quinta-feira, novembro 04, 2010

MAYA ANGELOU, ROSA BELTRÁN, CHARLES FORT, DAG HAMMARSKJÖLD, STILLFRIED, VALUNA, EDUCAÇÃO DE JOVENS & ADULTOS

A arte do fotógrafo austríaco Raimund von Stillfried (1839-1911).

VALUNA: AMBULANTES DA VIDA - Era ela o que era de mim e nela tudo era eu e ela: a vida furiosas ondas, trovões e relâmpagos. Dela o prazer, a vida: rebotalho de águas mansas. Alguns dias e tudo era calmaria, serenidade. Eu e ela na correnteza quase sem pressa. Ninguém precisava nem de nada, ao se tocar, presença real, amanhecia de nem saber de tarde, nem de noite, nem na madrugada, companhia do tempo e do espaço. Éramos nós dois o rio e nada mais. Eu nela, nem me lembrava mais do chão esturricado além das margens lá fora, folhas secas, pedras expostas, mato, cadê peixe, vida... só o que restou... morto. Agora o rio era o que sempre foi: uma companhia invisível, ignorada, só lembrada quando a carestia reinava e se buscava saciar a fome e a sede dos que sequer agradeciam. Noutros dias, quando dava a invernada abundante, era a irrefreável fúria inundando segredos e adjacências citadinas, lavando tudo: as paixões, as misérias e a fé. Marcava sempre presença indomável. Esse o rio que sou e fui. De repente, uma nesguinha de nada, menor que o menor dos brejos, menor que as valetas miúdas, fiapinho tênue se valendo do encontro dos pedregulhos para chacota dos incólumes que não se atreviam desafiá-lo, coitado, que riem de seu assoreamento até findar insepulto. Nada não, passa. Ainda é a essência de algumas experiências exclusivas, inuptas, verdadeiramente ímpares, na oportunidade de remontar memórias: peixe, ou pedra funda, ou alga, ou redemoinho, ou carreirão pro mar. Fizera-se pelo escoamento dos dias e noites nas corredeiras, levando a correnteza até onde pudesse dar, desconhecendo se um caudaloso Amazonas, um movimentado Reno, um sinistro Mississipi, um avexado Volga, só testemunhando a vida, alegrias e revertérios, despropósitos e pusilanimidades, afogamentos e navegações alheias. De certeza, não seria nenhum Tâmisa, nem Sena, nem Tejo, era a minha sina pelas turbulências menores, nos redemoinhos perto do areial, na sede da nascente, na distância do leito, na entrega da foz. Era lá que todos os fantasmas de doidos, desvalidos e autóctones emergiam das entranhas mais profundas para mostrar-se que a beleza maior escorria pelos cabelos de Iemanjá, descia como estrelas cadentes por seus belos seios, deslizava por seu ventre e alcançava o feliz idôneo que mergulhasse a coragem de viver no meio de um Nilo que testemunhara toda abastança e toda decadência dos dali. Era como se pudesse ser um São Francisco descendo de São Bento, atravessando Catendes, alagando Palmares com Águas Pretas pelos Barreiros até alcançar nas Várzeas o Atlântico de seu chegar, carregando por séculos ou milênios, quem sabe, reminiscências de embarcações furtivas de origem francesa, holandesa, portuguesa; refugiando negros quilombolas, assistindo caetés e carregando a verdadeira história dos fatos nas mensagens de suicidas com cartas de amor no interior de garrafas; nos acaris, nos caritos, nas cundundas; no jangadeiro que saía de uma margem à outra sem a menor pressa de ver que o tempo passou e já ficou quase tarde para viver; no voluntário que timbungasse com as nojeiras de antanho e se safasse são e salvo, pronto e invulnerável; na lágrima dos que sofreram com as lâminas do passado e não sabiam do presente e muito menos enxergavam futuro algum; na manchete estampada num jornal velho que repisava o momento presente que não conseguia sair do mesmo lugar de sempre, boiando; no remorso mantido à custa de tanta ignomínia; no fedor da nobreza brega que se arrastava energúmena; no urinol repositário de todas as maledicências; nos adultérios consentidos, nas bancarrotas escandalosas, nas reputações arranhadas, riscadas e borradas que andavam com o pau da venta em pé de empáfias nas lufadas das infâmias e de astuciosos ardis nas adiposidades de rapapés fingidos; na demência de ver que a vida era outra coisa além deste marasmo que judiava ao lado do chocante das banalidades e trafegavam nas catacumbas da honra; na ferrugem da coragem que se expressava no legado pobretão; de herdeiros acéfalos e indigentes nos saques dos famintos, das ticoqueiras, dos bóias-frias nômades, dos calungas, do mané-gostoso, do nego-bom, dos cardumes, dos lixeiros, dos desejos não correspondidos nos esgotos, nas fotos do lambe-lambe, nas molduras encardidas, nas gavetas cabalísticas, nas jantes inexoráveis da erosão descabida e na demência dos que não conseguiam viver de solidariedade. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui.


A arte do fotógrafo austríaco Raimund von Stillfried (1839-1911).

DITOS & DESDITOS - Minha vida, uma história construída com palavras. As palavras que meus pais me ensinaram desde que eu era menina, minha mãe primeiro, através das histórias exageradas sobre o mundo e do humor negro com que meu pai se referiu ao que vivemos. Pensamento da escritora, professora e acadêmica mexicana, Rosa Beltrán.

ALGUÉM FALOU: A tudo o que já passou, digo obrigado. Ao que está por vir, digo sim. Só é digno de seu poder aquele que o justifica dia após dia. Quem quer manter o jardim bonito não guarda um canto para as ervas daninhas. Pensamento do escritor e economista sueco Dag Hammarskjöld (1905-1961).

DO HUMANO & DAS COISAS - Se o pensamento humano é um crescimento, como todos os outros crescimentos, sua lógica não tem fundamento próprio e é apenas a construtividade ajustadora de todas as outras coisas em crescimento. Minha expressão geral é que todos os seres humanos podem fazer qualquer coisa; e cães que rastreiam pedreiras invisíveis, pombos-correio e cobras que encantam pássaros e lagartas que se transformam em borboletas são mágicos. Mede-se um círculo, começando em qualquer lugar. Se existe uma unidade subjacente de todas as coisas, não importa onde começamos. Dependendo de como você vê as coisas, seu mundo pode mudar completamente. Meu maior interesse não é tanto nas coisas, mas nas relações das coisas. Pensamento do escritor estadunidense Charles Fort (1874-1932).

AINDA ASSIM ME LEVANTO - Você pode me desmoralizar na história / Com suas mentiras amargas, torcidas, / Você pode me pisotear na sujeira extrema / Mas ainda assim, como a poeira, eu me ergo. / Meu atrevimento o incomodou? / Por que você está tomado de melancolia? / Porque eu ando como se eu tivesse poços de petróleo / Bombeando na minha sala de estar. / Assim como luas e como sóis, / Como a certeza das marés, / Assim como as esperanças brotam, / Ainda assim me ergo. / Você quer me ver quebrada? / De olhos e cabeça baixos? / Ombros caídos como lágrimas, / Enfraquecida pelos gritos repletos da minha alma? / A minha arrogância te ofende? / Não leve isso tão a sério. / Porque eu rio como se tivesse minas de ouro / Escavadas em meu quintal. /Você pode atirar em mim com suas palavras, / Você pode me cortar com seus olhos, / Você pode me matar com seu ódio, / Mas ainda assim, como o ar, eu me ergo. / Minha sensualidade incomoda você? / É uma surpresa / Que eu dance como se tivesse diamantes /Por entre minhas coxas? / Fora das cabanas da vergonha da história / Eu me ergo / Acima de um passado enraizado na dor /Eu me ergo / Eu sou um oceano negro, vasto e revolto, / Brotando e expandindo eu alimento a maré. / Deixando para trás noites de terror e medo / Eu me ergo / Em um amanhecer que é assombrosamente claro / Eu me ergo / Trazendo os presentes que meus antepassados ofereceram, / Eu sou o sonho e a esperança do escravo. / Eu me ergo / Eu me ergo / Eu me ergo. Poema da escritora e ativista estadunidense Maya Angelou - Marguerite Ann Johnson (1928-2014);



EDUCAÇÃO DE JOVENS & ADULTOS: RECURSOS TECNOLÓGICOS NA EJAO mundo contemporâneo passa atualmente por uma revolução tecnológica que está alterando profundamente as formas de trabalho. Essas novas tecnologias e sistemas organizacionais exigem trabalhadores mais versáteis, capazes de compreender o processo de trabalho como um todo, dotado de autonomia e iniciativa para resolver problemas em equipes. Por isso será cada vez mais necessária a capacidade de se comunicar e de se capacitar continuamente, de buscar e de relacionar informações diversas. Uma inserção vantajosa no mercado de trabalho exige hoje uma melhor formação geral e não apenas treinamentos em técnicas específicas. Trabalhadores com capacidade de resolver problemas e aprender continuamente têm mais condições de trabalhar com eficiência e exigir seus direitos, caso contrário correrão o risco de serem excluídos do mercado de trabalho. Desta forma, sabendo-se que o Brasil é um país marcado por graves desníveis sociais, pela situação de pobreza de uma grande parcela da população, por uma tradição política pouco democrática, de baixos níveis de escolarização, dentre outras problemáticas que estão fortemente associadas a outras formas de exclusão econômica e política, demonstra, claramente, que se precisa qualificar e, consequentemente, melhorar a condição de vida do trabalhador brasileiro. Assim, inseridos nesta camada marginalizada da população, encontra-se o público que freqüenta os programas de educação de jovens e adultos, que em quase sua totalidade já tiveram uma passagem anterior pela escola. Sendo, em sua maioria, adolescentes e jovens recém saídos do ensino regular, por onde tiveram, passagens acidentadas, vão se encaminhando na aquisição de novos conhecimentos e de possibilitar uma maior desenvoltura nas atividades profissionais. A maior parte dos alunos desses programas, incluídos os adolescentes, são trabalhadores, que com sacrifício, vontade de vencer, obstinação na expectativa de melhorar suas condições de vida, optam, por freqüentar cursos noturnos, muitas vezes sendo necessário acumular responsabilidades profissionais e domésticas, ou reduzir seu pouco tempo de lazer. Essas pessoas dominam com grande dificuldade a leitura e a escrita, ficando portanto, impedidas de exercitar essas habilidades para continuar aprendendo,  para acessar informações essenciais a uma inserção eficiente e autônoma em muitas das dimensões que caracterizam as sociedades contemporâneas. A maioria tem esperança de continuar os estudos, concluir o ensino fundamental, ter acesso a outros graus de ensino e a habilitações profissionais. Os jovens e adultos já chegam à escola com alguns conhecimentos sobre o mundo letrado, que adquiriram em breves passagens pela escola ou na realização de atividades cotidianas. Em sua bagagem trazem conhecimentos adquiridos ao longo de histórias de vida as mais diversas. São donas de casa, balconistas, operários, serventes da construção civil, agricultores, imigrantes de diferentes regiões do país, das mais diversas profissões, mais jovens ou mais velhos. Trazem crenças, conhecimentos e valores já formados. No entanto, estes alunos chegam à escola temerosos, sentem-se ameaçados, muitas vezes têm vergonha de falar de si mesmos, de sua moradia, de suas experiências frustradas da infância, principalmente em relação à escola. Foi neste sentido que os artigos 37 e 38 da Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que trata das Diretrizes e Bases da