A arte
do fotógrafo austríaco Raimund von
Stillfried (1839-1911).
VALUNA: AMBULANTES DA VIDA
- Era ela o que era de mim e nela tudo
era eu e ela: a vida furiosas ondas, trovões e relâmpagos. Dela o prazer, a
vida: rebotalho de águas mansas. Alguns dias e tudo era calmaria, serenidade.
Eu e ela na correnteza quase sem pressa. Ninguém precisava nem de nada, ao se
tocar, presença real, amanhecia de nem saber de tarde, nem de noite, nem na
madrugada, companhia do tempo e do espaço. Éramos nós dois o rio e nada mais. Eu
nela, nem me lembrava mais do chão esturricado além das margens lá fora, folhas
secas, pedras expostas, mato, cadê peixe, vida... só o que restou... morto. Agora
o rio era o que sempre foi: uma companhia invisível, ignorada, só lembrada
quando a carestia reinava e se buscava saciar a fome e a sede dos que sequer
agradeciam. Noutros dias, quando dava a invernada abundante, era a irrefreável
fúria inundando segredos e adjacências citadinas, lavando tudo: as paixões, as
misérias e a fé. Marcava sempre presença indomável. Esse o rio que sou e fui. De
repente, uma nesguinha de nada, menor que o menor dos brejos, menor que as
valetas miúdas, fiapinho tênue se valendo do encontro dos pedregulhos para
chacota dos incólumes que não se atreviam desafiá-lo, coitado, que riem de seu
assoreamento até findar insepulto. Nada não, passa. Ainda é a essência de
algumas experiências exclusivas, inuptas, verdadeiramente ímpares, na
oportunidade de remontar memórias: peixe, ou pedra funda, ou alga, ou
redemoinho, ou carreirão pro mar. Fizera-se pelo escoamento dos dias e noites
nas corredeiras, levando a correnteza até onde pudesse dar, desconhecendo se um
caudaloso Amazonas, um movimentado Reno, um sinistro Mississipi, um avexado
Volga, só testemunhando a vida, alegrias e revertérios, despropósitos e
pusilanimidades, afogamentos e navegações alheias. De certeza, não seria nenhum
Tâmisa, nem Sena, nem Tejo, era a minha sina pelas turbulências menores, nos
redemoinhos perto do areial, na sede da nascente, na distância do leito, na
entrega da foz. Era lá que todos os fantasmas de doidos, desvalidos e
autóctones emergiam das entranhas mais profundas para mostrar-se que a beleza
maior escorria pelos cabelos de Iemanjá, descia como estrelas cadentes por seus
belos seios, deslizava por seu ventre e alcançava o feliz idôneo que
mergulhasse a coragem de viver no meio de um Nilo que testemunhara toda
abastança e toda decadência dos dali. Era como se pudesse ser um São Francisco
descendo de São Bento, atravessando Catendes, alagando Palmares com Águas
Pretas pelos Barreiros até alcançar nas Várzeas o Atlântico de seu chegar,
carregando por séculos ou milênios, quem sabe, reminiscências de embarcações
furtivas de origem francesa, holandesa, portuguesa; refugiando negros quilombolas,
assistindo caetés e carregando a verdadeira história dos fatos nas mensagens de
suicidas com cartas de amor no interior de garrafas; nos acaris, nos caritos,
nas cundundas; no jangadeiro que saía de uma margem à outra sem a menor pressa
de ver que o tempo passou e já ficou quase tarde para viver; no voluntário que
timbungasse com as nojeiras de antanho e se safasse são e salvo, pronto e
invulnerável; na lágrima dos que sofreram com as lâminas do passado e não
sabiam do presente e muito menos enxergavam futuro algum; na manchete estampada
num jornal velho que repisava o momento presente que não conseguia sair do
mesmo lugar de sempre, boiando; no remorso mantido à custa de tanta ignomínia;
no fedor da nobreza brega que se arrastava energúmena; no urinol repositário de
todas as maledicências; nos adultérios consentidos, nas bancarrotas
escandalosas, nas reputações arranhadas, riscadas e borradas que andavam com o
pau da venta em pé de empáfias nas lufadas das infâmias e de astuciosos ardis
nas adiposidades de rapapés fingidos; na demência de ver que a vida era outra
coisa além deste marasmo que judiava ao lado do chocante das banalidades e
trafegavam nas catacumbas da honra; na ferrugem da coragem que se expressava no
legado pobretão; de herdeiros acéfalos e indigentes nos saques dos famintos,
das ticoqueiras, dos bóias-frias nômades, dos calungas, do mané-gostoso, do
nego-bom, dos cardumes, dos lixeiros, dos desejos não correspondidos nos
esgotos, nas fotos do lambe-lambe, nas molduras encardidas, nas gavetas
cabalísticas, nas jantes inexoráveis da erosão descabida e na demência dos que
não conseguiam viver de solidariedade. © Luiz Alberto Machado. Direitos
reservados. Veja mais aqui.
A arte
do fotógrafo austríaco Raimund von
Stillfried (1839-1911).
DITOS & DESDITOS - Minha vida, uma história
construída com palavras. As palavras que meus pais me ensinaram desde que eu era
menina, minha mãe primeiro, através das histórias exageradas sobre o mundo e do
humor negro com que meu pai se referiu ao que vivemos. Pensamento da
escritora, professora e acadêmica mexicana, Rosa Beltrán.
ALGUÉM FALOU: A
tudo o que já passou, digo obrigado. Ao que está por vir, digo sim. Só é digno
de seu poder aquele que o justifica dia após dia. Quem quer manter o jardim
bonito não guarda um canto para as ervas daninhas. Pensamento do escritor e
economista sueco Dag Hammarskjöld (1905-1961).
DO HUMANO & DAS COISAS - Se o pensamento humano é
um crescimento, como todos os outros crescimentos, sua lógica não tem
fundamento próprio e é apenas a construtividade ajustadora de todas as outras
coisas em crescimento. Minha expressão geral é
que todos os seres humanos podem fazer qualquer coisa; e cães que rastreiam
pedreiras invisíveis, pombos-correio e cobras que encantam pássaros e lagartas
que se transformam em borboletas são mágicos. Mede-se um círculo, começando em
qualquer lugar. Se existe uma unidade
subjacente de todas as coisas, não importa onde
começamos. Dependendo
de como você vê as coisas, seu mundo pode mudar completamente. Meu maior interesse não é tanto nas coisas, mas nas
relações das coisas. Pensamento do escritor estadunidense Charles Fort (1874-1932).
AINDA ASSIM ME LEVANTO - Você
pode me desmoralizar na história / Com suas mentiras amargas, torcidas, / Você
pode me pisotear na sujeira extrema / Mas ainda assim, como a poeira, eu me
ergo. / Meu atrevimento o incomodou? / Por que você está tomado de melancolia?
/ Porque eu ando como se eu tivesse poços de petróleo / Bombeando na minha sala
de estar. / Assim como luas e como sóis, / Como a certeza das marés, / Assim
como as esperanças brotam, / Ainda assim me ergo. / Você quer me ver quebrada?
/ De olhos e cabeça baixos? / Ombros caídos como lágrimas, / Enfraquecida pelos
gritos repletos da minha alma? / A minha arrogância te ofende? / Não leve isso
tão a sério. / Porque eu rio como se tivesse minas de ouro / Escavadas em meu
quintal. /Você pode atirar em mim com suas palavras, / Você pode me cortar com
seus olhos, / Você pode me matar com seu ódio, / Mas ainda assim, como o ar, eu
me ergo. / Minha sensualidade incomoda você? / É uma surpresa / Que eu dance
como se tivesse diamantes /Por entre minhas coxas? / Fora das cabanas da
vergonha da história / Eu me ergo / Acima de um passado enraizado na dor /Eu me
ergo / Eu sou um oceano negro, vasto e revolto, / Brotando e expandindo eu
alimento a maré. / Deixando para trás noites de terror e medo / Eu me ergo / Em
um amanhecer que é assombrosamente claro / Eu me ergo / Trazendo os presentes
que meus antepassados ofereceram, / Eu sou o sonho e a esperança do escravo. / Eu
me ergo / Eu me ergo / Eu me ergo. Poema da escritora e ativista
estadunidense Maya Angelou - Marguerite Ann Johnson (1928-2014);
EDUCAÇÃO
DE JOVENS & ADULTOS: RECURSOS TECNOLÓGICOS NA EJA – O mundo contemporâneo passa atualmente por uma revolução
tecnológica que está alterando profundamente as formas de trabalho. Essas novas
tecnologias e sistemas organizacionais exigem trabalhadores mais versáteis,
capazes de compreender o processo de trabalho como um todo, dotado de autonomia
e iniciativa para resolver problemas em equipes. Por isso será cada vez mais
necessária a capacidade de se comunicar e de se capacitar continuamente, de
buscar e de relacionar informações diversas. Uma inserção vantajosa no mercado
de trabalho exige hoje uma melhor formação geral e não apenas treinamentos em
técnicas específicas. Trabalhadores com capacidade de resolver problemas e
aprender continuamente têm mais condições de trabalhar com eficiência e exigir
seus direitos, caso contrário correrão o risco de serem excluídos do mercado de
trabalho. Desta forma, sabendo-se que o Brasil é um país marcado por graves desníveis
sociais, pela situação de pobreza de uma grande parcela da população, por uma
tradição política pouco democrática, de baixos níveis de escolarização, dentre
outras problemáticas que estão fortemente associadas a outras formas de
exclusão econômica e política, demonstra, claramente, que se precisa qualificar
e, consequentemente, melhorar a condição de vida do trabalhador brasileiro. Assim,
inseridos nesta camada marginalizada da população, encontra-se o público que
freqüenta os programas de educação de jovens e adultos, que em quase sua
totalidade já tiveram uma passagem anterior pela escola. Sendo, em sua maioria,
adolescentes e jovens recém saídos do ensino regular, por onde tiveram,
passagens acidentadas, vão se encaminhando na aquisição de novos conhecimentos
e de possibilitar uma maior desenvoltura nas atividades profissionais. A maior
parte dos alunos desses programas, incluídos os adolescentes, são
trabalhadores, que com sacrifício, vontade de vencer, obstinação na expectativa
de melhorar suas condições de vida, optam, por freqüentar cursos noturnos,
muitas vezes sendo necessário acumular responsabilidades profissionais e
domésticas, ou reduzir seu pouco tempo de lazer. Essas pessoas dominam com
grande dificuldade a leitura e a escrita, ficando portanto, impedidas de
exercitar essas habilidades para continuar aprendendo, para acessar informações essenciais a uma
inserção eficiente e autônoma em muitas das dimensões que caracterizam as
sociedades contemporâneas. A maioria tem esperança de continuar os estudos,
concluir o ensino fundamental, ter acesso a outros graus de ensino e a
habilitações profissionais. Os jovens e adultos já chegam à escola com alguns
conhecimentos sobre o mundo letrado, que adquiriram em breves passagens pela
escola ou na realização de atividades cotidianas. Em sua bagagem trazem
conhecimentos adquiridos ao longo de histórias de vida as mais diversas. São
donas de casa, balconistas, operários, serventes da construção civil,
agricultores, imigrantes de diferentes regiões do país, das mais diversas
profissões, mais jovens ou mais velhos. Trazem crenças, conhecimentos e valores
já formados. No entanto, estes alunos chegam à escola temerosos, sentem-se
ameaçados, muitas vezes têm vergonha de falar de si mesmos, de sua moradia, de suas
experiências frustradas da infância, principalmente em relação à escola. Foi
neste sentido que os artigos 37 e 38 da Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996,
