explodir de tanta volúpia arrebentando por dentro pra fora dela, quando o cabra aumentou na dose. - Espia só, se num quisé ficá coarando aqui, podexá qui guardo o seu lugar. Vá se descansar na sombrinha ali da praça que eu guardo seu lugá. Aí a moça só faltou pular em cima do cara! Mas sem saber o que fazer, se beijava ou abraçava ou agradecia, enrolou-se toda e só disse: - Então ta! Soltou um beijo para ele, deu uma volta da poeira subir e saiu nos saltos altos pesunhando com um rebolado macho daquelas modelos em dia de desfile de moda, para atravessar espalhafatosamente a rua e se aboletar escandalosamente num banco da praça em frente. Um alvoroço mesmo. Todo mundo só olhava pra ela. O Doro se moía de ciúmes, mas pensou melhor e viu que ia dar para enrolar os outros e foi logo deitando uma conversa mole alugando o juízo dos outros, quando todo mundo caindo no papo de derrubar avião dele, foi deixando ele passar na frente da fila. Oxe! Loguinho o cara estava o primeiro da fila e de lá só acenando pra ela. Os dois ficavam ali, ele no sol quente no quengo no meio daquela calçada e ela lá espragatada no banquinho da pracinha em frente, olhos nos olhos, cada um mais ancho que o outro quando o vigilante entregou a senha e ele chamou-la dela vir toda extravagante como uma égua no cio galope solto, adentrando ambos o recinto da instituição bancária mais espremidos que sardinha na lata. Estão lá conversa mole, risinhos, piadinhas, jeitinhos, quando ambos, depois de horas levando chá de cadeira lá dentro – ele nem notou que chegou 5 horas da manhã pra fila do lado de fora, que entrou no recinto com a moça era já mais de 9 horas da manhã e que já passava das 3 da tarde quando foram atendidos cada um em guichês diferentes -, coisa muito prazerosa, por sinal, que ele queria que nunca findasse. Foi simpaticíssimo com o caixa invocado que lhe pediu trocentos documentos e colocou todas as dificuldades do mundo para que o negócio não fosse resolvido nem pro resto da vida, quando ele num tava nem aí porque seu negócio mesmo era ela que brilhava no outro guichê toda atanazada. Não adiantava colocar dificuldades porque não perdia a esportiva, vez que não tirava o olho da Dacilda, nem podia, claro, aquilo era um desmantelo nos projetos de vida dele. Marcialita que visse, hem? Aí, meu, tanto idílio e no meio desse paradisíaco onirismo o mundo dele desabou. Como é? Tudo foi desmanchando, não por completo, quando o funcionário disse que só no dia seguinte por causa de um problema de desconfiguração do sistema que precisava ser renomeado e que ele deveria voltar no dia seguinte para que tudo fosse resolvido. - Como é? -, já estava quase ríspido quando o cara explicou tudo de novo e ele foi se emputecendo cada vez mais sem entender nadica de nada do que o cara explicava. Foi quando ele viu Dacilda fula da vida com o cara do guichê dela. Eita! Ele segurou a chateação e se dirigiu para Dacilda que também estava empancada com os problemas dela. - Ele tá dizendo que só o mês que vem que vou receber, pode? –, se queixou meio que chorosa. - Mas rapaz! -, reclamou Doro pro caixa. Aí ele foi ficando injuriado partindo em defesa da amantíssima, alterando a voz e os palavrões e nem adiantavam as explicações do funcionário porque ela estava inquieta, remexendo que só nas coisas e pedindo pelos santos e anjos do céu inteiro para que aquilo fosse resolvido, ele dando corda, abufelado e metido a cheio da pregas, ronronando que só, ciscando e cagando raio, quando exigiu que se resolvessem tudo ali e agora mesmo. Não foi. O vigilante educadíssimo pegou-lo pelo gogó e fundilhos, arrastou-lo até o meio da rua, a sacudiu-lo dele espragatar-se feito uma prastada de manteiga derretida no asfalto. Ela veio atrás danando a bolsa no segurança que ainda deu-lhe um empurrão dela deitar-se com as pernas pra cima e bunda de fora para risadagem geral. Que coisa, hem? Saíram os dois, ela completamente desolada e ele se aproveitando – sim, mas estava mais fodido que ela, pois o dele só poderia ser encaminhado no dia seguinte e também só se resolveria deus sabe lá quando. Foi nessa hora que ambos presenciaram o desolamento da escritora Clotilde Tavares que saíra da mesma agência com um piripaque de quase morrer pelo pesadelo de dívida que se tornou o sonho dela ter uma casa própria com financiamento da Caixa. Por isso a Caixa Economica Federal está mais para o Caixote do Fecamepa. Vai pra Caixa você também? Eu, hem! Coisas do Brasil. Veja mais aqui