Educação Nacional e, mais especificamente, da educação de jovens e adultos, estão destinados àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria, estabelecendo os sistemas de ensino que assegurarão gratuitamente aos jovens e adultos, que não puderam efetuar os estudos na idade regular, oportunidades educacionais apropriadas, considerando as características do alunado, seus interesses, condições de vida e trabalho, mediante cursos e exames. Esses sistemas de ensino, regula os referidos artigos da lei, manterão cursos e exames supletivos, que compreenderão a base nacional comum do currículo, habilitando ao prosseguimento de estudos em caráter regular (Brasil, 1999). Com isso, tenta-se atender as exigências educativas da sociedade contemporânea que são crescentes e estão relacionadas a diferentes dimensões da vida das pessoas, tais como ao trabalho, à participação social e política, à vida familiar e comunitária, às oportunidades de lazer e desenvolvimento cultural (Ribeiro, 1998). Como foi visto anteriormente, a revolução tecnológica que se processa no mundo contemporâneo, está alterando profundamente as formas de trabalho, exigindo trabalhadores mais versáteis, que se relacionem de forma versátil com as diversas informações, compreendendo o processo do trabalho como um todo, autonomia e iniciativa, com formação mais ampla e, efetivamente, eficiência. Além disso, o domínio da leitura e da escrita, das operações matemáticas básicas e de alguns conhecimentos sobre a natureza e a sociedade que compõem as disciplinas curriculares. Enfim, é preciso promover a educação de jovens e adultos que não tiveram oportunidade garantindo melhores condições educativas. Mediante este cenário, o papel do educador se amplia mostrando que uma verdadeira aprendizagem depende muito mais que atenção às exposições e atividades mecânicas de memorização e que precisa responder à necessidade de um novo perfil de qualificação da mão-de-obra, onde inteligência e conhecimento são fundamentais. Mais que isto,  é preciso qualificar a população para o exercício da cidadania, para lidar com os novos parâmetros de difusão de conhecimentos dados pela informática e meios de comunicação de massa. É a partir deste debate que o presente estudo de pesquisa objetiva refletir sobre a utilização dos recursos tecnológicos como ferramenta para a melhoria da prática educativa na EJA, reconhecendo o potencial pedagógico desses recursos e suas implicações, propondo atividades na EJA no envolvimento de tais ferramentas. O presente trabalho monográfico foi desenvolvido a partir de uma pesquisa bibliográfica, onde foram utilizadas fontes que formaram a base dos estudos, comentários e críticas compiladas por vários autores que tratam do tema, permitindo a seleção do material que possibilite uma sustentação à pesquisa e, em seguida, analisando os que realmente foram válidos após haverem sido fichados, Enfim, será tratado no decorrer do presente estudo de que forma os recursos tecnológicos podem auxiliar a prática educativa do professor em EJA e de que forma pode-se utilizar tais recursos na sala de aula. Tudo isso, partindo do princípio de que a TV, o vídeo, as revistas em quadrinhos, o jornal e outras tantas ferramentas disponíveis, que já são conhecidas pelos alunos e que , muitas vezes eles não têm acesso e pelo fato destes recursos proporcionarem uma forma diferente, dinâmica, e prazerosa de estudar, estimulando a aquisição de conhecimentos. Para que estes recursos tecnológicos possam ser utilizados na prática educativa, é primordial que o professor saiba utilizá-los de forma a construir um conhecimento rico e esclarecedor. Os recursos tecnológicos poderão ser aplicados durante as aulas na produção de texto orais e escritos, a partir de imagens, de filmes, de comerciais de TV, de histórias narradas, de manchetes de jonal, dentre outras tantas e possíveis instrumentações que poderão ser aproveitados na sala de aula para melhor desenvolver o processo de aprendizagem em jovens e adultos. Neste sentido, inicialmente será abordado no primeiro capítulo a questão da aprendizagem de jovens e adultos, sua perspectiva e de que forma se processa nesse modelo educacional. Em seguida, será observado no capítulo segundo, a utilização dos recursos tecnológicos na educação de jovens e adultos, aproveitando material impresso, televisão, vídeo, informática e internet, bem como outros materiais disponíveis para melhor aprendizado educacional. Na terceira parte serão apresentadas as propostas metodológicas sobre o uso dos recursos tecnológicos na educação de jovens e adultos, abordando a formação dos professores e as propostas e métodos que poderão ser utilizados para tornar o processo educacional mais eficiente. Espera-se com o presente estudo, contribuir para amplitude dos debates concernentes a temática ora abordada. APRENDIZAGEM DE JOVENS E ADULTOS - Perspectiva da Aprendizagem em Educação de Jovens e Adultos: O conceito de aprendizagem engloba a problemática da aquisição e da transmissão de noções teóricas e práticas com vistas à formação de pessoas menores ou adultas para se inserirem numa atividade específica determinada pela divisão do trabalho na vida social. Em sentido particular, a aprendizagem é a fase complementar do ensino, constituindo-se dentro do complexo social, a educação, com seus sistemas de tradição, isto é,  transmissão de saberes, adequação à vida individual e social, e renovação social, tendo como técnicas e corpos teóricos a didática e disciplinas psicológicas, biológicas e sociológicas,  e como fins o conhecimento e a prática das chamadas profissões, para cuja formação são postulados certos currículos, isto é, conjuntos de materiais ou disciplinas cujo domínio, em grau mais ou menos aprofundado, é considerado necessário. A aprendizagem, profissional ou formação profissional, considerada nesse contexto, refere-se particularmente à dos trabalhadores que constituem nas sociedades mais desenvolvidas o grosso da mão-de-obra mais ou menos qualificada. Depois de longa polêmica sobre a melhor forma de aprendizagem, se nos próprios locais de trabalho, à maneira inglesa do século XIX, ou se em escolas profissionais, à maneira alemã e francesa, chegou-se a que três podem ser as modalidades da realização da aprendizagem: nos próprios locais de trabalho, mais sob a forma de treinamento; nas escolas profissionais, com pronunciado sentido formal e institucional; de maneira mista, com a combinação das duas modalidades. Vale-se dizer conceitualmente que aprendizagem é uma mudança ou alteração permanente no comportamento em função da experiência passada de cada indivíduo. É um complexo processo que é influenciado por inúmeras condições, quais sejam,  obedece à lei do efeito, quando a pessoa tende a manter um comportamento que percebe ser recompensador ou que produza algum efeito; obedece à lei do estímulo, quando os estímulos, incentivos ou recompensas são importantes na aprendizagem; obedece à lei da intensidade, quando a intensidade dos exercícios e das práticas determinam a aprendizagem; obedece à lei da freqüência, quando a freqüência de práticas e exercícios tende a servir de reforço; obedece à lei da recentidade, quando o espaço de tempo entre a aprendizagem e o desempenho é muito importante; obedece à lei do descongelamento, quase sempre, aprender algo novo significa esquecer algo velho; obedece à lei da complexidade crescente, quando a aprendizagem é afetada pelo esforço exigido para produzir a resposta (Bosker, 1995; Hernandez, 2000; Perrenoud, 2000). Para muitos psicólogos a aprendizagem é o fator mais importante do comportamento humano, especialmente os adeptos da Psicologia Experimental. Dentre as tantas definições existentes para aprendizado, existe aquela dada como o processo pelo qual uma atividade se origina ou se altera reagindo a uma dada situação, desde que as características da mudança da atividade não possam ser explicadas pelas tendências naturais à reação pela maturidade ou por condições temporárias do organismo. Ao estudar o processo de aprendizagem os psicólogos sofreram uma influencia bastante intensa do conceito associativo da conexão que ficou amplamente difundido na Lei do Efeito, de Thorndike, que considerou três aspectos: estímulo, ou seja, um estado ou uma situação que afeta o indivíduo; reação ou resposta, que parte do indivíduo como resposta ao estímulo; relação ou conexão, existente entre o estímulo e a reação e que faculta ao primeiro a produção da resposta. Outras definições incluem fatores que envolvem a ação do aprendizado, como sendo na repetição, que é necessária para ocasionar uma progressiva alteração nas funções psíquicas; motivação, quanto maior for a motivação do indivíduo mais fácil será o processo de aprendizagem; adaptação ou condicionamento, que é uma forma de aprendizagem mediante a qual se desenvolve uma nova reação ante um estímulo configurado e baseia-se na teoria do reflexo condicionado; relações significativas através do estabelecimento de correlação entre o que se propõe ensinar e as necessidades e interesses do consumidor. Disso, entende-se que o elemento básico do aprendizado é a aquisição de informação (Bosker, 1995; Hernandez, 2000; Perrenoud, 2000). Na perspectiva de uma escola mais eficaz para todos, organizar e dirigir situações de aprendizagem deixou de ser uma maneira ao mesmo tempo banal e complicada de designar o que fazem espontaneamente todos os professores. Essa linguagem acentua a vontade de conceber situações didáticas ótimas, inclusive e principalmente para os alunos que não aprendem ouvindo lições. Permanecem úteis, mas não são mais o início e o fim do trabalho em aula, como tampouco a aula magistral, limitadas a funções precisas. Organizar e dirigir situações de aprendizagem, segundo Perrenoud (2000:25) é: (...) manter um espaço justo para tais procedimentos. É, sobretudo, despender energia e tempo e dispor das competências profissionais necessárias para imaginar e criar outros tipos de situações de aprendizagem, que as didáticas contemporâneas encaram como situações amplas, abertas, carregadas de sentido e de regulação, as quais requerem um método de pesquisa, de identificação e de resolução de problemas Desta forma, na noção docente, a competência global mobiliza várias competências mais específicas, para determinada disciplina, tais como conhecer os conteúdos a serem ensinados e sua tradução em objetivos de aprendizagem; trabalhar a partir das representações dos alunos; trabalhar a partir dos erros e dos obstáculos à aprendizagem; construir e planejar dispositivos e seqüências didáticas; envolver os alunos em atividades de pesquisa, em projetos de conhecimento Tais condições levam a entender que, por conhecer os conteúdos a serem ensinados quando se pretende instruir ou ensinar alguém. Porém, a verdadeira competência pedagógica não está aí; ela consiste, de um lado, em relacionar os conteúdos a objetivos e, de outro, a situações de aprendizagem (Perrenoud, 2000). Por outro lado, a progressão na perspectiva dos ciclos de aprendizagem dos alunos depende amplamente das representações dos professores quanto a seu papel e sua responsabilidade no êxito de cada um. A gestão ótima da