que trata das Diretrizes e Bases da Educação Nacional e, mais especificamente,
da educação de jovens e adultos, estão destinados àqueles que não tiveram
acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade
própria, estabelecendo os sistemas de ensino que assegurarão gratuitamente aos
jovens e adultos, que não puderam efetuar os estudos na idade regular,
oportunidades educacionais apropriadas, considerando as características do
alunado, seus interesses, condições de vida e trabalho, mediante cursos e
exames. Esses sistemas de ensino, regula os referidos artigos da lei, manterão
cursos e exames supletivos, que compreenderão a base nacional comum do
currículo, habilitando ao prosseguimento de estudos em caráter regular (Brasil,
1999). Com isso, tenta-se atender as exigências educativas da sociedade
contemporânea que são crescentes e estão relacionadas a diferentes dimensões da
vida das pessoas, tais como ao trabalho, à participação social e política, à
vida familiar e comunitária, às oportunidades de lazer e desenvolvimento
cultural (Ribeiro, 1998). Como foi visto anteriormente, a revolução tecnológica
que se processa no mundo contemporâneo, está alterando profundamente as formas
de trabalho, exigindo trabalhadores mais versáteis, que se relacionem de forma
versátil com as diversas informações, compreendendo o processo do trabalho como
um todo, autonomia e iniciativa, com formação mais ampla e, efetivamente,
eficiência. Além disso, o domínio da leitura e da escrita, das operações
matemáticas básicas e de alguns conhecimentos sobre a natureza e a sociedade
que compõem as disciplinas curriculares. Enfim, é preciso promover a educação
de jovens e adultos que não tiveram oportunidade garantindo melhores condições
educativas. Mediante este cenário, o papel do educador se amplia mostrando que
uma verdadeira aprendizagem depende muito mais que atenção às exposições e
atividades mecânicas de memorização e que precisa responder à necessidade de um
novo perfil de qualificação da mão-de-obra, onde inteligência e conhecimento
são fundamentais. Mais que isto, é
preciso qualificar a população para o exercício da cidadania, para lidar com os
novos parâmetros de difusão de conhecimentos dados pela informática e meios de
comunicação de massa. É a partir deste debate que o presente estudo de pesquisa
objetiva refletir sobre a utilização dos recursos tecnológicos como ferramenta
para a melhoria da prática educativa na EJA, reconhecendo o potencial
pedagógico desses recursos e suas implicações, propondo atividades na EJA no
envolvimento de tais ferramentas. O presente trabalho monográfico foi
desenvolvido a partir de uma pesquisa bibliográfica, onde foram utilizadas
fontes que formaram a base dos estudos, comentários e críticas compiladas por
vários autores que tratam do tema, permitindo a seleção do material que
possibilite uma sustentação à pesquisa e, em seguida, analisando os que
realmente foram válidos após haverem sido fichados, Enfim, será tratado no
decorrer do presente estudo de que forma os recursos tecnológicos podem
auxiliar a prática educativa do professor em EJA e de que forma pode-se
utilizar tais recursos na sala de aula. Tudo isso, partindo do princípio de que
a TV, o vídeo, as revistas em quadrinhos, o jornal e outras tantas ferramentas
disponíveis, que já são conhecidas pelos alunos e que , muitas vezes eles não
têm acesso e pelo fato destes recursos proporcionarem uma forma diferente,
dinâmica, e prazerosa de estudar, estimulando a aquisição de conhecimentos. Para
que estes recursos tecnológicos possam ser utilizados na prática educativa, é
primordial que o professor saiba utilizá-los de forma a construir um
conhecimento rico e esclarecedor. Os recursos tecnológicos poderão ser
aplicados durante as aulas na produção de texto orais e escritos, a partir de
imagens, de filmes, de comerciais de TV, de histórias narradas, de manchetes de
jonal, dentre outras tantas e possíveis instrumentações que poderão ser
aproveitados na sala de aula para melhor desenvolver o processo de aprendizagem
em jovens e adultos. Neste sentido, inicialmente será abordado no primeiro
capítulo a questão da aprendizagem de jovens e adultos, sua perspectiva e de
que forma se processa nesse modelo educacional. Em seguida, será observado no
capítulo segundo, a utilização dos recursos tecnológicos na educação de jovens
e adultos, aproveitando material impresso, televisão, vídeo, informática e
internet, bem como outros materiais disponíveis para melhor aprendizado
educacional. Na terceira parte serão apresentadas as propostas metodológicas
sobre o uso dos recursos tecnológicos na educação de jovens e adultos, abordando
a formação dos professores e as propostas e métodos que poderão ser utilizados
para tornar o processo educacional mais eficiente. Espera-se com o presente
estudo, contribuir para amplitude dos debates concernentes a temática ora
abordada. APRENDIZAGEM DE JOVENS E ADULTOS - Perspectiva da
Aprendizagem em Educação de Jovens e Adultos: O conceito de aprendizagem
engloba a problemática da aquisição e da transmissão de noções teóricas e
práticas com vistas à formação de pessoas menores ou adultas para se inserirem
numa atividade específica determinada pela divisão do trabalho na vida social. Em
sentido particular, a aprendizagem é a fase complementar do ensino,
constituindo-se dentro do complexo social, a educação, com seus sistemas de
tradição, isto é, transmissão de
saberes, adequação à vida individual e social, e renovação social, tendo como
técnicas e corpos teóricos a didática e disciplinas psicológicas, biológicas e
sociológicas, e como fins o conhecimento
e a prática das chamadas profissões, para cuja formação são postulados certos
currículos, isto é, conjuntos de materiais ou disciplinas cujo domínio, em grau
mais ou menos aprofundado, é considerado necessário. A aprendizagem,
profissional ou formação profissional, considerada nesse contexto, refere-se
particularmente à dos trabalhadores que constituem nas sociedades mais
desenvolvidas o grosso da mão-de-obra mais ou menos qualificada. Depois de
longa polêmica sobre a melhor forma de aprendizagem, se nos próprios locais de
trabalho, à maneira inglesa do século XIX, ou se em escolas profissionais, à
maneira alemã e francesa, chegou-se a que três podem ser as modalidades da
realização da aprendizagem: nos próprios locais de trabalho, mais sob a forma
de treinamento; nas escolas profissionais, com pronunciado sentido formal e
institucional; de maneira mista, com a combinação das duas modalidades. Vale-se
dizer conceitualmente que aprendizagem é uma mudança ou alteração permanente no
comportamento em função da experiência passada de cada indivíduo. É um complexo
processo que é influenciado por inúmeras condições, quais sejam, obedece à lei do efeito, quando a pessoa
tende a manter um comportamento que percebe ser recompensador ou que produza
algum efeito; obedece à lei do estímulo, quando os estímulos, incentivos ou
recompensas são importantes na aprendizagem; obedece à lei da intensidade,
quando a intensidade dos exercícios e das práticas determinam a aprendizagem;
obedece à lei da freqüência, quando a freqüência de práticas e exercícios tende
a servir de reforço; obedece à lei da recentidade, quando o espaço de tempo
entre a aprendizagem e o desempenho é muito importante; obedece à lei do
descongelamento, quase sempre, aprender algo novo significa esquecer algo
velho; obedece à lei da complexidade crescente, quando a aprendizagem é afetada
pelo esforço exigido para produzir a resposta (Bosker, 1995; Hernandez, 2000;
Perrenoud, 2000). Para muitos psicólogos a aprendizagem é o fator mais
importante do comportamento humano, especialmente os adeptos da Psicologia
Experimental. Dentre as tantas definições existentes para aprendizado, existe
aquela dada como o processo pelo qual uma atividade se origina ou se altera
reagindo a uma dada situação, desde que as características da mudança da
atividade não possam ser explicadas pelas tendências naturais à reação pela
maturidade ou por condições temporárias do organismo. Ao estudar o processo de
aprendizagem os psicólogos sofreram uma influencia bastante intensa do conceito
associativo da conexão que ficou amplamente difundido na Lei do Efeito, de
Thorndike, que considerou três aspectos: estímulo, ou seja, um estado ou uma
situação que afeta o indivíduo; reação ou resposta, que parte do indivíduo como
resposta ao estímulo; relação ou conexão, existente entre o estímulo e a reação
e que faculta ao primeiro a produção da resposta. Outras definições incluem
fatores que envolvem a ação do aprendizado, como sendo na repetição, que é
necessária para ocasionar uma progressiva alteração nas funções psíquicas;
motivação, quanto maior for a motivação do indivíduo mais fácil será o processo
de aprendizagem; adaptação ou condicionamento, que é uma forma de aprendizagem
mediante a qual se desenvolve uma nova reação ante um estímulo configurado e
baseia-se na teoria do reflexo condicionado; relações significativas através do
estabelecimento de correlação entre o que se propõe ensinar e as necessidades e
interesses do consumidor. Disso, entende-se que o elemento básico do
aprendizado é a aquisição de informação (Bosker, 1995; Hernandez, 2000;
Perrenoud, 2000). Na perspectiva de uma escola mais eficaz para todos,
organizar e dirigir situações de aprendizagem deixou de ser uma maneira ao
mesmo tempo banal e complicada de designar o que fazem espontaneamente todos os
professores. Essa linguagem acentua a vontade de conceber situações didáticas
ótimas, inclusive e principalmente para os alunos que não aprendem ouvindo
lições. Permanecem úteis, mas não são mais o início e o fim do trabalho em
aula, como tampouco a aula magistral, limitadas a funções precisas. Organizar e
dirigir situações de aprendizagem, segundo Perrenoud (2000:25) é: (...) manter
um espaço justo para tais procedimentos. É, sobretudo, despender energia e
tempo e dispor das competências profissionais necessárias para imaginar e criar
outros tipos de situações de aprendizagem, que as didáticas contemporâneas
encaram como situações amplas, abertas, carregadas de sentido e de regulação,
as quais requerem um método de pesquisa, de identificação e de resolução de
problemas Desta forma, na noção docente, a competência global mobiliza várias
competências mais específicas, para determinada disciplina, tais como conhecer
os conteúdos a serem ensinados e sua tradução em objetivos de aprendizagem;
trabalhar a partir das representações dos alunos; trabalhar a partir dos erros
e dos obstáculos à aprendizagem; construir e planejar dispositivos e seqüências
didáticas; envolver os alunos em atividades de pesquisa, em projetos de
conhecimento Tais condições levam a entender que, por conhecer os conteúdos a
serem ensinados quando se pretende instruir ou ensinar alguém. Porém, a
verdadeira competência pedagógica não está aí; ela consiste, de um lado, em
relacionar os conteúdos a objetivos e, de outro, a situações de aprendizagem