DITOS & DESDITOS - Eu sou aquela mulher que fez a escalada da montanha da vida, removendo pedras e plantando flores. Pensamento da poeta Cora Coralina (1889-1985). Veja mais aqui

A ARTE - [...] Qualquer que seja a forma de arte, ocorre a comunicação: a mensagem se transfere. Entre a obra e o espectador, prossegue o colóquio humano. Há outras que se contemplam; outras que intrigam. Numa ou noutra hipótese, volta-se à peça. Existe sempre algo a mais para a percepção. As novas modalidades exigem uma assimilação progressiva. A vivência em grupo aumenta a necessidade da comunicação. Estimula os contatos. Estabelece as variações da percepção. O alargamento dos grupos, no rumo de comunidades mais ricas, proporciona ao artista motivações novas, solicitações mais numerosas. O fato social desponta aos olhos criativos do artista, desde o ser humano até a intrincada vida grupal. Motivação humana, motivaão social... a acuidade do alastista-criador (o autêntico artista) acorde aqui e ali, onipresente num mundo confuso e quase indecifrável. Justifica-se a expressão de Pound, de essência profética: os artistas são antenas! Antenas que auscultam, descobrem e revelam, como o fazem, no campo da ciência, os pesquisadores. [...] Trecho extraído da obra Arte e comunicação (AGIR/MEC, 1972), do jornalista, escritor, teatrólogo, professor, historiador e crítico de arte Celso Kelly (1906-1979).

ATALANTA & HIPOMENES - Atalanta era uma donzela que vencia na corrida os homens mais velozes. Era difícil dizer se ela se destacava mais pela perícia na corrida ou pela perfeição de sua beleza. Tempos antes de tornar-se exímia corredora, Atalanta consultou um oráculo sobre a possibilidade de se casar. Ela não poderia se casar. Aterrorizada com tal predição, ela vivia sozinha nas florestas. Mesmo assim, uma turba de pretendentes a perseguia. Ela conseguia afastá-los com a seguinte condição: “Só me possuirá aquele que me vencer na corrida”. Muitos rapazes arriscavam e perdiam a vida na tentativa de conquistá-la. Até que um dia, um jovem chamado Hipômenes ficou sabendo do estranho concurso e resolveu ir até lá, só por curiosidade. Quando ele viu alguns corpos derrotados no chão e mais outros rapazes que se preparavam para a disputa, exclamou: “Vocês são ridículos! Arriscar a vida só por causa de um casamento! Que tolice!” Porém, ao se deparar com Atalanta passando óleo no corpo e se preparando para a competição, ele ficou maravilhado! Jamais havia visto beleza semelhante e apaixonou-se de imediato. Aproximando-se dela, ele disse: “Por Júpiter! Perdão pelo que eu disse agora a pouco. Eu não fazia ideia de que o prêmio era tão valioso assim!” E encorajado pelo fogo invisível da paixão, acrescentou: “Você só os venceu porque eles são fracotes! Compita comigo! Garanto que se você for vencida não se arrependerá!” Atalanta ficou surpresa com a ousadia do rapaz que, embora prepotente, era audacioso e belíssimo. Um dilema cruel invadiu o coração da virgem. Ela já não sabia mais se desejava vencer ou ser vencida... Todavia, o desafio foi aceito. Hipômenes tremeu ao se dar conta do que havia acabado de fazer. Então ele pediu ajuda à Vênus, a deusa do amor. Vênus tinha acabado de voltar da ilha do Chipre e trazia consigo três maçãs de ouro. Ela deu as maçãs para Hipômenes e ensinou-o como usá-las. Começa a corrida. Ambos os competidores estão no mesmo pique, mas Atalanta abre vantagem facilmente. Hipômenes joga unum de tribus pomis no chão. Atraída pelo fruto reluzente, a donzela pára e o jovem a ultrapassa. Na metade do percurso Atalanta o alcança novamente, cheia de força e fôlego. Com a boca seca e a respiração ofegante, Hipômenes lança mão do segundo fruto. A formosa corredora não resiste e desvia do caminho para pegar o pomo dourado. Hipômenes lidera mais uma vez. Eles já estavam se aproximando do fim da prova. Atalanta usa toda a sua energia e deixa o jovem pretendente para trás. Entretanto, Vênus com seu poder divino, fez com que as maçãs ficassem mais pesadas. Hipômenes só tinha mais uma maçã de ouro. Ele atirou o último fruto obliquamente para um dos lados da pista, fazendo com que Atalanta se dispersasse na reta final. Ele venceu a prova e recebeu seu tão almejado prêmio. A moça se casou com ele de bom grado! Mas Hipômenes, orgulhoso, se esqueceu de agradecer à Vênus. Irada com o esquecimento, a deusa queria um exemplo para não ser menosprezada novamente e dois amantes transformados em leões. Em vez de palavras de amor, eles trocam rugidos. Em vez de num quarto, eles vivem nas grutas. A profecia dos oráculos mais uma vez se cumpriu. FONTE Mitologia grega (Vozes, 1989), do professor Junito de Souza Brandão (1924-1995). Veja mais aqui, aqui, aqui e aqui.