progressão passa pela convicção preliminar de que cada aluno é capaz de alcançar os objetivos mínimos estabelecidos com a condição de individualizar seu percurso. A progressão dos alunos é gerada no âmbito de um ciclo de aprendizagem no qual os alunos passam, em princípio o mesmo números de anos para alcançar objetivos de aprendizagem incontornáveis e que numa progressão satisfatória, os alunos em suas aprendizagens, passam pelo questionamento da organização escolar atual, do recorte da escolaridade por graus, dos prazos e programas anuais (Perrenoud, 2000; Hernandez, 2000). Uma gestão ótima da progressão dos alunos em suas aprendizagens exige a operacionalização de várias formas de reagrupamento e de trabalho; passa por um questionamento dos modos de ensino e de aprendizagem articulados à busca de um máximo de sentidos dos saberes e do trabalho escolar para o aluno; implica remanejamento das práticas de avaliação, para tornar visível e regular o percurso individual de cada aluno; exige que a equipe docente assuma coletivamente a responsabilidade de toda decisão relativa ao percurso dos alunos, de acordo com a totalidade dos parceiros internos e externos à escola; implica tanto em nível individual quanto coletivo, a aquisição de novas competências pelos professores no âmbito de um plano progressivo de reflexão e de formação (Perrenoud, 2000). E diante da necessidade de aprender a aprender,  a aprendizagem se dá, segundo Mercado (1999:47), necessariamente na direção circunstancial de: (...) aprender a observar, formular questões e hipóteses, discriminar o que é relevante para o problema que está sendo abordado, localizar as fontes de informações, utilizar instrumentos e estratégias que lhe permitam elaborar as informações coletadas, dominar conceitos que lhe possibilitem processar essas informação. Aprender a adquirir novos conhecimentos com autonomia, tendo condições de enfrentar problemas e questões diversas, circulando com fluência pelas diferentes formas de se conhecer. Isto quer dizer, portanto, que: (...) esta aprendizagem envolve a capacidade das pessoas para relacionar as informações de maneira crítica e global - numa perspectiva em que o enfoque globalizador está centrado na resolução de problemas significativos, em que o conhecimento é visto como instrumento para a compreensão e possível intervenção da realidade(Mercado, 1999:47). Assim, arremata-se que a aprendizagem estará sendo formada para possibilitar uma criticidade articulada com a disponibilização dos mais diversos recursos tecnológicos, introduzindo uma participação do indivíduo de forma mais eficaz no seu meio e na sua vida. A esta altura, convém, então, entender que as novas abordagens para a aprendizagem assemelham-se à interação entre aluno/grupo de alunos e o tutor, no chamado método tutorial. Isto é, não se oferece a mesma orientação para todos os alunos, à medida que o curso se desenvolve, e sim o atendimento às necessidades individuais, quando é o caso. Tal relacionamento é altamente produtivo para ambos, aluno e tutor. Assim, parece que a aprendizagem moderna deve olhar continuamente para os problemas de cada aluno e oferecer ajuda na sua resolução, envolvendo fatores de abordagem interativa, a partir de uma interação que deve ser freqüente, como numa conversação; buscando o mais importante de tudo, que é a qualidade de cada interação; e que, na interação, os parceiros são capazes de fazer registros de longo prazo, anotando todos os passos e as experiências vividas durante o aprendizado (Fiorentini, 2000). - Uso didático dos recursos: A utilização didática dos recursos da evolução tecnológica impõe-se e transformam o comportamento individual e social. As novas tecnologias da informação e da comunicação - NTIC - articulam várias formas eletrônicas de armazenamento, tratamento e difusão da informação. Tornam-se mediáticas após a união da informática com as telecomunicações e os audiovisuais, geram produtos informacionais que têm, como algumas de suas características, a possibilidade de interação comunicacional e a linguagem digital (Fiorentini, 2000). As novas tecnologias caracterizadas como mediáticas, são mais do que simples suportes. Elas interferem em nosso modo de pensar, sentir, agir, relacionar-se socialmente e adquirir conhecimentos, criando uma nova cultura e um novo modelo de  sociedade. Essa nova sociedade caracteriza-se pela velocidade das alterações no universo informacional e na necessidade de permanente atualização do homem para acompanhar essas mudanças (Fiorentini, 2000). Assim, as tecnologias de comunicação e informação que são utilizadas diariamente, tais como a televisão, o vídeo, o computador, por exemplo, oferecem formas novas de aprendizagem, através de novas lógicas, competências, sensibilidades. Esses comportamentos são bem diferentes do processo linear, sistemático e previsível das aprendizagens em que predominam os aspectos supostamente racionais, privilegiados pelas formas regulares de ensino. Neste tocante, o papel do professor no atual estágio da sociedade tecnológica,  baseada nas tecnologias  da informação e da comunicação, segundo Fiorentini (2000:28), "volta-se para construção de uma sociedade que tenha a inclusão social como prioridade absoluta, como a dos analfabetos, a dos professores leigos, a dos portadores de necessidades especiais". Assim sendo, na sociedade tecnológica, a escola pode contribuir para formar cidadãos autônomos e consciente, organizando experiências nas quais os alunos possam trabalhar sua postura crítica diante da massa de informações e mensagens que os bombardeiam sem cessar todo dia. E, por meio da leitura crítica de imagens, pode-se entender como as experiências e identidades são socialmente construídas. Pode-se também aprender a apreciar, decodificar e interpretar as imagens, buscando compreender a forma com que são construídas e as maneiras com que interferem na vida dos alunos. Pode, ainda, abrir debates sobre aquelas que induzem a uma visão de mundo, a um estilo de vida, que são compatíveis com o modo capitalista de consumo, por outro lado, também podem  induzir a vícios, a condutas indesejáveis, a padrões de relacionamento menos adequados a valores democráticos. As tecnologias da informação e da comunicação apresentam-se como mais um recurso oferecido à formação do cidadão e representam uma valiosa possibilidade, ao professor, de atualização e acesso permanente à educação a distância, através da linguagem da televisão, cinema e vídeo nos novos modos de compreender. Ou seja, as tecnologias da informação e da comunicação oferecem possibilidades extraordinárias à educação, presencial ou a distancia. Desta forma, Fiorentini (2000:49), alega que são três os modos de utilização dos recursos no processo de aprendizagem, quais sejam,  de pensar, de fazer e de sentir. Primeiro, os modos de pensar são: "(...) atividades abstratas que se utilizam de imagens ou de códigos lingüisticos para representar o mundo e preparar respostas aos acontecimentos". Em segundo, os modos de fazer: (...) são as ações que realizamos com o nosso corpo e com as ferramentas que podem ser consideradas prolongamentos dele. São também, como o pensamento, atividades. Diferem destes por serem concretas. Na educação libertadora, consiste em orientar o estudante para pensar e agir com método, ou seja, proceder com autonomia, por si próprio, para resolver os problemas com os quais depare e, quando forem desconhecidos e não tenham solução já pronta, para responder a eles com originalidade ou criatividade (Fiorentini, 2000:49). Por fim, os modos de sentir são: "(...) segundo Jean Piaget, uma energia que acompanha o que cada um de nós faz ou pensa" (Fiorentini, 2000:49). A partir disso, portanto, a utilização didática dos recursos ofertados pelas modernas formas de comunicação eletrônica, através da confluência dos meios de comunicação de massa e da informática, consolida-se na educação tornando-se a base de um novo paradigma. As aplicações educativas das novas tecnologias da informação e da comunicação podem gerar condições para um aprendizado mais interativo, por meio de caminhos não-lineares, em que o estudante determina seu ritmo, sua velocidade, seus percursos. Isso quer dizer que a utilização das novas tecnologias e sistemas organizacionais exigem trabalhadores mais versáteis, capazes de compreender o processo de trabalho como um todo, dotados de autonomia e iniciativa para resolver problemas em sua equipe (Ribeiro, 1998). Neste sentido, observa Mercado (2001:55), que a utilização didática dos recursos tecnológicos ocorre da seguinte forma: (...) a maneira como os professores a utilizam depende não só dos recursos disponíveis, mas também do seu conhecimento, do potencial das tecnologias e da sua filosofia de educação. Para que tecnologias sejam bem utilizadas é preciso saber o que podem realizar no processo educativo, o que pode ser feito melhor com o auxílio delas e o que pode ser feito sem elas. Assim, as novas tecnologias poderão servir aos seus objetivos educacionais dos educadores.  Isto leva a entender que a educação escolar pode compreender e incorporar mais as novas linguagens, desvendar seus códigos, dominar as possibilidades de expressão e as possíveis manipulações. E isso torna importante educar para usos democráticos, mais progressistas e participativos das tecnologias que facilitem a evolução dos indivíduos (Fiorentini, 2000). Tal postura é defendida por Moran (1998:73) quando assegura que: (...) a tecnologia propicia interações mais amplas, que combinam o presencial e o virtual. O educador precisa estar atento para utilizar a tecnologia como integração. Ensinar com as novas mídias será uma revolução se mudarmos simultaneamente os paradigmas convencionais do ensino, que mantêm distantes professores e alunos. E isto quer dizer que as necessidades básicas de aprendizagem está num conceito estratégico para articular políticas educacionais, arrolando que tipo de conhecimento, habilidade, atitudes e valores se quer formar nas novas gerações, levando em conta necessidades individuais, as demandas do processo produtivo e as exigências do exercício de uma cidadania plena. (Mello, 1998) E nessa ótica, Mello (1998:40) observa que: (...) os instrumentos de aprendizagem são bastante objetivos: ler, escrever, contar, expressar-se, resolver problemas, em suma, os chamados códigos da modernidade, que, como o próprio nome indica, são instrumentos para viver e conviver em sociedades de informação, nas quais o conhecimento passa  a ser fator decisivo para a melhoria de vida, o desenvolvimento produtivo com equidade, o exercício da cidadania. O conceito de necessidades básicas de aprendizagem é articulador na medida em que focaliza o núcleo de todo o processo educativo, ou seja: o ensino aprendizagem, sugerindo medidas concretas para aferir-lhe eficiência. Além de universalizar o acesso buscando a eqüidade, destacam-se duas estratégias óbvias, que, contraditoriamente, estiveram, relegadas nas políticas educacionais anteriroes: dar atenção prioritária à aprendizagem e melhorar o ambiente em que ela se processa. Em suma isto quer dizer que, dar prioridade aos códigos básicos da modernidade, centrar a