segunda-feira, setembro 26, 2016

SARTRE, GIANNI VATTIMO, DYONÉLIO MACHADO, LAURENCE REVEY, NIETZSCHE, FAISAL ISKANDAR, JONAS PAIM, FERNANDO ROSA & ARTETERAPIA


INEDITORIAL: O QUE DEU, DEU; O QUE NÃO DEU, PACIÊNCIA, FICA PRA OUTRA! – É segunda, gentamiga, vamos pegar no trampo que a gente só colhe o que planta! O resto a gente manda ver correndo atrás. Se a coisa está complicada, vou de Faisal Iskandar: Tempos estranhos e sombrios... a verdade está oculta. Vou desvendá-la, essa a minha missão, vamos? Vambora! Agora, como se diz no popular, mudando de pau pra cacete, vamos pras novidades do dia. O primeiro destaque da edição de hoje para a reunião do Grupo de Pesquisa Neurofilosofia & Nerociência Cognitiva com a apresentação dos resultados do projeto Relação escola, professor e aluno da escola pública de Maceió. O segundo destaque vai para a obra do fotógrafo e videomaker Faisal Iskandar. As demais novidades da edição de hoje ficam por conta da croniqueta O sisifismo na segunda de outra semana, a música de Laurence Revey, a pesquisa sobre a emoção de Jean Paul Sartre, o livro Os ratos de Dyonélio Machado, a ideia do fim da modernidade de Gianni Vattimo, outro trecho da gaia ciência de Nietzsche, o curso de Arteterapia da professora Fátima Pereira, a pintura de Jonas Paim e a arte de Fernando Rosa. No mais, uma maravilhosa semana procês, vamos aprumar a conversa & Tataritaritatá. Veja mais aqui.

Veja mais sobre
Nascente & Ariano Suassuna, William Faulkner, Anacreonte, Dmitri Shostakovich, Lenio Luiz Streck, David Ives, Robert Bresson, František Kupka, Dominique Sanda, Giovanna Casotto & Literatura Infantil aqui.

E mais:
De perto ninguém é normal, Thomas Stearns Eliot, George Gershwin, Martin Heidegger, Luis Fernando Veríssimo, Elisa Lucinda, Théodore Géricault, Clara Bow, Sérgio Valle Duarte, Sandra Regina & Literatura Infantil aqui.
Homem X Mulher, Kat Dennings, Damião Metamorfose & as previsões do Doro aqui.
Reengenharia: que droga é nove?, A classificação da humanidade de Gurdjieff, Olivier Reboul, Isaias Pessotti, Gioacchino Rossini, Nelly Miricioiu, Reinaldo Maia, Alfonso Cuarón, Ignacio Zuloaga y Zabaleta, Maribel Verdú, Milo Manara, Administração Financeira & Edna Fialho aqui.
Atração & sedução, Agostino Carracci & as previsões do Doro aqui.

DESTAQUE: NEUROFILOSOFIA & NEUROCIÊNCIA COGNITIVA
Realizou-se no último sábado mais uma reunião do Grupo de Pesquisa Neurofilosofia & Neurociência Cognitiva, sob a coordenação dos professores Álvaro Queiroz & Janne Eyre Sarmento, orientação da professora Daniela Botti e participação do neuropsicólogo Weverky Farias e do graduando em psicologia, Darnley Tenório. Na ocasião, entre as outras atividades, deu-se a apreciação e análise dos resultados apurados no projeto A relação escola, professor e aluno no Ensino Médio da Rede Pública de Maceió, envolvendo alunos e professores do Ensino Médio e gestores de duas escolas do Centro de Estudos e Pesquisas Aplicadas (CEPA), entre elas, a Escola Estadual Moreira e Silva, por meio da gestora Ely Quintela Lisboa Carvalho, e a Escola Estadual Princesa Izabel, com as gestoras Sônia Suely Araújo Ferreira e Valquíria Balbino da Silva, resultante de uma contribuição da professora Fátima Bastos às atividades do grupo de pesquisa. Por consequência, foi acatada pelo grupo a sugestão apresentada pelo graduando Danrley Tenório, relativa à realização de uma intervenção nas escolas envolvidas com o projeto denominado provisoriamente de Relacionamento interpessoal professor/aluno sob a perspectiva do Sociodrama, para elaboração do respectivo projeto. Também foi apresentada a sugestão do psicólogo, psicoterapeuta, professor e supervisor em programas de treinamento em psicoterapia, Afonso H. Lisboa da Fonseca, para realização de um evento denominado Maceió, Cultura e Psicologia, para apreciação do grupo. Além disso, também a proposta do curso de Neuroendocrinofisiologia, do professor Fábio Cunha. Efetuou-se avaliação das atividades desenvolvidas pelo grupo, ficando marcado o dia 26/09, a partir das 17hs, para a realização da próxima reunião do grupo. Para mais detalhes veja mais aqui, aqui e aqui.