(Perrenoud, 2000). Por outro lado, a progressão na perspectiva dos ciclos de
aprendizagem dos alunos depende amplamente das representações dos professores
quanto a seu papel e sua responsabilidade no êxito de cada um. A gestão ótima
da progressão passa pela convicção preliminar de que cada aluno é capaz de
alcançar os objetivos mínimos estabelecidos com a condição de individualizar
seu percurso. A progressão dos alunos é gerada no âmbito de um ciclo de
aprendizagem no qual os alunos passam, em princípio o mesmo números de anos
para alcançar objetivos de aprendizagem incontornáveis e que numa progressão
satisfatória, os alunos em suas aprendizagens, passam pelo questionamento da
organização escolar atual, do recorte da escolaridade por graus, dos prazos e
programas anuais (Perrenoud, 2000; Hernandez, 2000). Uma gestão ótima da
progressão dos alunos em suas aprendizagens exige a operacionalização de várias
formas de reagrupamento e de trabalho; passa por um questionamento dos modos de
ensino e de aprendizagem articulados à busca de um máximo de sentidos dos
saberes e do trabalho escolar para o aluno; implica remanejamento das práticas
de avaliação, para tornar visível e regular o percurso individual de cada
aluno; exige que a equipe docente assuma coletivamente a responsabilidade de
toda decisão relativa ao percurso dos alunos, de acordo com a totalidade dos
parceiros internos e externos à escola; implica tanto em nível individual
quanto coletivo, a aquisição de novas competências pelos professores no âmbito
de um plano progressivo de reflexão e de formação (Perrenoud, 2000). E diante
da necessidade de aprender a aprender, a
aprendizagem se dá, segundo Mercado (1999:47), necessariamente na direção
circunstancial de: (...) aprender a observar, formular questões e hipóteses,
discriminar o que é relevante para o problema que está sendo abordado,
localizar as fontes de informações, utilizar instrumentos e estratégias que lhe
permitam elaborar as informações coletadas, dominar conceitos que lhe possibilitem
processar essas informação. Aprender a adquirir novos conhecimentos com
autonomia, tendo condições de enfrentar problemas e questões diversas,
circulando com fluência pelas diferentes formas de se conhecer. Isto quer
dizer, portanto, que: (...) esta aprendizagem envolve a capacidade das pessoas
para relacionar as informações de maneira crítica e global - numa perspectiva
em que o enfoque globalizador está centrado na resolução de problemas
significativos, em que o conhecimento é visto como instrumento para a
compreensão e possível intervenção da realidade(Mercado, 1999:47). Assim,
arremata-se que a aprendizagem estará sendo formada para possibilitar uma
criticidade articulada com a disponibilização dos mais diversos recursos
tecnológicos, introduzindo uma participação do indivíduo de forma mais eficaz
no seu meio e na sua vida. A esta altura, convém, então, entender que as novas
abordagens para a aprendizagem assemelham-se à interação entre aluno/grupo de
alunos e o tutor, no chamado método tutorial. Isto é, não se oferece a mesma
orientação para todos os alunos, à medida que o curso se desenvolve, e sim o
atendimento às necessidades individuais, quando é o caso. Tal relacionamento é
altamente produtivo para ambos, aluno e tutor. Assim, parece que a aprendizagem
moderna deve olhar continuamente para os problemas de cada aluno e oferecer
ajuda na sua resolução, envolvendo fatores de abordagem interativa, a partir de
uma interação que deve ser freqüente, como numa conversação; buscando o mais importante
de tudo, que é a qualidade de cada interação; e que, na interação, os parceiros
são capazes de fazer registros de longo prazo, anotando todos os passos e as
experiências vividas durante o aprendizado (Fiorentini, 2000). - Uso didático
dos recursos: A utilização didática dos recursos da evolução tecnológica
impõe-se e transformam o comportamento individual e social. As novas
tecnologias da informação e da comunicação - NTIC - articulam várias formas
eletrônicas de armazenamento, tratamento e difusão da informação. Tornam-se
mediáticas após a união da informática com as telecomunicações e os
audiovisuais, geram produtos informacionais que têm, como algumas de suas
características, a possibilidade de interação comunicacional e a linguagem
digital (Fiorentini, 2000). As novas tecnologias caracterizadas como
mediáticas, são mais do que simples suportes. Elas interferem em nosso modo de
pensar, sentir, agir, relacionar-se socialmente e adquirir conhecimentos,
criando uma nova cultura e um novo modelo de
sociedade. Essa nova sociedade caracteriza-se pela velocidade das
alterações no universo informacional e na necessidade de permanente atualização
do homem para acompanhar essas mudanças (Fiorentini, 2000). Assim, as
tecnologias de comunicação e informação que são utilizadas diariamente, tais
como a televisão, o vídeo, o computador, por exemplo, oferecem formas novas de
aprendizagem, através de novas lógicas, competências, sensibilidades. Esses
comportamentos são bem diferentes do processo linear, sistemático e previsível
das aprendizagens em que predominam os aspectos supostamente racionais,
privilegiados pelas formas regulares de ensino. Neste tocante, o papel do
professor no atual estágio da sociedade tecnológica, baseada nas tecnologias da informação e da comunicação, segundo
Fiorentini (2000:28), "volta-se para
construção de uma sociedade que tenha a inclusão social como prioridade
absoluta, como a dos analfabetos, a dos professores leigos, a dos portadores de
necessidades especiais". Assim sendo, na sociedade tecnológica, a
escola pode contribuir para formar cidadãos autônomos e consciente, organizando
experiências nas quais os alunos possam trabalhar sua postura crítica diante da
massa de informações e mensagens que os bombardeiam sem cessar todo dia. E, por
meio da leitura crítica de imagens, pode-se entender como as experiências e
identidades são socialmente construídas. Pode-se também aprender a apreciar,
decodificar e interpretar as imagens, buscando compreender a forma com que são
construídas e as maneiras com que interferem na vida dos alunos. Pode, ainda,
abrir debates sobre aquelas que induzem a uma visão de mundo, a um estilo de
vida, que são compatíveis com o modo capitalista de consumo, por outro lado,
também podem induzir a vícios, a condutas
indesejáveis, a padrões de relacionamento menos adequados a valores
democráticos. As tecnologias da informação e da comunicação apresentam-se como
mais um recurso oferecido à formação do cidadão e representam uma valiosa
possibilidade, ao professor, de atualização e acesso permanente à educação a
distância, através da linguagem da televisão, cinema e vídeo nos novos modos de
compreender. Ou seja, as tecnologias da informação e da comunicação oferecem
possibilidades extraordinárias à educação, presencial ou a distancia. Desta
forma, Fiorentini (2000:49), alega que são três os modos de utilização dos
recursos no processo de aprendizagem, quais sejam, de pensar, de fazer e de sentir. Primeiro, os
modos de pensar são: "(...)
atividades abstratas que se utilizam de imagens ou de códigos lingüisticos para
representar o mundo e preparar respostas aos acontecimentos". Em
segundo, os modos de fazer: (...) são as ações que realizamos com o nosso corpo
e com as ferramentas que podem ser consideradas prolongamentos dele. São
também, como o pensamento, atividades. Diferem destes por serem concretas. Na
educação libertadora, consiste em orientar o estudante para pensar e agir com
método, ou seja, proceder com autonomia, por si próprio, para resolver os problemas
com os quais depare e, quando forem desconhecidos e não tenham solução já
pronta, para responder a eles com originalidade ou criatividade (Fiorentini,
2000:49). Por fim, os modos de sentir são: "(...) segundo Jean Piaget, uma energia que acompanha o que cada um de
nós faz ou pensa" (Fiorentini, 2000:49). A partir disso, portanto, a
utilização didática dos recursos ofertados pelas modernas formas de comunicação
eletrônica, através da confluência dos meios de comunicação de massa e da
informática, consolida-se na educação tornando-se a base de um novo paradigma.
As aplicações educativas das novas tecnologias da informação e da comunicação
podem gerar condições para um aprendizado mais interativo, por meio de caminhos
não-lineares, em que o estudante determina seu ritmo, sua velocidade, seus
percursos. Isso quer dizer que a utilização das novas tecnologias e sistemas
organizacionais exigem trabalhadores mais versáteis, capazes de compreender o
processo de trabalho como um todo, dotados de autonomia e iniciativa para
resolver problemas em sua equipe (Ribeiro, 1998). Neste sentido, observa
Mercado (2001:55), que a utilização didática dos recursos tecnológicos ocorre
da seguinte forma: (...) a maneira como os professores a utilizam depende não
só dos recursos disponíveis, mas também do seu conhecimento, do potencial das
tecnologias e da sua filosofia de educação. Para que tecnologias sejam bem
utilizadas é preciso saber o que podem realizar no processo educativo, o que
pode ser feito melhor com o auxílio delas e o que pode ser feito sem elas.
Assim, as novas tecnologias poderão servir aos seus objetivos educacionais dos
educadores. Isto leva a entender que a
educação escolar pode compreender e incorporar mais as novas linguagens,
desvendar seus códigos, dominar as possibilidades de expressão e as possíveis
manipulações. E isso torna importante educar para usos democráticos, mais
progressistas e participativos das tecnologias que facilitem a evolução dos
indivíduos (Fiorentini, 2000). Tal postura é defendida por Moran (1998:73)
quando assegura que: (...) a tecnologia propicia interações mais amplas, que
combinam o presencial e o virtual. O educador precisa estar atento para
utilizar a tecnologia como integração. Ensinar com as novas mídias será uma
revolução se mudarmos simultaneamente os paradigmas convencionais do ensino,
que mantêm distantes professores e alunos. E isto quer dizer que as
necessidades básicas de aprendizagem está num conceito estratégico para
articular políticas educacionais, arrolando que tipo de conhecimento,
habilidade, atitudes e valores se quer formar nas novas gerações, levando em
conta necessidades individuais, as demandas do processo produtivo e as
exigências do exercício de uma cidadania plena. (Mello, 1998) E nessa ótica,
Mello (1998:40) observa que: (...) os instrumentos de aprendizagem são bastante
objetivos: ler, escrever, contar, expressar-se, resolver problemas, em suma, os
chamados códigos da modernidade, que, como o próprio nome indica, são
instrumentos para viver e conviver em sociedades de informação, nas quais o
conhecimento passa a ser fator decisivo
para a melhoria de vida, o desenvolvimento produtivo com equidade, o exercício
da cidadania. O conceito de necessidades básicas de aprendizagem é articulador
na medida em que focaliza o núcleo de todo o processo educativo, ou seja: o
ensino aprendizagem, sugerindo medidas concretas para aferir-lhe eficiência.