atenção na aprendizagem e melhorar as condições desta, implica situar a questão pedagógica no centro das preocupações das políticas de melhoria qualitativa. Esse enfoque articula prioridades, estratégias e técnicas, abrindo perspectivas à superação de um dos problemas mais sérios do campo educacional, que é a defasagem entre a formulação de objetivos e políticas estratégicas e as práticas efetivas adotadas pelas escolas e professores (Mello, 1998). A capacidade de resolver problemas, nas dimensões da flexibilidade e adaptabilidade; a capacidade de decisões fundamentadas, na habilidade de selecionar informações relevantes; a capacidade de continuar aprendendo, respondendo à continua diversificação e mudança nas demandas de aprendizagem da sociedade, estes são os processos de aprendizagens que evidentemente utilizam didaticamente os recursos tecnológico (Mello,1998). E disso, vislumbra-se um consenso que se direciona na aquisição de conhecimentos básicos e a formação de habilidades cognitivas, que são objetivos tradicionais do ensino, constituem, hoje condição indispensável para que todas as pessoas consigam, de modo produtivo, conviver em ambientes saturados de informações e tenham capacidade para processá-las, selecionar o que é relevante e continuar aprendendo (Mello, 1998) -  Como se dá a aprendizagem em EJA: A partir da concepção defendida por Freire e do método proposto e desenvolvido por ele, tendo como ponto de partida a realidade dos sujeitos e tendo como caminho metodológico o diálogo e, como ponto de chegada, a conscientização e a intervenção no sentido de transformação da realidade, passou-se a ter no Brasil um referencial teórico-metodológico próprio para a área, contrapondo-se às concepções ingênuas e astutas de alfabetização e às práticas mecanicistas e alienantes (Moura, 2001). Entretanto, Freire se apresenta como a concepção organicamente voltada para a alfabetização de adultos, onde o processo educativo seria um ato político, uma ação que resultaria em relação de domínio ou de liberdade entre as pessoas. Ele se preocupou bastante com a formação docente, onde este precisa se comportar como um provocador de situações, um animador cultural num ambiente em que todos aprendem com a comunhão. De suas idéias são exemplos o conceito de escola cidadã que se preocupa com o ser humano tomando decisões, e a necessidade de cada escola ter um projeto pedagógico que reconheça a cultura local. Um outro importante educador neste contexto, trata-se de Lev Vygotsky que  concebe o aprendizado do sistema de linguagem escrita, o seu processo de apropriação e internalização requerendo uma mediação direta do professor e dos métodos, auxiliados pelo que ele denomina de signos e instrumentos psicológicos. Ele deixa claro que o processo de alfabetização requer um entendimento do sujeito, de sua gênese historico-cultural, de seus processos de desenvolvimento psicológico, ou seja, a transformação dos comportamentos naturais, biológicos para comportamento superiores ou culturais. Passa, então, a ver no aprendizado da linguagem escrita - considerado como um dos sistemas de signos fundamentais - um dos caminhos para o despertar de zonas de desenvolvimento profissional do sujeito que, consequentemente, o levam ao desenvolvimento de outras funções mais complexas, definidas por ele como culturais. (Moura, 2001). Desta forma, analisa Moura (2001:136) que: A partir dessa reflexão em torno das diferentes formas de compreender e explicar o processo de alfabetização de jovens e adultos, pode-se afirmar que a partir das contribuições de Freire, dos estudos da Psicogênese e da inclusão, progressiva, das idéias de Vigotsky, as propostas e práticas de alfabetização que têm se fundamentado nesses referenciais buscam, como resultado de aprendizagem o letramento dos jovens e adultos, o que significa possibilitar-lhes a apropriação da leitura e da escrita e a sua conseqüente utilização plena nas mais diferentes práticas sociais. Assim, a aprendizagem na Educação de Jovens e Adultos se dá voltada a partir de um processo que se pode ser visto a partir de Paulo Freire e sua Pedagogia do Oprimido alcançando a Pedagogia da Autonomia, efetivando a criticidade própria que possibilite o discernimento do estudante na sua participação direta com as pessoas do seu vínculo, a sua comunidade, a sua região e, consequentemente, com a sua vida. Deste entendimento, passa-se, a seguir, para a discussão da utilização dos recursos tecnológicos na educação. UTILIZAÇÃO DOS RECURSOS TECNOLÓGICOS - As tecnologias na educação: O avanço da ciência e da tecnologia corresponde a avanços cognitivos da população e das suas estratégias de investigação. A aceleração da automação e a disseminação de instrumentos de informação e comunicação, afetam não apenas o processo produtivo, como as formas organizacionais, onde as tecnologias que trazem embutidas não apenas as funções manuais do ser humano, mas também as intelectuais, na formação de competências sociais, como liderança, iniciativa, capacidade de tomar decisões, autonomia no trabalho, habilidade de comunicação, dentre outras. A exposição a essas tecnologias, que atingem todos os grupos sociais, assim como a incorporação de seus efeitos à vida cotidiana, requerem a apropriação de conhecimentos que permitam às pessoas compreenderem e se beneficiarem das mudanças em processo. Neste sentido, observa Mello (1998:36/7) que "(...) os novos conhecimentos e informações e a velocidade com que novas tecnologias de comunicação permitem disseminá-los e processá-los, constituem um desafio para o ritmo do sistema educativo em transmitir instrumentos e conteúdos de aprendizagem". Isto, então, quer dizer que se hoje ninguém escapa dos impactos provocados pelos avanços tecnológicos, é preciso que a sociedade como um todo, seja preparada para incorporar de modo adequado os instrumentos tecnológicos. Isso significa aprender a utilizá-los para melhorar a qualidade de vida, ampliando a base do mercado de consumo e os padrões de exigências quanto à qualidade (Mello, 1998). A inserção de novas tecnologias na área educacional tem acarretado mudanças estruturais nas áreas de conhecimento integrando-se às mudanças no processo ensino-aprendizagem e provocando resultados satisfatórios e significativos na construção do conhecimento que, a partir disso, passou a explorar a criatividade e o potencial de cada um, aplicação de novas tecnologias em sala de aula levando a inovação de uma metodologia adotada propiciando ao aluno e ao professor acesso a mais informações, além de maior possibilidade para facilitar o ensino aprendizagem. Ao professor, então, cabe-lhe o papel de gerenciador de conhecimentos, desenvolvendo atividades atrativas e motivadoras, selecionando os dados significativos das diversas fontes de informações para a formação de um cidadão crítico e competente. E à escola cabe a função de preparar um cidadão capacitado para um mercado competitivo, onde o conhecimento tecnológico é fundamental. A importância das novas tecnologias na educação pode ser analisada a partir de três perspetcivas: em uma sociedade na qual a tecnologia está presente nas atividades mais comuns do dia a dia, deve estar presente também na escola; o trabalho faz parte da cultura humana; o acesso ao mercado de trabalho depende muitas vezes de conhecimento tecnológico. Por isso, cabe à escola oferecer subsídios aos alunos para compreenderem a realidade em que estão inseridos e exercerem sua cidadania, adequados e qualificados com as novas tecnologias que podem contribuir para melhorar a atividade de ensino e a qualidade da aprendizagem (Brasil, 1999). As novas tecnologias, conforme prescreve a LDB,  podem ser utilizadas como recursos didáticos em situações de aprendizagem na medida em que possibilitam o acesso a outras fontes de informações, em formatos diferentes e de forma atrativa. Permitem mais criar situações em que os alunos interagem com os conteúdos de diferentes formas, textos, imagens sons; e favorecem um ensino contextualizado que incorpora as práticas sociais como saber escolar. Para Assmann (1998), as novas tecnologias da informação e da comunicação, são: (...) instrumentos no sentido técnico e feixes de propriedades ativas. As novas tecnologias ampliam o potencial cognitivo do ser humano e possibilitam mixagens cognitivas complexas e cooperativas. Uma quantidade enorme de insumos informativos está à disposição nas redes. Um grande número de agentes cognitivos humanos pode interligar-se em um mesmo processo de construção de conhecimentos. E os próprios sistemas interagentes artificais se transformam em máquinas cooperativas, com as quais pode-se estabelecer parceria na pesquisa e no aviamento de experiências de aprendizagem. Isto quer dizer, entretanto, que as novas tecnologias tem um papel ativo e co-estruturante das formas do aprender e do conhecer, como um dos aspectos mais fascinantes da era das redes, na transformação profunda do papel da memória ativa dos aprendentes e na construção do conhecimento. Com isso, o apredente pode assumir o papel de verdadeiro gestor dos seus processos de aprendizagens. - A utilização dos recursos tecnológicos na educação: A utilização das novas tecnologias inevitavelmente afeta todos os campos educacionais, uma vez que elas encaminham as instituições para a adoção de uma cultura informática educacional que exige uma reestruturação sensível não apenas das teorias educacionais, mas na própria percepção e ação educativa. É preciso entender que o desenvolvimento de uma cultura informática é essencial na reestruturação da gestão da educação, na reformulação dos programas pedagógicos, na flexibilização das estruturas de ensino, na interdisciplinaridade dos conteúdos, no relacionamento dessas instituições com outras esferas sociais e com a comunidade como um todo (Kenski, 1998) Neste sentido, os professores podem incluir a utilização desses recursos no planejamento de suas aulas para que os alunos possam obter, comparar e analisar informações; fazer o uso de materiais contribuindo para a diversificação de muitas informações e ampliando os caminhos para que os professores possam desenrolar os conteúdos escolares, tendo retorno satisfatório no processo ensino-aprendizagem. Conhecendo e sabendo usar as novas tecnologias implica a aprendizagem de procedimentos para utilizar estas tecnologias e, principalmente, a aprendizagem de habilidades relacionadas ao tratamento da informação. Para isso, é necessário garantir para toda a população um mínimo de conhecimento tecnológico, incluindo como conteúdos da educação aspectos que se referem ao conhecimento e uso dessas novas tecnologias, no entendimento de saber que o mundo do trabalho exige esse conhecimento tecnológico e utiliza tecnologias variadas; que os recursos tecnológicos sempre fizeram parte da cultura humana; compreender que a tecnologia está a serviço dos homens, desenvolvendo atitudes de ousadia para experimentar e aprender. Desta forma, a utilização dos recursos tecnológicos na educação é o desafio que se interpõe entre o educador e a tecnologia disponível, cujas implicações são muito maiores, atingindo o modelo de escola, impulsionando a integração de diferentes áreas