O SISIFISMO NA SEGUNDA DE OUTRA SEMANA (Imagem: arte do artista plástico Fernando Rosa)Recomeçar, da estaca zero ou do que sobrou dos disparos dados em todas as direções. Recomeço e sei: ou evoluiu, ou involuiu. É hora de reavaliar, rever cada passo dado, estratégias, metas. Se do passado sobrou algo perseverante, resiliência; o aversivo, descartado. Hora de cantarolar Zé Marcolino: Santo que não me ajuda pode cair da parede. Em pratos limpos a coragem renovada. Um riso e simbora: o dia nasce, a semente desabrocha, os pássaros gorjeiam, a vida acorda. Acordo de mesmo e qual será? É outra semana, na segunda. Todas as dúvidas, nenhuma certeza: passos firmes no caminho. Tudo é possível agora, o planejado e o imprevisível. Há sempre uma esquina, tantas curvas, todas pra serem superadas. E vou, voo. Se paro é pra reavaliar cada passo e retomo qualquer direção: há de dar em algum lugar. Assim seja. Se de um galho, estradinha, viela ou beco que seja, uma nova situação: seguir em frente. Se persiste o sinal vermelho, aguardo pacientemente; se persiste, outras direções. Tudo se ajeita, de uma forma ou de outra. Nunca desesperar, usar da imaginação. E persigo, senão volto e recomeço pelo que sobrou dos cacos, de cada pedadinho dos disparos dados em todas as direções. Hoje é o dia, amanhã será esperança. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui.

UMA MÚSICA
Curtindo o álbum Derrière Le Miroir (Fun Key, 1997), da atriz, cantora e compositora suíça Laurence Revey – A voz de ouro.

PESQUISA: A EMOÇÃO, O ATO DE CRIAR & O COMPORTAMENTO - [...] Escrever é adotar uma consciência ativa das palavras, na medida em que elas nascem da minha caneta. Não palavras, na medida em que são escritas por mim: apreendo intuitivamente as palavras, na medida em que elas têm essa qualidade de estrutura de sair ex nihilo e, entretanto, de não serem criadas por si mesmas, de serem criadas passivamente. [...] O que nos interessa, aqui, é mostrar unicamente, que a ação, como sucede com a consciência espontânea irrefletida, constitui certa camada existencial no mundo e que não há necessidade de se ter consciência de si mesmo como agindo para agir — antes, pelo contrário. [...] Quando os caminhos traçados se tornam demasiado difíceis ou quando não vemos caminho algum, verificamos que não podemos continuar num mundo tão urgente e tão difícil. Todas as vias são barradas e, apesar disso, é preciso agir. [...] É preciso considerar, portanto, que a emoção não é apenas representada, que não se trata de um comportamento puro; trata-se, antes, do comportamento de um corpo que se encontra num determinado estado: o estado, só por si, não provocaria o comportamento, e o comportamento sem o estado seria comédia; mas a emoção aparece num corpo perturbado que tem certo comportamento. [...] Por outras palavras, a consciência muda de corpo ou, se o preferem, o corpo — como ponto de vista sobre o universo imediatamente inerente à consciência — coloca-se ao nível dos comportamentos. [...]. Trechos extraídos da obra Esboço de uma teoria das emoções (Zahar, 1994), do filósofo, escritor e crítico de arte francês Jean- Paul Sartre (1905-1980). Veja mais aqui, aqui, aqui e aqui.

UM LIVRO, UMA LEITURA: OS RATOS
[...] Um rufar- um pequeno rufar- por sobre a esfera do chiado, no forro...Ratos...São ratos! Naziazeno quer distinguir bem. Atenção. O pequeno rufar – um dedilhar leve- perde-se para um dos cantos do forro... Ele se põe a escutar agudamente. Um esforço para afastar aquele conjunto amorfo de ruidozinhos, aquele chiado... Lá está, num canto, no chão, o guinchinho, feito de várias notinhas geminadas, fininhas... São os ratos!...Vai escutar com atenção, a respiração meio parada. Hão de ser muitos: há várias fontes daquele guinchinho, e de quando em quando, no forro, em vários pontos, o rufar... A casa está cheia de ratos... Espera ouvir um barulho de ratos nas panelas, nos pratos, lá na cozinha. O chiado desapareceu. Agora, é um silêncio e os ratos... Há um roer ali perto...Que é que estarão comendo? É um roer que começa baixinho, vai aumentando, aumentando, ...Às vezes pára, de súbito. Foi um estalo. Assustou o rato. Ele suspende-se ...Mas lá vem outra vez o roer, que começa surdo, e vem aumentando, crescendo, absorvendo... Na cozinha, um barulho, um barulho de tampa, tampa de alumínio que cai. O filho ali na caminha tem um prisco. Mas não acorda. São os ratos na cozinha. Os ratos vão roer – já roeram!- todo o dinheiro!...
Trecho extraído da obra Os ratos (Planeta, 2010), do escritor, jornalista, psiquiatra e comunista Dyonélio Machado (1895-1985), contando a história de um funcionário público cidadão comum envolvido em dívidas com o leiteiro, levado a recorrer a empréstimos e agiotas, suas perspectivas, angustias, esperanças e desilusões.