Além de universalizar o acesso buscando a eqüidade, destacam-se duas
estratégias óbvias, que, contraditoriamente, estiveram, relegadas nas políticas
educacionais anteriroes: dar atenção prioritária à aprendizagem e melhorar o
ambiente em que ela se processa. Em suma isto quer dizer que, dar prioridade
aos códigos básicos da modernidade, centrar a atenção na aprendizagem e
melhorar as condições desta, implica situar a questão pedagógica no centro das
preocupações das políticas de melhoria qualitativa. Esse enfoque articula
prioridades, estratégias e técnicas, abrindo perspectivas à superação de um dos
problemas mais sérios do campo educacional, que é a defasagem entre a
formulação de objetivos e políticas estratégicas e as práticas efetivas
adotadas pelas escolas e professores (Mello, 1998). A capacidade de resolver
problemas, nas dimensões da flexibilidade e adaptabilidade; a capacidade de
decisões fundamentadas, na habilidade de selecionar informações relevantes; a
capacidade de continuar aprendendo, respondendo à continua diversificação e
mudança nas demandas de aprendizagem da sociedade, estes são os processos de
aprendizagens que evidentemente utilizam didaticamente os recursos tecnológico
(Mello,1998). E disso, vislumbra-se um consenso que se direciona na aquisição
de conhecimentos básicos e a formação de habilidades cognitivas, que são
objetivos tradicionais do ensino, constituem, hoje condição indispensável para
que todas as pessoas consigam, de modo produtivo, conviver em ambientes
saturados de informações e tenham capacidade para processá-las, selecionar o
que é relevante e continuar aprendendo (Mello, 1998) - Como se dá a aprendizagem em EJA: A partir da
concepção defendida por Freire e do método proposto e desenvolvido por ele,
tendo como ponto de partida a realidade dos sujeitos e tendo como caminho
metodológico o diálogo e, como ponto de chegada, a conscientização e a
intervenção no sentido de transformação da realidade, passou-se a ter no Brasil
um referencial teórico-metodológico próprio para a área, contrapondo-se às
concepções ingênuas e astutas de alfabetização e às práticas mecanicistas e
alienantes (Moura, 2001). Entretanto, Freire se apresenta como a concepção
organicamente voltada para a alfabetização de adultos, onde o processo
educativo seria um ato político, uma ação que resultaria em relação de domínio
ou de liberdade entre as pessoas. Ele se preocupou bastante com a formação
docente, onde este precisa se comportar como um provocador de situações, um
animador cultural num ambiente em que todos aprendem com a comunhão. De suas
idéias são exemplos o conceito de escola cidadã que se preocupa com o ser humano
tomando decisões, e a necessidade de cada escola ter um projeto pedagógico que
reconheça a cultura local. Um outro importante educador neste contexto,
trata-se de Lev Vygotsky que concebe o
aprendizado do sistema de linguagem escrita, o seu processo de apropriação e
internalização requerendo uma mediação direta do professor e dos métodos,
auxiliados pelo que ele denomina de signos e instrumentos psicológicos. Ele
deixa claro que o processo de alfabetização requer um entendimento do sujeito,
de sua gênese historico-cultural, de seus processos de desenvolvimento
psicológico, ou seja, a transformação dos comportamentos naturais, biológicos
para comportamento superiores ou culturais. Passa, então, a ver no aprendizado
da linguagem escrita - considerado como um dos sistemas de signos fundamentais
- um dos caminhos para o despertar de zonas de desenvolvimento profissional do
sujeito que, consequentemente, o levam ao desenvolvimento de outras funções
mais complexas, definidas por ele como culturais. (Moura, 2001). Desta forma,
analisa Moura (2001:136) que: A partir dessa reflexão em torno das diferentes
formas de compreender e explicar o processo de alfabetização de jovens e
adultos, pode-se afirmar que a partir das contribuições de Freire, dos estudos
da Psicogênese e da inclusão, progressiva, das idéias de Vigotsky, as propostas
e práticas de alfabetização que têm se fundamentado nesses referenciais buscam,
como resultado de aprendizagem o letramento dos jovens e adultos, o que
significa possibilitar-lhes a apropriação da leitura e da escrita e a sua
conseqüente utilização plena nas mais diferentes práticas sociais. Assim, a
aprendizagem na Educação de Jovens e Adultos se dá voltada a partir de um
processo que se pode ser visto a partir de Paulo Freire e sua Pedagogia do
Oprimido alcançando a Pedagogia da Autonomia, efetivando a criticidade própria
que possibilite o discernimento do estudante na sua participação direta com as
pessoas do seu vínculo, a sua comunidade, a sua região e, consequentemente, com
a sua vida. Deste entendimento, passa-se, a seguir, para a discussão da
utilização dos recursos tecnológicos na educação. UTILIZAÇÃO DOS RECURSOS TECNOLÓGICOS - As tecnologias na
educação: O avanço da ciência e da tecnologia corresponde a avanços cognitivos
da população e das suas estratégias de investigação. A aceleração da automação
e a disseminação de instrumentos de informação e comunicação, afetam não apenas
o processo produtivo, como as formas organizacionais, onde as tecnologias que trazem
embutidas não apenas as funções manuais do ser humano, mas também as
intelectuais, na formação de competências sociais, como liderança, iniciativa,
capacidade de tomar decisões, autonomia no trabalho, habilidade de comunicação,
dentre outras. A exposição a essas tecnologias, que atingem todos os grupos
sociais, assim como a incorporação de seus efeitos à vida cotidiana, requerem a
apropriação de conhecimentos que permitam às pessoas compreenderem e se
beneficiarem das mudanças em processo. Neste sentido, observa Mello (1998:36/7)
que "(...) os novos conhecimentos e
informações e a velocidade com que novas tecnologias de comunicação permitem
disseminá-los e processá-los, constituem um desafio para o ritmo do sistema
educativo em transmitir instrumentos e conteúdos de aprendizagem". Isto,
então, quer dizer que se hoje ninguém escapa dos impactos provocados pelos
avanços tecnológicos, é preciso que a sociedade como um todo, seja preparada
para incorporar de modo adequado os instrumentos tecnológicos. Isso significa
aprender a utilizá-los para melhorar a qualidade de vida, ampliando a base do
mercado de consumo e os padrões de exigências quanto à qualidade (Mello, 1998).
A inserção de novas tecnologias na área educacional tem acarretado mudanças
estruturais nas áreas de conhecimento integrando-se às mudanças no processo
ensino-aprendizagem e provocando resultados satisfatórios e significativos na
construção do conhecimento que, a partir disso, passou a explorar a
criatividade e o potencial de cada um, aplicação de novas tecnologias em sala
de aula levando a inovação de uma metodologia adotada propiciando ao aluno e ao
professor acesso a mais informações, além de maior possibilidade para facilitar
o ensino aprendizagem. Ao professor, então, cabe-lhe o papel de gerenciador de
conhecimentos, desenvolvendo atividades atrativas e motivadoras, selecionando
os dados significativos das diversas fontes de informações para a formação de
um cidadão crítico e competente. E à escola cabe a função de preparar um
cidadão capacitado para um mercado competitivo, onde o conhecimento tecnológico
é fundamental. A importância das novas tecnologias na educação pode ser
analisada a partir de três perspetcivas: em uma sociedade na qual a tecnologia
está presente nas atividades mais comuns do dia a dia, deve estar presente
também na escola; o trabalho faz parte da cultura humana; o acesso ao mercado
de trabalho depende muitas vezes de conhecimento tecnológico. Por isso, cabe à
escola oferecer subsídios aos alunos para compreenderem a realidade em que
estão inseridos e exercerem sua cidadania, adequados e qualificados com as
novas tecnologias que podem contribuir para melhorar a atividade de ensino e a
qualidade da aprendizagem (Brasil, 1999). As novas tecnologias, conforme
prescreve a LDB, podem ser utilizadas
como recursos didáticos em situações de aprendizagem na medida em que
possibilitam o acesso a outras fontes de informações, em formatos diferentes e
de forma atrativa. Permitem mais criar situações em que os alunos interagem com
os conteúdos de diferentes formas, textos, imagens sons; e favorecem um ensino
contextualizado que incorpora as práticas sociais como saber escolar. Para
Assmann (1998), as novas tecnologias da informação e da comunicação, são: (...)
instrumentos no sentido técnico e feixes de propriedades ativas. As novas
tecnologias ampliam o potencial cognitivo do ser humano e possibilitam mixagens
cognitivas complexas e cooperativas. Uma quantidade enorme de insumos
informativos está à disposição nas redes. Um grande número de agentes
cognitivos humanos pode interligar-se em um mesmo processo de construção de
conhecimentos. E os próprios sistemas interagentes artificais se transformam em
máquinas cooperativas, com as quais pode-se estabelecer parceria na pesquisa e
no aviamento de experiências de aprendizagem. Isto quer dizer, entretanto, que
as novas tecnologias tem um papel ativo e co-estruturante das formas do
aprender e do conhecer, como um dos aspectos mais fascinantes da era das redes,
na transformação profunda do papel da memória ativa dos aprendentes e na
construção do conhecimento. Com isso, o apredente pode assumir o papel de
verdadeiro gestor dos seus processos de aprendizagens. - A utilização dos
recursos tecnológicos na educação: A utilização das novas tecnologias
inevitavelmente afeta todos os campos educacionais, uma vez que elas encaminham
as instituições para a adoção de uma cultura informática educacional que exige
uma reestruturação sensível não apenas das teorias educacionais, mas na própria
percepção e ação educativa. É preciso entender que o desenvolvimento de uma
cultura informática é essencial na reestruturação da gestão da educação, na
reformulação dos programas pedagógicos, na flexibilização das estruturas de
ensino, na interdisciplinaridade dos conteúdos, no relacionamento dessas
instituições com outras esferas sociais e com a comunidade como um todo
(Kenski, 1998) Neste sentido, os professores podem incluir a utilização desses
recursos no planejamento de suas aulas para que os alunos possam obter,
comparar e analisar informações; fazer o uso de materiais contribuindo para a
diversificação de muitas informações e ampliando os caminhos para que os
professores possam desenrolar os conteúdos escolares, tendo retorno
satisfatório no processo ensino-aprendizagem. Conhecendo e sabendo usar as
novas tecnologias implica a aprendizagem de procedimentos para utilizar estas
tecnologias e, principalmente, a aprendizagem de habilidades relacionadas ao
tratamento da informação. Para isso, é necessário garantir para toda a
população um mínimo de conhecimento tecnológico, incluindo como conteúdos da
educação aspectos que se referem ao conhecimento e uso dessas novas
tecnologias, no entendimento de saber que o mundo do trabalho exige esse
conhecimento tecnológico e utiliza tecnologias variadas; que os recursos
tecnológicos sempre fizeram parte da cultura humana; compreender que a
tecnologia está a serviço dos homens, desenvolvendo atitudes de ousadia para
experimentar e aprender. Desta forma, a utilização dos recursos tecnológicos na
educação é o desafio que se interpõe entre o educador e a tecnologia
disponível, cujas implicações são muito maiores, atingindo o modelo de escola,
impulsionando a integração de diferentes áreas do conhecimento e, principalmente,
fazendo com que o educador reveja toda a sua postura e a sua função. Quanto à
escola, esta deve se integrar e preparar profissionais qualificados para o
mercado de trabalho. E nesta busca de aprendizagem com as novas tecnologias,
este novo modelo faz com que as pessoas busquem sempre informações. Porque, já
é ponto inquestionável, que saber trabalhar com vários meios de comunicação
facilita a contextualização e favorece a interação entre professor e aluno. Esses
recursos que caracterizam formatos que vão de indicador de modernidade a ícone
da chamada revolução tecnológica, resultam nas multimídias que são materiais de
ensino-leitura, alguns deles pouco conhecidos e, via de regra, abordados em
território híbrido, demarcado por perspectivas tecnicistas e economicistas. Vale
salientar que multimídia é a tecnologia caracterizada por permitir a
combinação, em um mesmo programa e sob forma digital, de mídias diversas:
textos impressos, imagens, sons, tudo em movimento. E essas multímidias levam a
universalidade e a interatividade. E mais, levam a uma dimensão paradigmática
nos seguintes termos: trazer para a escola um enorme potencial
didático-pedagógico; ampliar oportunidades onde os recursos são escassos;
familiarizar o cidadão com a tecnologia que está em seu cotidiano; dar
respostas flexíveis e personalizadas para pessoas que exigem diversidade maior
de tipos de educação, informação e treinamento; oferecer meios de atualizar
rapidamente o conhecimento; estender os espaços educacionais; e motivar os profissionais
e alunos para aprenderem continuamente, em qualquer estágio de suas vidas
(Brasil, 1999). Neste sentido, Perrenoud (2000:128) destaca que: Formar para as
novas tecnologias é formar o julgamento, o senso crítico, o pensamento
hipotético e dedutivo, as faculdades de
observação e de pesquisa, a imaginação,
a capacidade de memorizar e classificar, a leitura e a análise de textos e de
imagens, a representação de redes, de procedimentos e de estratégias de comunicação.