BOM DIA - Bom Dia / Espanta-me, em verdade, o que fizemos, tu e eu / Até nos amarmos? Não estaríamos ainda criados, / E, infantilmente, sorvíamos rústicos prazeres? / Ou ressonávamos na cova dos Sete Santos Adormecidos? / Se alguma vez beleza eu de facto vi, / desejei e obtive, não foi se não um sonho de ti. / E agora, bom dia às nossas almas que acordam / E que, por medo, uma à outra se não contemplam; / Porque Amor todo o amor de outras visões influencia / E transforma um pequeno quarto numa imensidão. / Deixa que os descobridores partam para novos mundos, / E que aos outros os mapa-mundos sobre mundos mostrem. / Tenhamos nós um só, porque cada um possui, e é um mundo. / A minha face nos teus olhos, e a tua nos meus, aparecem, / que os corações veros e simples nas faces se desenham; / Onde poderemos encontrar dois melhores hemisférios, / Sem o agudo Norte, nem o declinado Oeste? / Só morre o que não foi proporcionalmente misturado, / E se nossos dois amores são um, ou tu e eu nos amamos / Tão igualmente que nenhum abranda, nenhum pode morrer. / Vai apanhar uma estrela cadente / Vai apanhar uma estrela cadente, / Engravida da raiz de uma mandrágora, / Diz-me onde se encontra o passado, / Ou quem fendeu o pé do diabo, / Ensina-me a ouvir o cântico das sereias, / Ou a afastar o ferrão da inveja / E descobre / O vento / Que serve para melhorar uma mente honesta. / Se nasceste para ver coisas estranhas / Ou coisas invisíveis, / Cavalga dias e noites sem fim / Até que a neve cubra os teus cabelos, / Quando regressares, contar-me-ás / Todas as maravilhas que te aconteceram / E jurar-me-ás / Que em lugar algum / Vive uma mulher bela e honesta. / Se encontrares alguma, diz-me, / Tal peregrinação seria para mim uma doçura; / Mas não, não me digas, eu não iria, / Mesmo que fosse na porta ao lado, / Mesmo que ela fosse real, quando a encontrasses / E por fim me escrevesses a contar, / Enquanto eu lá chegasse, / Ela já teria sido falsa / Para dois ou três… Poema extraído da obra John Donne, o poeta do amor e da morte (J. C. Ismael, 1985), do poeta, prosador e clérigo inglês John Donne (1572-1631). Veja mais aqui, aqui, aqui e aqui.


Art by Duarte Vitória




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segunda-feira, fevereiro 16, 2009

HORKHEIMER, JULIA MARGARET, WLADIMIR KAMINER, ELIANE SILVESTRE, EDUCAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA, DORO & BUNDASS


Arte da fotógrafa britânica Julia Margaret Cameron (1815-1879)

DITOS & DESDITOS - Se por evolução científica e progresso intelectual queremos significar a libertação do homem da crença supersticiosa em forças do mal, demônios e fadas, e no destino cego – em suma, a emancipação do medo – então a denuncia daquilo que atualmente se chama razão é o maior serviço que a razão pode prestar. Pensamento do filósofo e sociólogo alemão Max Horkheimer (1895-1973). Veja mais aqui e aqui.