do conhecimento e, principalmente, fazendo com que o educador reveja toda a sua postura e a sua função. Quanto à escola, esta deve se integrar e preparar profissionais qualificados para o mercado de trabalho. E nesta busca de aprendizagem com as novas tecnologias, este novo modelo faz com que as pessoas busquem sempre informações. Porque, já é ponto inquestionável, que saber trabalhar com vários meios de comunicação facilita a contextualização e favorece a interação entre professor e aluno. Esses recursos que caracterizam formatos que vão de indicador de modernidade a ícone da chamada revolução tecnológica, resultam nas multimídias que são materiais de ensino-leitura, alguns deles pouco conhecidos e, via de regra, abordados em território híbrido, demarcado por perspectivas tecnicistas e economicistas. Vale salientar que multimídia é a tecnologia caracterizada por permitir a combinação, em um mesmo programa e sob forma digital, de mídias diversas: textos impressos, imagens, sons, tudo em movimento. E essas multímidias levam a universalidade e a interatividade. E mais, levam a uma dimensão paradigmática nos seguintes termos: trazer para a escola um enorme potencial didático-pedagógico; ampliar oportunidades onde os recursos são escassos; familiarizar o cidadão com a tecnologia que está em seu cotidiano; dar respostas flexíveis e personalizadas para pessoas que exigem diversidade maior de tipos de educação, informação e treinamento; oferecer meios de atualizar rapidamente o conhecimento; estender os espaços educacionais; e motivar os profissionais e alunos para aprenderem continuamente, em qualquer estágio de suas vidas (Brasil, 1999). Neste sentido, Perrenoud (2000:128) destaca que: Formar para as novas tecnologias é formar o julgamento, o senso crítico, o pensamento hipotético  e dedutivo, as faculdades de observação e de pesquisa, a  imaginação, a capacidade de memorizar e classificar, a leitura e a análise de textos e de imagens, a representação de redes, de procedimentos e de estratégias de comunicação. É evidente que o progresso das tecnologias oferece novos campos de desenvolvimento a essas competências fundamentais, e, sem dúvida, aumenta o alcance das desigualdades nos domínios das relações sociais, da informação e do mundo. Isto leva a crer que uma cultura tecnológica de base também é necessária para pensar as relações entre a evolução dos instrumento, no caso informátrica e hipermídia, as competência intelectuais e a relação com o saber que a escola pretende formar. Pelo menos sob esse ângulo, as tecnologias novas não poderiam ser indiferentes a nenhum professor, por modificarem as maneiras de viver, de se divertir, de se informar, de trabalhar e de pensar (Perrenoud, 2000). O quadro pedagógico, então, para as novas tecnologias, destaca uma mudança de paradigma que elas demandam e, ao mesmo tempo, oportunizam. O paradigma visado não diz respeito como tal às tecnologias, mas concerne às aprendizagens., trata-se de passar de uma escola centrada no ensino, suas finalidades, seus conteúdos, sua avaliação, seu planejamento, sua operacionalização sob forma de aulas e de exercícios, para uma escola centrada não no aluno, mas nas aprendizagens. Desta forma, o ofício do professor redefine-se: mais do que ensinar, trata-se de fazer aprender e as novas tecnologias podem reforçar a contribuição dos trabalhos pedagógicos e didáticos contemporâneos, permitindo que sejam criadas situações de aprendizagem ricas, complexas, diversificadas, por meio de uma divisão de trabalho que não faz mais com que todo o investimento repouse sobre o professor, uma vez que tanto a informação quanto a dimensão interativa sejam assumidas pelos produtores dos instrumentos (Perrenoud, 2000). - Material impresso: Os materiais ou meios impressos de ensino se caracterizam por codificar a informação pela utilização da linguagem textual combinada com representações icônicas, incluindo a recuperação de textos sociais de circulação massiva, como produções de divulgação científica em revistas, suplementos de ciências dos jornais, dentre outros. Freire (1983:139), neste sentido, já destacava que: (...) Outro recurso didático, dentro de uma visão problematizadora da educação, seria a leitura e a discussão de artigos de revistas, de jornais, de capítulos de livros, começando-se por trechos. Como nas entrevistas gravadas, aqui também, antes de iniciar a leitura de artigo ou do capítulo do livro, se falaria de seu autor. Em seguida se realizaria o debate em torno do conteúdo da leitura. Vale-se dizer que a incorporação deste materiais na escola enriquece o tratamento dos conteúdos que o docente realizar podendo acrescentar uma narrativa a mais à sua aula. Seu valor consiste em poder incorporar à vida da aula, os desenvolvimentos mais atuais, as novidades na ciência e tecnologia, os avanços na pesquisa, assumindo a categoria de textos para o ensino. Os livros textos são o material impresso mais importante e comum no ensino, porque apresentam os princípios ou aspectos básicos de um tema, área ou disciplina para os alunos de um determinado nível de educação, por motivarem a relação do aluno com o conteúdo escolar, apoiando a autonomia do aprendiz, colaborando para a organização de situações de ensino e criando condições para a diversificação e ampliação das informações que veiculam. O trabalho escolar tem apostado na mídia impressa e na comunicação interpessoal como forma básica de mediação entre os sujeitos e os objetos do conhecimento. E o livro é um veículo de informação altamente evoluído que ilustra, portador durável e compacto de informações impressas. Também revistas facilitam a alfabetização e funcionam como ponto de partida para trabalhos em todas as áreas, fonte inesgotável de recursos, a partir de reportagens, conferindo vários conteúdos, principalmente na informação e na atitude crítica do aluno.  Isso enquanto a linguagem escrita desenvolve mais o rigor, a organização, a abstração e a análise lógica. Os textos podem ser variados e podem estar impressos nos mais diversos suportes, como jornais, panfletos, cartazes, papéis de carta, livros, blocos, enciclopédias. Os quadrinhos, também, segundo Srbex (2001) podem estabelecer uma comunicação intersubjetiva entre produção e recepção da obra, que é a razão de ser da arte. Neste processo, humaniza-se o mundo, através de existências que tem a forma de obras artísticas, muito mais que um simples meio de entretenimento ou instrumento didático, a arte traz em si uma dimensão formativa. É assim também com a arte dos quadrinhos, o quadrinho-arte. Em um livro, em um texto, tudo tem significado. O texto impresso é a matriz, mas as outras interfaces como tamanho, paginação, letras e tipos, capas, divisões do texto, diagramação, devem ser contempladas e, em especial, a ilustração que é parte integradora da obra. Em um livro, portanto, tudo significa de formas diferentes, em graus diversos, muito, em razão tambem do nível de conhecimento da experiência prévia do leitor. Um outro recurso é a Literatura de cordel, que, segundo Pinheiro & Lúcio (2001:85)  é: (...) um recurso utilizado pelos contadores de histórias, que envolvem a platéia substituindo os nomes dos personagens por aqueles que estão presentes. Pressupondo um envolvimento afetivo com a cultura popular. A leitura oral dos folhetos de cordel é indispensável. Existe na literatura de cordel uma variedade de temas, situações humanas, tragédias, comédias, casos inusitados e relatos históricos, imaginários e tantas outras coisas. Essa riqueza de abordagens assume tons diferenciados, visões do mundo às vezes conflitantes, ideologias diversas. A essa diversidade pode ser aproveitada para instigar debates, discussões em sala de aula. Visto o material impresso, importante material no processo de aprendizagem na educação de jovens e adultos, passe-se para outros instrumentos que podem usados na sala de aula. - Televisão e vídeo: A televisão é um meio de comunicação que muito tem contribuído para o desempenho educacional, oferecendo uma boa parcela de conhecimento, permitindo levar à sala de aula informações complementares, bem elaboradas, dando oportunidade ao professor a desenvolver aspectos criativos, estimular, motivando alunos em sua aprendizagem. O vídeo, por outro lado, é um meio de comunicação com elementos simbólicos determinados, que permitem a criação de mensagens pelo usuário, cuja concepção técnica, é a imagem eletrônica configurada a partir de uma série de instrumentos tecnológicos que possuem uma versatilidade de uso majoritariamente controlados pelo usuário. Ambas, TV e vídeo, combinam a comunicação sensório-cinestésica com a audiovisual, a intuição com a lógica, a emoção com a razão. A integração que começa pelo sensorial, pelo emocional e pelo intuitivo, para atingir posteriormente o racional. Assim, TV e vídeo são sensoriais visuais, com linguagem falada, linguagem musical e escrita. Essas linguagens se interagem de forma superpostas, interligadas, somadas, não separadas. Atingem por todos os sentidos e de todas as maneiras. De outra forma, a televisão e o vídeo seduzem, informam, entretem, projetam em outras realidades no imaginário e em outros tempos e espaços; exploram basicamente o ver, o visualizar, o ter diante das situações, as pessoas, os cenários, as cores, as relações espaciais, desenvolvendo um ver entrecortado com múltiplos recortes da realidade por meio dos planos e muitos ritmos visuais: imagens estáticas e dinâmicas, câmera fixa ou em movimento, uma ou várias câmeras, personagens quietos ou movendo-se, imagens ao vivo, gravadas ou criadas no computador. Em suma, um ver que está situado no presente mas que o interliga não linearmente com o passado e com o futuro; o ver que está apoiando o falar, o narrar, o contar estória. E a fala aproxima o vídeo do cotidiano, como as pessoas se comunicam habitualmente (Fiorentini, 2000). Na TV e no vídeo usa-se uma linguagem concreta, plástica, de cenas curtas, com pouca informação de cada vez, com ritmo acelerado e contrastado, multiplicando os pontos de vista, os cenários, os personagens, os sons, as imagens, os ângulos, os efeitos. As mensagens dos meios audiovisuais exigem pouco esforço e envolvimento do receptor, porque suas linguagens respondem à sensibilidade dos jovens e da maioria da população adulta. São dinâmicas, dirigem-se antes à afetividade do que à razão (Fiorentini, 2000). A linguagem audiovisual desenvolve múltiplas atitudes perceptivas: solicita constantemente a imaginação e atribui à afetividade um papel de mediadora primordial. Um de seus critérios principais é a contiguidade, a justaposição por algum tipo de analogia, de associação por semelhança ou por oposição, por contraste. (Fiorentini, 2000). As funções que a televisão deve desempenhar no ato escolar é a de observar, assegurar a comunicação social, fornecer uma imagem do mundo, transmitir cultura, contribuir para a felicidade divertindo e fazer-comprar (Fiorentini & Carneiro, 2000). Além disso, o uso da televisão também serve para fazer iniciação artística e cultural, educando o olhar, a audição, a voz, o corpo. As imagens, abolindo fronteira rígida, levando à pesquisa de materiais e a formas de