É evidente que o progresso das tecnologias oferece novos campos de
desenvolvimento a essas competências fundamentais, e, sem dúvida, aumenta o
alcance das desigualdades nos domínios das relações sociais, da informação e do
mundo. Isto leva a crer que uma cultura tecnológica de base também é necessária
para pensar as relações entre a evolução dos instrumento, no caso informátrica
e hipermídia, as competência intelectuais e a relação com o saber que a escola
pretende formar. Pelo menos sob esse ângulo, as tecnologias novas não poderiam
ser indiferentes a nenhum professor, por modificarem as maneiras de viver, de
se divertir, de se informar, de trabalhar e de pensar (Perrenoud, 2000). O
quadro pedagógico, então, para as novas tecnologias, destaca uma mudança de
paradigma que elas demandam e, ao mesmo tempo, oportunizam. O paradigma visado
não diz respeito como tal às tecnologias, mas concerne às aprendizagens.,
trata-se de passar de uma escola centrada no ensino, suas finalidades, seus
conteúdos, sua avaliação, seu planejamento, sua operacionalização sob forma de
aulas e de exercícios, para uma escola centrada não no aluno, mas nas
aprendizagens. Desta forma, o ofício do professor redefine-se: mais do que
ensinar, trata-se de fazer aprender e as novas tecnologias podem reforçar a
contribuição dos trabalhos pedagógicos e didáticos contemporâneos, permitindo
que sejam criadas situações de aprendizagem ricas, complexas, diversificadas,
por meio de uma divisão de trabalho que não faz mais com que todo o
investimento repouse sobre o professor, uma vez que tanto a informação quanto a
dimensão interativa sejam assumidas pelos produtores dos instrumentos
(Perrenoud, 2000). - Material impresso: Os materiais ou meios impressos de
ensino se caracterizam por codificar a informação pela utilização da linguagem
textual combinada com representações icônicas, incluindo a recuperação de
textos sociais de circulação massiva, como produções de divulgação científica
em revistas, suplementos de ciências dos jornais, dentre outros. Freire
(1983:139), neste sentido, já destacava que: (...) Outro recurso didático,
dentro de uma visão problematizadora da educação, seria a leitura e a discussão
de artigos de revistas, de jornais, de capítulos de livros, começando-se por
trechos. Como nas entrevistas gravadas, aqui também, antes de iniciar a leitura
de artigo ou do capítulo do livro, se falaria de seu autor. Em seguida se
realizaria o debate em torno do conteúdo da leitura. Vale-se dizer que a
incorporação deste materiais na escola enriquece o tratamento dos conteúdos que
o docente realizar podendo acrescentar uma narrativa a mais à sua aula. Seu
valor consiste em poder incorporar à vida da aula, os desenvolvimentos mais
atuais, as novidades na ciência e tecnologia, os avanços na pesquisa, assumindo
a categoria de textos para o ensino. Os livros textos são o material impresso
mais importante e comum no ensino, porque apresentam os princípios ou aspectos
básicos de um tema, área ou disciplina para os alunos de um determinado nível
de educação, por motivarem a relação do aluno com o conteúdo escolar, apoiando
a autonomia do aprendiz, colaborando para a organização de situações de ensino
e criando condições para a diversificação e ampliação das informações que
veiculam. O trabalho escolar tem apostado na mídia impressa e na comunicação
interpessoal como forma básica de mediação entre os sujeitos e os objetos do
conhecimento. E o livro é um veículo de informação altamente evoluído que
ilustra, portador durável e compacto de informações impressas. Também revistas
facilitam a alfabetização e funcionam como ponto de partida para trabalhos em
todas as áreas, fonte inesgotável de recursos, a partir de reportagens,
conferindo vários conteúdos, principalmente na informação e na atitude crítica
do aluno. Isso enquanto a linguagem
escrita desenvolve mais o rigor, a organização, a abstração e a análise lógica.
Os textos podem ser variados e podem estar impressos nos mais diversos
suportes, como jornais, panfletos, cartazes, papéis de carta, livros, blocos,
enciclopédias. Os quadrinhos, também, segundo Srbex (2001) podem estabelecer
uma comunicação intersubjetiva entre produção e recepção da obra, que é a razão
de ser da arte. Neste processo, humaniza-se o mundo, através de existências que
tem a forma de obras artísticas, muito mais que um simples meio de
entretenimento ou instrumento didático, a arte traz em si uma dimensão
formativa. É assim também com a arte dos quadrinhos, o quadrinho-arte. Em um
livro, em um texto, tudo tem significado. O texto impresso é a matriz, mas as outras
interfaces como tamanho, paginação, letras e tipos, capas, divisões do texto,
diagramação, devem ser contempladas e, em especial, a ilustração que é parte
integradora da obra. Em um livro, portanto, tudo significa de formas
diferentes, em graus diversos, muito, em razão tambem do nível de conhecimento
da experiência prévia do leitor. Um outro recurso é a Literatura de cordel,
que, segundo Pinheiro & Lúcio (2001:85)
é: (...) um recurso utilizado pelos contadores de histórias, que
envolvem a platéia substituindo os nomes dos personagens por aqueles que estão
presentes. Pressupondo um envolvimento afetivo com a cultura popular. A leitura
oral dos folhetos de cordel é indispensável. Existe na literatura de cordel uma
variedade de temas, situações humanas, tragédias, comédias, casos inusitados e
relatos históricos, imaginários e tantas outras coisas. Essa riqueza de
abordagens assume tons diferenciados, visões do mundo às vezes conflitantes,
ideologias diversas. A essa diversidade pode ser aproveitada para instigar
debates, discussões em sala de aula. Visto o material impresso, importante
material no processo de aprendizagem na educação de jovens e adultos, passe-se
para outros instrumentos que podem usados na sala de aula. - Televisão e vídeo:
A televisão é um meio de comunicação que muito tem contribuído para o
desempenho educacional, oferecendo uma boa parcela de conhecimento, permitindo
levar à sala de aula informações complementares, bem elaboradas, dando
oportunidade ao professor a desenvolver aspectos criativos, estimular,
motivando alunos em sua aprendizagem. O vídeo, por outro lado, é um meio de
comunicação com elementos simbólicos determinados, que permitem a criação de
mensagens pelo usuário, cuja concepção técnica, é a imagem eletrônica
configurada a partir de uma série de instrumentos tecnológicos que possuem uma
versatilidade de uso majoritariamente controlados pelo usuário. Ambas, TV e
vídeo, combinam a comunicação sensório-cinestésica com a audiovisual, a
intuição com a lógica, a emoção com a razão. A integração que começa pelo
sensorial, pelo emocional e pelo intuitivo, para atingir posteriormente o
racional. Assim, TV e vídeo são sensoriais visuais, com linguagem falada,
linguagem musical e escrita. Essas linguagens se interagem de forma
superpostas, interligadas, somadas, não separadas. Atingem por todos os
sentidos e de todas as maneiras. De outra forma, a televisão e o vídeo seduzem,
informam, entretem, projetam em outras realidades no imaginário e em outros
tempos e espaços; exploram basicamente o ver, o visualizar, o ter diante das
situações, as pessoas, os cenários, as cores, as relações espaciais,
desenvolvendo um ver entrecortado com múltiplos recortes da realidade por meio
dos planos e muitos ritmos visuais: imagens estáticas e dinâmicas, câmera fixa
ou em movimento, uma ou várias câmeras, personagens quietos ou movendo-se,
imagens ao vivo, gravadas ou criadas no computador. Em suma, um ver que está
situado no presente mas que o interliga não linearmente com o passado e com o
futuro; o ver que está apoiando o falar, o narrar, o contar estória. E a fala
aproxima o vídeo do cotidiano, como as pessoas se comunicam habitualmente
(Fiorentini, 2000). Na TV e no vídeo usa-se uma linguagem concreta, plástica,
de cenas curtas, com pouca informação de cada vez, com ritmo acelerado e
contrastado, multiplicando os pontos de vista, os cenários, os personagens, os
sons, as imagens, os ângulos, os efeitos. As mensagens dos meios audiovisuais
exigem pouco esforço e envolvimento do receptor, porque suas linguagens
respondem à sensibilidade dos jovens e da maioria da população adulta. São
dinâmicas, dirigem-se antes à afetividade do que à razão (Fiorentini, 2000). A
linguagem audiovisual desenvolve múltiplas atitudes perceptivas: solicita constantemente
a imaginação e atribui à afetividade um papel de mediadora primordial. Um de
seus critérios principais é a contiguidade, a justaposição por algum tipo de
analogia, de associação por semelhança ou por oposição, por contraste.