EDUCAÇÃO SUPERIOR – [...] as instituições de educação superior devem promover o desenvolvimento de um modelo de ciência e tecnologia condizente com os legítimos interesses humanos; se estivermos de acordo, também, que estas instituições devem formar cidadãos não só competentes, mas também eticamente responsáveis; se, enfim, estivermos de acordo que tais instituições, além da performatividade e da eficiência econômicas, devem promover o desenvolvimento humano e ambiental integral; então também devemos estar conscientes da necessidade de uma reforma de pensamento e de postura ante o conhecimento, seu manejo e aplicação; mais que isso, devemos estar conscientes, da necessidade de uma nova paidéia formativa que coloque em primeiro plano o sentido humano de ciência e tecnologia e os princípios de corresponsabilidade, solidariedade, justiça e eqüidade. A responsabilidade social da universidade não se restringe, portanto, à sua adaptação às demandas e urgências do mundo econômico como, por vezes, se supõe, mas implica em assumir a responsabilidade de repensar os sentidos de ciência e tecnologia e, portanto, os sentidos de investigação e da formação profissional. [...]. Trecho de Educação superior entre formação e performance (Avaliação, 2008), do professor e pesquisador Pedro Goergen. Veja mais aqui e aqui.

BALADA RUSSA – [...] Certo dia, era bem depois da meia-noite, a luz se apagou no cassino. Todos os sistemas se misturaram, os jogadores de todos os países xingaram, cada um em seu idioma. Parecia ser último dia de Babilônia. Nesse momento entendi que todas as pessoas, não importa quão diferentes fossem, queriam todas a mesma coisa: energia elétrica. [...] Trecho extraído da obra Balada russa (Globo, 2005) do escritor russo Wladimir Kaminer.

DOIS POEMAS - CHOVE POESIA: Crianças e bicicletas, na chuva. / Conversas infantis, no vento. / Riscando o asfalto, rodas molhadas. / Riscando a tarde, crianças regadas. / Cheirinho de mato encharcado. / Uma melodia procura a chuva, / Fugindo pela janela, / O céu carregado, torna-se refúgio para ela. / Nuvens pesadas / Sonham em ser crianças levadas – / Andam de carona na bicicleta do vento. / E eu penso, neste momento: / Com certeza, não é para criança que se destina / A previsão do tempo. ARVENTURA: Estou grávida do vento. / Brincou entre as minhas pernas / E... / Sucumbi à sua sedução. / Ele entende da natureza feminina. / Sabe que a carícia pequenina, / Que evolui a cada sopro, / É a fonte maior da tesão. / Foi numa noite de lua cheia... / A minha saia voou... / Ele rapidamente correu minhas pernas, / E, subindo por dentro da meia, / Parou... / Reconheceu o algodão da calcinha / De alguma longínqüa plantação. / E, friozinho, me penetrou, / Veio carregado do perfume / Da flor Dama-da-Noite. / A flor agora em meu ventre. / Numa noite, depois de 9 luas cheias, / Darei à luz. / Menino Perfume? / Menina Dama? Poemas da poeta, atriz e publicitária Eliane Silvestre.