expressão, usando as possibilidades de reprodução pelas novas tecnologias, auxiliar a superar a fragmentação dos conhecimentos, facilitando o uso da metodologia interdisciplinar, favorecendo o acesso a novas e poderosas generalizações. E, para aproveitar essas tecnologias - cinema, televisão, vídeo, computador - é preciso conhecê-las. A educação cinematográfico-televisiva organiza a experiência do espaço mental, o hábito de pensar visualmente o mundo e as relações entre pessoas e sociedades. No uso educativo de audiovisuais está naquilo que se aprende visualmente reforçando conexões temporais e espaciais, tornando-as mais duradouras, mais facilmente evocáveis, facilitando a organização esquemática. Quando a visualização é associada a situações narrativas que agregam componentes de emotividade, a retenção dos conhecimentos é maximizada. E para que essas propriedades sejam bem exploradas, os conteúdos, preferencialmente, não devem ser mostrados como unidades fechadas nos vídeos educativos. Têm de oferece dificuldades que requeiram, análise e exame posterior (Fiorentini, 2000). Enfim, a eficácia da comunicação dos meios eletrônicos, em particular da televisão, deve-se à capacidade de articulação, de superposição e de combinação de linguagens totalmente diferentes - imagens, falas, música, escrita, - com uma narrativa fluida, uma lógica pouco delimitada, gêneros, conteúdos e limites éticos pouco precisos, o que lhe permite alto grau de ambiguidade, de interferências por parte de concessionários, produtores e consumidores. Essa imagem é sensorial, sensacional e tem um grande componente subliminar, isto é passa muitas informações que não são captadas conscientemente (Fiorentini, 2000). É preciso entender que a linguagem audiovisual desenvolve múltiplas atitudes perceptivas: solicita constantemente a imaginação e atribui à afetividade um papel de mediadora primordial, enquanto a linguagem escrita desenvolve mais o rigor, a organização, a abstração e a análise lógica. E um dos seus critérios principais é a contigüidade, a justaposição por algum tipo de analogia, de associação por semelhança ou por oposição, por contraste, criando novas relações, novos significados (Fiorentini, 2000). O vídeo e a televisão devem ser explorados de forma adequada, pois possibilitam várias técnicas de estudos as quais deixam o aluno curioso por informações. A utilização do vídeo permite dinamizar as aulas, estimular o senso crítico, a criatividade em função de uma educação para a autonomia, descobrindo novos paradigmas, que permitirão aos educandos uma educação mais humanitária. Possibilita, ainda, a leitura em conjunto, globalizante, centrada, funcional e na análise de linguagem. O vídeo é uma ferramenta que bem enfocado e com objetivos bem definidos, estimula o aluno a uma aprendizagem prazerosa, rica e inovadora, permitido que obtenha um conhecimento mais crítico dentro da realidade do cotidiano. Acima disso, a TV pode oferecer informação, dinamizar temas significativos, incorporar transversalidade às atividades curriculares desenvolvidas na escola (Fiorentini & Carneiro, 2000). O videocassete, por outro lado, oferece vários procedimentos técnicos ao professor: parar, adiantar, voltar, utilizar só a imagem, utilizar apenas o som, estudar quadro a quadro imagens e textos importantes. É uma tecnologia flexível e versátil. (Fiorentini & Carneiro, 2000). Dentre as funções de TV e vídeo propõe-se informação de conteúdo, motivação, ilustração e meio de expressão. Desenvolvê-las depende da iniciativa e da participação do professor. A função de informação e de conteúdo de ensino, consiste em apresentar a informação nas formas direta e indireta, do vídeo produzido ou sem tratamento pedagógico específico; a função de motivação, aproximando a cultura daquele que aprendeu com as imagens do mundo real; função de ilustração, compreendendo os vários significados como esclarecer, elucidar, comentar, explicar, exemplificar, ornar; função de meio de expressão, expressar-se por meio de linguagem produzindo mensagens (Fiorentini & Carneiro, 2000). – Informática: A introdução da informática na educação é mais um dos desafios dos educadores, por ser o mais poderoso instrumento da inventividade humana, pois é a ferramenta para a manipulação do simbólico, do virtual. A informática vem sendo utilizada na educação de diversas formas e está presente de muitos modos, possibilitando uma interação mais direta com os acontecimentos emergentes e recurso importante no processo de aprendizagem do estudante. O processo introdutório de inovação tecnológica foi muito rápido e resultou em inúmeras experiências. Para que a informática possa significar um estímulo capaz de provocar a inovação e, com ela, a superação de importantes problemas, buscou-se identificar onde ela pode apresentar possibilidades verdadeiramente novas, rompendo com o óbvio. Exemplo disso, a introdução do computador, a Internet, dentre outros importantes instrumentos derivados. O uso da informática, por exemplo, comporta dimensões múltiplas nos relacionamentos pessoais, no domínio dos materiais, no complexo campo da programação e das linguagens, na multiplicidade de diferentes usos, na afirmação de que a lógica e uma determinada forma de racionalidade fazem parte da cultura e dos valores humanos, apresentando-se um homem como um criador. A experiência nesse campo trazem o acelerado aumento do conhecimento humano e na transformação das experiências em informação ordenada, armazenável, representável em diferentes formas e de fácil recuperação a qualquer distância. Estes tornam a informática um elemento no processo de comunicação e um código que se designa como linguagem digital, de relevante mola propulsora do processo de comunicação num ciclo de grande amplitude. O uso de informações através da linguagem digital tem transformado o cotidiano da sociedade globalizada e na realidade específica de cada região. Observe-se, porém, que o objetivo da inclusão da informática permite o acesso a todos os que desejam torná-la um elemento da cultura, complementando e servindo de arcabouço tecnológico para as várias formas de comunicação tradicionais. Incorporar a informática como componente do processo de ensino-aprendizagem torna relevante o aproveitamento desse recurso na educação que passa a reconhecer o seu papel na organização da vida sociocultural e na compreensão da realidade, relacionando o manuseio do computador a casos reais, ligados ao cotidiano do estudante, seja no mundo do trabalho, no mundo ou na vida privada, construindo, mediante experiências práticas, protótipos de sistemas automatizados em diferentes áreas, ligadas à sua realidade, utilizando-se, para isso, de conhecimentos interdisciplinares. É indiscutível que a informática é uma ferramenta para novas estratégias de aprendizagem, capaz de contribuir de forma significativa para o processo de construção do conhecimento, reconhecendo-se os seus principais equipamentos de acordo com suas características, funções e modelos. Dominar as funções básicas dos principais produtos de automação da micro-informática, possibilitará o conhecimento de sistemas operacionais, interfaces gráficas, editores de textos, planilhas de cálculos e aplicativos de apresentação, conceitos de rede, diferenciando as globais das locais, facilitando a incorporação de ferramentas específicas nas atividades profissionais. – Internet: A Internet é uma rede com abrangência mundial possibilitando a troca de informações entre computadores, surgida nos anos 60, evoluiu de um meio de comunicação reservado apenas para pesquisadores e cientistas para um meio de marketing comercial altamente sofisticado. O processo de transformação do âmbito educacional e de pesquisa para a atividade comercial foi extremamente rápido com novos serviços que passaram a ser oferecidos, dentre eles o principal a WWW – World Wide Web, aqui denominado simplesmente de Web, oferecendo ainda interface gráfico aos seus usuários. Da rede inicial que utiliza somente texto, as mensagens evoluíram para voz, vídeo e imagens, gerando intenso tráfego de comunicação e afetando a performance da rede como um todo. Assim, a Web tornou-se uma verdadeira teia que cobre toda a Internet e os locais onde são armazenadas as informações no seu formato tornaram-se quase da noite para o dia a referência de negócios mais conhecida da rede. A Internet permite uma rápida presença da pessoa em todos os lugares do mundo pelo acesso a uma grande variedade de informações, agilizando seu processo de pesquisa e desenvolvimento humanos. Uma geração informatizada tão nova que nem mesmo o mais antigo pesquisador da área é pleno detentor de seu conhecimento. Um universo habitado por milhares de pessoas dos mais variados pontos da terra, sem fronteiras. Um lugar em que a comunicação não tem limites, e a informação, seja qual for, é universal. Mas desta vez este mundo não é real, é transmitido através de “bits” intangíveis por si só, no qual o contato é feito por uma tela de computador e um click no mouse. É o chamado mundo virtual. Para Moran (1998), "a Internet é um novo meio de comunicação, ainda incipiente, mas que pode ajudar a rever, a ampliar e a modificar muitas das formas atuais de ensinar e aprender", e trouxe a possibilidade de acesso a um acervo de dados e informações que a cada dia se amplia, possibilitando um novo mundo de informações. Por outro lado, o universo de usuários da Internet vem crescendo assustadoramente, o que quer dizer que as pessoas estão deixando de visitar "showroom" para teclar no seu computador o site onde possa encontrar aquilo que necessite. Com este ponto de vista, Mercado (2001:54), assegura que "(...)a comunidade escolar precisa estar conectada a uma rede global, para que os educadores utilizem, dentro de suas salas de aula, os recursos disponíveis para realizar os programas institucionais e atingir metas educativas específicas". É preciso entender que a Internet "é versátil., um poderoso instrumento no processo educativo, se usada com inteligência e é um excelente recursos pedagógico à disposição do professor em sala de aula" (Mercado, 2001:55). Isso quer dizer que alunos e professores, fazendo uso dessa importante ferramenta que é a Internet, podem elaborar trabalhos e pesquisas com o objetivo de aprofundá-los por meio de maior número de informações possíveis, visto que a Internet faz parte da globalização do conhecimento e é uma forma de comunicação fácil, barata e difundida, que irá inevitavelmente transformar a vida dos que se aventuram pelo ciberespaço, e permtindo acesso a longínquas bases de dados e a informações que, de outro modo, seriam difíceis de encontrar (Mercado, 2001). Segundo Moran (1998), com a Internet: (...) começa-se a ter que modificar a forma de ensinar e aprender tanto nos cursos presenciais como nos de educação continuada, à distância, exigindo mais flexibilidade espaço-temporal, menos conteúdos fixos e processos mais abertos de pesquisa e de comunicação. Principalmente por ser uma rede que pode ser usada através de teleacesso, publicação virtual, teleprença, teleconsulta., teleparticipação e telecolaboração, dentre outras importantes maneiras de facilitar o processo educativo.