(Fiorentini, 2000). As funções que a televisão deve desempenhar no ato escolar
é a de observar, assegurar a comunicação social, fornecer uma imagem do mundo,
transmitir cultura, contribuir para a felicidade divertindo e fazer-comprar
(Fiorentini & Carneiro, 2000). Além disso, o uso da televisão também serve
para fazer iniciação artística e cultural, educando o olhar, a audição, a voz,
o corpo. As imagens, abolindo fronteira rígida, levando à pesquisa de materiais
e a formas de expressão, usando as possibilidades de reprodução pelas novas
tecnologias, auxiliar a superar a fragmentação dos conhecimentos, facilitando o
uso da metodologia interdisciplinar, favorecendo o acesso a novas e poderosas
generalizações. E, para aproveitar essas tecnologias - cinema, televisão,
vídeo, computador - é preciso conhecê-las. A educação
cinematográfico-televisiva organiza a experiência do espaço mental, o hábito de
pensar visualmente o mundo e as relações entre pessoas e sociedades. No uso
educativo de audiovisuais está naquilo que se aprende visualmente reforçando
conexões temporais e espaciais, tornando-as mais duradouras, mais facilmente
evocáveis, facilitando a organização esquemática. Quando a visualização é
associada a situações narrativas que agregam componentes de emotividade, a
retenção dos conhecimentos é maximizada. E para que essas propriedades sejam
bem exploradas, os conteúdos, preferencialmente, não devem ser mostrados como
unidades fechadas nos vídeos educativos. Têm de oferece dificuldades que
requeiram, análise e exame posterior (Fiorentini, 2000). Enfim, a eficácia da
comunicação dos meios eletrônicos, em particular da televisão, deve-se à
capacidade de articulação, de superposição e de combinação de linguagens
totalmente diferentes - imagens, falas, música, escrita, - com uma narrativa
fluida, uma lógica pouco delimitada, gêneros, conteúdos e limites éticos pouco
precisos, o que lhe permite alto grau de ambiguidade, de interferências por
parte de concessionários, produtores e consumidores. Essa imagem é sensorial,
sensacional e tem um grande componente subliminar, isto é passa muitas
informações que não são captadas conscientemente (Fiorentini, 2000). É preciso
entender que a linguagem audiovisual desenvolve múltiplas atitudes perceptivas:
solicita constantemente a imaginação e atribui à afetividade um papel de
mediadora primordial, enquanto a linguagem escrita desenvolve mais o rigor, a
organização, a abstração e a análise lógica. E um dos seus critérios principais
é a contigüidade, a justaposição por algum tipo de analogia, de associação por
semelhança ou por oposição, por contraste, criando novas relações, novos
significados (Fiorentini, 2000). O vídeo e a televisão devem ser explorados de
forma adequada, pois possibilitam várias técnicas de estudos as quais deixam o
aluno curioso por informações. A utilização do vídeo permite dinamizar as
aulas, estimular o senso crítico, a criatividade em função de uma educação para
a autonomia, descobrindo novos paradigmas, que permitirão aos educandos uma
educação mais humanitária. Possibilita, ainda, a leitura em conjunto,
globalizante, centrada, funcional e na análise de linguagem. O vídeo é uma
ferramenta que bem enfocado e com objetivos bem definidos, estimula o aluno a
uma aprendizagem prazerosa, rica e inovadora, permitido que obtenha um
conhecimento mais crítico dentro da realidade do cotidiano. Acima disso, a TV
pode oferecer informação, dinamizar temas significativos, incorporar
transversalidade às atividades curriculares desenvolvidas na escola (Fiorentini
& Carneiro, 2000). O videocassete, por outro lado, oferece vários
procedimentos técnicos ao professor: parar, adiantar, voltar, utilizar só a
imagem, utilizar apenas o som, estudar quadro a quadro imagens e textos
importantes. É uma tecnologia flexível e versátil. (Fiorentini & Carneiro,
2000). Dentre as funções de TV e vídeo propõe-se informação de conteúdo,
motivação, ilustração e meio de expressão. Desenvolvê-las depende da iniciativa
e da participação do professor. A função de informação e de conteúdo de ensino,
consiste em apresentar a informação nas formas direta e indireta, do vídeo
produzido ou sem tratamento pedagógico específico; a função de motivação,
aproximando a cultura daquele que aprendeu com as imagens do mundo real; função
de ilustração, compreendendo os vários significados como esclarecer, elucidar,
comentar, explicar, exemplificar, ornar; função de meio de expressão,
expressar-se por meio de linguagem produzindo mensagens (Fiorentini &
Carneiro, 2000). – Informática: A introdução da informática na educação é mais
um dos desafios dos educadores, por ser o mais poderoso instrumento da
inventividade humana, pois é a ferramenta para a manipulação do simbólico, do
virtual. A informática vem sendo utilizada na educação de diversas formas e
está presente de muitos modos, possibilitando uma interação mais direta com os
acontecimentos emergentes e recurso importante no processo de aprendizagem do
estudante. O processo introdutório de inovação tecnológica foi muito rápido e
resultou em inúmeras experiências. Para que a informática possa significar um
estímulo capaz de provocar a inovação e, com ela, a superação de importantes
problemas, buscou-se identificar onde ela pode apresentar possibilidades
verdadeiramente novas, rompendo com o óbvio. Exemplo disso, a introdução do
computador, a Internet, dentre outros importantes instrumentos derivados. O uso
da informática, por exemplo, comporta dimensões múltiplas nos relacionamentos
pessoais, no domínio dos materiais, no complexo campo da programação e das
linguagens, na multiplicidade de diferentes usos, na afirmação de que a lógica
e uma determinada forma de racionalidade fazem parte da cultura e dos valores
humanos, apresentando-se um homem como um criador. A experiência nesse campo
trazem o acelerado aumento do conhecimento humano e na transformação das
experiências em informação ordenada, armazenável, representável em diferentes
formas e de fácil recuperação a qualquer distância. Estes tornam a informática
um elemento no processo de comunicação e um código que se designa como
linguagem digital, de relevante mola propulsora do processo de comunicação num
ciclo de grande amplitude. O uso de informações através da linguagem digital
tem transformado o cotidiano da sociedade globalizada e na realidade específica
de cada região. Observe-se, porém, que o objetivo da inclusão da informática
permite o acesso a todos os que desejam torná-la um elemento da cultura,
complementando e servindo de arcabouço tecnológico para as várias formas de
comunicação tradicionais. Incorporar a informática como componente do processo
de ensino-aprendizagem torna relevante o aproveitamento desse recurso na
educação que passa a reconhecer o seu papel na organização da vida
sociocultural e na compreensão da realidade, relacionando o manuseio do computador
a casos reais, ligados ao cotidiano do estudante, seja no mundo do trabalho, no
mundo ou na vida privada, construindo, mediante experiências práticas,
protótipos de sistemas automatizados em diferentes áreas, ligadas à sua
realidade, utilizando-se, para isso, de conhecimentos interdisciplinares. É
indiscutível que a informática é uma ferramenta para novas estratégias de
aprendizagem, capaz de contribuir de forma significativa para o processo de
construção do conhecimento, reconhecendo-se os seus principais equipamentos de
acordo com suas características, funções e modelos. Dominar as funções básicas
dos principais produtos de automação da micro-informática, possibilitará o
conhecimento de sistemas operacionais, interfaces gráficas, editores de textos,
planilhas de cálculos e aplicativos de apresentação, conceitos de rede,
diferenciando as globais das locais, facilitando a incorporação de ferramentas
específicas nas atividades profissionais. – Internet: A Internet é uma rede com
abrangência mundial possibilitando a troca de informações entre computadores,
surgida nos anos 60, evoluiu de um meio de comunicação reservado apenas para
pesquisadores e cientistas para um meio de marketing comercial altamente
sofisticado. O processo de transformação do âmbito educacional e de pesquisa
para a atividade comercial foi extremamente rápido com novos serviços que
passaram a ser oferecidos, dentre eles o principal a WWW – World Wide Web, aqui denominado simplesmente de Web, oferecendo ainda interface gráfico aos
seus usuários. Da rede inicial que utiliza somente texto, as mensagens
evoluíram para voz, vídeo e imagens, gerando intenso tráfego de comunicação e
afetando a performance da rede como um todo. Assim, a Web tornou-se uma verdadeira teia que cobre toda a Internet e os
locais onde são armazenadas as informações no seu formato tornaram-se quase da
noite para o dia a referência de negócios mais conhecida da rede. A Internet
permite uma rápida presença da pessoa em todos os lugares do mundo pelo acesso
a uma grande variedade de informações, agilizando seu processo de pesquisa e
desenvolvimento humanos. Uma geração informatizada tão nova que nem mesmo o
mais antigo pesquisador da área é pleno detentor de seu conhecimento. Um
universo habitado por milhares de pessoas dos mais variados pontos da terra,
sem fronteiras. Um lugar em que a comunicação não tem limites, e a informação,
seja qual for, é universal. Mas desta vez este mundo não é real, é transmitido
através de “bits” intangíveis por si
só, no qual o contato é feito por uma tela de computador e um click no mouse. É o chamado mundo virtual. Para Moran (1998), "a Internet é um novo meio de comunicação,
ainda incipiente, mas que pode ajudar a rever, a ampliar e a modificar muitas
das formas atuais de ensinar e aprender", e trouxe a possibilidade de
acesso a um acervo de dados e informações que a cada dia se amplia,
possibilitando um novo mundo de informações. Por outro lado, o universo de
usuários da Internet vem crescendo assustadoramente, o que quer dizer que as
pessoas estão deixando de visitar "showroom"
para teclar no seu computador o site
onde possa encontrar aquilo que necessite. Com este ponto de vista, Mercado
(2001:54), assegura que "(...)a
comunidade escolar precisa estar conectada a uma rede global, para que os
educadores utilizem, dentro de suas salas de aula, os recursos disponíveis para
realizar os programas institucionais e atingir metas educativas específicas".
É preciso entender que a Internet "é
versátil., um poderoso instrumento no processo educativo, se usada com
inteligência e é um excelente recursos pedagógico à disposição do professor em
sala de aula" (Mercado, 2001:55). Isso quer dizer que alunos e
professores, fazendo uso dessa importante ferramenta que é a Internet, podem
elaborar trabalhos e pesquisas com o objetivo de aprofundá-los por meio de
maior número de informações possíveis, visto que a Internet faz parte da
globalização do conhecimento e é uma forma de comunicação fácil, barata e
difundida, que irá inevitavelmente transformar a vida dos que se aventuram pelo
ciberespaço, e permtindo acesso a longínquas bases de dados e a informações
que, de outro modo, seriam difíceis de encontrar (Mercado, 2001). Segundo Moran
(1998), com a Internet: (...) começa-se a ter que modificar a forma de ensinar
e aprender tanto nos cursos presenciais como nos de educação continuada, à
distância, exigindo mais flexibilidade espaço-temporal, menos conteúdos fixos e
processos mais abertos de pesquisa e de comunicação. Principalmente por ser uma
rede que pode ser usada através de teleacesso, publicação virtual, teleprença,
teleconsulta., teleparticipação e telecolaboração, dentre outras importantes
maneiras de facilitar o processo educativo.
PROPOSTAS METODOLÓGICAS DO USO DOS RECURSOS TECNOLÓGICOS
NA EJA - Formação de professores de EJA: A
partir do conhecimento das ferramentas disponibilizadas pelos recursos
tecnológicos possíveis no processo educacional de jovens e adultos, resta,
agora, se preocupar com a formação dos professores que estarão no dia a dia
fazendo uso desses recursos com os seus alunos nas salas de aula. Inicialmente,
usando Freire (1983:71), o professor deve estar cônscio de: (...) sua ação,
identificando-se desde logo, com a dos educandos, deve orientar-se no sentido
da humanização de ambos. Do pensar autêntico e não no sentido da doação, da
entrega do saber. Sua ação deve estar infundida da profunda crença nos homens.
Crença no seu poder criador. Isto tudo exige dele que seja um companheiro dos
educandos, em suas relações com estes.(....) Desta maneira, o educador já não é
o que apenas educa, mas o que, enquanto educa, é educado, em diálogo com
educando que, ao ser educado, também educa. Ambos, assim, se tornam sujeitos do
processo em que crescem juntos e em que os argumentos de autoridade já não
valem. Estes postulados, portanto, fazem parte do papel do professor diante de
uma educação problematizadora, ou seja, uma "(...) educação como prática da liberdade, implica na negação do homem
abstrato, isolado, solto, desligado do mundo, assim também na negação do mundo
como uma realidade ausente dos homens". (Freire, 1983:81) Com isto se
quer dizer que é preciso estabelecer um novo vínculo entre educador e a nova
ferramenta de trabalho: novas estratégicas, novas linguagens, novas relações,
identificando as tecnologias da comunicação e da informação no cotidiano,
refletindo sobre suas manifestações e problemas, reconhecendo a sua
interferência nos modos de ser e de comportar-se dos cidadãos, e avaliando a
própria experiência de uso das tecnologias para o aperfeiçoamento profissional.