FUNDAMENTOS E TÉCNICAS DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA: FINANCIAMENTO DAS ATIVIDADES EMPRESARIAIS - Efetuando detida leitura no capítulo referente ao Financiamento das Atividades Empresariais, contido no livro Fundamentos e Técnicas de Administração Financeira (Atlas, 1992), escrito por Roberto Braga, deparou-se com assuntos atinentes às modalidades de financiamentos por parte das empresas, bem como da visualização do sistema financeiro no Brasil. Informa o autor que a principal fonte externa de recursos próprios corresponde à subscrição e integralização de aumentos de capital. Os fundos próprios gerados internamente decorrem da retenção do lucro líquido, registrada nas contas de reservas de lucros ou de lucros acumulados. As vendas de ativos e as reduções nos níveis de estoques, contas a receber e outros ativos, possibilitam a liberação de recursos para outras finalidades. O capital próprio, assim, constitui a fonte de recursos mais adequada para investimentos de maior risco ou de manutenção prolongada. Os lucros retidos constituem uma fonte interna de capital próprio largamente utilizada no financiamento dos planos operacionais e de investimentos e correspondem ao valor remanescente do lucro líquido após a dedução da parcela ser distribuída em espécie aos proprietários, denominada por dividendos em se tratando de sociedades por ações. Assim, a política de dividendos satisfaz às expectativas dos investidos quanto à realização de uma parcela dos lucros, devendo atingir dois objetivos básicos na maximização da riqueza dos acionistas e provendo recursos para financiar os planos operacionais e de investimento. Os tipos de políticas de dividendos são a manutenção de uma taxa constante de distribuição dos lucros apurados; pagamento de um valor fixo por ação, independentemente das flutuações ocorridas no lucro por ação; e pagamento regular de um dividendo fixo mínimo e de dividendo extra nos exercícios em que ocorrerem lucros acima do normal. O dividendo preferencial fixo corresponde a certo valor, enquanto o dividendo preferencial mínimo representa um percentual sobre o valor nominal da ação ou sobre o valor total do capitula preferencial quando essas ações não tiverem valor nominal. As bonificações, o aumento do capital social efetuado mediante a incorporação de reservas e lucros mantêm inalterado o valor total do patrimônio líquido. Contabilmente trata-se de uma transferência interna de valores dentro do mesmo grupo de contas representativas do capital própria da empresa. Já o desdobramento de ações, é fixado na legislação para companhia abertas, a correção monetária do capital realizado e deve ser capitalizada sem modificação do número de ações emitidas. As fontes internas de recursos de terceiros correspondem a diversas obrigações decorrentes das atividades operacionais da empresa, tais como salários, contribuições sociais, impostos, dividendos declarados, etc. Os créditos dos empregados, diretores e acionistas representam recursos de terceiros, pois se deve separar a empresa das pessoas que nela trabalham ou detenham participação societária. A partir do fato gerador e durante o prazo concedido para pagamento ou recolhimento, os impostos, contribuições e outros compromissos são considerados recursos de terceiros. As fontes externas de recursos de terceiros podem ser geradas espontaneamente, como o crédito concedido pelos fornecedores e os adiantamentos de clientes relativos a bens ou serviços encomendados. As fontes externas de passivos onerosos são constituídas pelos empréstimos e financiamentos contratados com instituições financeiras ou com outras pessoas jurídicas ou físicas. Ainda, as fontes externas de capitais de terceiros apresentam-se as operações de arrendamento mercantil (leasing) em que a empresa arrendatária detém a posse e o uso de ativos fixos, durante a maior parte de sua vida útil. O financiamento com capital de terceiros pode ser gerado espontaneamente no curso normal das atividades operacionais e também ser obtido mediante a contratação de empréstimos e financiamentos. As fontes espontâneas de capital de terceiros são constituídas pelas exigibilidades diversas, adiantamentos de clientes e obrigações para com fornecedores. As exigibilidade da empresa para com seus empregados e diretores, órgãos governamentais, credores diversos e acionistas constituem exemplos de fontes internas de capital de terceiros, tais como salários e encargos incidentes sobre a folha de pagamento, inclusive as contribuições previdenciárias e sindicais dos empregados retidas para posterior recolhimento; impostos e contribuições sobre o faturamento; imposto de renda a pagar sobre o lucro de exercício e imposto de renda retido na fonte sobre salários e dividendos; contas a pagar e provisões para despesas incorridas e ainda não pagas relativas a férias, 13.