PROPOSTAS METODOLÓGICAS DO USO DOS RECURSOS TECNOLÓGICOS NA EJA - Formação de professores de EJA:            A partir do conhecimento das ferramentas disponibilizadas pelos recursos tecnológicos possíveis no processo educacional de jovens e adultos, resta, agora, se preocupar com a formação dos professores que estarão no dia a dia fazendo uso desses recursos com os seus alunos nas salas de aula. Inicialmente, usando Freire (1983:71), o professor deve estar cônscio de: (...) sua ação, identificando-se desde logo, com a dos educandos, deve orientar-se no sentido da humanização de ambos. Do pensar autêntico e não no sentido da doação, da entrega do saber. Sua ação deve estar infundida da profunda crença nos homens. Crença no seu poder criador. Isto tudo exige dele que seja um companheiro dos educandos, em suas relações com estes.(....) Desta maneira, o educador já não é o que apenas educa, mas o que, enquanto educa, é educado, em diálogo com educando que, ao ser educado, também educa. Ambos, assim, se tornam sujeitos do processo em que crescem juntos e em que os argumentos de autoridade já não valem. Estes postulados, portanto, fazem parte do papel do professor diante de uma educação problematizadora, ou seja, uma "(...) educação como prática da liberdade, implica na negação do homem abstrato, isolado, solto, desligado do mundo, assim também na negação do mundo como uma realidade ausente dos homens". (Freire, 1983:81) Com isto se quer dizer que é preciso estabelecer um novo vínculo entre educador e a nova ferramenta de trabalho: novas estratégicas, novas linguagens, novas relações, identificando as tecnologias da comunicação e da informação no cotidiano, refletindo sobre suas manifestações e problemas, reconhecendo a sua interferência nos modos de ser e de comportar-se dos cidadãos, e avaliando a própria experiência de uso das tecnologias para o aperfeiçoamento profissional. Há que se observar que os desafios a serem travados pelo professor, estejam todos a partir de estimar o potencial das tecnologias da informação e da comunicação no sistema escolar didático e administrativo, avaliar a importância de recorrer a essas tecnologias, considerar as implicações da utilização dessas tecnologias nas escolas, apreciar critérios para uso educativo dessas tecnologias, distinguir recursos tecnológicos e identificar relações que articulam os diferentes recursos tecnológicos em benefício da EJA. Depois disso, segundo Belloni (1999:34), uma estratégia há que estar baseada na dupla finalidade do uso pedagógico do vídeo, apropriando-se dos conteúdos mas também da linguagem, sendo que "(...) a primeira faz do vídeo um material didático como outro qualquer, e a segunda faz dele um objeto de estudo e de reflexão, e portanto, um instrumento de educação para as mídias". Desta forma, a experiência e formação do professor são pois essenciais para o desenvolvimento de qualquer proposta inovadora e portanto também para o uso realmente pedagógico do vídeo, da Internet e de outros tantos recursos tecnológicos (Belloni, 1999). Neste sentido Moran (1998) observa que "o professor é um facilitador, que procura ajudar a que cada um consiga avançar no processo de aprender", e que, não se podendo dar aula da mesma forma para alunos diferentes, para grupos com diferentes motivações, "precisa-se adaptar a metodologia, a técnica de comunicação a cada grupo". Ou seja, aula como processos contínuos de comunicação e de pesquisa, onde se vai construindo o conhecimento em um equilíbrio entre o individual e o grupal, entre o professor-coordenador e os alunos-participantes ativos. E, conforme Kenski (1998),  a atuação de um professor em mundo em rede, exige que ele tenha conhecimentos razoáveis: Em um mundo que muda rapidamente, o professor deve estar preparado para auxiliar seus alunos a analisarem situações complexas e inesperadas, a desenvolverem suas criatividades; utilizarem outros tipos de racionalidades: a imaginação criadora, a sensibilidade táctil, visual e auditiva, entre outras. O respeito às diferenças e o sentido de responsabilidade são outros aspectos básicos que o professor deve estar preparado para trabalhar com seus alunos. Aprenderem a ser, ambos, professor e aluno, cidadãos do país e do mundo, é um dos principais objetivos da educação atual. Desta forma, essas competências não excluem a obrigação primordial do professor e do ensino que é a de promover uma sólida formação nas disciplinas básicas e uma boa cultura geral. Neste tocante Freire (1998:51), anteviu que: (...) nenhuma formação docente verdadeira pode fazer-se alheada, de um lado, do exercício da cirticidade que implica a promoção da curiosidade ingênua à curiosidade epistemológica, e do outro, sem o reconhecimento do valor das emoções, da sensibilidade, da afetividade, da intuição ou adivinhação. A partir disso, observa-se que o professor e que a formação do professor deva está sintonizada com uma série de pressupostos que está na eficiente utilização das tecnologias disponíveis ao campo educacional, explorando delas com sua criatividade, facilitando a aprendizagem dos alunos no sentido de imbuir-lhes de atitude crítica e lógica. Neste sentido, Mercado (1999:88/9)  estabelece que: (...) um professor consciente e crítico é capaz de compreender a influência da tecnologia do mundo moderno e é capaz de colocá-la a serviço da educação e da formação de seus alunos, articulando as diversas dimensões de sua prática docente, no papel de um agente de mudança. (...) os professores precisam fazer uso efetivo das várias tecnologias, de modo a oferecerem aos alunos as experiências educacionais que serão exigidas na próxima década, preparando-os para seu papel na sociedade moderna. Precisam entender que a entrada da sociedade na era da informação exige habilidades que têm sido desenvolvidas nas escolas, e que a capacidade das novas tecnologias de propiciar aquisição de conhecimento individual e independente implica num currículo mais flexível e depende deles a condição das mudanças. A aprendizagem da utilização educativa das novas tecnologias envolve um processo de integração numa comunidade, numa escola. Mas este processo de integração não envolve apenas transmissão de informação de quem sabe para quem não sabe. A integração da comunidade é um processo de construção de significados e práticas partilhadas coletivamente, que engloba a natureza dos novos meios, como a informação, comunicação e interação, considerando a incerteza, a interdependência e a contextualidade. E, com esta utilização de inúmeros recursos tecnológicos disponíveis para execução da ação escolar, passa-se agora a conhecer as metodologias aplicáveis neste contexto. - Propostas e Métodos: O processo educacional a ser desenvolvido pelo profissional da docência como proposta metodológica do uso dos recursos tecnológicos na educação de jovens e adultos, deve, então, se situar a partir das observações de Freire (1998:28/9), no sentido de que: O educador democrático não pode negar-se o dever de, na sua prática docente, reforçar a capacidade crítica do educando, sua curiosidade, sua insubmissão. Uma de suas tarefas primordiais é trabalhar com os educandos a rigorosidade metódica com que devem se aproximar dos objetos cognoscíveis. (...) E essas condições implicam ou exigem a presença de educadores e de educandos criadores, instigadores, inquietos, rigorosamente curiosos, humildes e persistentes. E, com isso, desenvolver o que poderia ser chamado de uma das tarefas mais importantes da prática educativo-crítica, que é a de: (...) propiciar as condições em que os educandos em suas relações uns com os outros e todos com o professor ou a professora ensaiam a experiência profunda de assumir-se. Assumir-se como ser social e histórico, como ser pensante, comunicante, transformador, criador, realizador de sonhos, capaz de ter raiva porque é capaz de amar. (Freire, 1998:46). Isso quer dizer, da necessidade de uma metodologia no fluxo da investigação das formas para usar as tecnologias como fonte de informação para o aluno, auxiliando no processo de construção de conhecimento e como ferramenta para realizar determinadas atividades. Programas de formação inicial e continuada e múltiplas possibilidades de atualização por meio de aprendizagens a distância são pontos fundamentais da profissionalização do docente, hoje e sempre, permanente aperfeiçoamento e atualização, havendo, portanto, diversas formas de utilização das novas tecnologias, seja como um fim, educação tecnológica; como um meio, servindo de instrumento didático para o ensino aprendizagem, tornando-se necessária para construção de um planejamento, valorizando os conhecimentos prévios dos alunos, criando um ambiente de aprendizagem, usando outras técnicas de ensino possibilitando ao educando desenvolver habilidades e competência. Métodos e técnicas que possibilitem aos educandos tornarem-se capazes de dominar instrumentos básicos da cultura letrada, que lhes permitam melhor compreender e atuar no mundo em que vivem; que possam ter acesso a outros graus ou modalidades de ensino básico e profissionalizante, assim como a outras oportunidades de desenvolvimento cultural, incorporando-se ao mundo do trabalho com melhores condições de desempenho e participação na distribuição da riqueza produzida; valorizando a democracia, desenvolvendo atitudes participativas, conhecendo direitos e deveres da cidadania; desempenhando de modo consciente e responsável seu papel no cuidado e na educação das crianças, no âmbito da família e da comunidade; conhecendo e valorizando a diversidade cultural brasileira, respeitando diferenças de gênero, geração, raça e credo, fomentando atitudes de não-discriminação; aumentando a auto-estima, fortalecendo a confiança na sua capacidade de aprendizagem, valorizando a educação como meio de desenvolvimento pessoal e social; reconhecendo e valorizando os conhecimentos científicos e históricos, assim como a produção literária e artística como patrimônio culturais da humanidade; exercitando sua autonomia pessoal com responsabilidade, aperfeiçoando a convivência em diferentes espaços sociais. (Ribeiro, 1998; Belloni, 1999; Fiorentini, 2000; Fiorentini & Carvalho, 2000). Esses métodos e técnicas estão disponíveis com a utilização da televisão, do vídeo, do livro, do computador, da Internet, da literatura de cordel, do jornal, e de outros tantos recursos que possa produzir um questionamento que se eleve a nível problematizador, de natureza relevante na descoberta de novos conhecimentos. O vídeo, por exemplo, pode ser um meio extremamente útil para o desenvolvimento da linguagem verbal, oral e escrita, desde que o material seja de qualidade e que seja trabalhado segundo uma estratégia adequada. (Belloni, 1999). Uma abordagem integradora é preciosa para estimular o desenvolvimento da expressão verbal e despertar o interesse pela leitura e pela escrita na medida em que integra não somente as diferentes vivências, dando significado aos textos, mas estimulando a passar de um código a outro revelando as especificidades e utilidades de cada um deles (Belloni, 1999; Fiotentini, 2000). Tanto também podem ser utilizados textos, ficcionais ou poéticos, como textos informativos, ou literatura de cordel, ou quadrinhos, bastando que seja preciso que o professor trabalhe com os vários níveis de compreensão da linguagem escrita, devendo realizar uma atividade de leitura que leve ao conhecimento do conjunto das regras e das combinações básicas para seu funcionamento, para a descoberta de um sentido geral para o texto, no entendimento de palavras e expressões em seus contextos; conhecimento ativo das relações gramaticais básicas; depois distinguir os textos com que estão trabalhando, em razão de seus conteúdos e formatos; reconhecendo fatos da língua que tratam da coerência e da coesão; e identificando fatos que seja corrigido ou refeito. Nesta observação, Moran (1998), já defendia a aula-pesquisa, onde professor: (...) motiva, incentiva, dá os primeiros passos para sensibilizar o aluno para o valor do que se vai fazer, para a importância da participação do aluno neste processo. Junto com a pesquisa coletiva, o professor incentiva a pesquisa individual ou projetos de grupos. (...) De um professor espera-se em primeiro lugar, que ele seja competente na sua especialidade, que conheça a matéria que esteja utilizando. Em segundo, que saiba comunicar-se com os seus alunos, motivá-los, explicar o conteúdo, manter o grupo atento, entrosado, cooperativo, produtivo. Um ambiente adequado de aprendizagem, exige procedimentos do professor, tais como, exigindo dos alunos que explicitem os pensamentos que utilizaram para responder às questões; implementando sugestões para que se vá adiante nos raciocínios; lançando dúvidas em cima de dúvidas; admitindo e estimulando outros caminhos inesperados para a solução do problema; pedindo que o aluno explicite o percurso mental que usou para dar as respostas que forma intuitivas ou muito rápidas e levando o aluno a perceber que pode haver múltiplas hipóteses. Quando, por exemplo,  o vídeo é utilizado em sala como um instrumento mediador entre o que