Há que se observar que os desafios a serem travados pelo professor, estejam
todos a partir de estimar o potencial das tecnologias da informação e da
comunicação no sistema escolar didático e administrativo, avaliar a importância
de recorrer a essas tecnologias, considerar as implicações da utilização dessas
tecnologias nas escolas, apreciar critérios para uso educativo dessas
tecnologias, distinguir recursos tecnológicos e identificar relações que
articulam os diferentes recursos tecnológicos em benefício da EJA. Depois
disso, segundo Belloni (1999:34), uma estratégia há que estar baseada na dupla
finalidade do uso pedagógico do vídeo, apropriando-se dos conteúdos mas também
da linguagem, sendo que "(...) a
primeira faz do vídeo um material didático como outro qualquer, e a segunda faz
dele um objeto de estudo e de reflexão, e portanto, um instrumento de educação
para as mídias". Desta forma, a experiência e formação do professor são
pois essenciais para o desenvolvimento de qualquer proposta inovadora e
portanto também para o uso realmente pedagógico do vídeo, da Internet e de
outros tantos recursos tecnológicos (Belloni, 1999). Neste sentido Moran (1998)
observa que "o professor é um
facilitador, que procura ajudar a que cada um consiga avançar no processo de
aprender", e que, não se podendo dar aula da mesma forma para alunos
diferentes, para grupos com diferentes motivações, "precisa-se adaptar a metodologia, a técnica de comunicação a cada grupo".
Ou seja, aula como processos contínuos de comunicação e de pesquisa, onde se
vai construindo o conhecimento em um equilíbrio entre o individual e o grupal,
entre o professor-coordenador e os alunos-participantes ativos. E, conforme
Kenski (1998), a atuação de um professor
em mundo em rede, exige que ele tenha conhecimentos razoáveis: Em um mundo que
muda rapidamente, o professor deve estar preparado para auxiliar seus alunos a
analisarem situações complexas e inesperadas, a desenvolverem suas
criatividades; utilizarem outros tipos de racionalidades: a imaginação
criadora, a sensibilidade táctil, visual e auditiva, entre outras. O respeito
às diferenças e o sentido de responsabilidade são outros aspectos básicos que o
professor deve estar preparado para trabalhar com seus alunos. Aprenderem a
ser, ambos, professor e aluno, cidadãos do país e do mundo, é um dos principais
objetivos da educação atual. Desta forma, essas competências não excluem a
obrigação primordial do professor e do ensino que é a de promover uma sólida
formação nas disciplinas básicas e uma boa cultura geral. Neste tocante Freire
(1998:51), anteviu que: (...) nenhuma formação docente verdadeira pode fazer-se
alheada, de um lado, do exercício da cirticidade que implica a promoção da
curiosidade ingênua à curiosidade epistemológica, e do outro, sem o
reconhecimento do valor das emoções, da sensibilidade, da afetividade, da
intuição ou adivinhação. A partir disso, observa-se que o professor e que a
formação do professor deva está sintonizada com uma série de pressupostos que
está na eficiente utilização das tecnologias disponíveis ao campo educacional,
explorando delas com sua criatividade, facilitando a aprendizagem dos alunos no
sentido de imbuir-lhes de atitude crítica e lógica. Neste sentido, Mercado
(1999:88/9) estabelece que: (...) um
professor consciente e crítico é capaz de compreender a influência da
tecnologia do mundo moderno e é capaz de colocá-la a serviço da educação e da
formação de seus alunos, articulando as diversas dimensões de sua prática
docente, no papel de um agente de mudança. (...) os professores precisam fazer
uso efetivo das várias tecnologias, de modo a oferecerem aos alunos as
experiências educacionais que serão exigidas na próxima década, preparando-os
para seu papel na sociedade moderna. Precisam entender que a entrada da
sociedade na era da informação exige habilidades que têm sido desenvolvidas nas
escolas, e que a capacidade das novas tecnologias de propiciar aquisição de
conhecimento individual e independente implica num currículo mais flexível e
depende deles a condição das mudanças. A aprendizagem da utilização educativa
das novas tecnologias envolve um processo de integração numa comunidade, numa
escola. Mas este processo de integração não envolve apenas transmissão de
informação de quem sabe para quem não sabe. A integração da comunidade é um
processo de construção de significados e práticas partilhadas coletivamente,
que engloba a natureza dos novos meios, como a informação, comunicação e
interação, considerando a incerteza, a interdependência e a contextualidade. E,
com esta utilização de inúmeros recursos tecnológicos disponíveis para execução
da ação escolar, passa-se agora a conhecer as metodologias aplicáveis neste
contexto. - Propostas e Métodos: O processo educacional a ser desenvolvido pelo
profissional da docência como proposta metodológica do uso dos recursos
tecnológicos na educação de jovens e adultos, deve, então, se situar a partir
das observações de Freire (1998:28/9), no sentido de que: O educador
democrático não pode negar-se o dever de, na sua prática docente, reforçar a
capacidade crítica do educando, sua curiosidade, sua insubmissão. Uma de suas
tarefas primordiais é trabalhar com os educandos a rigorosidade metódica com
que devem se aproximar dos objetos cognoscíveis. (...) E essas condições
implicam ou exigem a presença de educadores e de educandos criadores,
instigadores, inquietos, rigorosamente curiosos, humildes e persistentes. E,
com isso, desenvolver o que poderia ser chamado de uma das tarefas mais
importantes da prática educativo-crítica, que é a de: (...) propiciar as
condições em que os educandos em suas relações uns com os outros e todos com o
professor ou a professora ensaiam a experiência profunda de assumir-se.
Assumir-se como ser social e histórico, como ser pensante, comunicante,
transformador, criador, realizador de sonhos, capaz de ter raiva porque é capaz
de amar. (Freire, 1998:46). Isso quer dizer, da necessidade de uma metodologia
no fluxo da investigação das formas para usar as tecnologias como fonte de
informação para o aluno, auxiliando no processo de construção de conhecimento e
como ferramenta para realizar determinadas atividades. Programas de formação
inicial e continuada e múltiplas possibilidades de atualização por meio de
aprendizagens a distância são pontos fundamentais da profissionalização do
docente, hoje e sempre, permanente aperfeiçoamento e atualização, havendo,
portanto, diversas formas de utilização das novas tecnologias, seja como um
fim, educação tecnológica; como um meio, servindo de instrumento didático para
o ensino aprendizagem, tornando-se necessária para construção de um
planejamento, valorizando os conhecimentos prévios dos alunos, criando um
ambiente de aprendizagem, usando outras técnicas de ensino possibilitando ao
educando desenvolver habilidades e competência. Métodos e técnicas que
possibilitem aos educandos tornarem-se capazes de dominar instrumentos básicos
da cultura letrada, que lhes permitam melhor compreender e atuar no mundo em
que vivem; que possam ter acesso a outros graus ou modalidades de ensino básico
e profissionalizante, assim como a outras oportunidades de desenvolvimento
cultural, incorporando-se ao mundo do trabalho com melhores condições de
desempenho e participação na distribuição da riqueza produzida; valorizando a
democracia, desenvolvendo atitudes participativas, conhecendo direitos e
deveres da cidadania; desempenhando de modo consciente e responsável seu papel
no cuidado e na educação das crianças, no âmbito da família e da comunidade;
conhecendo e valorizando a diversidade cultural brasileira, respeitando
diferenças de gênero, geração, raça e credo, fomentando atitudes de
não-discriminação; aumentando a auto-estima, fortalecendo a confiança na sua
capacidade de aprendizagem, valorizando a educação como meio de desenvolvimento
pessoal e social; reconhecendo e valorizando os conhecimentos científicos e
históricos, assim como a produção literária e artística como patrimônio
culturais da humanidade; exercitando sua autonomia pessoal com
responsabilidade, aperfeiçoando a convivência em diferentes espaços sociais.
(Ribeiro, 1998; Belloni, 1999; Fiorentini, 2000; Fiorentini & Carvalho,
2000). Esses métodos e técnicas estão disponíveis com a utilização da
televisão, do vídeo, do livro, do computador, da Internet, da literatura de
cordel, do jornal, e de outros tantos recursos que possa produzir um
questionamento que se eleve a nível problematizador, de natureza relevante na
descoberta de novos conhecimentos. O vídeo, por exemplo, pode ser um meio
extremamente útil para o desenvolvimento da linguagem verbal, oral e escrita,
desde que o material seja de qualidade e que seja trabalhado segundo uma
estratégia adequada. (Belloni, 1999). Uma abordagem integradora é preciosa para
estimular o desenvolvimento da expressão verbal e despertar o interesse pela
leitura e pela escrita na medida em que integra não somente as diferentes
vivências, dando significado aos textos, mas estimulando a passar de um código
a outro revelando as especificidades e utilidades de cada um deles (Belloni,
1999; Fiotentini, 2000). Tanto também podem ser utilizados textos, ficcionais
ou poéticos, como textos informativos, ou literatura de cordel, ou quadrinhos,
bastando que seja preciso que o professor trabalhe com os vários níveis de
compreensão da linguagem escrita, devendo realizar uma atividade de leitura que
leve ao conhecimento do conjunto das regras e das combinações básicas para seu
funcionamento, para a descoberta de um sentido geral para o texto, no
entendimento de palavras e expressões em seus contextos; conhecimento ativo das
relações gramaticais básicas; depois distinguir os textos com que estão
trabalhando, em razão de seus conteúdos e formatos; reconhecendo fatos da
língua que tratam da coerência e da coesão; e identificando fatos que seja
corrigido ou refeito. Nesta observação, Moran (1998), já defendia a
aula-pesquisa, onde professor: (...) motiva, incentiva, dá os primeiros passos
para sensibilizar o aluno para o valor do que se vai fazer, para a importância
da participação do aluno neste processo. Junto com a pesquisa coletiva, o
professor incentiva a pesquisa individual ou projetos de grupos. (...) De um
professor espera-se em primeiro lugar, que ele seja competente na sua
especialidade, que conheça a matéria que esteja utilizando. Em segundo, que
saiba comunicar-se com os seus alunos, motivá-los, explicar o conteúdo, manter
o grupo atento, entrosado, cooperativo, produtivo. Um ambiente adequado de
aprendizagem, exige procedimentos do professor, tais como, exigindo dos alunos
que explicitem os pensamentos que utilizaram para responder às questões;
implementando sugestões para que se vá adiante nos raciocínios; lançando
dúvidas em cima de dúvidas; admitindo e estimulando outros caminhos inesperados
para a solução do problema; pedindo que o aluno explicite o percurso mental que
usou para dar as respostas que forma intuitivas ou muito rápidas e levando o
aluno a perceber que pode haver múltiplas hipóteses. Quando, por exemplo, o vídeo é utilizado em sala como um
instrumento mediador entre o que se pretende enfocar e os alunos, motiva e
desperta o interesse dele, levando-o a questionarem e debaterem sobre os temas
abordados, pois o audiovisual tem um peso relevante no processo
ensino-aprendizagem, possibilitando ao professor desenvolver sua aula com
sucesso e tornando-se um instrumento que eleva a qualidade de uma aula, e
cabendo a este professor verificar o nível da linguagem e a faixa etária que se
pretende atingir, além de um recurso produtivo desde que este tenha uma
preparação prévia do trecho a ser apresentado e qual o enfoque a ser abordado. Com
relação a esta advertência, Pinheiro & Lúcio (2001:80), observam que "os métodos de ensino têm que considerar em seus
determinantes não só a realidade vital da escola, representada principalmente
pelas figuras do educador e do educando, mas também a realidade sociocultural
em que está inserida". Isto quer dizer, da possibilidade de se
trabalhar com Literatura de Cordel, pensando elementos metodológicos com este
tipo de literatura, pressupondo superar a imagem falsa da metodologia do ensino
que preconiza a unilateralidade do processo educativo e despreza a
dialeticidade dos fatos educativos e sociais existentes na prática pedagógica.