º salário, indenizações contratuais, contingência fiscais e trabalhistas, etc; e dividendos e participações estatutárias a pagar, etc. Ocorre o adiantamento de clientes quando os bens são produzidos sob encomenda mediante a celebração de contratos que especificam as características técnicas do produto, o prazo de entrega, a base de cálculo do preço final quando este não for determinado. Essa prática ocorre com equipamentos não produzidos em série, construção civil, projetos de engenharia e outros serviços técnicos de valor elevado. O crédito mercantil ou comercial constitui uma modalidade de financiamento a curto prazo concedido por uma empresa a outra, mediante o diferimento entre o momento da entrega da mercadoria ou da prestação do serviço e a data de pagamento. Os empréstimos e financiamentos podem ocorrer  através de descontos de títulos: é uma operação típica de bancos comerciais que envolve notas promissórias ou duplicatas emitidas pela empresa com vencimento de até 180 dias; de empréstimos em conta-corrente, geralmente são concedidos pelos bancos comerciais por um prazo de 60 dias, com possibilidade de renovação; de financiamento de tributos e contribuições previdências, realizado por bancos comerciais por um prazo inferior ao período em que os recursos arrecadados ficam em seu poder, esses financiamentos estão sujeitos à tarifa de contratação, juros e IOF e garantidos por notas promissórias avalizadas. Ainda podem ocorrer os empréstimos à micro, à pequena e à média empresa, que são financiamentos para capital de giro regulamentado pelo Banco Central que corresponde a uma aplicação compulsórias dos bancos comerciais calculadas sobre seus depósitos a vista. Os contratos de financiamento, são destinado ao capital de giro ou capital fixo, são oferecidos por bancos comerciais ou de investimentos, que bancam as operações com recursos próprios e de depósitos a prazo, cobrando comissões, taxas, correção monetária, juros e IOF. Já o financiamento com recursos do PIS, são realizadas com recursos proveniente do programa, administrado pela Caixa Econômica Federal. Ainda ocorre o financiamento com recursos do BNDES, os repasses de recursos do FINAME, realizados por bancos comerciais, de investimento ou sociedade de crédito, financiamento e investimento, destinam-se ao financiamento de máquinas, equipamentos, veículos pesados e equipamentos de informática, novos e de fabricação nacional; os financiamentos com recursos externos, são financiamento para capital de giro ou capital fixo com prazos que varia de 90 dias a 08 anos; debêntures, são títulos da dívida emitidos pelas sociedades anônimas com a finalidade de levantar recursos de médio e longo prazos para financiar suas necessidades de capital de giro ou capital fixo. O arrendamento mercantil, ou leasing, pode ser operacional e financeiro. Operacional quanto os contratos celebrados por prazos bastante inferiores à vida útil do bem, podendo envolver computadores, máquinas copiadoras e outros equipamentos. O financeiro que é praticado somente pelas sociedade de arrendamento mercantil, pelo período de vida útil do produto. O sistema financeiro nacional é formado por diferentes tipos de instituições financeiras públicas e privadas. Em função da natureza e do prazo, as operações realizadas por essas instituições podem ser agrupadas em quatro grandes mercado: mercado monetário, também denominado mercado aberto ou open market que compreende operações de curto e curtíssimo prazo, realizadas por alguns dias ou de um dia para o outro (overnight); o mercado de crédito que envolve empréstimos e financiamentos de curto e médio prazos; o mercado de capitais, que engloba operações de crédito de longo prazo e transações com ações, debêntures e títulos públicos de longo prazo; e o mercado de câmbio onde são realizadas transações de compra e venda de moedas estrangeiras conversíveis em moeda nacional. O Conselho Monetário Nacional constitui a cúpula do sistema, sendo um órgão normativo que atua mediante um colegiado presidido pelo ministro da fazenda e composto por outros ministros de estado, dirigentes de entidades governamentais, basicamente da área financeira, e representantes do setor privado. Em virtude do conselho não possuir uma estrutura administrativa própria, o Banco Central funciona como sua secretaria. O banco central é uma autarquia federal que atua como o principal executor das decisões do conselho monetário nacional e, dentre as suas atribuições, destacam-se a emissão de moeda, a administração da liquidez da economia, o controle do crédito, o controle de capitais estrangeiros, a autorização para funcionamento e a fiscalização das instituições financeiras. A comissão de valores mobiliários é uma autarquia vinculada ao ministério da Fazenda que regulamenta e controla as companhias abertas, os