PENSAMENTO DO DIA: O FIM DA MODERNIDADE - [...] Já agora, na sociedade de consumo, a contínua renovação (das roupas, dos utensílios, dos edifícios) é fisiologicamente requerida para a pura e simples sobrevincia do sistema; a novidade nada tem de ‘revolucionário’ e perturbador, ela é o que permite as coisas prosseguirem do mesmo modo [...] a reificação geral, a redução de tudo a valor de troca, é precisamente o mundo transformado em fábula. Esforçar-se para reestabelecer um ‘próprio’ contra essa dissolução é sempre ainda niilismo reativo, esforço para derrubar o domínio do objeto, estabelecendo um domínio do sujeito que, no entanto, se configura reativamente com as mesmas características de força coercitiva próprias da objetividade [...] A consumação do ser em valor de troca, o devir fábula do mundo verdadeiro, também é niilismo na medida em que comporta um debilitamento da força coercitiva da ‘realidade’. No mundo do valor de troca generalizado tudo é dado – como sempre, mas de maneira mais evidente e exagerada – como narração, relato (da mídia, essencialmente, que se entrelaça de maneira inextrincável com a tradição de mensagens que a linguagem nos traz do passado e de outras culturas. A mídia, portanto, não é apenas perversão ideológica, mas antes uma declinação vertiginosa dessa mesma tradição). [...]. Trecho extraído da obra O fim da modernidade (Martins Fontes, 2000), do filósofo italiano Gianni Vattimo, analisando sob a perspectiva da hermenêutica, pragmatismo e tendências niilistas o problema de uma definição conceitual da modernidade e do seu fim, e até a possibilidade de uma cultura pós-moderna. Veja mais aqui.

UMA IMAGEM: CORES DO INCONSCIENTE

A arte do fotógrafo e videomaker Faisal Iskandar, na série Cores do Inconsciente, integrante da coletiva Abstractus (Memorial de Curitiba/Museu Guido Viaro, 2014).

AGENDA: ARTETERAPIA – Acontecerá no próximo dia 29 de setembro, o início das aulas do curso de Arteterapia no Centro Universitário Cesmac, voltado para profissionais com graduação nas diversas áreas da saúde, educação, artes, assistência social e áreas afins, com carga horária de 530 h/a, 45 vagas. Veja detalhes aqui e mais aqui e aqui.

A GAIA CIÊNCIA
[...] um olhar à via láctea  faz emergir dúvidas, se não há ali movimentos muito mais rudimentares e contraditórios, e igualmente estrelas com eternas trajetórias candentes em linha reta e coisas semelhantes. [...] Mas como poderíamos censurar ou louvar o todo! Guardemo-nos de lhe imputar falta de coração e irrazão ou seus contrários: ele não é perfeito, nem belo, nem nobre, e não quer tornar-se nada disso, nem sequer se esforça no sentido de imitar o homem! Também não tem um impulso de autoconservação nem em geral qualquer impulso; também não conhece nenhuma lei. Guardemo-nos de dizer que há leis na natureza. Há somente necessidades: nela não há ninguém que mande, ninguém que obedeça, ninguém que transgrida. [...] Guardemo-nos de dizer que a morte é oposta à vida. [...]
Trechos extraídos do Livro III, da obra A gaia ciência (Companhia das Letras, 2012), do filósofo alemão Friedrich Nietzsche (1844-1900). Veja mais aqui.

CRÔNICA DE AMOR POR ELA
A arte do pintor Jonas Paim.
Veja aqui e aqui.

CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Paz na Terra com a arte do artista plástico Fernando Rosa.
Recital Musical Tataritaritatá - Fanpage.
Veja  aqui e aqui.


EWA LIPSKA, SAMANTHA HARVEY, LENA HADES & PERNAMBUCO DO PANDEIRO

    Imagem: Acervo ArtLAM . Ao som dos álbuns Gema (2013), Live from Aurora (2016), Phenomena (2019) e Devaneio (2023), da banda instr...