Ou seja, um procedimento metodológico que oriente o trabalho com o cordel, terá
que favorecer o diálogo com a cultura da qual ele emana e, ao mesmo tempo, uma
experiência dialogal entre professores, alunos e demais participantes do
processo (Pinheiro & Lúcio, 2001). De um modo geral, esta metodologia pode
ser empregada dialeticamente com relação a todo um universo de recursos, seja
utilizando poesias, notícias de jornal, vídeo, revistas, televisores, ou com o
material disponível que seja. O que deve ficar claro, é que, conforme observa
Kenski (1998), é preciso desenvolver: (...) uma política pessoal que reconheça
e valorize suas competências e importância, com o oferecimento de cursos de
aperfeiçoamento e de atualização, além
de uma formação inicial de qualidade, um projeto de carreira consistente, a
melhoria de suas condições de trabalho e de vida, são fundamentais para que
professores possam atuar com qualidade. No desenvolvimento dos trabalhos para
incorporar sua metodologia, Mercado (1999:90), afirma que falta ao professor um
conhecimento das novas tecnologias e da maneira de aplicá-las na: a promoção da
aprendizagem do aluno, para construção do conhecimento num ambiente telemático
que o desafia, motiva para a exploração e a reflexão, propondo planos que
resultem em trabalho cooperativo realizado por todos os envolvidos no processo
de aprendizagem; o estímulo à pesquisa como base de construção do conteúdo a
ser veiculado através da Internet, saber pesquisar e transmitir o gosto pela investigação
a alunos de todos os níveis; a capacidade de provocar hipóteses e deduções que
possam servir de base à construção e compreensão de conceitos; a habilidade de
permitir que o aluno justifique as hipóteses que construiu e as discuta; a
especialidade de conduzir a análise satisfatórios de conclusão do grupo a
partir de posições diferentes ou encaminhamentos diferentes do problema; a
capacidade de divulgar os resultados da análise individual e grupal de tal
forma que cada situação suscite novos problemas que seja interessantes à
pesquisa; e a habilidade de interligar todo o processo à busca de novos
parâmetros e novos conteúdos que possam ser simulados através da construção de
programas pelo computador. Desta forma, entende-se que passa pelo professor,
sua formação, seu discernimento e sua disposição em dedicar-se ao processo de
ensino na sala de aula com seus alunos, exemplificando seu comportamento numa
conduta de eterno perseguidor de novos conhecimentos, de forma sistemática e
metódica, descobrindo novas realidades e questionando os mais diversos assuntos
para esclarecimentos, levantando dúvidas e planejando a sua atividade diária no
sentido de que possa levar ao aluno um trabalho estruturado e com definições
claras de condução. A partir dessas proprosições, convém considerar as
conclusões a que se chegou no presente estudo de pesquisa. CONCLUSÃO - Com o advento da emergência tecnológica
possibilitando a globalização da informação e do conhecimento, redefiniu-se a
função da escola na preparação das novas e futuras gerações, habilitadas e
qualificadas para as demandas da vida cotidiana, que inclui o mundo do trabalho
e o exercício da cidadania, conforme prescreve a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional. A população correspondente aos jovens e adultos, de que
tratam os arts. 37 e 38 da LDB, reconhecidamente de necessidade de atendimento
educacional tardio, está distribuída, segundo Carneiro (1998), em três grupos
distintos: aqueles reconhecidamente analfabetos; aqueles que foram à escola e
passaram pouco tempo não tendo tempo de sedimento o que haviam superficialmente
aprendido, comumente conhecidos como os analfabetos funcionais; e aqueles que
estiveram na escola em momentos intermitentes. Estes, portanto, os que carecem
de uma política própria de atendimento que seja capaz de lhes conferir os meios
adequados para a superação ou da escolarização que não ocorreu ou que ocorreu
de forma inadequada. Assim, a lei não apenas assegura a oferta desta
oportunidade escolar a tal população, estabelecendo a necessidade de toda uma
abordagem pedagógica, incluindo conteúdos, metodologias, tipologias de
organização e processos de avaliação diferenciados daqueles alunos que se acham na escola em idade
própria. A idéia, segundo Carneiro (1998:104), é que a escola trabalhe um
processo psicopedagógico que "respeite
o perfil cultural do aluno adulto, ensejando-lhe o aproveitamento da
experiência humana adquirida no trabalho e, portanto, manancial insubstituível
de construção da trajetória de auto-aprendizagem". A partir do diploma
legal que consagra tais direitos aos jovens e adultos, observa-se que as
qualidades essenciais do educador para esses jovens e adultos estão na
capacidade de solidarizar-se com os educandos, na disposição de encarar
dificuldades como desafios estimulantes, na confiança da capacidade de todos de
aprender e ensinar, procurando, assim, conhecer seus educandos, suas
expectativas, sua cultura, as características e problemas de seu entorno
próximo, suas necessidades de aprendizagem., buscando conhecer cada vez melhor
os conteúdos a serem ensinados, atualizando-se constantemente, refletindo
permanentemente sobre sua prática, buscando os meios de aperfeiçoá-la,
sensibilizando-se para trabalhar com a diversidade, e, como prática, além de
favorecer a autonomia dos educandos, estimulá-los a avaliar constantemente seus
progressos e suas carências, ajudá-los a tomar consciência de como a
aprendizagem se realiza. Assim, a EJA necessita ser pensada como um modelo
pedagógico próprio a fim de criar situações pedagógicas e satisfazer
necessidades de aprendizagem de jovens e adultos, como abordou Cury (2000),
além da referência ao lugar social ocupado pelos jovens e adultos. É preciso
entender que por sua condição de excluídos da escola regular, sua
especificidade cultural deve ser examinada com relação a outros aspectos que os
definem como um grupo relativamente homogêneo no interior da diversidade de
grupos culturais da sociedade contemporânea. E, desta forma, realizando-se este
inventário, pode-se arrolar algumas características do funcionamento cognitivo
normalmente associadas aos jovens e adultos a que se dirige, tais como
pensamento referido ao contexto da experiência pessoal imediata, dificuldade de
operação com categorias abstratas, dificuldade de utilização de estratégias de
planejamento e controle da própria atividade congnitiva, pouca utilização de
procedimentos meta-cognitivos, dentre outros. Assim sendo, a escola voltada à
educação de jovens e adultos é ao mesmo tempo um local de confronto de culturas
e, como qualquer situação de interação social, um local de encontro de
singularidades. E que precisa formar seus alunos em cidadão, educados para a
autonomia, com aprendizagem múltipla de conhecimentos dos mais variados níveis
e com recursos que o habilitem ao desenvolvimento do trabalho tecnológico
emergente hoje, com a consciência da cooperação, do aprendizado e da partilha
de interesses na coletividade, intercambiando idéias, participando de projetos
na sua rua, no seu bairro, na sua cidade, tornando-se, enfim, cidadão do mundo.
O professor de EJA, para melhor desempenhar o seu papel, deve estar
bastantemente aparelhado de conhecimentos quanto a utilização dos recursos
tecnológicos para pôr em prática na sua sala de aula, e, aliado a isso, precisa
conhecer seu aluno a fim de trabalhar a sua baixa auto-estima e propor
atividades que permitam ao alfabetizando agir e pensar sobre a escrita e o
mundo, pois é a partir do reconhecimento do valor de suas experiências de vida
e visões de mundo que cada jovem e adulto pode se apropriar das aprendizagens
escolares de modo crítico e original. Além disso, precisa ter claro que sua
grande tarefa enquanto educador consciente não é transferir, depositar,
favorecer, doar ao outro, o seu pensar o seu entendimento das coisas, dos
fatos, dos conceitos, mais sim dar condições para que o educando produza seus
próprios conhecimentos. Pois é na construção de verdadeiras aprendizagens que
os educandos vão se transformando em reais sujeitos da construção e da
reconstrução do saber ensinado, ao lado do educador igualmente sujeito do
processo. É preciso entender que a grande maioria dos alunos de EJA possuem
muita vontade aprender com uma certa urgência, muitas expectativas e um desejo
enorme de superar desafios, expectativas mais ou menos estabelecidas em relação
ao universo escolar; possuem opiniões extremamente elaboradas sobre o mundo e
colocam a disposição sua permeabilidade investigativa na sede de aprender. Cabe,
portanto, ao professor procurar elevar a auto-estima destes alunos para que
eles, em sua avidez pelo conhecimento, exponham suas histórias de vida, muitas
vezes, ricas em experiências, muitas vezes carecendo de um apoio para
reconsiderar acertos e erros na escada da vida. Este educador, enquanto
mediador do processo de alfabetização, deve deixar transparecer ao aluno que o
conhecimento ao ser produzido supera outro que vem antes e foi novo e se fez
velho e se dispõe a ser ultrapassado por outro amanhã. Daí que seja fundamental
além de conhecer o conhecimento existente, saber que se precisa estar abertos e aptos à produção de novos
conhecimentos. Em vista disto, promover a educação fundamental de jovens e
adultos que não tiveram a oportunidade de cumpri-la na infância é de primordial
importância e responsabilidade para o professor de EJA, pois apesar de esses
alunos possuírem muitos conhecimentos válidos e úteis, eles estão excluídos de
outras muitas possibilidades que a cultura oferece. Por isso cabe ao educador
desta modalidade de ensino, buscar conhecer melhor e ter clareza quanto aos
conteúdos e objetivos a serem ensinados, atualizando-se constantemente e
refletindo permanentemente sobre sua prática, buscando os meios de
aperfeiçoá-la para estar em condições de definir as melhores estratégias para
ajudar com eficácia aos alunos em seu processo de aprendizagem. Além disso, as
novas tecnologias possibilitam uma instrumentação de recursos os mais variados
e diversos, conduzindo de forma mais eficiente o trabalho pedagógico e
corroborando uma articulação entre a realidade do aluno e mundo emergente que
emana fora do seu vínculo de atividade. A utilização desses recursos
tecnológicos, contribuem de maneira fantástica, para a preparação do aluno
tanto para vida quanto para a habilitação do trabalho nas atuais convenções de
competências exigidas pelo mercado. O fomento na sala de aula na Educação de
Jovens e Adultos dos recursos tecnológicos disponíveis, resgatará o tempo
perdido pelo aluno, restaurando a sua familiaridade com os novos meios de desenvolver
a comunicação e as novas linguagens, capacitando-o para atuar de forma mais
autônoma perante o mundo. Neste contexto, considerando o fato de que se
trabalha com grupos sociais desfavorecidos economicamente, e que têm pouco
acesso a uma gama de informações fora da escola e que necessitam adquirir
autonomia dos seus saberes, deve o professor, favorecer a esses alunos, além do
livro didático, os recursos multimídias e de outros tantos recursos que poderão
aumentar o conhecimento deles a respeito do mundo, tornando-os cidadãos
críticos, capazes de atuar com eficiêencia no mercado de trabalho. Veja mais aqui & aqui.
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QUE É QUE É ISSO, GENTE?!?!! - Minha nossa!! É cada coisa, hem? Dia desses soube do Robin Williams sacaneando a nossa conquista para sediar as Olimpíadas. Antes, Os Simpsons mangaram do Rio de Janeiro. E o Stallone deu calote no Brasil e ainda saiu mangando da gente. Vôte! Óooooo, ainda tem dessa... Cada coisa, né?!!! Será a Mayara Petruso? Oxente! Se é pra matar, basta o plano HapVida Saúde, né não? Então tome José Barbosa Junior de lambuja! Vamos aprumar a conversa & tataritaritatá!!!!!!!
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