investidores, os intermediários e os profissionais envolvidos nos mercados de ações e de debêntures. O banco nacional de desenvolvimento econômico e social - BNDES, é o principal agente da política de investimentos do governo federal, num sistema formado pelo próprio banco e suas subsidiárias, o FINAME, agência especial de financiamento industrial que financia a aquisição de máquinas e equipamentos industriais de procedência nacional através de outras instituições financeiras como repassadores de recursos, e o BNDESPAR, BNDES Participações S/A, que apoia empresas nacionais através de participação societária em seu capital, prestação de garantia de subscrição de ações ou debêntures conversíveis em ações, concessão de aval em empréstimos em moeda nacional e estrangeira e outras formas de colaboração. O Banco do Brasil é o principal agente financeiro do governo federal que, além de atuar como banco comercial, é o principal executor da política de financiamento da agricultura, executa o serviço de compensação de cheques e exerce outras atividades em nome do governo federal. os bancos regionais e estaduais de desenvolvimento têm sua atuação voltada para o financiamento de projetos públicos e privados que promovam o fomento econômico e social. O Banco do Nordeste do Brasil S/A e o Banco da Amazônia S/A, são controlados pelo governo federal e operam o FINOR e o FINAM, ambos constituídos por meios de deduções do imposto de renda das pessoas jurídicas. O Banco Nacional de Crédito Cooperativo é vinculado ao Ministério da Agricultura e presta apoio financeiro às cooperativas de produção. As instituições bancárias são aquelas que captam depósitos a vista, livremente movimentos através de cheques emitidos pelos depositantes. Os bancos comerciais concedem empréstimos de curto prazo às pessoas jurídicas em geral e também às pessoas físicas. Os bancos comerciais também realizam financiamentos a prazos mais dilatados atuando como agentes de fundos oficiais de crédito e repassadores de empréstimos contraídos no exterior. A caixa econômica federal possui múltiplas funções, dentre elas, captação de depósitos a vista, arrecada tributos, realiza empréstimos pessoas e concede financiamentos para capital de giro das empresas utilizando recurso do PIS. As caixas estaduais realizam algumas operações típicas dos bancos comerciais, mas atuam principalmente em financiamentos de imóveis residenciais através de suas próprias carteiras hipotecárias ou com recursos do SFH. O conjunto de instituições não bancárias é bastante heterogêneo, tendo como característica comum o impedimento legal de captar depósitos a vista. O papel originalmente atribuído aos bancos de investimentos era o de suprir as empresas com recursos de médio e longo prazos através de financiamentos e da compra de títulos e valores mobiliários emitidos pelas empresas que seriam mantidos em carteira ou revendidos posteriormente ao público. As sociedades de crédito, financiamento e investimentos têm como operação básica o crédito ao consumidor, financiando suas compras de bens de consumo durável diretamente através do refinanciamento das vendas a prestação do comércio varejista. As sociedades de crédito imobiliário integram o sistema financeiro de habitação financiando a construção e aquisição de imóveis e também empresas fornecedores de materiais de construção. As associações de poupança e empréstimo têm pouca expressão dentro do sistema financeiro de habitação. As cooperativas de crédito são entidades formadas por um grupo de pessoas que contribuem periodicamente com certa soma de dinheiro e se habilitam a obter empréstimos a juros inferiores àqueles praticados no mercado. As sociedades de arrendamento mercantil adquirem bens para arrendá-los pela maior parte de sua vida útil a empresas industriais, comerciais, agrícolas e de serviços. as instituições auxiliares atuam no sistema de distribuição de títulos e valores mobiliários. As bolsas de valores não são instituições financeiras, mas associações civis, de âmbito regional e sem finalidade lucrativa, constituídas pelas sociedades corretoras para que as mesmas disponham de um local adequado e da infraestrutura necessária à realização de operações de venda e compra de títulos e valores mobiliários por conta de terceiros. As sociedades corretoras detêm títulos patrimoniais das bolsas de valores e são as únicas instituições autorizadas a operar nos pregões. as sociedades distribuidoras de valores atuam na intermediação de títulos e valores mobiliários colocando no mercado certificados de depósito bancários, letras de câmbio, debêntures e ações emitidos por outras instituições financeiras ou empresas em geral. Os agentes autônomos de investimento são pessoas físicas credenciadas para atuar na distribuição de títulos e valores mobiliários. Veja mais aqui, aqui e aqui.