se pretende enfocar e os alunos, motiva e desperta o interesse dele, levando-o a questionarem e debaterem sobre os temas abordados, pois o audiovisual tem um peso relevante no processo ensino-aprendizagem, possibilitando ao professor desenvolver sua aula com sucesso e tornando-se um instrumento que eleva a qualidade de uma aula, e cabendo a este professor verificar o nível da linguagem e a faixa etária que se pretende atingir, além de um recurso produtivo desde que este tenha uma preparação prévia do trecho a ser apresentado e qual o enfoque a ser abordado. Com relação a esta advertência, Pinheiro & Lúcio (2001:80), observam que "os métodos de ensino têm que considerar em seus determinantes não só a realidade vital da escola, representada principalmente pelas figuras do educador e do educando, mas também a realidade sociocultural em que está inserida". Isto quer dizer, da possibilidade de se trabalhar com Literatura de Cordel, pensando elementos metodológicos com este tipo de literatura, pressupondo superar a imagem falsa da metodologia do ensino que preconiza a unilateralidade do processo educativo e despreza a dialeticidade dos fatos educativos e sociais existentes na prática pedagógica. Ou seja, um procedimento metodológico que oriente o trabalho com o cordel, terá que favorecer o diálogo com a cultura da qual ele emana e, ao mesmo tempo, uma experiência dialogal entre professores, alunos e demais participantes do processo (Pinheiro & Lúcio, 2001). De um modo geral, esta metodologia pode ser empregada dialeticamente com relação a todo um universo de recursos, seja utilizando poesias, notícias de jornal, vídeo, revistas, televisores, ou com o material disponível que seja. O que deve ficar claro, é que, conforme observa Kenski (1998), é preciso desenvolver: (...) uma política pessoal que reconheça e valorize suas competências e importância, com o oferecimento de cursos de aperfeiçoamento  e de atualização, além de uma formação inicial de qualidade, um projeto de carreira consistente, a melhoria de suas condições de trabalho e de vida, são fundamentais para que professores possam atuar com qualidade. No desenvolvimento dos trabalhos para incorporar sua metodologia, Mercado (1999:90), afirma que falta ao professor um conhecimento das novas tecnologias e da maneira de aplicá-las na: a promoção da aprendizagem do aluno, para construção do conhecimento num ambiente telemático que o desafia, motiva para a exploração e a reflexão, propondo planos que resultem em trabalho cooperativo realizado por todos os envolvidos no processo de aprendizagem; o estímulo à pesquisa como base de construção do conteúdo a ser veiculado através da Internet, saber pesquisar e transmitir o gosto pela investigação a alunos de todos os níveis; a capacidade de provocar hipóteses e deduções que possam servir de base à construção e compreensão de conceitos; a habilidade de permitir que o aluno justifique as hipóteses que construiu e as discuta; a especialidade de conduzir a análise satisfatórios de conclusão do grupo a partir de posições diferentes ou encaminhamentos diferentes do problema; a capacidade de divulgar os resultados da análise individual e grupal de tal forma que cada situação suscite novos problemas que seja interessantes à pesquisa; e a habilidade de interligar todo o processo à busca de novos parâmetros e novos conteúdos que possam ser simulados através da construção de programas pelo computador. Desta forma, entende-se que passa pelo professor, sua formação, seu discernimento e sua disposição em dedicar-se ao processo de ensino na sala de aula com seus alunos, exemplificando seu comportamento numa conduta de eterno perseguidor de novos conhecimentos, de forma sistemática e metódica, descobrindo novas realidades e questionando os mais diversos assuntos para esclarecimentos, levantando dúvidas e planejando a sua atividade diária no sentido de que possa levar ao aluno um trabalho estruturado e com definições claras de condução. A partir dessas proprosições, convém considerar as conclusões a que se chegou no presente estudo de pesquisa. CONCLUSÃO - Com o advento da emergência tecnológica possibilitando a globalização da informação e do conhecimento, redefiniu-se a função da escola na preparação das novas e futuras gerações, habilitadas e qualificadas para as demandas da vida cotidiana, que inclui o mundo do trabalho e o exercício da cidadania, conforme prescreve a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. A população correspondente aos jovens e adultos, de que tratam os arts. 37 e 38 da LDB, reconhecidamente de necessidade de atendimento educacional tardio, está distribuída, segundo Carneiro (1998), em três grupos distintos: aqueles reconhecidamente analfabetos; aqueles que foram à escola e passaram pouco tempo não tendo tempo de sedimento o que haviam superficialmente aprendido, comumente conhecidos como os analfabetos funcionais; e aqueles que estiveram na escola em momentos intermitentes. Estes, portanto, os que carecem de uma política própria de atendimento que seja capaz de lhes conferir os meios adequados para a superação ou da escolarização que não ocorreu ou que ocorreu de forma inadequada. Assim, a lei não apenas assegura a oferta desta oportunidade escolar a tal população, estabelecendo a necessidade de toda uma abordagem pedagógica, incluindo conteúdos, metodologias, tipologias de organização e processos de avaliação diferenciados daqueles  alunos que se acham na escola em idade própria. A idéia, segundo Carneiro (1998:104), é que a escola trabalhe um processo psicopedagógico que "respeite o perfil cultural do aluno adulto, ensejando-lhe o aproveitamento da experiência humana adquirida no trabalho e, portanto, manancial insubstituível de construção da trajetória de auto-aprendizagem". A partir do diploma legal que consagra tais direitos aos jovens e adultos, observa-se que as qualidades essenciais do educador para esses jovens e adultos estão na capacidade de solidarizar-se com os educandos, na disposição de encarar dificuldades como desafios estimulantes, na confiança da capacidade de todos de aprender e ensinar, procurando, assim, conhecer seus educandos, suas expectativas, sua cultura, as características e problemas de seu entorno próximo, suas necessidades de aprendizagem., buscando conhecer cada vez melhor os conteúdos a serem ensinados, atualizando-se constantemente, refletindo permanentemente sobre sua prática, buscando os meios de aperfeiçoá-la, sensibilizando-se para trabalhar com a diversidade, e, como prática, além de favorecer a autonomia dos educandos, estimulá-los a avaliar constantemente seus progressos e suas carências, ajudá-los a tomar consciência de como a aprendizagem se realiza. Assim, a EJA necessita ser pensada como um modelo pedagógico próprio a fim de criar situações pedagógicas e satisfazer necessidades de aprendizagem de jovens e adultos, como abordou Cury (2000), além da referência ao lugar social ocupado pelos jovens e adultos. É preciso entender que por sua condição de excluídos da escola regular, sua especificidade cultural deve ser examinada com relação a outros aspectos que os definem como um grupo relativamente homogêneo no interior da diversidade de grupos culturais da sociedade contemporânea. E, desta forma, realizando-se este inventário, pode-se arrolar algumas características do funcionamento cognitivo normalmente associadas aos jovens e adultos a que se dirige, tais como pensamento referido ao contexto da experiência pessoal imediata, dificuldade de operação com categorias abstratas, dificuldade de utilização de estratégias de planejamento e controle da própria atividade congnitiva, pouca utilização de procedimentos meta-cognitivos, dentre outros. Assim sendo, a escola voltada à educação de jovens e adultos é ao mesmo tempo um local de confronto de culturas e, como qualquer situação de interação social, um local de encontro de singularidades. E que precisa formar seus alunos em cidadão, educados para a autonomia, com aprendizagem múltipla de conhecimentos dos mais variados níveis e com recursos que o habilitem ao desenvolvimento do trabalho tecnológico emergente hoje, com a consciência da cooperação, do aprendizado e da partilha de interesses na coletividade, intercambiando idéias, participando de projetos na sua rua, no seu bairro, na sua cidade, tornando-se, enfim, cidadão do mundo. O professor de EJA, para melhor desempenhar o seu papel, deve estar bastantemente aparelhado de conhecimentos quanto a utilização dos recursos tecnológicos para pôr em prática na sua sala de aula, e, aliado a isso, precisa conhecer seu aluno a fim de trabalhar a sua baixa auto-estima e propor atividades que permitam ao alfabetizando agir e pensar sobre a escrita e o mundo, pois é a partir do reconhecimento do valor de suas experiências de vida e visões de mundo que cada jovem e adulto pode se apropriar das aprendizagens escolares de modo crítico e original. Além disso, precisa ter claro que sua grande tarefa enquanto educador consciente não é transferir, depositar, favorecer, doar ao outro, o seu pensar o seu entendimento das coisas, dos fatos, dos conceitos, mais sim dar condições para que o educando produza seus próprios conhecimentos. Pois é na construção de verdadeiras aprendizagens que os educandos vão se transformando em reais sujeitos da construção e da reconstrução do saber ensinado, ao lado do educador igualmente sujeito do processo. É preciso entender que a grande maioria dos alunos de EJA possuem muita vontade aprender com uma certa urgência, muitas expectativas e um desejo enorme de superar desafios, expectativas mais ou menos estabelecidas em relação ao universo escolar; possuem opiniões extremamente elaboradas sobre o mundo e colocam a disposição sua permeabilidade investigativa na sede de aprender. Cabe, portanto, ao professor procurar elevar a auto-estima destes alunos para que eles, em sua avidez pelo conhecimento, exponham suas histórias de vida, muitas vezes, ricas em experiências, muitas vezes carecendo de um apoio para reconsiderar acertos e erros na escada da vida. Este educador, enquanto mediador do processo de alfabetização, deve deixar transparecer ao aluno que o conhecimento ao ser produzido supera outro que vem antes e foi novo e se fez velho e se dispõe a ser ultrapassado por outro amanhã. Daí que seja fundamental além de conhecer o conhecimento existente, saber que se precisa estar  abertos e aptos à produção de novos conhecimentos. Em vista disto, promover a educação fundamental de jovens e adultos que não tiveram a oportunidade de cumpri-la na infância é de primordial importância e responsabilidade para o professor de EJA, pois apesar de esses alunos possuírem muitos conhecimentos válidos e úteis, eles estão excluídos de outras muitas possibilidades que a cultura oferece. Por isso cabe ao educador desta modalidade de ensino, buscar conhecer melhor e ter clareza quanto aos conteúdos e objetivos a serem ensinados, atualizando-se constantemente e refletindo permanentemente sobre sua prática, buscando os meios de aperfeiçoá-la para estar em condições de definir as melhores estratégias para ajudar com eficácia aos alunos em seu processo de aprendizagem. Além disso, as novas tecnologias possibilitam uma instrumentação de recursos os mais variados e diversos, conduzindo de forma mais eficiente o trabalho pedagógico e corroborando uma articulação entre a realidade do aluno e mundo emergente que emana fora do seu vínculo de atividade. A utilização desses recursos tecnológicos, contribuem de maneira fantástica, para a preparação do aluno tanto para vida quanto para a habilitação do trabalho nas atuais convenções de competências exigidas pelo mercado. O fomento na sala de aula na Educação de Jovens e Adultos dos recursos tecnológicos disponíveis, resgatará o tempo perdido pelo aluno, restaurando a sua familiaridade com os novos meios de desenvolver a comunicação e as novas linguagens, capacitando-o para atuar de forma mais autônoma perante o mundo. Neste contexto, considerando o fato de que se trabalha com grupos sociais desfavorecidos economicamente, e que têm pouco acesso a uma gama de informações fora da escola e que necessitam adquirir autonomia dos seus saberes, deve o professor, favorecer a esses alunos, além do livro didático, os recursos multimídias e de outros tantos recursos que poderão aumentar o conhecimento deles a respeito do mundo, tornando-os cidadãos críticos, capazes de atuar com eficiêencia no mercado de trabalho.  Veja mais aqui & aqui.
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QUE É QUE É ISSO, GENTE?!?!! - Minha nossa!! É cada coisa, hem? Dia desses soube do Robin Williams sacaneando a nossa conquista para sediar as Olimpíadas. Antes, Os Simpsons mangaram do Rio de Janeiro. E o Stallone deu calote no Brasil e ainda saiu mangando da gente. Vôte! Óooooo, ainda tem dessa... Cada coisa, né?!!! Será a Mayara Petruso? Oxente! Se é pra matar, basta o plano HapVida Saúde, né não? Então tome José Barbosa Junior de lambuja! Vamos aprumar a conversa & tataritaritatá!!!!!!!



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