Gentamiga!!!

Já apresentei aqui diversos estudos acadêmicos acerca da calipígica preferência nacional. O assunto, verdadeiramente, não se esgota nunca. Claro, afinal, o pódice é a maior atração do imaginário brasileiro. Quem manda ter uma fábrica porreta de quartudas reboculosas no Brasil, hem? Sorte nossa, né?

Pois é, a gente tem preferido as garupas femininas sem esquecer das abundâncias fabísticas, com a devida vênia da anuência das pudicas e belosas, pronto para tomar um suquinho de graviola pros peidinhos saírem bem cheirosos, tá? Então, tá.

Contribuindo inestimavelmente para a amplitude do debate acadêmico acerca de tema tão saboroso e aprazível, o médico, escritor e brilhante articulista paraibano de jornais como O Norte e o Correio da Paraiba, Marcus Aranha, traz esta belíssima crônica.



HÁ MAIS DE 500 ANOS -Marcus Aranha (publicado no Correio da Paraiba de 15/02/2009).
Há séculos, o homem tenta dominar a mulher com armas políticas. Descobriu a virgindade e tirou partido, fazendo da descoberta um mito em seu proveito. Construiu outros como, maternidade, domesticidade e passividade; mulher é pra ficar em casa... Tudo no sentido de anular a emancipação e obter o domínio completo.
A última arma do homem contra a mulher foi recrudescer o padrão estético dela, abalando-a psicologicamente: mulher só magra, tipo top model! Endeusaram as modelos sem peito e sem bunda. Aí, pra atingir o padrão exigido, as mulheres entraram numa loucura de exercícios e dietas de fome, obcecadas por emagrecer. Haja Herbalife, dieta da sopa, da lua, de Dr. Atkins, de Beverly Hills, Kiberom, chá de anis estrelado, malhação, caminhadas, hidroginástica, massagens e o diabo a quatro.
Ora, padrão de mulher foi Vênus, deusa do amor e da beleza, representada sob muitas formas: Vênus de Cnide, Vênus Erucina, Vênus de Cápua, Vênus Genetrix, Vênus de Milo e outras. Todas com bastante nádegas e seios. Há uma delas, a Vênus Calipígia, com a bunda magnífica, parecendo brasileira.
Leitor pudibundo, não precisa ficar chocado com tanta bunda neste artigo. Todo mundo tem bunda e bunda tem no mundo todo.
Na Capela Sistina, lugar insuspeitíssimo freqüentado pelo Papa, existem belíssimas bundas pintadas em afrescos de Sgnorelli, Botticelli, Ghirlandaio, Perugino e Michelângelo.
No Brasil, o padrão beleza tísica não faz sucesso. Brasileiro gosta da silhueta um pouco cheia, com mais sensualidade.
O excitante do corpo da mulher são as redondezas, doces contornos e formas voluptuosas. É a chamada beleza pneumática, que teve apogeu na Renascença, com mulheres de curvas opulentas, mas com o corpo obedecendo a cinco ditames: forma, harmonia, moleza, doçura e suavidade.
Mulheres! Deixem de passar fome e diminuam tanta caminhada e tanta ginástica. Se caminhar muito prolongasse a vida, carteiro era imortal. E ninguém vai adorá-las de ossos à mostra, só a grade.
Os homens são chegados à carnes desde 1500, quando Pero Vaz de Caminha em carta a El Rei, descreveu encantado a beleza das índias: "Bem novinhas e gentis, com cabelos pretos e compridos pelas costas; e as suas vergonhas, tão altas e tão cerradinhas, e tão limpas de cabeleiras... E uma delas era tão bem feita e tão redonda, sua vergonha tão graciosa, que à muitas mulheres de nossa terra faria vergonha, por não terem a sua como a dela”.
O safado do Caminha ficou vidrado nas redondezas e no sexo das índias, “vergonhas” gordinhas, fechadinhas, quase sem pêlos, diferentes das que ele conhecia nas portuguesas. Entusiasmado, não se conteve e escreveu contando ao Rei.
A Primeira Carta, “certidão de nascimento” do Brasil, já fala como as brasileiras são bem feitas e redondas.
No século 16 descreviam nossas mulheres, com “ancas e nádegas enxundiosas que convidam à luxúria”. Imagine! Àquela época, a gente já curtia bunda.
Houve época em que a TV mostrava cerveja como paixão nacional. O Carnaval vem aí. E em desfiles, blocos e bailes a TV vai exibir mulheres com muita carne e pouca roupa. Não vai mostrar uma só top model, esquálida, despeitada e desbundada, com um vão de quatro dedos entre as coxas, sambando na Marquês de Sapucaí. O que a gente vai ver em close e zoom, na cara da gente, é mil bundas por dia!
Taí... cerveja pode ser paixão nacional, na Alemanha. Aqui no Brasil, há mais de 500 anos, paixão nacional mesmo, é bunda!

Assino embaixo.



Veja mais outros estudos acadêmicos e escritos acerca do tema:
ESTUDOS ACADÊMICOS SOBRE A CALIPÍGICA PREFERÊNCIA NACIONAL
ABUNDÂNCIAS FABISTICAS
MULHER, AS PUDICAS QUE ME PERDOEM
MULHER: BELEZA É MESMO FUNDAMENTAL?
GRAVIOLA PRO PEIDINHO SAIR CHEIROSO
TOCHA HUMANA 

DORO APRONTA DAS SUAS - DORO – O Doro desibernou e deu o ar de sua graça na festa da revista Espia, na última sexta-feira, na Ponta Verde, de Maceió. Chegou, viu todo mundo, saudou todos com aquele ar de candidato já ganhou, fez troça e ficou pelegando para pegar no microfone e nada. Nesse meio termo, eis que o promotor do evento, o Duque de Jaraguá e editor da revista, Carlito Lima, se encosta na turma do gargarejo enquanto recebia os efusivos parabéns pela festa, deixando escapar certas insatisfações como o da prefeitura municipal de Maceió embromar por dias a liberação do evento, cobrando, simplesmente, um rol de exigências que compreendiam 8 alvarás e mais outras tantas burocracias da incompetência nacional. É mole? As entidades oficiais além de não fazer nada – em Maceió a cultura está reduzida aos forrós de quinta categoria e duplo sentido do show musical do próprio prefeito e no estado a coisa inexiste mesmo -, ainda botam gosto ruim em tudo. Coisa do Brasil. Pois bem, foi nessa hora que o Doro invocado, escapuliu quando franquearam o microfone e ele reapareceu se apossando da voz e arreando a lenha: - Genti do meu Brasi varoni véio, aberto e de porteira inscancarada!! A coisa precisa tomá nas vergonha! Num pode o Brasi insestir somente pelos cabra qui só quere atrapaiar. E quano num atrapaiam, cismam de andá de ré-ora--traisi! Ou vancês tomam pé da situação e me inlejem logo prisidente desta mercadoria toda, ou a genti vai s´afundá na merdaria gerá pru riba e pra sempre! Tenho dito. Foi um rebuceteio da porra! Uma ovação! Esse o Doro.



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CRÔNICA DE AMOR POR ELA
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